Colapso
A Vingança de Gaia nº 13
Nosso objetivo deve ser tentar manter o mundo futuro o menos quente possível
Último artigo desta série baseada no livro A Vingança de Gaia, escrito em 2006 por James Lovelock, com importantes alertas, advertências e conselhos sobre as mudanças climáticas causadas pelo homem, e que estão apenas iniciando.
Apesar de toda a vontade e entusiasmo, qualquer tecnologia nova ainda leva de vinte a quarenta anos para se tornar global. Foi o que aconteceu com a máquina a vapor, a eletricidade, a aviação, o rádio e a televisão, e os computadores.
É importante lembrar que a capacidade de usar combustível relativamente barato não é limitada pela disponibilidade de petróleo bruto. (…) Gasolina, óleo diesel e combustível para a aviação continuarão sendo consumidos, mas produzidos cada vez mais a partir de combustíveis fósseis gasosos e sólidos. Os químicos podem descobrir meios de produzir esses combustíveis, e outros menos poluentes, para o transporte a partir de qualquer fonte de energia, até nuclear. Mas tamanha é a inércia da civilização industrial que provavelmente continuaremos [diz ele em 2006] consumindo combustível fóssil pelo menos por uma década.
O pensamento mais sombrio é a possibilidade de que não consigamos eliminar as emissões em tempo. Pense na dificuldade de nações grandes, como China, Índia e Estados Unidos, superarem a inércia social de suas populações imensas. Aconteça o que acontecer, temos de abrir mão, o mais rápido possível, dos combustíveis fósseis, porque, mesmo depois de transposto o limiar da mudança climática irreversível, a extensão e o grau da mudança adversa continuarão sendo afetados por nossas ações.
Nosso objetivo atual deve ser tentar manter o mundo futuro o menos quente possível.
James Lovelock, A Vingança de Gaia, cap. 5 – Fontes de energia, 2006, Editora Intrínseca, Rio de Janeiro, 2006, página 78; foto: Ética Ambiental
Rui Iwersen, médico planetário
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A Vingança de Gaia nº 12
A Terra está mudando para um estado em que já não somos mais bem-vindos
Penúltimo artigo desta triste e preocupante série de GaiaNet.
Vivemos tão obcecados com a ideia de progresso e com o aperfeiçoamento da humanidade que consideramos a retirada um palavrão, algo vergonhoso. O filósofo e historiador das ideias John Gray observou, em seu livro Cachorros de Palha, que só raramente enxergamos além das necessidades da humanidade, e associou essa cegueira à nossa infra-estrutura cristã e humanista.
Esta surgiu 2 mil anos atrás e era então benigna, e não representávamos uma ameaça significativa a Gaia. Agora [em 2006] que somos mais de 6 bilhões de indivíduos famintos e vorazes, todos aspirando a um estilo de vida de Primeiro Mundo, nosso modo de vida urbano avança sobre o domínio da Terra viva. Consumimos tanto que ela já não consegue sustentar o mundo familiar e confortável a que nos habituamos.
Agora ela está mudando, de acordo com suas próprias regras internas, para um estado em que já não somos mais bem-vindos.
James Lovelock, A Vingança de Gaia, cap. 1 – O estado da terra, 2006, Editora Intrínseca, Rio de Janeiro, 2006, página 20; foto: NSC Total
Rui Iwersen, médico planetário
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A Vingança de Gaia nº 11
Temos a capacidade de destruição desastrosa e o potencial de edificar uma civilização magnífica
Como uma civilização, podemos nos comparar a um viciado que morrerá se continuar consumindo a droga ou se tentar uma retirada brusca. Chegamos à nossa desordem atual por meio de nossa inteligência e inventividade.
O processo pode ter começado até 100 mil anos atrás, quando começamos a atear fogo às florestas como uma forma preguiçosa de caça. Havíamos deixado de ser apenas mais um animal e começado a demolição da Terra.
Somos uma espécie equivalente àquela dupla esquizóide do romance de Stevenson O médico e o monstro. Temos a capacidade de destruição desastrosa, mas também o potencial de edificar uma civilização magnífica.
O monstro nos levou a usar mal a tecnologia; abusamos da energia e superpovoamos a Terra, mas não é abandonando a tecnologia que sustentaremos a civilização. Pelo contrário, temos que usá-la sabiamente, como faria o médico, tendo em mira a saúde da Terra, não a de pessoas.
James Lovelock, A Vingança de Gaia, cap. 1 – O estado da terra, 2006, Editora Intrínseca, Rio de Janeiro, 2006, páginas 19 e 20; foto: Olhar Animal
Rui Iwersen, médico planetário
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A Vingança de Gaia nº 10
Como morre um rio
Em vez de usarem fertilizantes de nitrato, [os fazendeiros de Devon, na Inglaterra] passaram a espalhar em sua terra o esterco coletado no inverno, quer diretamente ou como estrume misturado com água. Para um ambientalista urbano, tratava-se de uma forma orgânica apropriada de atividade rural. Mas, no início da década de 1980, as águas límpidas do rio Carey haviam se tornado marrons e espumosas, com cheiro de esgoto ao ar livre.
No verão, os trechos tranquilos, onde os peixes saltavam para capturar moscas, estavam cobertos de algas verdes viscosas e plantas daninhas, e o rio aos poucos morria. Essa nova atividade rural orgânica vinha enchendo o rio de quantidades de esterco bem acima do que ele conseguia digerir. Cada tempestade levava esterco dos campos para o rio, e logo o nível de oxigênio do rio caiu para zero.
Muitas das espécies parceiras que constituem o ecossistema de um rio – as plantas verdes que colocam oxigênio na água, as numerosas espécies de insetos que vivem no rio e sob as pedras ao longo de seu leito – morreram, principalmente por falta de luz para a fotossíntese e de anóxia.
Já não havia insetos para alimentar os peixes do rio, de modo que eles não tinham chance de voltar nas épocas em que a poluição por estrume líquido fosse menor.
James Lovelock, A Vingança de Gaia, cap. 6 – Produtos químicos, alimentos e matérias-primas, 2006, Editora Intrínseca, Rio de Janeiro, 2006, página 112; foto: ND Mais
Rui Iwersen, médico planetário
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A Vingança de Gaia nº 9
Estamos expulsando nossos parceiros no planeta, as outras formas de vida
Temos que entender que a “primavera silenciosa” não resultou apenas do envenenamento por pesticidas. Os pássaros morreram por não haver mais lugar para eles em nosso mundo intensamente cultivado. Tantos seres humanos agora almejam por um estilo de vida de Primeiro Mundo que estamos expulsando nossos parceiros no planeta, as outras formas de vida.
Temos que perceber que reduzir as emissões de gazes de efeito estufa é apenas parte do que precisamos fazer. Também é preciso parar de explorar a superfície de terra como se fosse só nossa. Não é: pertence à comunidade de ecossistemas que servem à totalidade da vida, regulando o clima e a composição química da Terra. (…)
Apossando-se maciçamente de terras para alimentar as pessoas e empesteando o ar e a água, estamos tolhendo a capacidade de Gaia de regular o clima e a química da Terra, e se continuarmos assim, corremos o risco de extinção.
Em certo sentido, entramos em guerra contra Gaia, guerra que não temos esperança de vencer. Tudo que podemos fazer são as pazes enquanto ainda somos fortes e não uma ralé debilitada.
James Lovelock, A Vingança de Gaia, cap. 6 – Produtos químicos, alimentos e matérias-primas, 2006, Editora Intrínseca, Rio de Janeiro, 2006, página 108; foto: Diário de Cuiabá
Rui Iwersen, médico planetário
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A Vingança de Gaia nº 8
Resta pouco tempo para evitarmos as mudanças desagradáveis previstas [em 2006] pela Teoria de Gaia
Este capítulo [Previsões para o Século XXI] tratou predominantemente da mudança do clima, mas não nos esqueçamos das mudanças grandes e desastrosas que também ocorrem na quantidade de água doce, incluindo inundações e secas. (…)
A recente devastação provocada por furacões no sul dos Estados Unidos, especialmente em Nova Orleans, lembra-nos dos danos que enchentes temporárias podem causar; chuva excessiva e ressacas provocadas por tempestades podem ser tão incômodas quanto um aumento lento e permanente do nível do mar.
Todas essas mudanças, por sua vez, alteram a distribuição de florestas e desertos e a disponibilidade de terras para o cultivo de alimentos. Embora tenhamos muito que aprender, parece provável que, em alguns anos [já aconteceu], quando a quantidade de dióxido de carbono [CO2] ultrapassar 500 ppm, adentraremos a zona em que as temperaturas aumentarão para um novo estado estacionário, talvez seis a oito graus mais quente do que agora [trabalhamos para que não passe de 1,5ºC]. (…)
Nada em ciência é certo, mas a teoria de Gaia é agora fortemente respaldada por indícios da Terra e mostra que resta pouco tempo para evitarmos as mudanças desagradáveis por ela previstas.
James Lovelock, A Vingança de Gaia, cap. 4 – Previsões para o Século XXI, 2006, Editora Intrínseca, Rio de Janeiro, 2006, páginas 69 e 70; foto: Exame
Rui Iwersen, médico planetário
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A Vingança de Gaia nº 7
Devemos estar preparados para um período quente tão longo quanto uma era glacial
As superfícies de terra e oceano, durante o período quente do Eoceno [de 55 milhões de anos a 35 milhões de anos], eram áridas, e talvez por isso o dióxido de carbono [CO2] maior tenha permanecido mais tempo no ar. Além disso, a Terra permaneceu quente porque outros mecanismos de resfriamento biológicos que atuam em uma Terra saudável foram desativados durante o período quente do Eoceno.
Se as condições agora equivalerem às das emissões do Eoceno, devemos estar preparados para um período quente tão longo quanto uma era glacial [10 mil anos], ou ainda mais.
Embora as condições iniciais do evento do Eoceno se assemelhem às atuais da Terra, existem duas diferenças importantes: o Sol está agora 0,5 por cento mais quente do que a 55 milhões de anos, o equivalente a cerca de 0,5ºC na temperatura global, e transformamos cerca de metade da superfície de terra do planeta de floresta natural em terra cultivável, cerrado e deserto, reduzindo assim a capacidade da Terra de se autoregular.
Agora, além de dióxido de carbono e metano, vários outros gases de estufa presentes no ar aumentam o aquecimento global, entre estes os CFCs, óxido nitroso e outros produtos da agricultura e indústria.
James Lovelock, A Vingança de Gaia, cap. 4 – Previsões para o Século XXI, 2006, Editora Intrínseca, Rio de Janeiro, 2006, página 65; foto: Blog da Pimenta
Rui Iwersen, médico planetário
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A Vingança de Gaia nº 6
O que corre mais risco é a civilização
A Terra já se recuperou de febres assim, e não há razão para achar que o que estamos fazendo destruirá Gaia, mas se continuarmos deixando as coisas como estão, nossa espécie poderá nunca mais desfrutar o mundo viçoso e verdejante que tínhamos faz apenas cem anos.
O que corre mais risco é a civilização; os seres humanos são resistentes o suficiente para que casais procriadores sobrevivam, e Gaia é ainda mais resistente. O que estamos fazendo a enfraquece, mas dificilmente a destruirá. Ela sobreviveu a catástrofes enormes em seus 3 bilhões de anos ou mais de vida. (…) Mas, se essas enormes mudanças ocorrerem, provavelmente poucos bilhões de seres humanos que agora proliferam sobreviverão.
Acho necessário repetir que o aumento gradual da temperatura do terceiro relatório do IPCC mostra uma mudança média estimada do clima global, mas o que ele não mostra são extremos imprevistos, incluindo inundações e tempestades fortíssimas. Devemos esperar mudanças climáticas de um tipo nunca antes imaginado, eventos únicos afetando apenas uma região.
James Lovelock, A Vingança de Gaia, cap. 4 – Previsões para o Século XXI, 2006, Editora Intrínseca, Rio de Janeiro, 2006, páginas 65 e 66; foto: WWF Brasil
Rui Iwersen, médico planetário
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A Vingança de Gaia nº 5
Mudanças observáveis e mudanças previsíveis do planeta
As mudanças passíveis de ocorrer serão, à sua maneira diferente, tão grandes quanto ou ainda maiores do que aquela [do fim da última era glacial]. É verdade que o mar não pode subir mais que outros oitenta metros, a quantidade de água extra que seria liberada se o gelo da Groenlândia e Antártida derretesse.
Mas as tórridas condições do mundo reduziriam a produtividade da terra e mar restantes, e a perda de vegetação retardaria o grau de remoção de dióxido de carbono [CO2], sustentando assim a era mais quente por 100 mil anos ou mais.
As maiores mudanças observáveis até agora ocorrem no Ártico, como previsto no primeiro relatório do IPCC em 1990.
James Lovelock, A Vingança de Gaia, cap. 4 – Previsões para o Século XXI, 2006, Editora Intrínseca, Rio de Janeiro, 2006, página 60; foto: Águas do Algarve
Rui Iwersen, médico planetário
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A Vingança de Gaia nº 4
Já podemos ter passado do ponto de virada
O limite para o colapso das algas é de cerca de 500 partes por milhão (ppm) de dióxido de carbono [CO2], quase o mesmo para o derretimento insustável da Groenlândia. Com nossas taxas de crescimento atuais [2006], atingiremos 500 ppm em cerca de 40 anos.
O monitoramento agora em andamento de todas essas partes cruciais do sistema da Terra – Groenlândia, Antártida, Floresta Amazônica e os Oceanos Atlântico e Pacífico – mostra uma tendência rumo ao que, em nossa escala de tempo, pode ser uma mudança irreversível e mortal.
De fato, o editor de ciências do jornal Independent, Steve Connor, abordou em 16 de setembro de 2005 as declarações de vários climatologistas que acharam que o derretimento do gelo do Ártico estava tão rápido que já podemos ter passado do ponto de virada.
Quando ultrapassarmos o limite da mudança do clima, por mais mortal que seja, talvez não haja nada perceptível para marcar essa passagem crucial, nada para alertar que não há retorno possível.
James Lovelock, A Vingança de Gaia, cap. 4 – Previsões para o Século XXI, 2006, Editora Intrínseca, Rio de Janeiro, 2006, página 58; foto: Público
Rui Iwersen, médico planetário
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A Vingança de Gaia nº 3
Nossa presença está incapacitando nosso planeta
Como escreveu James Lovelock em outro livro:
“Crescemos em número a ponto de nossa presença estar perceptivelmente incapacitando nosso planeta, como uma doença. À semelhança das doenças humanas, quatro são os resultados possíveis: destruição dos organismos invasores da doença, infecção crônica, destruição do hospedeiro ou simbiose – um relacionamento duradouro, beneficiando mutuamente hospedeiro e invasor.”
A questão é como alcançar essa simbiose. Estamos longe dela atualmente. Lovelock examina, de forma eloquente, cada um dos problemas principais, a maioria decorrente da revolução industrial, em particular o consumo de combustíveis fósseis e produtos químicos, a agricultura e o espaço vital. Ele também sugere como poderíamos – enfim – começar a enfrentar a questão.
Diz com propriedade que o primeiro requisito é reconhecer a existência dos problemas. O segundo é entendê-lo e extrair as conclusões certas. O terceiro é tomar alguma providência. Atualmente estamos em algum ponto entre os estágios um e dois.
Crispin Tickell, prefácio de A Vingança de Gaia, páginas 12 e 13; foto: Revista globo Rural
Rui Iwersen, médico planetário
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A Vingança de Gaia nº 2
Nosso planeta, sua dinâmica e suas possibilidades futuras
O livro A Vingança de Gaia de James Lovelock, de 2006, oferece muito material para a compreensão de nosso planeta, de sua dinâmica e de suas possibilidades futuras.
Capítulo 5 – Fontes de Energia
Lovelock apresenta neste capítulo várias alternativas energéticas para a humanidade, inclusive a energia atômica. Neste capítulo, o autor enfatiza a necessidade de mudança cultural e de modo de vida. Diz ele nas páginas 77 e 103: “Como sempre, voltamos ao fato inevitável que de há gente demais vivendo de forma errada. (…) Sem mudanças drásticas no estilo de vida, teremos que continuar usando energia de combustíveis fósseis por várias décadas”.
Capítulo 6 – Produtos Químicos, Alimentos e Matérias-Primas
Este capítulo serve ao autor para denunciar os malefícios praticados por um animal guerreiro, conquistador e primitivo – Homo sapiens: ‘Não faz muito tempo, estávamos certos de que a vida vegetal havia sido criada por um Deus bondoso para a comermos’.
James Lovelock aqui nos alerta enfaticamente para o risco das ações humanas contra Gaia. Diz ele à página 108: “Apossando-se maciçamente de terras para alimentar as pessoas e empesteando o ar e a água, estamos tolhendo a capacidade de Gaia de regular o clima e a química da Terra, e se continuarmos assim, corremos o risco de extinção”.
Rui Iwersen, médico planetário
Foto: SindsegSP
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Matéria editada integral e originalmente nesta página em 10 de março de 2009 e reeditada em 22 de dezembro de 2018.
A Vingança de Gaia nº 1
Considerando as tempestades, secas e incêndios florestais de 2021, editarei a partir de hoje trechos do livro A Vingança de Gaia, com destaque para o capítulo Previsões para o século XXI.
Previsões para o Século XXI
O livro A Vingança de Gaia de James Lovelock, de 2006, oferece muito material para a compreensão de nosso planeta e de sua dinâmica e, também, importantes informações, advertências e conselhos para nossas necessárias reflexões e ações na relação com o Planeta. Vejamos alguns exemplos:
Capítulo 1 – O Estado da Terra
Neste capítulo inicial, James Lovelock apresenta Gaia, o sofrimento da “Terra viva” e os riscos para a humanidade e para a civilização – uma possível ‘nova Idade Média’, ou pior.
Diz ele nas páginas 15 e 23: “O que torna diferente este livro é que eu falo como um médico planetário cujo paciente, a Terra viva, se queixa de febre. Vejo o declínio da saúde da Terra como a nossa preocupação mais importante, nossas próprias vidas dependendo de uma Terra sadia (…) As perspectivas são sombrias, e, ainda que consigamos reagir com sucesso, passaremos por tempos difíceis. (…) O que está em risco é a civilização”.
Capítulo 4 – Previsões Para o Século 21
James Lovelock refere-se ao aquecimento global, nos alerta para possíveis alterações ambientais – como o aumento do nível do mar, furacões e enchentes – e mostra crença na mitigação de suas consequências. Diz o cientista na página 62: “Conquanto não possamos retornar ao belíssimo mundo de 1800, quando éramos apenas um bilhão, talvez sejamos capazes de atenuar as consequências do aquecimento global”. Mas, na página 55 diz o autor em 2006: “A mudança do clima se presta à previsão; por isso, tantos cientistas têm praticamente certeza de que um aumento do dióxido de carbono para 500 ppm, agora quase inevitável, será acompanhado por uma mudança profunda do clima.”
Capítulo 9 – Além da Estação Final
Concluindo, neste capítulo James Lovelock analisa, entre outras coisas, as condições sanitárias do Planeta após milênios de maltrato por um de seus filhos –Homo sapiens – e convida os seres humanos a fazerem as pazes com Gaia. Diz Lovelock na página 145: “De várias maneiras, estamos em guerra involuntária contra Gaia, e para sobreviver com nossa civilização intacta precisamos urgentemente selar uma paz justa com Gaia enquanto somos fortes o bastante para negociar, e não uma ralé derrotada e debilitada em vias de extinção.”
Rui Iwersen, médico planetário
Foto: Tempestade Ophelia na Irlanda, 2017
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Matéria editada integral e originalmente nesta página em 10 de março de 2009 e reeditada em 22 de dezembro de 2018.
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