Florestas brasileiras
Nesta página apresento informações, reflexões e ações, benéficas ou maléficas, sobre a Floresta Amazônica, a Mata Atlântica, o Pantanal, a Caatinga, o Cerrado e o Pampa.
26 de março de 2024
Saúde do Planeta nº 36
74% das emissões do Brasil em 2018 estavam relacionadas à agropecuária
Diante das mudanças climáticas, o Brasil tem um desafio que é também uma oportunidade: adaptar seu modelo de agropecuária e, de quebra, cuidar do meio ambiente.
Três quartos das emissões brasileiras estão relacionadas à agropecuária, principalmente pelo desmatamento gerado para a abertura de novas produções.
Industria, energia (especialmente transporte rodoviário) e resíduos completam essa conta.
Fonte: Galileu, edição 329, dezembro de 2018, O país do futuro, páginas 24 e 25; foto: Aprova Total.
Rui Iwersen, editor de GaiaNet.
Saúde do Planeta nº 35
Um aumento de 4ºC da temperatura seria suficiente para arrasar a floresta amazônica, transformando-a em cerrado ou deserto
Assim como na superfície do oceano, os organismos podem gostar de calor, mas as propriedades da água impõem um limite de crescimento.
Richard Betts, do Hadley Center, mostrou como as grandes florestas úmidas tropicais superam, em certo grau, essa limitação adaptando-se ao seu meio ambiente quente para conseguir reciclar água. O ecossistema faz isso sustentando as nuvens e a chuva sobre a copa da floresta, mas essa capacidade é limitada.
Ele e Peter Cox afirmam que um aumento de 4ºC da temperatura seria suficiente para arrasar a floresta amazônica, transformando-a em cerrado ou deserto. Este aumento poderia decorrer em parte das consequências locais de evaporação mais rápida da chuva, mas também de mudanças globais nos padrões de vento em um mundo 4ºC mais quente.
James Lovelock, A Vingança de Gaia, Editora Intrínseca, 2006, página 39; foto: PrePara Enem.
Rui Iwersen, editor de GaiaNet.
Biodiversidade nº 10
A importância da biodiversidade brasileira
“O Brasil é o país com a maior biodiversidade do mundo.”
Jornal Hoje, 8 de dezembro de 2023; foto: Acembra Sincep News.
Rui Iwersen, editor de GaiaNet.
Saúde do Planeta nº 34
Quando se trata de previsão do clima, é preciso conhecer a natureza da superfície da terra
Mas, quando se trata de previsão do clima, não basta considerar apenas a física da atmosfera. É preciso levar em conta como o oceano armazena calor e dióxido de carbono, e a dinâmica de suas trocas com a atmosfera. É preciso também conhecer a natureza da superfície da terra – se está ou não coberta de neve faz uma enorme diferença, por exemplo.
As florestas agora conhecidas não são áreas passivas em um mapa, com propriedades climáticas fixas, mas protagonistas vivos do sistema climático. O mesmo acontece com a superfície do oceano e os organismos que vivem nele. As nuvens e partículas de poeira suspensas no ar também exercem um efeito poderoso sobre o clima.
Para levar em conta o grande número de variáveis, precisamos de um computador grande.
James Lovelock, A Vingança de Gaia, Editora Intrínseca, 2006, página 57; foto: Geolnova.
Rui Iwersen, editor de GaiaNet.
Série de GaiaNet nº 21
1501 – O Brasil depois de Cabral nº 21
Os relatos coloniais inicialmente falam de grandes aldeias, vastas esquadras de canoas, gente para todo lado
Não é nada surpreendente que os relatos coloniais inicialmente falem de grandes aldeias, vastas esquadras de canoas, gente para todo lado e, em algumas décadas, isso tudo vire fumaça, enquanto os portugueses da costa brasileira sentem a necessidade de ir procurar mão de obra cada vez mais nos cafundós do interior, ou então de arrancá-la da África.
Alguns cronistas, aliás, apontam uma relação perversa ainda mais direta entre epidemias e escravidão indígena: com tanta gente morta, os sobreviventes não davam conta de obter comida, por pura falta de braços para plantar, vendendo a si próprios como cativos para não morrer de fome.
Reinaldo José Lopes, 1499 – O Brasil antes de Cabral, Epílogo – Por que o Brasil pré-histórico foi derrotado, Editora Harper Collins, página 218; foto: Café História.
Rui Iwersen, médico, editor de GaiaNet.
#OBrasilDepoisdeCabral
#SériedeGaiaNet
#IndígenasdoBrasil
#PovosOriginários
Caminho sem volta: seca é alerta para destruição irreversível da Amazônia
As imagens de rios icônicos e lagos da Amazônia quase desaparecendo, de botos-cor-de-rosa mortos nas margens e de comunidades ribeirinhas angustiadas pelo desabastecimento soam mais um alerta sobre os riscos de colapso da maior floresta tropical do planeta.
O quanto esse episódio está relacionado com o chamado ‘ponto de não retorno’ do bioma amazônico?
Já faz mais de 30 anos que cientistas brasileiros e estrangeiros alertam que o avanço do desmatamento e as mudanças climáticas afetariam a tal ponto a dinâmica da floresta que ela não conseguiria mais se regenerar e ‘morreria’. No lugar, uma vegetação empobrecida de tipo savana emergiria. A morte em massa de árvores gigantescas A morte em massa de árvores gigantescas ainda geraria uma verdadeira bomba de emissões de carbono, o que agravaria o aquecimento do planeta. (…)
Fonte: Ecoa UOL; foto: Isto É.
Rui Iwersen, editor de GaiaNet.
#DesmatamentoNão
#ReflorestamentoSim
#DesmatamentoNãoReflorestamentoSim
Biodiversidade – Série de GaiaNet nº 23
Biodiversidade nº 2
Diversidade da vida de Gaia na Floresta Amazônica
Estima-se que um único hectare da floresta amazônica possa abrigar milhares de espécies de plantas, inúmeras espécies de insetos, mamíferos, aves, anfíbios e outros animais.
Fonte: Inteligência Artificial ChatGPT; foto: Jornal da USP.
Rui Iwersen, médico, editor de GaiaNet.
Dia da Amazônia
O Dia da Amazônia é celebrado anualmente em 5 de setembro.
Esta data foi criada com o intuito de conscientizar as pessoas sobre a importância da maior floresta tropical do mundo e da sua biodiversidade para o planeta.
O dia escolhido faz referência a 5 de setembro de 1850, quando o Príncipe D. Pedro II decretou a criação da Província do Amazonas (atual Estado do Amazonas).
Não há muitos motivos para comemoração e sim para preocupação. A floresta amazônica atualmente está ameaçada pelos constantes desmatamentos ilegais, afetando diretamente a fauna e a flora da região, causando desequilíbrios e crises ambientais a nível global. (…)
Fonte: Calendarr Brasil e Calendário ecológico de GaiaNet.
Série de GaiaNet nº 21
1501 – O Brasil depois de Cabral – nº12
Segundo uma estimativa haveria 8 milhões de pessoas na região amazônica em 1500
A Amazônia do começo do século XVI (e dos séculos anteriores) realmente estava cheia de gente. Segundo uma estimativa relativamente conservadora publicada em 2015, haveria 8 milhões de pessoas na região em 1500. A conta inclui também as áreas localizadas fora do Brasil, em países como Colômbia, Peru e Bolívia.
(…) sabemos que havia seres humanos vivendo por lá pelo menos desde o fim do Pleistoceno/começo do Holoceno (ou seja, quando termina a Era do Gelo). Sabemos também que o cultivo dos vegetais que ainda são a base da dieta dos nativos amazônicos – como a indefectível mandioca – inicia-se nos primeiros milênios do Holoceno, uns oito mil anos atrás, ou mesmo antes.
Reinaldo José Lopes, 1499 – O Brasil antes de Cabral, Editora Harper Collins, página 132; foto: WWF Brasil
Rui Iwersen, editor de GaiaNet
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Série de GaiaNet nº 21
1501 – O Brasil depois de Cabral nº 3
Pero Vaz de Caminha descreve a terra e o povo que “achou”.
Um deles deu-lhe um sombreiro de penas de ave com uma copazinha de penas vermelhas e pardas como de papagaio
Eram pardos, todos nus, sem coisa alguma que lhes cobrisse suas vergonhas. Nas mãos traziam arcos com suas setas. Vinham todos rijos sobre o batel; e Nicolau Coelho lhes fez sinal que pousassem os arcos. E eles os pousaram.
Ali não pode deles haver fala, nem entendimento de proveito, por o mar quebrar na costa. Somente deu-lhes um barrete vermelho e uma carapuça de linho que levava na cabeça e um sombreiro preto. Um deles deu-lhe um sombreiro de penas de ave, compridas, com uma copazinha de penas vermelhas e pardas como de papagaio; e outro deu-lhe um ramalhete grande de continhas brancas, miúdas, que querem parecer de aljaveira [árvore de cujas sementes se fazem contas semelhantes às de aljôfar], as quais creio que o Capitão manda a Vossa Alteza, e com isto se volveu às naus por ser tarde e não poder haver deles mais fala, por causa do mar.
Pero Vaz de Caminha, A Carta, abril de 1500, Editora Vozes, Rio de Janeiro, 2019, páginas 8 e 9; foto: Toda Matéria
Rui Iwersen, editor de GaiaNet
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Série de GaiaNet nº 21
1501 – O Brasil depois de Cabral nº 2
Pero Vaz de Caminha descreve a terra e o povo que “achou”.
Os homens que avistamos eram pardos, todos nus, sem coisa alguma que lhes cobrisse suas vergonhas
Neste dia [22 de abril], a hora de véspera, houvemos vista de terra. Primeiramente dum grande monte, mui alto e redondo; e doutras serras mais baixas ao sul dele; e de terra chã, com grandes arvoredos; ao monte alto o capitão pôs o nome – o Monte Pascal e à terra – a Terra de Vera Cruz. (…)
Dali avistamos homens que andavam pela praia, obra de sete ou oito, segundo disseram os navios pequenos, por chegarem primeiro. (…) E o Capitão-mor mandou em terra no batel a Nicolau Coelho para ver aquele rio. E tanto que ele começou de ir para lá, acudiram pela praia homens, quando aos dois, quando aos três, de maneira que, ao chegar o batel à boca do rio, já ali havia dezoito ou vinte homens.
Eram pardos, todos nus, sem coisa alguma que lhes cobrisse suas vergonhas. Nas mãos traziam arcos com suas setas. Vinham todos rijos sobre o batel; e Nicolau Coelho lhes fez sinal que pousassem os arcos. E eles os pousaram.
Pero Vaz de Caminha, A Carta, abril de 1500, Editora Vozes, Rio de Janeiro, 2019, páginas 7 e 8; foto: Século Diário.
Rui Iwersen, editor de GaiaNet
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Série de GaiaNet nº 21
1501 – O Brasil depois de Cabral nº 1
Pero Vaz de Caminha descreve a terra e o povo que “achou”.
Dou conta a Vossa Alteza a nova do achamento desta vossa terra nova, que ora nesta navegação se achou
Senhor,
Posto que o Capitão-mor desta vossa frota, e assim os outros capitães escrevam a Vossa Alteza a nova do achamento desta vossa terra nova, que ora nesta navegação se achou, não deixarei também de dar disso minha conta a Vossa Alteza, assim como eu melhor puder, ainda que – para o bem contar e falar – o saiba pior que todos fazer.
Tome Vossa Alteza, porém, minha ignorância por boa vontade, e creia bem por certo que, para aformosear nem afear, não porei aqui mais do que aquilo que vi e me pareceu. (…)
Pero Vaz de Caminha, A Carta, abril de 1500, Editora Vozes, Rio de Janeiro, 2019, página 5 (1ª frase da Carta); foto: BBC
Rui Iwersen, editor de GaiaNet
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Série de GaiaNet nº 21
1501 – O Brasil depois de Cabral
O que os portugueses fizeram para construir o Brasil, como fizeram, a que preço, e por quê deste modo? Vejamos nesta nova Série de GaiaNet!
No livro 1499, o repórter historiador Reinaldo José Lopes mostra como era “o Brasil antes de Cabral”, e como, infelizmente, ficou depois do “achamento” da “nova terra”, que “o capitão pôs o nome de a Terra da Vera Cruz”, como diz Caminha. Neste livro, o autor, estudioso da pré-história, descreve como viveram por cerca de 12 mil anos os povos que habitavam o continente sul americano, e também como viveram, lutaram e morreram nossos indígenas após a colonização europeia, impregnada de valores nacionalistas, dominantes, maquiavélicos.
Em 1500, Pero Vaz de Caminha escreve A Carta a “vossa Alteza”, o rei de Portugal. Nesta carta ele descreveu como eram e como viviam os nativos “pardos, todos nus, sem coisa alguma que lhes cobrisse suas vergonhas”. Ele descreve ao novo proprietário como é a nova terra achada, e como são e como vivem os nativos “desta vossa nova terra”.
No livro O Príncipe, Maquiavel descreve como eram os europeus no século XVI, mostra o nacionalismo nascente e o poder dos governantes sobre os subordinados, e nos ajuda a entender o Epílogo do livro 1499: “Por que o Brasil pré-histórico foi derrotado”, triste capítulo do qual extraí textos para esta Série.
1501, a nova Série de GaiaNet, terá cerca de 20 pequenos artigos extraídos destes 3 livros. Iniciarei dia 30 de dezembro com trechos de A Carta que mostram como eram os indígenas do continente com os quais os portugueses tiveram contato, continuarei com trechos do livro 1499, especialmente do Epílogo deste livro que mostram o que aconteceu na relação dos dominantes sobre os povos dominados, e concluirei com citações de Maquiavel aconselhando os príncipes europeus a manter e expandir seus domínios. Veremos, então, como eram os seres humanos que viviam no continente, como eram os “descobridores” dominantes, o que aconteceu aos povos originários, por quê, e como os povos que restaram estão vivendo ou sobrevivendo hoje.
Esta Série será editada a cada 15 dias na página https://gaianet.com/saude-ambiental/, em outras páginas de GaiaNet – www.gaianet.com – e em suas paginas do Facebook (@gaianet.com) e Instagram (@bloggaianet).
Boa leitura, boas reflexões e boas ações pela possível existência pacífica e saudável dos nossos povos originários, os primeiros brasileiros, os frutos da terra e guardiões de nossas florestas.
Fonte da foto de fundo: Fundação 1º de Maio
Rui Iwersen, editor de GaiaNet
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Na COP 27, Marina diz que EUA estão ‘ávidos por parcerias’ e pede apoio com verba para o Fundo Amazônia
A ex-ministra do meio ambiente também citou desejo de sediar uma futura COP do clima no Brasil.
A deputada federal eleita e integrante do governo de transição Marina Silva disse, nesta quinta-feira (10), que sugeriu a um representante dos EUA na COP 27 que o país contribua com verba para o Fundo Amazônia. Paralisado no governo Bolsonaro, o fundo tem R$ 3,2 bilhões para investimento em ações de preservação ambiental.
Após uma conversa com John Kerry, enviado especial do governo americano sobre o Clima, Marina afirmou que “os EUA estão ávidos em ter uma parceria cada vez mais forte na proteção das florestas”.
A representante do governo Lula na conferência explicou que sugeriu a participação dos Estados Unidos e não teve uma resposta definitiva, mas ouviu uma boa sinalização do representante de Joe Biden.
“A sinalização de que é importante aprofundar a cooperação, de que os EUA estão ávidos em ter uma parceria cada vez mais forte na proteção das florestas, com um esforço ainda maior, para que a gente busque alternativas que viabilizem o desenvolvimento econômico e social para os mais de 25 milhões de amazônidas.” (…)
Fonte: G1; foto: Tribuna da Imprensa
Dia Nacional do Cerrado
“O berço das águas”
O segundo maior bioma do Brasil é o Cerrado que cobre uma área de 2 milhões de km2, que corresponde a 204 milhões de hectares! Isso representa quase um quarto de toda a extensão territorial do país. Pra você ter uma ideia, um hectare, que mede 10.000 m2, equivale ao tamanho do gramado de um campo de futebol. Viu como é grande?
O bioma Cerrado é encontrado na parte mais central do País, incluindo os estados de Goiás, Tocantins, Maranhão, Piauí, Bahia, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, São Paulo e Distrito Federal. Mas com esse tamanho todo (mais de 200 milhões de campos de futebol!), ele está presente também em pequenas porções dos estados do Paraná, no sul do Brasil, e de Rondônia, na região Norte.
Lá, onde o bioma Amazônia é predominante, a gente ainda encontra áreas enormes de vegetação típica de Cerrado, nos estados do Amapá, Roraima, Amazonas e Pará. (…)
O Cerrado é a savana tropical mais rica do mundo, pois nele há cerca de 5% de toda a diversidade do planeta. O Cerrado abriga 30% dos diversos seres vivos identificados no nosso país.
Fonte: Portal Embrapa; foto: Um só Planeta – Globo; Página Calendário ecológico de GaiaNet.
Dia da Amazônia
O Dia da Amazônia é celebrado anualmente em 5 de setembro.
Esta data foi criada com o intuito de conscientizar as pessoas sobre a importância da maior floresta tropical do mundo e da sua biodiversidade para o planeta.
O dia escolhido faz referência a 5 de setembro de 1850, quando o Príncipe D. Pedro II decretou a criação da Província do Amazonas (atual Estado do Amazonas).
Não há muitos motivos para comemoração e sim para preocupação. A floresta amazônica atualmente está ameaçada pelos constantes desmatamentos ilegais, afetando diretamente a fauna e a flora da região, causando desequilíbrios e crises ambientais a nível global. (…)
Fonte: Calendarr Brasil; página Calendário ecológico de GaiaNet.
Alertas de desmatamento na Amazônia passam de 1 mil km² em abril e batem recorde para o período
Ambientalistas explicam que esta é a 1ª vez nas medições oficiais em que os alertas passam de 1 mil km² em abril, último mês do “inverno” amazônico, quando ritmo das motosserras é historicamente inferior.
Os alertas de desmatamento na Amazônia passaram de 1 mil km² em abril e bateram recorde para o período, de acordo com os dados do sistema de alertas do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), o Deter, divulgados nesta sexta-feira (6).
“Esta é a primeira vez na história do sistema Deter-B, do Inpe, que os alertas mensais de desmatamento ultrapassam 1 mil km² no mês de abril”, alerta o Observatório do Clima, rede de organizações e entidades especializada no monitoramento de temas do meio ambiente no Brasil.
Segundo o Observatório, o cenário é grave porque abril ainda é um mês de chuvas na Amazônia — o último do chamado “inverno” amazônico, quando o ritmo das motosserras naturalmente arrefece.
“Antes do governo Bolsonaro, era raro um dado mensal de alertas ultrapassar 1.000 km² até mesmo na estação seca”, complementa o Observatório do Clima. (…)
Fonte: G1; foto: Fundação Getúlio Vargas
Dia da Terra
Consequências da devastação das nascentes do Cerrado
O Cerrado é o segundo maior bioma do Brasil: são mais de 2 milhões de quilômetros quadrados espraiados por 12 estados. É também lar de uma imensa diversidade de vida: mais de 13 mil espécies de plantas, 850 de aves e 250 de mamíferos.
Está encarapitado sobre três dos principais aquíferos da América do Sul: o Guarani, o Bambuí e o Urucuia. A água que chove no Cerrado penetra o solo e fica armazenada na rocha porosa. É distribuída para o Brasil inteiro: estima-se que, em diferentes proporções, o Cerrado abasteça oito das 12 regiões hidrográficas do país. A água do subsolo ainda responde por cerca de 90% da vasão dos rios do bioma. (…)
Com frequência cada vez maior, a água que deveria penetrar o solo, para alimentar aquíferos e lençóis freáticos, escorre pela superfície e se evapora. (…) O fenômeno é consequência de um acelerado processo de desmatamento.
Fonte: Revista Época nº 979; 27 de março de 2017; Fronteiras ecológicas; Falta água, sobra pasto; páginas 70 e 71
Matéria editada originalmente em GaiaNet em 22 de setembro de 2017
Rui Iwersen
Se não cuidarem da caatinga dentro de pouco tempo o sertão vai virar um deserto só
Conselhos do Padre Cícero aos nordestinos
“Não toquem fogo no roçado, nem na caatinga; não cacem mais e deixem os bichos viverem; não criem boi e nem bode soltos; façam cercados e deixem o pasto descansar para se refazer; não plantem em serra acima; nem façam roçado em ladeira muito em pé; deixem o mato protegendo a terra para que a água não a arraste e não se perca a sua riqueza; façam uma cisterna no oitão de suas casas para guardar a água da chuva; represem os riachos de cem em cem metros, ainda que seja com pedra solta; plantem cada dia pelo menos um pé de algaroba, de caju, de sabia ou outra árvore qualquer, até que o sertão todo seja uma mata só; aprendam a tirar proveito das plantas da caatinga, como a maniçoba, a favela e a jurema; elas podem ajudar vocês a viverem com a seca.
Se o sertanejo obedecer a estes preceitos, a seca vai aos poucos se acabando, o gado melhorando e o povo terá sempre o que comer; mas, se não obedecer, dentro de pouco tempo o sertão vai virar um deserto só.”
ᴘᴀᴅʀᴇ ᴄɪᴄᴇʀᴏ ʀᴏᴍᴀᴏ ʙᴀᴘᴛɪsᴛᴀ – 1844/1934
Matéria enviada pela colaboradora de GaiaNet Janine Mara Alves de Florianópolis
#DesmatamentoNão
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#DesmatamentoNãoReflorestamentoSim
#FlorestaValeMaisEmPéDoQueQueimada
COP 26 nº 5
Novos detalhes da COP sobre desmatamento
A grande promessa de acabar com o desmatamento até 2030, anunciada por mais de 100 países, começou a tomar forma mais clara à medida que vários governos anunciaram compromissos concretos.
O Reino Unido disse que comprometeria mais de R$ 10 bilhões ao longo de cinco anos para apoiar a promessa, incluindo auxílio para florestas tropicais na Indonésia e a Amazônia. E Biden prometeu mais de R$ 50 bilhões em nome dos Estados Unidos.
“Este plano é o primeiro de seu tipo, adotando uma abordagem de todo o governo e trabalhando com o Congresso para empregar financiamento dos EUA até 2030 para conservar e restaurar nossas florestas e mobilizar mais bilhões de nossos parceiros”, disse um porta voz.
Fonte: CNN Brasil – Internacional
Rui Iwersen, médico planetário
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Desmatamento, mudanças ambientais e mudanças climáticas
A nuvem de poeira vista ontem nas cidades de Franca e Ribeirão Preto, no estado de São Paulo, pode retornar quando as chuvas de primavera acabarem, segundo análise de Pedro Cortês, professor do IEE/USP (Instituto de Energia e Ambiente da Universidade de São Paulo). O professor explicou que a nuvem que assustou moradores da região se formou pela combinação de “solo muito ressecado, sem umidade que retenha essa poeira na superfície e, quando vem a chuva, o vento tem poder de levantar essa poeira, porque tem circulação vertical intensa”, disse ao UOL News. (…)
“É difícil prever que isso vá acontecer em determinado dia, mas é possível caracterizar possibilidade caso persista a seca e tenhamos avanço de frente fria”, afirmou. Além disso, o professor ressaltou que os prognósticos climáticos não estão favoráveis para reverter o quadro de seca severa no estado. (…)
Ontem, enquanto a nuvem passava pelas cidades de São Paulo, internautas começaram a especular que o fenômeno estava sendo causado pelas mudanças climáticas, o que foi confirmado por Cortês. “Infelizmente há tendência de enfrentar outra seca extrema no futuro, essa é a terceira estiagem grave em São Paulo só nesse século, ou seja, em 20 anos”, falou o professor. (…)
O professor também chamou atenção para o risco de saúde de inalar partículas presentes naquela nuvem, que podem conter outros contaminantes, como restos das queimadas que ocorrem pelo estado. “Esse material fino tem acesso às vias mais profundas do sistema respiratório”, alertou. (…)
Fonte: UOL News; matéria enviada pelo colaborador de GaiaNet Jorge F. Schneider de Florianópolis; foto: Frisson Online
Síntese e título: Rui Iwersen
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A devastação crescente da Mata Atlântica
Desmatamento na Mata Atlântica aumenta 400%. Um dos principais biomas do Brasil, a Mata Atlântica, está, infelizmente, sendo cada vez mais devastado. Entre 2019 e 2020, a floresta, segundo a ONG SOS Mata Atlântica, perdeu uma área que equivale a dezoito mil campos de futebol — aumento de 400% em relação aos anos anteriores.
“O grande problema é a falta de governança e fiscalização”, disse o diretor da SOS Mata Atlântica, Luis Fernando Guedes Pinto. “Há uma consequência quando o governo federal dá sinais de que se pode desmatar”. Para o pesquisador Bernardo Strassburg, “quase toda a sua área original foi perdida”.
A atenção que o bioma recebe de especialistas e ambientalistas tem um motivo. A Mata Atlântica abriga vinte mil diferentes tipos de plantas e cerca de mil e trezentas espécies de animais.
Revista virtual Isto É, edição de 28 de maio de 2021, Meio Ambiente; foto: Instituto Socioambiental
Matéria enviada pela colaboradora de GaiaNet Shirley Albuquerque de Florianópolis
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Como a floresta vai para o chão
Ação coordenada (e ilegal) é responsável pela escalada de destruição da Amazônia:
DERRUBADA
Latifundiários e grileiros (que fraudam os títulos de propriedade das terras) contratam madeireiros para extrair as árvores de alto valor econômico da área que pretendem desmatar. Assim, “preparam o terreno” antes da destruição da floresta e ainda lucram com a venda da madeira.
CORRENTÃO
Dois tratores interligados por uma enorme corrente atuam em conjunto para derrubar o que sobrou da mata. Eles literalmente dão uma rasteira na floresta: o processo é tão violento que chega a arrancar algumas árvores pela raiz. É assim que a Amazônia morre.
SOL
Hora de ter um pouco de paciência e deixar a própria natureza fazer sua parte. Restos e tocos de vegetação secam ao sol por alguns meses durante a estação mais seca para que fiquem no ponto de queimar. Por sua alta umidade, a Amazônia não sofre com queimadas naturais.
FOGO
Responsáveis pelo desmatamento ilegal iniciam a queimada, que transforma a vegetação cortada em cinzas, permitindo que se plante soja ou capim naquele terreno que antes abrigava o verde das árvores. O fogo muitas vezes acaba invadindo áreas de conservação.
PECUÁRIA
Por fim, a maior floresta tropical do planeta dá lugar a pastagens para a criação de gado. A pecuária é, de longe, a grande responsável pela destruição da Amazônia: estima-se que esteja por trás de 65% do desmatamento do bioma no Brasil.
A. J. Oliveira e Bruna Scorsatto, Como a floresta vai para o chão?, revista Galileu, Edição 339, outubro de 2019, página 30; foto: BBC
#DesmatamentoNãoReflorestamentoSIM
Rui Iwersen, médico planetário, editor de GaiaNet
Possibilidades futuras da Floresta Amazônica
Mas não é como se tudo isso [o desmatamento da Floresta Amazônica] fosse uma situação nova com a qual o Brasil ainda não soubesse bem como lidar. Pelo contrário, já enfrentamos quadros bem piores na Amazônia e sabemos exatamente o que deve ser feito para reverter a destruição descontrolada da floresta. Prova disso foram os anos 2004 e 2005, que registraram os piores índices da história: em 2005, foram 27,4 mil quilômetros quadrados de floresta desmatada. Nos anos seguintes, entretanto, o governo federal implementou políticas públicas eficientes no combate ao desmatamento ilegal. Até 2014, o desmatamento havia despencado 75%. Estávamos caminhando para zerá-lo, mas a situação voltou a se deteriorar: 2018 foi o ano [até então] de maior desmatamento da década. e agora parece que estamos caminhando para trás. (…)
Nos primeiros meses do governo [de Jair Bolsonaro], o chanceler Ernesto Araújo extinguiu o departamento de mudanças climáticas no Itamaraty – não sem antes declarar publicamente que o aquecimento global é uma conspiração marxista. (…)
“Ou o governo inverte essas tendências ou o Brasil passará – como já está passando – de líder de um movimento que respeita o meio ambiente e os recursos naturais de nossos biomas para um dos párias ambientais do planeta”, afirma Carlos Nobre, um dos mais renomados especialistas brasileiros em estudos sobre o aquecimento global. (…)
[Carlos Nobre] É reconhecido internacionalmente por seus estudos sobre o ecossistema amazônico e seu papel na regulação do clima no Brasil e no mundo. Sua contribuição recente foi ter definido, ao lado do biólogo e ambientalista norte-americano Thomas Lovejoy, o chamado tipping point da Amazônia, espécie de “ponto de não retorno”.Como a floresta produz a própria chuva, se de 20 a 25% de sua área total for desmatada, a diminuição da umidade e o aumento da temperatura causarão uma transição irreversível no bioma. A maior floresta tropical do planeta vai, aos poucos, se transformar em uma savana, não tão diferente do Cerrado. (…)
A. J. Oliveira e Bruna Scorsatto, Uma nova Esperança, revista Galileu, Edição 339, outubro de 2019, página 30; foto: Catraca Livre.
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Rui Iwersen, médico planetário, editor de GaiaNet
Dia Mundial das Florestas
A importância das florestas para a vida e a saúde humanas
Como médico planetário, como se dizia o médico inglês James Lovelock, e como editor desde 2009 do blog ecológico GaiaNet, venho observando que Gaia está doente, e que seu desequilíbrio vem sendo causado por um de seus frutos, o Homo sapiens, a espécie animal que se tornou hegemônica no planeta e que não zela por seu berço e por seu lar.
Para refletirmos sobre nosso papel e nosso futuro no planeta, apresento alguns dados preocupantes sobre a relação Homem/natureza, especialmente sobre a relação humana com as florestas de Gaia e sobre a enorme possibilidade futura de novas viroses ou outras zoonoses.
Com esta preocupação sanitária e humanista, no dia 21 de março é celebrado o Dia Internacional das Florestas. Segundo o site Brasil Escola, citado na página Calendário Ecológico do blog GaiaNet, “para sensibilizar a população sobre a importância das florestas na manutenção dos ecossistemas e no desenvolvimento sustentável, a ONU criou o Dia Internacional das Florestas.”
Mas, com a destruição progressiva das florestas, os homens vem produzindo a desertificação do planeta e as mudanças climáticas, com o temível aquecimento global e as alterações dos ciclos das chuvas, tão importantes para a agricultura e para a saúde e o equilíbrio do Planeta.
Este processo não é somente atual e localizado. Segundo artigo publicado pelo site Conexão UFRJ e divulgado na página Florestas Brasileiras de GaiaNet, o início da atividade agrícola, há 10 mil anos, fixou o homem, tornando-o sedentário. Com o passar dos tempos, o sedentarismo aliado ao desenvolvimento tecnológico, sobretudo após a Revolução Industrial, permitiu que a população humana crescesse em ritmo exponencial. Consequentemente, os seres humanos passaram a ocupar, cada vez mais, áreas silvestres, as florestas, com o intuito de explorar seus recursos para fins econômicos, especialmente no contexto contemporâneo. Assim, os humanos avançaram sobre ecossistemas naturais, transformando-os e destruindo espécies vegetais e animais.
Uma maior exposição humana aos micro-organismos, as zoonoses, enfermidades naturalmente transmissíveis entre animais e humanos, têm aumentado nesse processo. O vírus SARS-CoV-2, supostamente oriundo de morcegos, é um exemplo do que, hoje, assola o mundo e impressiona por sua velocidade de transmissão, seu potencial de perdas humanas e pelo elevado nível de incertezas que traz consigo.
Vale lembrar que muitas florestas também constituem reservatórios de zoonoses e, portanto, os esforços para sua preservação ou uso sustentável devem ser respeitados, sob o risco de favorecer ocorrências futuras de novas epidemis, ou mesmo pandemias.
Segundo o médico francês Fhillipe Juvin, em entrevista para a revista época de 25 de janeiro de 2021, também citado em GaiaNet, o mundo subestima os perigos. Há provavelmente uma relação direta entre o desmatamento, principalmente na América do Sul, e o fato de que animais que viviam distantes dos humanos estejam, hoje, em contato com nossa espécie. Nos próximos anos, devemos prever novas transmissões de vírus de animais para nós. Devemos tirar também uma lição em relação ao meio ambiente nesta crise. Um grande artigo publicado na revista Science explica isso: “cientistas estimam entre 631 mil e 827 mil o número de vírus capazes de passar do animal ao homem se não dermos atenção à gestão do meio ambiente. Isso ainda não acabou.”
Segundo dados do Greenpeace, entidade defensora do planeta e de suas florestas, mais de mil árvores são derrubadas a cada minuto na Floresta Amazônica. Segundo esta ONG, além da destruição da floresta, a invasão coloca espécies da fauna e flora do Brasil em risco de extinção. Esta não é apenas uma ameaça para a Amazônia e para o povo brasileiro. Este é um golpe fatal na esperança de um futuro possível para toda a humanidade – uma batalha que não podemos perder.
Felizmente, o caminho escolhido pela humanidade é ainda reversível. Há alguns anos os cientistas, ao discutirem sobre colonização do Universo, refletem sobre uma técnica de produção, em outros planetas, de condições ambientais e climáticas semelhantes às de nosso planeta – a Terra Formação. Se esta técnica é possível em outros planetas, começando talvez do zero, pode ser útil para a reconstrução de nosso planeta. Bastaria começarmos por dois simples passos: acabar com o desmatamento e iniciar o reflorestamento das áreas desmatadas e/ou degradadas e sem necessidade imprescindível para a alimentação e para a existência humanas.
A foto deste artigo representa um excelente exemplo de reflorestamento urbano, executado por um grupo de voluntários de Florianópolis, do qual com muita honra participei nos anos 1990, e que hoje é um ambiente bonito e saudável para humanos, pássaros e outros animais – o Parque da Luz.
No Dia Internacional das Florestas, e para o nosso futuro, cabe entre os ecologistas e humanistas a seguinte palavra de ordem:
#DesmatamentoNãoReflorestamentoSIM
Rui Iwersen, médico planetário, editor de GaiaNet
Alerta à Humanidade nº 46
Cientistas estimam entre 631 mil e 827 mil o número de vírus capazes de passar do animal ao homem
- Para o senhor, o mundo não estava preparado para esta epidemia?
- O mundo subestima os perigos. Há provavelmente uma relação direta entre o desmatamento, principalmente na América do Sul, e o fato de que animais que viviam distantes dos humanos estejam, hoje, em contato. Nos próximos anos, devemos prever novas transmissões de vírus de animais para nós. Devemos tirar também uma lição em relação ao meio ambiente nesta crise. Um grande artigo publicado na revista Science explica isso: cientistas estimam entre 631 mil e 827 mil o número de vírus capazes de passar do animal ao homem se não dermos atenção à gestão do meio ambiente. Isso ainda não acabou.
Fhilippe Juvin, médico francês, diretor do Hospital Europeu Georges Pompidou em Paris; revista Época nº 1175, 25 de janeiro de 2021, página 35; foto: Climainfo
Rui Iwersen
Em Defesa da Ciência nº 24
O pai do Greenpeace
[Humboldt] O popstar viajante do século 19 escalou vulcões, foi ídolo de Darwin, fundou a ecologia e anteviu o aquecimento global. (…) Conheça o barão workaholic que explicou a natureza aos europeus.
(…) Hamboldt desembarcou aqui em 1799. Ficou deslumbrado com a natureza sul-americana. E preocupado também. No litoral da Venezuela percebeu que o desflorestamento para abrir espaço para a agricultura, acompanhado de drenagem dos córregos para irrigação, fazia o nível da água do lago Valência cair ano após ano.
Nos Llanos, uma savana similar ao cerrado brasileiro, Humboldt percebeu que palmeiras chamadas buritis são uma espécie-chave para o ecossistema: os frutos comestíveis atraem pássaros, a terra úmida nos troncos protege insetos e minhocas da aridez. Se elas fossem cortadas, tudo entraria em colapso.
Para um europeu do século 18, essas eram ideias radicais. Os contemporâneos de Humboldt pensavam que cortar árvores era essencial para que o ar se tornasse mais fresco e circulasse melhor. Alexis de Tocqueville disse que a ideia de um homem com um machado tornava bela a paisagem do EUA.
O conde de Buffon descrevia florestas como ambientes decrépitos e úmidos, que precisavam ser subjugados por jardins, hortas e pasto. (…)
Humboldt – ilustre desconhecido, Super Interessante, edição 422, dezembro de 2020, páginas 54 e 57; foto: Revista Pesquisa Fapesp
Rui Iwersen
A ciência confirma novamente a importância da restauração da Mata Atlântica
Confirmando outros estudos, os resultados de estudo publicado na Nature apontam a Mata Atlântica entre os biomas de maior prioridade para a restauração no mundo
Um estudo internacional liderado pelo pesquisador brasileiro Bernardo Strassburg e publicado na renomada revista Nature chamou a atenção novamente para a restauração de ecossistemas. A partir de uma sofisticada modelagem matemática planetária, ele identificou as áreas prioritárias para a restauração que combinam a conservação da biodiversidade, a mitigação de mudanças climáticas e os custos para a recuperação dos ecossistemas.
A pesquisa apontou que a restauração de 30% das áreas prioritárias do mundo evitaria a extinção de 71% das espécies ameaçadas, sequestraria 49% do aumento total de carbono na atmosfera desde a revolução industrial e reduziria 41% dos custos. O cenário que otimiza aspectos ambientais e econômicos poderia alcançar uma relação custo-benefício de até treze vezes, principalmente se incluir vários biomas da Terra.
Além de ciência, não faltam acordos, compromissos e políticas para acelerar a restauração da Mata Atlântica e de outros biomas no Brasil e no mundo. A Assembleia Geral das Nações Unidas declarou o período de 2021 a 2030 como a Década da ONU sobre Restauração de Ecossistemas. O Desafio de Bonn definiu a meta de restaurar 350 milhões de hectares de ecossistemas degradados até 2030, com a adesão de diversos países, governos locais e empresas. (…)
Fonte: Fundação SOS Mata Atlântica; foto: CicloVivo
Pantanal: antes de fechar o mês, outubro tem recorde de queimadas
Foram registrados 2.825 focos de incêndio até esta quinta-feira (29/10), maior acumulado para o mês no histórico dos levantamentos
Mesmo antes de terminar, outubro de 2020 já bateu recorde histórico de queimadas no Pantanal para o mês. Segundo levantamento do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), o bioma registrou, até quinta-feira (29/10), 2.825 focos de incêndio, um aumento de 16% em relação a outubro de 2019. Esta é a pior marca para o mês desde que o instituto passou a monitorar as chamas nos biomas brasileiros, em 1998.
Até então, o maior acumulado de incêndio no Pantanal em outubro tinha sido em 2002, quando foram somados 2.761 focos. Os números seguem a tendência de recordes do ano. Com 8.106 registros, setembro deste ano foi o mês em que mais o Pantanal queimou na comparação com todos os outros meses do ano na história do levantamento.
O alerta de que o bioma sofreria uma das piores perdas foi evidenciado em julho, que também extrapolou o máximo de registros até então, somando 1.684 focos. Já agosto de 2020, que somou 5.935 incêndios, só não superou a marca de 2005, quando o fogo atingiu 5.993 pontos. (…)
Fonte: Correio Braziliense
Incêndios Florestais – o que é e o que os causa
Incêndio Florestal é o fogo sem controle que incide sobre qualquer forma de vegetação, podendo tanto ser provocado pelo homem quanto por uma causa natural. Os incêndios florestais, também conhecidos como incêndios rurais, acontecem com frequência no período de estiagem, compreendido entre os meses de julho a outubro.
Principais causas do fogo na vegetação
Analfabetismo ambiental – expressa o desconhecimento sobre os sistemas, as inter-relações e interdependências dos processos que asseguram a vida na Terra.
Acidentais / Incidentais – fogueiras mal apagadas, re-ignição, queda de balões, efeito lupa (raios solares convergem para um ponto após atravessar cacos de vidro, criando um foco de luz com muito calor), dentre outras.
Culturais / Comportamentais – velas acesas deixadas em rituais religiosos, vandalismo, utilização do fogo para caça (ainda usado por alguns povos), etc.
Expansão das áreas rurais – desmatamentos e estabelecimento de mais áreas rurais, renovação de pastagens e o desconhecimento das técnicas de prevenção e dos fatores que influenciam o comportamento do fogo durante a prática de queimadas.
Fenômenos naturais – alguns incêndios florestais são iniciados por raios, representando cerca de 11% das ocorrências de fogo na vegetação.
Extrativismo – por descuidos, fogueiras mal apagadas durante as atividades de exploração dos recursos naturais (caça, pesca, retirada de madeira, coleta de frutos), terminam causando incêndios florestais.
Fonte: Portal São Francisco; foto: Voovirtual
Queimadas no Pantanal têm pior cenário em 22 anos, diz Inpe
Dados do Inpe mostram que, desde janeiro deste ano, bioma teve maior área queimada e maior quantidade de focos de incêndio.
(…) O cenário é grave, tendo em vista que em 16 de julho o governo federal publicou um decreto que proíbe queimadas no Pantanal e na Amazônia por 120 dias. A ação foi uma tentativa de resposta da União a empresários e investidores do Brasil e do exterior que passaram a cobrar de forma mais enfática uma ação por parte do governo para frear o desmatamento e as queimadas no país, em especial na Amazônia Legal (que engloba nove estados).
Especialistas apontam que a redução do volume de chuvas colaborou com o cenário: sem a cheia tradicional do começo do ano no Pantanal, a vegetação ficou bem mais seca, favorecendo as queimadas. Coordenador técnico do MapBiomas, que trabalha em parceria com a ONG SOS Pantanal, Marcos Rosa pondera que existem ciclos climáticos naturais com secas ou chuvas maiores. “A maior preocupação é que a seca que ocorreu neste ano seja o começo de um novo padrão”, diz. (…)
Para evitar novas queimadas de grandes proporções, há ações em três níveis que podem ser adotadas, segundo ele. A primeira é manter o uso tradicional da pastagem natural. “Ação que conserva tanto a vegetação, quanto a cultura do pantaneiro”, pontua Rosa. A segunda é a preservação das matas dos rios que desaguam no Pantanal. Elas funcionam como um filtro dos sedimentos. Sem elas, os rios do bioma ficam mais rasos, inundando áreas que antes ficavam secas. A terceira é a preservação da Amazônia, pois regula o regime hídrico — incluindo de chuvas — de todo o caminho até o Sudeste. (…)
Fonte: O Estado de Minas Nacional; foto: Campo Grande News
Pesquisadores ligam as queimadas no Pantanal ao desmatamento da Amazônia
É da Floresta Amazônica que vem a maior parte da umidade que alimenta o Pantanal, explicam pesquisadores.
Em Mato Grosso do Sul, pesquisadores identificam o desmatamento na Amazônia como um dos principais fatores nos incêndios no Pantanal.
O helicóptero da Marinha lança mais água sobre as chamas. O incêndio está longe de acabar. Em terra, as equipes reviram o solo para evitar o ressurgimento de focos. O horizonte esfumaçado e o Rio Paraguai com o nível de água muito abaixo do normal para essa época preocupam e muito os pesquisadores.
“Essa baixa quantidade de chuvas fez com que nós tivéssemos, este ano, a menor cheia dos últimos 47 anos. E, segundo as nossas estimativas, é bem provável que nós teremos também a maior seca desse mesmo período”, avalia Carlos Padovani, da Embrapa.
(…) E aí que está o problema: com muito fogo, muita fumaça e muito calor, não acontece a evaporação e não tem aquela umidade que fica no ar para formar as nuvens de chuva. E, por isso, continua cada vez pior a seca extrema.
A explicação dos pesquisadores pode estar também na devastação da Floresta Amazônica, porque é de lá que vem a maior parte da umidade que alimenta o Pantanal. A floresta lança no ar a umidade que é levada pelas correntes até esbarrar na Cordilheira do Andes. Volta, então, distribuindo chuva para toda uma região que vai até o Sul do Brasil. Quando esse maciço verde começa a ser fragmentado, não lança tanta umidade assim e falta chuva no Centro-Oeste. (…)
Fonte: G1, Jornal Nacional; foto: IstoÉ
Enquanto se pensa, com razão, na Amazônia…
Consequências da devastação das nascentes do Cerrado
O Cerrado é o segundo maior bioma do Brasil: são mais de 2 milhões de quilômetros quadrados espraiados por 12 estados. É também lar de uma imensa diversidade de vida: mais de 13 mil espécies de plantas, 850 de aves e 250 de mamíferos.
Está encarapitado sobre três dos principais aquíferos da América do Sul: o Guarani, o Bambuí e o Urucuia. A água que chove no Cerrado penetra o solo e fica armazenada na rocha porosa. É distribuída para o Brasil inteiro: estima-se que, em diferentes proporções, o Cerrado abasteça oito das 12 regiões hidrográficas do país. A água do subsolo ainda responde por cerca de 90% da vasão dos rios do bioma. (…)
Com frequência cada vez maior, a água que deveria penetrar o solo, para alimentar aquíferos e lençóis freáticos, escorre pela superfície e se evapora. (…) O fenômeno é consequência de um acelerado processo de desmatamento.
Fonte: Revista Época nº 979; 27 de março de 2017; Fronteiras ecológicas; Falta água, sobra pasto; páginas 70 e 71
Matéria editada originalmente em GaiaNet em 22 de setembro de 2017
Rui Iwersen
As possíveis origens do Coronavírus
Morcego Ferradura, provável fonte do Coronavírus
Ainda não há conclusões sobre como o novo coronavírus pulou de animais para seres humanos. Uma das hipóteses é que tenha sido em um mercado de alimentos em Wuhan, na China, o que fez com que muitos defendessem o fechamento de mercados do tipo, com venda de animais vivos e silvestres. Há outras hipóteses correntes.
“Nós estamos negligenciando o cenário maior”, diz à BBC News Brasil o ecologista especializado em doenças Richard Ostfeld, do Cary Institute of Ecosystem Studies, nos Estados Unidos.
“Tivemos alguns exemplos de surgimento de doenças nesses mercados com animais selvagens, como a Sars. E é importante entender que essas atividades humanas de agrupamentos estranhos de espécies que nunca ocorrem juntas na natureza influenciam esses eventos. Mas há outras maneiras pelas quais nossas atividades humanas podem facilitar o surgimento ou transmissão de doenças, como o desmatamento, a abertura de terra para agricultura, entre outros. Isso não pode ser esquecido.”
Da BBC News Brasil em Londres; foto: UOL Notícias
Matéria enviada pela colaboradora Shirley Albuquerque
Veja mais…
- Published in Informação Ecológica
Saúde ambiental
Nesta página apresento informações e reflexões sobre as condições de saúde da Terra e de seus habitantes, um planeta doente, com solo contaminado e em processo de desertificação, e com rios, lagos, mares e atmosfera poluídos e insalubres.
26 de março de 2024
Saúde do Planeta nº 36
74% das emissões do Brasil em 2018 estavam relacionadas à agropecuária
Diante das mudanças climáticas, o Brasil tem um desafio que é também uma oportunidade: adaptar seu modelo de agropecuária e, de quebra, cuidar do meio ambiente.
Três quartos das emissões brasileiras estão relacionadas à agropecuária, principalmente pelo desmatamento gerado para a abertura de novas produções.
Industria, energia (especialmente transporte rodoviário) e resíduos completam essa conta.
Fonte: Galileu, edição 329, dezembro de 2018, O país do futuro, páginas 24 e 25; foto: Aprova Total.
Rui Iwersen, editor de GaiaNet.
Biodiversidade nº 11
O cérebro humano possui 3.300 tipos de células, 86 bilhões de neurônios e 84 bilhões de outras células
3.300 tipos de células estão presentes no cérebro humano, segundo o Brain Cell Census: um projeto de 375 milhões de dólares que foi iniciado em 2017 pelo National Institutes of Health (NIH), do governo americano, e agora publicou seus primeiros resultados.
A complexidade surpreendeu os cientistas – até então, acreditava-se que o cérebro tivesse algumas centenas de tipos de células, não milhares. Além dos neurônios, 86 bilhões deles, o órgão também possui 84 bilhões de outras células, que desempenham diversas funções.
Super Interessante, edição 457, novembro de 2023, Supernovas, página 13; foto: Microsoft Bing.
Rui Iwersen, editor de GaiaNet.
Série de GaiaNet nº 21
1501 – O Brasil depois de Cabral nº 28
As informações a respeito da existência de grandes cidades e impérios do outro lado das montanhas eram vagas e desencontradas
É claro que existiam Estados nas Américas pré-colombianas, mas eles estavam concentrados no México, na América Central e nos Andes. Mais importante ainda, não havia, até onde sabemos, nenhuma conexão diplomática ou política “em tempo real” entre essas entidades estatais. (…)
Do mesmo modo, embora as sociedades indígenas da Amazônia estivessem envolvidas em complexas redes de comércio de longa distância com seus vizinhos andinos a oeste da floresta, as informações que os membros das chefias amazônicas tinham a respeito da existência de grandes cidades e impérios do outro lado das montanhas eram vagas e desencontradas, e ficavam ainda mais genéricas e fantasiosas quando fornecidas pelos grupos Tupi e Guarani do litoral.
Reinaldo José Lopes, 1499 – O Brasil antes de Cabral, Epílogo – Por que o Brasil pré-histórico foi derrotado, Editora Harper Collins, páginas 222 e 223; foto: Zarpo Magazine.
Rui Iwersen, editor de GaiaNet.
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Saúde do Planeta nº 35
Um aumento de 4ºC da temperatura seria suficiente para arrasar a floresta amazônica, transformando-a em cerrado ou deserto
Assim como na superfície do oceano, os organismos podem gostar de calor, mas as propriedades da água impõem um limite de crescimento.
Richard Betts, do Hadley Center, mostrou como as grandes florestas úmidas tropicais superam, em certo grau, essa limitação adaptando-se ao seu meio ambiente quente para conseguir reciclar água. O ecossistema faz isso sustentando as nuvens e a chuva sobre a copa da floresta, mas essa capacidade é limitada.
Ele e Peter Cox afirmam que um aumento de 4ºC da temperatura seria suficiente para arrasar a floresta amazônica, transformando-a em cerrado ou deserto. Este aumento poderia decorrer em parte das consequências locais de evaporação mais rápida da chuva, mas também de mudanças globais nos padrões de vento em um mundo 4ºC mais quente.
James Lovelock, A Vingança de Gaia, Editora Intrínseca, 2006, página 39; foto: PrePara Enem.
Rui Iwersen, editor de GaiaNet.
Biodiversidade nº 10
A importância da biodiversidade brasileira
“O Brasil é o país com a maior biodiversidade do mundo.”
Jornal Hoje, 8 de dezembro de 2023; foto: Acembra Sincep News.
Rui Iwersen, editor de GaiaNet.
Colapsos – Série de GaiaNet nº 22
Colapso nº 11 – Entrevista com Jared Diamond
A chance de um colapso é basicamente 100% se continuarmos a adotar nosso estilo de vida atual
Será que a sociedade atual pode ter o mesmo destino de civilizações como a da Ilha de Páscoa, varrida do mapa por suas atitudes pouco sábias? A resposta, segundo o biogeógrafo americano Jared Diamond, é sim.
E a chance é basicamente 100% se continuarmos a adotar nosso estilo de vida atual, que une destruição dos recursos naturais, mudanças bruscas no clima e fatores políticos, econômicos e sociais que dificultam ou impedem a solução de questões ambientais.
Super Interessante, Edição Especial, Apocalipse – O fim do mundo, Edição 291-A, maio de 2011, página 66; foto: Universo Racionalista.
Rui Iwersen, editor de GaiaNet.
Série de GaiaNet nº 21
1501 – O Brasil depois de Cabral nº 27
A diferença crucial foi a ausência de Estado centralizado entre os nativos brasileiros
Em última instância, entretanto, as diferenças de potencial tecnológico e bélico entre os ameríndios brasileiros e os invasores europeus começam a parecer relativamente desimportantes diante da principal distinção entre os dois tipos de sociedade: a presença de Estados politicamente centralizados do lado leste do Atlântico versus a ausência desse tipo de entidade política por aqui.
É claro que existiam Estados nas Américas pré-colombianas, mas eles estavam concentrados no México, na América Central e nos Andes. Mais importante ainda, não havia, até onde sabemos, nenhuma conexão diplomática ou política “em tempo real” entre essas entidades estatais.
Reinaldo José Lopes, 1499 – O Brasil antes de Cabral, Epílogo – Por que o Brasil pré-histórico foi derrotado, Editora Harper Collins, página 222; foto: Aventuras da História.
Rui Iwersen, médico, editor de GaiaNet.
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Biodiversidade nº 9
Abelhas, uma “sociedade de classes”
Uma colmeia tem [cerca de] 50 mil abelhas, organizadas em três categorias de indivíduo – com características e obrigações diferentes.
Trabalhadoras
São fêmeas e fazem todo o trabalho. Vivem 45 dias. (…)
Zangões (drones)
São machos e bem menos numerosos: há 1 deles para cada 100 trabalhadoras. Sua função é reprodutiva, acasalar com a abelha rainha. (…) Vivem 80 dias.
Rainha
É bem maior do que as outras, porque recebeu a “geleia real”. (…) Acasala com vários zangões para fertilizar seus ovos, que produz em grande quantidade: 1500 por dia. Vivem até 7 anos.
Super Interessante, Edição 459, janeiro 2024, A inteligência das abelhas, página 35. Foto: UPF/Universidade de Passo Fundo.
Rui Iwersen, editor de GaiaNet.
Colapsos – Série de GaiaNet nº 22
Colapso nº 10 – Entrevista com Jared Diamond
A humanidade, tal como a conhecemos, caminha para o colapso
Para Jared Diamond, biogeógrafo americano que estuda a ascensão e queda das civilizações, o futuro da humanidade, tal como a conhecemos, caminha para o colapso.
Para evitar ou reduzir o aquecimento global e a escassez de recursos naturais é necessário mudar completamente nosso modo de vida.
Super Interessante, Edição Especial, Apocalipse – O fim do mundo, Edição 291-A, maio de 2011, página 65; foto: HipeScience.
Rui Iwersen, editor de GaiaNet.
Saúde do Planeta nº 34
Quando se trata de previsão do clima, é preciso conhecer a natureza da superfície da terra
Mas, quando se trata de previsão do clima, não basta considerar apenas a física da atmosfera. É preciso levar em conta como o oceano armazena calor e dióxido de carbono, e a dinâmica de suas trocas com a atmosfera. É preciso também conhecer a natureza da superfície da terra – se está ou não coberta de neve faz uma enorme diferença, por exemplo.
As florestas agora conhecidas não são áreas passivas em um mapa, com propriedades climáticas fixas, mas protagonistas vivos do sistema climático. O mesmo acontece com a superfície do oceano e os organismos que vivem nele. As nuvens e partículas de poeira suspensas no ar também exercem um efeito poderoso sobre o clima.
Para levar em conta o grande número de variáveis, precisamos de um computador grande.
James Lovelock, A Vingança de Gaia, Editora Intrínseca, 2006, página 57; foto: Geolnova.
Rui Iwersen, editor de GaiaNet.
Série de GaiaNet nº 21
1501 – O Brasil depois de Cabral nº 26
As armas e armaduras de metal europeias fizeram a diferença nos conflitos com os indígenas
O que talvez tenha feito uma diferença significativa [entre os indígenas e os europeus] do ponto de vista do equipamento bélico foi a presença de armas e armaduras de metal do lado ibérico do conflito.
Embora até as armaduras europeias pudessem ser atravessadas pelas flechas dos Tupinambá de vez em quando, conforme relato de cronistas, é difícil imaginar que a maioria dos confrontos não tenha mostrado a superioridade do aço das espadas, lanças e capacetes do Velho Mundo no combate corpo a corpo.
Os próprios Tupinambá do Maranhão teriam reconhecido esse fato, segundo o frade capuchinho Claude D’Abbeville, ao contarem a seus aliados franceses uma narrativa da criação das diferentes raças humanas na qual as armas metálicas desempenham um papel-chave.
Reinaldo José Lopes, 1499 – O Brasil antes de Cabral, Epílogo – Por que o Brasil pré-histórico foi derrotado, Editora Harper Collins, páginas 221 e 222; foto: 123RF.
Rui Iwersen, médico, editor de GaiaNet.
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Biodiversidade nº 8
No Brasil existem cerca de 170 milhões de animais domésticos
- O Brasil ocupa o 3º lugar no mundo em número de animais domésticos.
- No Brasil existem cerca de 170 milhões de animais domésticos, especialmente cachorros e gatos.
Fonte: Globo News; foto: O Imparcial.
Rui Iwersen, editor de GaiaNet.
Colapsos – Série de GaiaNet nº 22
Colapso nº 9 – Ocaso da Groenlândia Nórdica
A sociedade nórdica desapareceu da Groenlândia em 1400
A turfa – vegetal musgoso que recobre o solo – passou a substituir a madeira nas casas e nas fogueiras. Sem essa “pele” natural, a erosão e os ventos deixaram o solo fraco e pouco produtivo. O metal começou a ser reaproveitado até perder a utilidade. Colher feno, esquartejar uma carcaça ou tosquiar uma ovelha passaram a ter grande grau de dificuldade.
Enquanto isso, do lado “não explorado” da Groenlândia, os inuits (esquimós) pescavam baleias e focas, usavam gordura de baleia para se aquecer e faziam suas casas de gelo, de acordo com Jared Diamond no livro Colapso.
O bloqueio cultural dos colonizadores os impediu de se aproximar do grau de adaptação dos inuits, e a sociedade viking definhou. Vacas, cabras e até cães de caça foram comidos. As pessoas morreram de frio e fome. A sociedade nórdica desapareceu da Groenlândia em 1400.
Super Interessante, Edição Especial, Apocalipse – O fim do mundo, Edição 291-A, maio de 2011, página 63; foto: Mar Sem Fim.
Rui Iwersen, editor de GaiaNet.
Saúde do Planeta nº 33
Gaia, como o camelo, tem diversos estados estáveis, de modo a poder acomodar-se ao ambiente interno e externo mutável
Há pouco tempo, ao me dar conta do aquecimento global, pensei na Terra mais como um camelo. Os camelos, ao contrário da maioria dos animais, regulam a temperatura corporal em dois estados diferentes, mas estáveis.
Durante o dia no deserto, quando faz um calor insuportável, os camelos a regulam perto de 40ºC, temperatura bem próxima daquela do ar para não precisarem esfriar o corpo suando água preciosa. À noite o deserto é frio, podendo até provocar geada. O camelo perderia muito calor se tentasse permanecer em 40º; assim, ele muda a regulação para uma temperatura mais adequada de 34ºC, que é quente o bastante.
Gaia, como o camelo, tem diversos estados estáveis, de modo a poder acomodar-se ao ambiente interno e externo mutável. Na maior parte do tempo, as coisas permanecem estáveis, como aconteceu nos últimos milhares de anos antes da virada para o século XX. Quando o forçamento é forte demais, para o calor ou o frio, Gaia, à semelhança de um camelo, passa para um novo estado estável mais fácil de manter. Ela está na iminência de fazer isso agora [2006].
James Lovelock, A Vingança de Gaia, Editora Intrínseca, 2006, página 28; foto: Olhar Digital.
Rui Iwersen, editor de GaiaNet.
Série de GaiaNet nº 21
1501 – O Brasil depois de Cabral nº 25
As armas de fogo do começo do século XVI tendiam a ter principalmente um efeito moral, causando pânico nas fileiras indígenas
Talvez você esteja estranhando o que parece ser uma ênfase exagerada nos aspectos microbiológicos do sucesso europeu nas Américas, bem como a falta de uma menção aos aspectos tecnológicos dessa vitória, em especial do ponto de vista militar. É óbvio que armas de fogo e navios de guerra inevitavelmente criaram um contexto de superioridade bélica avassaladora de portugueses e espanhóis, certo? Bem, mais ou menos.
É preciso considerar, antes de mais nada, que a tecnologia militar baseada na pólvora não era exatamente uma maravilha por volta do ano 1500. Pesadas, complicadas, difíceis de carregar, as armas de fogo do começo do século XVI tendiam a ter principalmente um efeito moral, causando pânico nas fileiras indígenas, sem que houvesse um impacto tão consistente assim contra grupos acostumados ao estampido e ao cheiro da pólvora, ou que conseguissem manter mobilidade suficiente para escapar dos tiros desferidos após o processo relativamente moroso de carregar e disparar canhões e arcabuzes.
Reinaldo José Lopes, 1499 – O Brasil antes de Cabral, Epílogo – Por que o Brasil pré-histórico foi derrotado, Editora Harper Collins, página 220; foto: Superinteressante.
Rui Iwersen, médico, editor de GaiaNet.
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Biodiversidade nº 7
As vacinas oferecem proteção para mais de 30 doenças
Por ano, a vacina previne 3 milhões de mortes ao redor do mundo, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), e oferece proteção para mais de 30 doenças.
Super Interessante, Edição 408, outubro 2019, página 61, A saga das vacinas; foto: Governo do Estado do Ceará.
Rui Iwersen, médico, editor de GaiaNet.
Colapsos – Série de GaiaNet nº 22
Colapso nº 8 – Ocaso da Groenlândia Nórdica
Além das construções, os nórdicos usavam lenha e carvão para fundir metal e para aquecer água; e a madeira acabou de vez
As menores alterações no clima eram suficientes para afetar as pastagens de feno e a quantidade de gelo no mar, o que influía diretamente na caça às focas e nas atividades comerciais da pequena civilização. E o tempo foi esfriando cada vez mais, a ponto de isolar a ilha.
A madeira, já escassa, acabou de vez. Além das construções, os nórdicos usavam lenha e carvão para fundir metal e para aquecer água.
A turfa – vegetal musgoso que recobre o solo – passou a substituir a madeira nas casas e nas fogueiras. Sem essa “pele” natural, a erosão e os ventos deixaram o solo fraco e pouco produtivo.
Super Interessante, Edição Especial, Apocalipse – O fim do mundo, Edição 291-A, maio de 2011, página 63; foto: Livros Vikings.
Rui Iwersen, editor de GaiaNet.
Saúde do Planeta nº 32
Temos de assegurar que as cidades estejam adequadamente defendidas para os estágios iniciais da guerra climática
Sem perder de vista a escala global do perigo, as nações individuais precisam pensar em maneiras de salvar a si mesmas, bem como o mundo. (…) Não se trata de chauvinismo nem egoísmo: talvez seja a forma mais rápida de assegurar que cada vez mais países, movidos por seus interesses próprios, atuem localmente sobre a mudança global.
(…) precisamos agir agora como se estivéssemos prestes a ser atacados por um inimigo poderoso. Primeiro temos que assegurar nossas defesas contra a mudança climática, antes que o ataque comece. Os locais mais vulneráveis são as cidades próximas do nível do mar agora (…)
Antes de tudo temos de assegurar que estejam adequadamente defendidas para os estágios iniciais da guerra climática e, depois, estar preparados para evacuá-las, de forma ordeira, quando as enchentes avançarem. Uma vez que a Terra comece a passar rapidamente para seu novo estado mais quente, a mudança climática por certo tumultuará o mundo político e comercial. As importações de alimentos, combustível e matérias-primas ficarão cada vez mais difíceis, à medida que os fornecedores em outras regiões forem assolados por secas e enchentes.
James Lovelock, A Vingança de Gaia, Editora Intrínseca, 2006, página 25; foto: Portal Ambiente Legal.
Rui Iwersen, editor de GaiaNet.
Série de GaiaNet nº 21
1501 – O Brasil depois de Cabral nº 24
Aedes aegypti, o inimigo número um da saúde pública brasileira, é uma espécie africana
Além das doenças tipicamente eurasiáticas, moléstias tropicais africanas, que chegaram até aqui por causa da conexão entre a costa brasileira e o tráfico de escravos na África, também devem ter tido um impacto considerável sobre a demografia indígena.
Sei que parece difícil conceber isso hoje, mas houve um tempo em que não havia um único exemplar de [mosquito] Aedes aegypti no Rio de Janeiro, já que o inimigo número um da saúde pública brasileira é uma espécie africana, e os surtos de febre amarela nas Américas (originalmente a principal doença transmitida pela criaturinha) só começaram no século XVII. O mesmo vale para a malária e seus vetores, os mosquitos do gênero Anopheles.
Em suma, as enfermidades tropicais que frequentemente aterrorizavam (e aterrorizam) os europeus em visita ao Brasil são, com frequência, doenças africanas.
Reinaldo José Lopes, 1499 – O Brasil antes de Cabral, Epílogo – Por que o Brasil pré-histórico foi derrotado, Editora Harper Collins, páginas 219 e 220; foto: Toda Matéria.
Rui Iwersen, médico, editor de GaiaNet.
#OBrasilDepoisdeCabral
#SériedeGaiaNet
#IndígenasdoBrasil
#PovosOriginários
Em Defesa da Ciência nº 32
A dopamina não tem a ver com prazer, e sim, com a antecipação do prazer
O animal [um macaco] foi treinado para saber que, quando a luz da jaula acendia, ele tinha que pressionar uma alavanca dez vezes para ganhar comida. E outras dez vezes para ganhar mais.
[O biólogo Robert] Sapolsky acreditava que o nível de dopamina no cérebro do macaco aumentaria quando ele recebesse a recompensa. Mas, na verdade, isso acontecia antes: quando o macaco via a luz acender. “A dopamina não tem a ver com prazer, e sim, com a antecipação do prazer”, declarou Sapolsky, ao comentar o resultado.Super Interessante, Smartphone: o novo cigarro, Edição 408, outubro 2019, página 26; foto: Mega Curioso.
Rui Iwersen, médico psiquiatra, editor de GaiaNet.
- Published in Informação Ecológica
Músicas ecológicas
Nesta página apresento, com som, letra, imagem e informações sobre a música, o autor e o interprete, músicas consideradas ecológicas por GaiaNet, isto é, músicas com mensagens sobre o meio ambiente natural, social e cultural.
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Alô Alô Marciano
| Rita Lee – 1980 |
Nesta música Rita Lee envia uma mensagem a um possível extra terrestre e fala da Terra e da humanidade: “aqui quem fala é da Terra, pra variar estamos em guerra, você não imagina a loucura, o ser humano tá na maior fissura, porque…”
ALÔ ALÔ MARCIANO
Alô, alô, marciano
Aqui quem fala é da Terra
Pra variar estamos em guerra
Você não imagina a loucura
O ser humano tá na maior fissura porque
Tá cada vez mais down the high society
Down, down, down
The high society
Down, down, down
The high society
Down, down, down
The high society
Down, down, down
Alô, alô, marciano
A crise tá virando zona
Cada um por si todo mundo na lona
E lá se foi a mordomia
Tem muito rei aí pedindo alforria porque
Tá cada vez mais down the high society
Down, down, down
The high society
Down, down, down
The high society
Down, down, down
The high society
Down, down, down
Alô, alô, marciano
A coisa tá ficando ruça
Muita patrulha, muita bagunça
O muro começou a pichar
Tem sempre um aiatolá pra atola, Alá
Tá cada vez mais down the high society
Down, down, down
The high society
Down, down, down
The high society
Down, down, down
The high society
Down, down, down
Alô, alô, marciano
Aqui quem fala é da Terra
Pra variar estamos em guerra
Você não imagina a loucura
O ser humano tá na maior fissura porque
Tá cada vez mais down the high society
Down, down, down
The high society
Down, down, down
The high society
Ui, gente fina é outra coisa, entende?
Down, down, down
High society
Down, down, down, down, down
High society
Hoje não se fazem mais countries como antigamente, não é?
High society, high society, high society, high society
Down, down, down
High society
Down, down, down, down down
High society
Ai que chique é o jazz, meu Deus
Down, down, down
High society
Down, down, down
Ah, Deus
Amazônia
| Roberto Carlos – 1989 |
Nesta música Roberto Carlos fala da “Amazônia, insônia do mundo”, descrevendo uma selva de enganos, uma selva ferida, uma incerteza no futuro devido a absurdos contra o destino da vida; tolices fatais.
AMAZÔNIA
Tanto amor perdido no mundo
Verdadeira selva de enganos
A visão cruel e deserta
De um futuro de poucos ano
sSangue verde derramado
O solo manchado
Feridas na selva
A lei do machado
Avalanches de desatinos
Numa ambição desmedida
Absurdos contra os destinos
De tantas fontes de vida
Quanta falta de juízo
Tolices fatais
Quem desmata, mata
Não sabe o que faz
Como dormir e sonhar
Quando a fumaça no ar
Arde nos olhos
De quem pode ver
Terríveis sinais
De alerta
Desperta
Pra selva viver
Amazônia, insônia do mundo
Amazônia, insônia do mundo
Todos os gigantes tombados
Deram suas folhas ao vento
Folhas são bilhetes deixados
Aos homens do nosso tempo
Quantos anjos queridos
Guerreiros de fato
De morte feridos
Caídos no mato
Como dormir e sonhar
Quando a fumaça no ar
Arde nos olhos
De quem pode ver
Terríveis sinais
De alerta
Desperta
Pra selva viver
Amazônia, insônia do mundo
Amazônia, insônia do mundo
A Novidade
| Bi Ribeiro – Gilberto Gil – Herbert Vianna – Joao Barone – 2012 |
Nesta música os autores descrevem um “mundo tão desigual, de um lado este carnaval, do outro a fome total”.
A NOVIDADE
A novidade veio dar à praia
Na qualidade rara de sereia
Metade, o busto de uma deusa maia
Metade, um grande rabo de baleia
A novidade era o máximo
Do paradoxo estendido na areia
Alguns a desejar seus beijos de deusa
Outros a desejar seu rabo pra ceia
Ó, mundo tão desigual
Tudo é tão desigual
Uo-o-o-o-o-o
Ó, de um lado este carnaval
Do outro a fome total
Uo-o-o-o-o-o
E a novidade que seria um sonho
O milagre risonho da sereia
Virava um pesadelo tão medonho
Ali naquela praia, ali na areia
A novidade era a guerra
Entre o feliz poeta e o esfomeado
Estraçalhando uma sereia bonita
Despedaçando o sonho pra cada lado
Ó, mundo tão desigual
Tudo é tão desigual
Uo-o-o-o-o-o
Ó, de um lado esse carnaval
Do outro a fome total
Uo-o-o-o-o-o
As baleias
| Roberto Carlos & Erasmo Carlos, 1981 |
Os autores se dirigem aos caçadores de baleias, falam da falta que elas farão aos seus netos, espantam-se com a indiferença ao ver o animal se debater no mar, e mostram esperança que o Homem pare essa matança.
AS BALEIAS
Não é possível que você suporte a barra
De olhar nos olhos do que morre em suas mãos
E ver no mar se debater o sofrimento
E até sentir-se um vencedor neste momento
Não é possível que no fundo do seu peito
Seu coração não tenha lágrimas guardadas
Pra derramar sobre o vermelho derramado
No azul das águas que você deixou manchadas
Seus netos vão te perguntar em poucos anos
Pelas baleias que cruzavam oceanos
Que eles viram em velhos livros
Ou nos filmes dos arquivos
Dos programas vespertinos de televisão
O gosto amargo do silêncio em sua boca
Vai te levar de volta ao mar e à fúria louca
De uma cauda exposta aos ventos
Em seus últimos momentos
Relembrada num troféu em forma de arpão
Como é possível que você tenha coragem
De não deixar nascer a vida que se faz
Em outra vida que sem ter lugar seguro
Te pede a chance de existência no futuro
Mudar seu rumo e procurar seus sentimentos
Vai te fazer um verdadeiro vencedor
Ainda é tempo de ouvir a voz dos ventos
Numa canção que fala muito mais de amor
Seus netos vão te perguntar em poucos anos
Pelas baleias que cruzavam oceanos
Que eles viram em velhos livros
Ou nos filmes dos arquivos
Dos programas vespertinos de televisão
O gosto amargo do silêncio em sua boca
Vai te levar de volta ao mar e à fúria louca
De uma cauda exposta aos ventos
Em seus últimos momentos
Relembrada num troféu em forma de arpão
Não é possível que você suporte a barra
Balada do Louco
| Arnaldo Batista e Rita Lee, 1972 |
Nesta música dizem os autores, dois componentes da extinta banda Os Mutantes, “se eu sou muito louco por eu ser feliz, mais louco é quem me diz e não é feliz”.
BALADA DO LOUCO
Dizem que sou louco
Por pensar assim
Se sou muito louco
Por eu ser feliz
Mais louco é quem me diz
E não é feliz
Se eles são bonitos
Sou Alain Delon
Se eles são famosos
Sou Napoleão
Mais louco é quem me diz
E não é feliz
Não é feliz
Eu juro que é melhor
Não ser o normal
Se eu posso pensar
Que Deus sou eu
Se eles têm três carros
Eu posso voar
Se eles rezam muito
Eu já estou no céu
Mais louco é quem me diz
E não é feliz
Não é feliz
Eu juro que é melhor
Não ser um normal
Se eu posso pensar
Que Deus sou eu
Sim, sou muito louco
Não vou me curar
Já não sou o único
Que encontrou a paz
Mais louco é quem me diz
E não é feliz
Eu sou feliz
Bié bié Brazil
| Luiz Gonzaga Jr (Gonzaguinha) – 1980 |
Gonzaguinha diz nesta música: “Salve a maravilha eletrônica que já resolveu a fome crônica; mares de antenas de TV pelo país tornam nosso índio mais alegre mais feliz”.
BIÉ BIÉ BRASIL
Bye bye Brasil, adeus
Tanto faz se eu cantar em português ou inglês
Pois se mudou foi Deus, foi Deus
Salve a maravilha eletrônica
Que já resolveu a fome crônica
Mares de antenas de TV pelo país
Tornam nosso índio mais alegre e mais feliz
E ninguém segura esse milagre
Até Frank Sinatra veio à festa
Pois esse é um país que foi pra frente meu bem
E se ele foi, foi Deus, foi Deus
Pois esse é um país que foi pra frente meu bem
E se ele foi, foi Deus, foi Deus
Brasis
| Seu Jorge – 2007 |
Seu Jorge descreve o Brasil, os brasileiros, suas lutas, suas tramoias e seus crimes: “Tem um Brasil que é próspero, outro não muda; um Brasil que investe, outro que suga”.
BRASIS
Tem um Brasil que é próspero
Outro não muda
Um Brasil que investe
Outro que suga…
Um de sunga
Outro de gravata
Tem um que faz amor
E tem o outro que mata
Brasil do ouro
Brasil da prata
Brasil do balacochê
Da mulata…
Tem um Brasil que é lindo
Outro que fede
O Brasil que dá
É igualzinho ao que pede…
Pede paz, saúde
Trabalho e dinheiro
Pede pelas crianças
Do país inteiro
Lararará!…
Tem um Brasil que soca
Outro que apanha
Um Brasil que saca
Outro que chuta
Perde, ganha
Sobe, desce
Vai à luta bate bola
Porém não vai à escola…
Brasil de cobre
Brasil de lata
É negro, é branco, é nissei
É verde, é índio peladão
É mameluco, é cafuso
É confusão
É negro, é branco, é nissei
É verde, é índio peladão
É mameluco, é cafuso
É confusão…
Oh pindorama eu quero
Seu porto seguro
Suas palmeiras
Suas feiras, seu café
Suas riquezas
Praias, cachoeiras
Quero ver o seu povo
De cabeça em pé…(2x)
(Repetir a letra)
Quero ver o seu povo
De cabeça em pé…(final 2x)
Cálice (cale-se)
| Chico Buarque – 1978 |
Durante a ditadura militar Chico Buarque compôs músicas de protesto com letras pouco claras e com metáforas. Nesta música cálice significa cale-se e ele pede: “Pai, afasta de mim esse cálice de vinho tinto de sangue; como é difícil acordar calado, se na calada da noite eu me dano”.
CÁLICE
Pai, afasta de mim esse cálice
Pai, afasta de mim esse cálice
Pai, afasta de mim esse cálice
De vinho tinto de sangue
Pai, afasta de mim esse cálice
Pai, afasta de mim esse cálice
Pai, afasta de mim esse cálice
De vinho tinto de sangue
Como beber dessa bebida amarga
Tragar a dor, engolir a labuta
Mesmo calada a boca, resta o peito
Silêncio na cidade não se escuta
De que me vale ser filho da santa
Melhor seria ser filho da outra
Outra realidade menos morta
Tanta mentira, tanta força bruta
Pai, afasta de mim esse cálice
Pai, afasta de mim esse cálice
Pai, afasta de mim esse cálice
De vinho tinto de sangue
Como é difícil acordar calado
Se na calada da noite eu me dano
Quero lançar um grito desumano
Que é uma maneira de ser escutado
Esse silêncio todo me atordoa
Atordoado eu permaneço atento
Na arquibancada pra a qualquer momento
Ver emergir o monstro da lagoa
Pai, afasta de mim esse cálice
Pai, afasta de mim esse cálice
Pai, afasta de mim esse cálice
De vinho tinto de sangue
De muito gorda a porca já não anda
De muito usada a faca já não corta
Como é difícil, pai, abrir a porta
Essa palavra presa na garganta
Esse pileque homérico no mundo
De que adianta ter boa vontade
Mesmo calado o peito, resta a cuca
Dos bêbados do centro da cidade
Pai, afasta de mim esse cálice
Pai, afasta de mim esse cálice
Pai, afasta de mim esse cálice
De vinho tinto de sangue
Talvez o mundo não seja pequeno
Nem seja a vida um fato consumado
Quero inventar o meu próprio pecado
Quero morrer do meu próprio veneno
Quero perder de vez tua cabeça
Minha cabeça perder teu juízo
Quero cheirar fumaça de óleo diesel
Me embriagar até que alguém me esqueça
Canção do Novo Mundo
Nesta canção os autores dizem que “as canções em nossa memória vão ficar, a luz das pessoas me faz crer, eu sinto que vamos juntos; nem o tempo nem a força bruta pode um sonho apagar”.
CANÇÃO DO NOVO MUNDO
Quem sonhou
Só vale se já sonhou demais
Vertente de muitas gerações
Gravado em nosso corações
Um nome se escreve fundo
As canções em nossa memória
Vão ficar
Profundas raízes vão crescer
A luz das pessoas
Me faz crer
E eu sinto que vamos juntos
Oh! Nem o tempo amigo
Nem a força bruta
Pode um sonho apagar
Quem perdeu o trem da história por querer
Saiu do juízo sem saber
Foi mais um covarde a se esconder
Diante de um novo mundo
Quem souber dizer a exata explicação
Me diz como pode acontecer
Um simples canalha mata um rei
Em menos de um segundo
Oh! Minha estrela amiga
Porque você não fez a bala parar
Oh! Nem o tempo amigo
Nem a força bruta
Pode um sonho apagar
Quem perdeu o trem da história por querer
Saiu do juízo sem saber
Foi mais um covarde a se esconder
Diante de um novo mundo
Chega de Mágoa
| Gilberto Gil – Criação Coletiva – 1985 |
A letra da música, interpretada por vários artistas brasileiros, chama a atenção para o povo nordestino que sofre com o clima: “Terra, olha essa terra, raça valente, gente sofrida.”
Chega de Mágoa
Nós não vamos nos dispersar
Juntos, é tão bom saber
Que passado o tormento
Será nosso esse chão
Água, dona da vida
Ouve essa prece tão comovida
Chega, brinca na fonte
Desce do monte, vem como amiga
Te quero água de beber
Um copo d’água
Marola mansa da maré
Mulher amada
Te quero orvalho toda manhã
Terra, olha essa terra
Raça valente, gente sofrida
Chama, tem que ter feira
Tem que ter pressa, vamos pra vida
Te quero terra pra plantar, ah
Te quero verde
Te quero casa pra morar, ah
Te quero rede
Depois da chuva o Sol da manhã
Chega de mágoa
Chega de tanto penar
Canto e o nosso canto
Joga no tempo uma semente
Gente, olha essa gente
Olha essa gente, olha essa gente
Te quero água de beber
Um copo d’água
Marola mansa da maré
Mulher amada
Te quero terra pra plantar
Te quero verde, hum
Te quero casa pra morar
Te quero rede
Depois da chuva o Sol da manhã
Canto (eu canto) e o nosso canto (canto)
Joga no tempo (joga no tempo) uma semente (ye ye ye ye
ye)
Gente (quero te ver crescer bonita)
Olha essa gente (quero te ver crescer feliz)
Olha essa gente (olha essa terra, olha essa gente)
Olha essa gente (Gente pra ser feliz, feliz)
Te quero água de beber (me dê um copo)
Um copo d’água
Marola mansa da maré (ye ye ye ye ye)
Mulher amada (mulher amada)
Te quero terra pra plantar (plantar)
Te quero verde (te quer verde)
Te quero casa pra morar
Te quero rede
Depois da chuva o Sol da manhã
Chega de mágoa
Chega de tanto penar
Chega de mágoa
Chega de tanto penar
Ah!
Coração de Estudante
| Milton Nascimento & Wagner Tiso – 1983 |
Esta música, que foi um hino na luta pelas Eleições Diretas (o fim da ditadura militar) em 1984, diz que “há que se cuidar da vida, há que se cuidar do mundo, tomar conta da amizade”.
CORAÇÃO DE ESTUDANTE
Quero falar de uma coisa
Adivinha onde ela anda
Deve estar dentro do peito
Ou caminha pelo ar
Pode estar aqui do lado
Bem mais perto que pensamos
A folha da juventude
É o nome certo desse amor
Já podaram seus momentos
Desviaram seu destino
Seu sorriso de menino
Quantas vezes se escondeu
Mas renova-se a esperança
Nova aurora a cada dia
E há que se cuidar do broto
Pra que a vida nos dê
Flor, flor e fruto
Coração de estudante
Há que se cuidar da vida
Há que se cuidar do mundo
Tomar conta da amizade
Alegria e muito sonho
Espalhados no caminho
Verdes, planta e sentimento
Folhas, coração
Juventude e fé
De Toda Cor
| Renato Luciano – 2017 |
Nesta bela música o autor fala das cores e diversidades dos pássaros e dos seres humanos.
DE TODA COR
Passarinho de toda cor
Gente de toda cor
Amarelo, rosa e azul
Me aceita como eu sou
Passarinho de toda cor
Gente de toda cor
Amarelo, rosa e azul
Me aceita como eu sou
Eu sou amarelo claro
Sou meio errado
Pra lidar com amor
No mundo tem tantas cores
Sao tantos sabores
Me aceita como eu sou
Passarinho de toda cor
Gente de toda cor
Amarelo, rosa e azul
Me aceita como eu sou
Eu sou ciumento, quente, friorento
Mudo de opinião
Você é a rosa certa
Bonita e esperta
Segura na minha mão
Passarinho de toda cor
Gente de toda cor
Amarelo, rosa e azul
Me aceita como eu sou
Que o mundo é sortido
Toda vida soube
Quantas vezes
Quantos versos de mim em minha alma houve
Árvore, tronco, maré, tufão, capim, madrugada, aurora, sol a pino e poente
Tudo carrega seus tons, seu carmim
O vício, o hábito, o monge
O que dentro de nós se esconde
O amor
O amor
A gente é que é pequeno
E a estrelinha é que é grande
Só que ela tá bem longe
Sei quase nada meu Senhor
Só que sou pétala, espinho, flor
Só que sou fogo, cheiro, tato, plateia e ator
Água, terra, calmaria e fervor
Sou homem, mulher
Igual e diferente de fato
Sou mamífero, sortudo, sortido, mutante, colorido, surpreendente, medroso e estupefato
Sou ser humano, sou inexato
Passarinho de toda cor
Gente de toda cor
Amarelo, rosa e azul
Me aceita com eu sou
Eu sou amarelo claro
Sou meio errado pra lhe dar com amor
No mundo tem tantas cores
São tantos sabores
Me aceita como eu sou
Passarinho de toda cor
Gente de toda cor
Amarelo, rosa e azul
Me aceita como eu sou
Eu sou ciumento, quente, friorento, mudo de opinião
Você é a rosa certa, bonita e esperta
Segura na minha mão
Passarinho de toda cor
Gente de toda cor
Amarelo, rosa e azul
Me aceita como eu sou
Eternas Ondas
| Zé Ramalho – 1982 |
O autor descreve uma ventania que produz ondas, devasta matagais, devora árvores e arrasta multidões.
ETERNAS ONDAS
Quanto tempo temos antes de voltarem aquelas ondas
Que vieram como gotas em silêncio tão furioso;
Derrubando homens entre outros animais,
Devastando a sede desses matagais; (bis)
Devorando árvores, pensamentos seguindo
A linha do que foi escrito pelo mesmo lábio tão furioso.
E se teu amigo vento não te procurar
É porque multidões ele foi arrastar. (bis)
Fora da Ordem
| Caetano Veloso – 2012 |
Nesta música denuncia Caetano diz: Aqui tudo parece Que era ainda construção E já é ruína Tudo é menino, menina No olho da rua; Alguma coisa está fora da ordem
FORA DA ORDEM
Vapor barato
Um mero serviçal
Do narcotráfico
Foi encontrado na ruína
De uma escola em construção
Aqui tudo parece
Que era ainda construção
E já é ruína
Tudo é menino, menina
No olho da rua
O asfalto, a ponte, o viaduto
Ganindo pra lua
Nada continua
E o cano da pistola
Que as crianças mordem
Reflete todas as cores
Da paisagem da cidade
Que é muito mais bonita
E muito mais intensa
Do que no cartão postal
Alguma coisa
Está fora da ordem
Fora da nova ordem
Mundial
Alguma coisa
Está fora da ordem
Fora da nova ordem
Mundial
Alguma coisa
Está fora da ordem
Fora da nova ordem
Mundial
Alguma coisa
Está fora da ordem
Fora da nova ordem
Mundial
Escuras coxas duras
Tuas duas de acrobata mulata
Tua batata da perna moderna
A trupe intrépida em que fluis
Te encontro em Sampa
De onde mal se vê
Quem sobe ou desce a rampa
Alguma coisa em nossa transa
É quase luz forte demais
Parece pôr tudo à prova
Parece fogo, parece
Parece paz, parece paz
Pletora de alegria
Um show de Jorge Benjor
Dentro de nós
É muito, é grande
É total
Alguma coisa
Está fora da ordem
Fora da nova ordem
Mundial
Alguma coisa
Está fora da ordem
Fora da nova ordem
Mundial
Alguma coisa
Está fora da ordem
Fora da nova ordem
Mundial
Alguma coisa
Está fora da ordem
Fora da nova ordem
Mundial
Meu canto esconde-se
Como um bando de Ianomâmis
Na floresta
Na minha testa caem
Vem colocar-se plumas
De um velho cocar
Estou de pé em cima
Do monte de imundo
Lixo baiano
Cuspo chicletes do ódio
No esgoto exposto do Leblon
Mas retribuo a piscadela
Do garoto de frete
Do Trianon
Eu sei o que é bom
Eu não espero pelo dia
Em que todos
Os homens concordem
Apenas sei de diversas
Harmonias bonitas
Possíveis sem juízo final
Alguma coisa
Está fora da ordem
Fora da nova ordem
Mundial
Alguma coisa
Está fora da ordem
Fora da nova ordem
Mundial
Alguma coisa (It’s something)
Está fora da ordem (Out of order)
Out of new order
It’s something
Is going out of order
Out of new order
It’s something
Is going out of order
Out of new order
It’s something
Is going out of order
Fora da nova ordem
Mundial
It’s something
Is going out of order
Fuera de nueva ordem mundial
Algo parece
Estar fuera del ordem
Out of new order
Algo parece
Estar fuera del ordem
Out of new order
Alguma coisa
Está fora da ordem
Out of new order
Algo parece
Estar fuera del ordem
Fora da nova ordem
Mundial
Alguma coisa
Está fora da ordem
Fora da nova ordem
Mundial
Alguma coisa
Está fora da ordem
新世界秩序
It’s something
Is going out of order
新世界秩序
It’s something
Is going out of order
新世界秩序
Alguma coisa
Está fora da ordem
Fora da nova ordem
Mundial…
Alguma coisa
Está fora da ordem
Fora da nova ordem
Mundial…
Alguma coisa
Está fora da ordem
Out of da velha ordem
Mundial…
Alguma coisa
Está fora da ordem
Out of da velha ordem
Mundial…
It’s something
Is going out of order
Out of da velha ordem
Mundial…
It’s something
Is going out of order
Out of new order
Alguma coisa
Está fora da ordem
Fora da nova ordem
Mundial…
Alguma coisa
Está fora da ordem
新世界秩序
Out of da velha ordem mundial
Homo sapiens
| Milton Nascimento & Paulo Ricardo – 1987 |
Nesta música os autores nos perguntam: “Que faz você ver só lixo na vida, que faz alguém chorar? Que clima é esse? Chove mas queima, que quase deixa sem ar?
Só lixo na vida
Que faz alguém chorar?
Que clima é esse
Chove, mas queima
Que quase me deixa sem ar
Que te pintaram no coração
Porque procuras ser um bicho em extinção
Não quero o rumo das previsões
Quero futuro, como as dimensões do sonho
Olha esse povo
E sente a criança
Não há lugar pra a dor
Somos da aurora
Não tão distante
Chamada ato de amor
Que vale o hoje
Se atrai o fim
Não pra meu filho
O que não pedi pra mim
Honra de homem, enquanto há luz
Ou tudo cai
No mais escuro dos silêncios
Cai toda a história
Some o pensamento
Dar adeus à raça
Pra que agir assim
Cai toda a história
Some o pensamento
Dar adeus à raça
Pra que agir assim
Que vale o hoje
Se atrai o fim
Não pra meu filho
O que não pedi pra mim
Não quero o rumo das previsões
Ou tudo cai
No mais escuro dos silêncios
Silêncio
Imagine
| John Lennon & Yoko Ono – 1971|
Nesta música os autores nos dizem para imaginar um mundo de paz. Dizem eles:
“Imagine não existir países/ Não é difícil/ Nada pelo que matar ou morrer/ E nenhuma religião também/ Imagine todas as pessoas/ Vivendo a vida em paz.”
IMAGINE
Imagine there’s no heaven
It’s easy if you try
No hell below us
Above us only sky
Imagine all the people
Living for today
Imagine there’s no countries
It isn’t hard to do
Nothing to kill or die for
And no religion too
Imagine all the people
Living life in peace
You may say I’m a dreamer
But I’m not the only one
I hope some day you’ll join us
And the world will be as one
Imagine no possessions
I wonder if you can
No need for greed or hunger
A brotherhood of man
Imagine all the people
Sharing all the world
You may say I’m a dreamer
But I’m not the only one
I hope some day you’ll join us
And the world will live as one
O dia em que a terra parou
| Raul Seixas – 1977 |
Nesta música de 1977 Raul Seixas nos diz: “maluco que sou eu sonhei com o dia em que a Terra parou, como se fosse combinado em todo o planeta, e acordei no dia em que a Terra parou”, como em 2020, na pandemia do coronavírus. Bem vindo Raul.
O DIA EM QUE A TERRA PAROU
Maluco que sou, eu sonhei
Com o dia em que a Terra parou
Com o dia em que a Terra parou. Foi assim
No dia em que todas as pessoas
Do planeta inteiro
Resolveram que ninguém ia sair de casa
Como que se fosse combinado em todo
O planeta
Naquele dia, ninguém saiu de casa, ninguém. O empregado não saiu pro seu trabalho
Pois sabia que o patrão também não tava lá
Dona de casa não saiu pra comprar pão
Pois sabia que o padeiro também não tava lá
E o guarda não saiu para prender
Pois sabia que o ladrão também não tava lá
E o ladrão não saiu para roubar
Pois sabia que não ia ter onde gastar. No dia em que a Terra parou (êêê)
No dia em que a Terra parou (ôôô)
No dia em que a Terra parou (ôôô)
No dia em que a Terra parou
E nas Igrejas nem um sino a badalar
Pois sabiam que os fiéis também não tavam lá
E os fiéis não saíram pra rezar
Pois sabiam que o padre também não tava lá
E o aluno não saiu para estudar
Pois sabia o professor também não tava lá
E o professor não saiu pra lecionar
Pois sabia que não tinha mais nada pra ensinar
No dia em que a Terra parou (ôôô)
No dia em que a Terra parou (ôôô)
No dia em que a Terra parou (uuu)
No dia em que a Terra parou
O comandante não saiu para o quartel
Pois sabia que o soldado também não tava lá
E o soldado não saiu pra ir pra guerra
Pois sabia que o inimigo também não tava lá
E o paciente não saiu pra se tratar
Pois sabia que o doutor também não tava lá
E o doutor não saiu pra medicar
Pois sabia que não tinha mais doença pra curar
No dia em que a Terra parou (oh, yeah)
No dia em que a Terra parou (foi tudo)
No dia em que a Terra parou (ôôô)
No dia em que a Terra parou
Essa noite, eu tive um sonho de sonhador
Maluco que sou, acordei
No dia em que a Terra parou (oh, yeah)
No dia em que a Terra parou (ôôô)
No dia em que a Terra parou (eu acordei)
No dia em que a Terra parou (acordei)
No dia em que a Terra parou (justamente)
No dia em que a Terra parou (eu não sonhei acordado)
No dia em que a Terra parou (êêê)
No dia em que a Terra parou (no dia em que a terra parou)
O Estrangeiro
| Caetano Veloso – 1989 |
Nesta complexa música Caetano Veloso descreve as belezas e as feiuras da Baia de Guanabara, da natureza, da sociedade, da vida.
O ESTRANGEIRO
O compositor Cole Porter adorou as luzes na noite dela
A Baía de Guanabara
O antropólogo Claude Lévi-Strauss detestou a Baía de Guanabara
Pareceu-lhe uma boca banguela
E eu menos a conhecera mais a amara?
Sou cego de tanto vê-la, te tanto tê-la estrela
O que é uma coisa bela?
O amor é cego
Ray Charles é cego
Stevie Wonder é cego
E o albino Hermeto não enxerga mesmo muito bem
Uma baleia, uma telenovela, um alaúde, um trem?
Uma arara?
Mas era ao mesmo tempo bela e banguela a Guanabara
Em que se passara passa passará o raro pesadelo
Que aqui começo a construir sempre buscando o belo e o amaro
Eu não sonhei que a praia de Botafogo era uma esteira rolante de areia branca e de óleo diesel
Sob meus tênis
E o Pão de Açúcar menos óbvio possível
À minha frente
Um Pão de Açúcar com umas arestas insuspeitadas
À áspera luz laranja contra a quase não luz quase não púrpura
Do branco das areias e das espumas
Que era tudo quanto havia então de aurora
Estão às minhas costas um velho com cabelos nas narinas
E uma menina ainda adolescente e muito linda
Não olho pra trás mas sei de tudo
Cego às avessas, como nos sonhos, vejo o que desejo
Mas eu não desejo ver o terno negro do velho
Nem os dentes quase não púrpura da menina
(Pense Seurat e pense impressionista
Essa coisa de luz nos brancos dentes e onda
Mas não pense surrealista que é outra onda)
E ouço as vozes
Os dois me dizem
Num duplo som
Como que sampleados num sinclavier
É chegada a hora da reeducação de alguém
Do Pai do Filho do Espírito Santo amém
O certo é louco tomar eletrochoque
O certo é saber que o certo é certo
O macho adulto branco sempre no comando
E o resto ao resto, o sexo é o corte, o sexo
Reconhecer o valor necessário do ato hipócrita
Riscar os índios, nada esperar dos pretos)
E eu, menos estrangeiro no lugar que no momento
Sigo mais sozinho caminhando contra o vento
E entendo o centro do que estão dizendo
Aquele cara e aquela
É um desmascaro
Singelo grito
O rei está nu
Mas eu desperto porque tudo cala frente ao fato de que o rei é mais bonito nu
E eu vou e amo o azul, o púrpura e o amarelo
E entre o meu ir e o do sol, um aro, um elo
(Some may like a soft brazilian singer
But I’ve given up all attempts at perfection)
Página 13
| Gonzaguinha – 1973 |
Nesta música Gonzaguinha conta a história de um rapaz educado, comportado, trabalhador, mas que matou a mulher e as crianças e se suicidou.
PÁGINA 13
Até que ele era um rapaz muito bem educado
Até que ele tinha um bom coração
Até que ele era um rapaz muito bem comportado
Até que ele era um poço de boa intenção
Não creio que ele fosse complexado
Meio calado, talvez esquisito, mas batalhador
Eu creio que ele era muito inteligente
Eficiente, honesto, honrado e trabalhador
Por mais de dez anos foi meu excelente vizinho
Subia comigo às vezes no elevador
Por certo sabia direito do seu cantinho
Do escuro, tranquilo, com jeito de sonhador
Até que hoje à noite pegando e relendo o jornal
A foto no canto da esquerda me despertou
Matou a mulher e as crianças a golpes de pau
Sem um bilhete, sem explicações, se suicidou
Se bem que a patroa falava “esse cara não presta”
“Tem cara de ser mal marido, de não ter valor”
Se bem que a patroa falava “esse cara não presta”
“Tem cara de anjo, mas nunca que ele me enganou”
Até que ele era um rapaz muito bem comportado
Mas, não, eu nem sei o seu nome, ele nunca falou
Um preto sereno com jeito de sonhador
Mas, não, eu nem sei o seu nome, ele nunca falou
Palavras
| Gonzaguinha – 1973 |
Nesta música Gonzaguinha diz que podemos cantar tristes ou contentes, em tempo bom e em tempo ruim, como é a vida.
PALAVRAS
Palavras, palavras, palavras
Eu já não aguento mais
Palavras, palavras, palavras
Você só fala, promete e nada faz
Palavras, palavras, palavras
Desde quando sorrir é ser feliz?
Cantar nunca foi só de alegria
Com tempo ruim
Todo mundo também dá bom dia!
Cantar nunca foi só de alegria
Com tempo ruim
todo mundo também dá bom dia!
Passaredo
| Chico Buarque de Holanda – 2005 |
Nesta música o autor alerta os pássaros a tomar cuidado como bicho homem: “bico calado, muito cuidado, que o Homem vem aí”.
PASSAREDO
Ei, pintassilgo
Oi, pintarroxo
Melro, uirapuru
Ai, chega-e-vira
Engole-vento
Saíra, inhambu
Foge asa-branca
Vai, patativa
Tordo, tuju, tuim
Xô, tié-sangue
Xô, tié-fogo
Xô, rouxinol sem fim
Some, coleiro
Anda, trigueiro
Te esconde colibri
Voa, macuco
Voa, viúva
Utiarití
Bico calado
Toma cuidado
Que o homem vem aí
O homem vem aí
O homem vem aí
Ei, quero-quero
Oi, tico-tico
Anum, pardal, chupim
Xô, cotovia
Xô, ave-fria
Xô, pescador-martim
Some, rolinha
Anda, andorinha
Te esconde, bem-te-vi
Voa, bicudo
Voa, sanhaço
Vai, juriti
Bico calado
Muito cuidado
Que o homem vem aí
O homem vem aí
O homem vem aí
Pequena memória para
um tempo sem memória
| Gonzaguinha – 1981 |
Segundo o autor “são tantas lutas inglórias, são histórias que a História qualquer dia contará; memória de um tempo em que lutar por seu direito é um defeito que mata”.
Pequena Memória Para
Um Tempo Sem Memória
A gente nunca torna ao belo olhar
se abraça e fala da vida que foi por ai
e conta os amigos nas pontas dos dedos
pra ver quantos vivem e quem já morreu
amanhã ou depois
Ê ê ê eu
Quem me dirá onde está
Aquele moço fulano de tal
filho, marido, irmão, namorado
que não voltou mais
insiste um anuncio nos nossos jornais
achados perdidos morridos
saudades demais
mas eu pergunto a resposta
ninguém sabe ninguém nunca viu
só sei quão sumido ele foi
sei é que ele sumiu
e quem souber algo acerca do seu paradeiro, beco
das liberdades estreita e esquecida
uma pequena marginal
dessa imensa avenida Brasil
Memória de um tempo onde lutar
Por seu direito
É um defeito que mata
São tantas lutas inglórias
São histórias que a história
Qualquer dia contará
De obscuros personagens
As passagens, as coragens
São sementes espalhadas nesse chão
De Juvenais e de Raimundos
Tantos Júlios de Santana
Uma crença num enorme coração
Dos humilhados e ofendidos
Explorados e oprimidos
Que tentaram encontrar a solução
São cruzes sem nomes, sem corpos, sem datas
Memória de um tempo onde lutar por seu direito
É um defeito que mata
E tantos são os homens por debaixo das manchetes
São braços esquecidos que fizeram os herois
São forças, são suores que levantam as vedetes
Do teatro de revistas, que é o país de todos nós
São vozes que negaram liberdade concedida
Pois ela é bem mais sangue
Ela é bem mais vida
São vidas que alimentam nosso fogo da esperança
O grito da batalha
Quem espera nunca alcança
Ê ê, quando o Sol nascer
É que eu quero ver quem se lembrará
Ê ê, quando amanhecer
É que eu quero ver quem recordará
Ê ê, não quero esquecer
Essa legião que se entregou por um novo dia
Ê eu quero é cantar essa mão tão calejada
Que nos deu tanta alegria
E vamos à luta.
Planeta Água
| Guilherme Arantes – 1981 |
Nesta bela música, Guilherme Arantes fala da beleza e da importância da água para o Planeta e para a vida na Terra.
Planeta Água
Água que nasce na fonte serena do mundo
E que abre um profundo grotão
Água que faz inocente riacho
E deságua na corrente do ribeirão
Águas escuras dos rios
Que levam a fertilidade ao sertão
Águas que banham aldeias
E matam a sede da população
Águas que caem das pedras
No véu das cascatas, ronco de trovão
E depois dormem tranquilas
No leito dos lagos
No leito dos lagos
Água dos igarapés
Onde Iara, a mãe d’água
É misteriosa canção
Água que o sol evapora
Pro céu vai embora
Virar nuvens de algodão
Gotas de água da chuva
Alegre arco-íris sobre a plantação
Gotas de água da chuva
Tão tristes, são lágrimas na inundação
Águas que movem moinhos
São as mesmas águas que encharcam o chão
E sempre voltam humildes
Pro fundo da terra
Pro fundo da terra
Terra! Planeta Água
Terra! Planeta Água
Terra! Planeta Água
Água que nasce na fonte serena do mundo
E que abre um profundo grotão
Água que faz inocente riacho
E deságua na corrente do ribeirão
Águas escuras dos rios
Que levam a fertilidade ao sertão
Águas que banham aldeias
E matam a sede da população
Águas que movem moinhos
São as mesmas águas que encharcam o chão
E sempre voltam humildes
Pro fundo da terra
Pro fundo da terra
Terra! Planeta Água
Terra! Planeta Água
Terra! Planeta Água
Terra! Planeta Água
Terra! Planeta Água
Terra! Planeta Água
Plataforma
| João Bosco & Aldir Blanc – 1977 |
Este samba é um hino à luta contra a ditadura militar brasileira (1964 – 1985) com um bloco que não se conforma e derruba as amarras
PLATAFORMA
Não põe corda no meu bloco
Nem vem com teu carro-chefe
Não dá ordem ao pessoal
Não traz lema nem divisa
Que a gente não precisa
Que organizem nosso carnaval
Não sou candidato a nada
Meu negócio é madrugada
Mas meu coração não se conforma
O meu peito é do contra
E por isso mete bronca
Neste samba plataforma
Por um bloco
Que derrube esse coreto
Por passistas à vontade
Que não dancem o minueto
Por um bloco
Sem bandeira ou fingimento
Que balance e abagunce
O desfile e o julgamento
Por um bloco que aumente
O movimento
Que sacuda e arrebente
Pra Não Dizer que Não Falei das Flores
Caminhando
| Geraldo Vandré – 1968 |
Típica “música de protesto” contra a Ditadura Militar dos anos 1960, gravada ao vivo durante o “3º Festival Internacional da Canção” em 1968. A censura militar proibiu seu lançamento até 1979.
Pra não dizer que não falei das flores
Somos todos iguais, braços dados ou não
Nas escolas, nas ruas, campos, construções
Caminhando e cantando e seguindo a canção
Quem sabe faz a hora, não espera acontecer
Vem, vamos embora, que esperar não é saber
Quem sabe faz a hora, não espera acontecer
Pelas ruas marchando indecisos cordões
Ainda fazem da flor seu mais forte refrão
E acreditam nas flores vencendo o canhão
Quem sabe faz a hora, não espera acontecer
Vem, vamos embora, que esperar não é saber
Quem sabe faz a hora, não espera acontecer
Quase todos perdidos de armas na mão
Nos quartéis lhes ensinam uma antiga lição
De morrer pela pátria e viver sem razão
Quem sabe faz a hora, não espera acontecer
Vem, vamos embora, que esperar não é saber
Quem sabe faz a hora, não espera acontecer
Somos todos soldados, armados ou não
Caminhando e cantando e seguindo a canção
Somos todos iguais, braços dados ou não
A certeza na frente, a história na mão
Caminhando e cantando e seguindo a canção
Aprendendo e ensinando uma nova lição
Quem sabe faz a hora, não espera acontecer
Vem, vamos embora, que esperar não é saber
Quem sabe faz a hora, não espera acontecer
Sangrando
| Gonzaguinha – 1987 |
Palavra por palavra eis aqui uma pessoa se entregando, sangrando e cantando as lutas dessa nossa vida.
SANGRANDO
Quando eu soltar a minha voz
Por favor entenda
Que palavra por palavra
Eis aqui uma pessoa se entregando
Coração na boca
Peito aberto
Vou sangrando
São as lutas dessa nossa vida
Que eu estou cantando
Quando eu abrir minha garganta
Essa força tanta
Tudo aquilo que você ouvir
Esteja certa
Que estarei vivendo
Veja o brilho dos meus olhos
E o tremor nas minhas mãos
E o meu corpo tão suado
Transbordando toda a raça e emoção
E se eu chorar
E o sal molhar o meu sorriso
Não se espante, cante
Que o teu canto é a minha força
Pra cantar
Quando eu soltar a minha voz
Por favor, entenda
É apenas o meu jeito de viver
O que é amar
Solar
| Milton Nascimento & Fernando Brant – 1987 |
“Sou filho da terra do sol hoje escuro. O meu futuro é luz e calor, de um novo mundo eu sou, e o mundo novo será mais claro. Tudo está por pensar, tudo está por criar”.
SOLAR
Venho do sol
A vida inteira no sol
Sou filha da terra do sol
Hoje escuro
O meu futuro é luz e calor
De um novo mundo eu sou
E o mundo novo será mais claro
Mas é no velho que eu procuro
O jeito mais sábio de usar
A força que o sol me dá
Canto o que eu quero viver
É o sol
Somos crianças ao sol
A aprender e viver e sonhar
E o sonho é belo
Pois tudo ainda faremos
Nada está no lugar?
Tudo está por pensar
Tudo está por criar
Saí de casa para ver outro mundo, conheci
Fiz mil amigos na cidade de lá
Amigo é o melhor lugar
Mas me lembrei do nosso inverno azul
Eu quero é viver o sol
É triste ter pouco sol
É triste não ter o azul todo o dia
A nos alegrar
Nossa energia solar
Irá nos iluminar
O caminho
Verde
| Fagner, Garcia Lorca & José Ortega Heredia – 1981 |
“Verde que te quiero verde; verde viento, verdes ramas. El barco sobre la mar, el caballo en la montaña. Verde, que yo quiero verde”.
VERDE
Verde que te quiero verde
Verde viento verdes ramas
El barco sobre la mar
El caballo en la montaña
Verde, que yo te quiero ver (te camelo verde)
Com a sombra na cintura
Ela sonha na varanda
Verdes olhos negro pelo
Seu corpo de fria prata
Verde, que eu te quero verde, sim
Ah, que te quero verde
Compadre quiero cambiar
Mi caballo por tu casa
Mi montura por tu espejo
Mi cutilo por tu manta
Verde, que yo te quiero verde
Compadre vengo sangrando
Desde los puertos de cabra
Y se yo fuera mocito
Ese trato lo cerraba
Verde, que yo te quiero verde, verde …
Compadre donde está dime
Donde está esa niña amarga
Cuantas veces yo lo espere
Cuantas veces yo lo esperaba
Verde, que te quiero verde …
Verde que te quiero verde …
- Published in Ação Ecológica
Conferências ecológicas
Nesta página apresento, desde 2009, informações sobre conferências e estudos científicos relacionados ao meio ambiente, especialmente informações sobre as conferências do clima da ONU e IPCC.
Plano de Transformação Ecológica do Brasil é lançado na COP 28
Ministro Fernando Haddad apresenta projeto de economia verde tendo Brasil como protagonista de uma globalização sustentável e inclusiva
O Plano é um novo instrumento de engajamento diplomático que reposiciona o Brasil no sistema internacional e questiona paradigmas de desenvolvimento ao vislumbrar um novo papel para o Sul Global no mundo contemporâneo. Trata-se de uma proposta que apresenta a região como centro da economia verde ao defender uma globalização ambientalmente sustentável e socialmente inclusiva.
Em seu discurso, proferido no mesmo dia em que o Brasil passa a presidir o G20, Haddad disse que os primeiros estudos da iniciativa privada indicam que a transformação ecológica poderia gerar de 7,5 a 10 milhões de empregos em todos os setores - com enfoque no segmento de bioeconomia, agricultura e infraestrutura -, e oportunidades de geração de renda. (...)
Fonte: agência gov.
Rui Iwersen, editor de GaiaNet.
COP 28: Petroleiras firmam acordo para reduzir emissões de gás
Cinquenta das maiores empresas petrolíferas do mundo anunciaram, neste sábado (2), a adesão a um pacto para a redução das emissões de suas operações, incluindo a Petrobras e gigantes como ExxonMobil, dos Estados Unidos, e Aramco, da Arábia Saudita.
No total, as empresas signatárias são responsáveis por 40% da produção mundial, de acordo com o comunicado oficial da COP28. Dessas companhias, mais da metade são estatais.
A Carta de Descarbonização do Petróleo e do Gás foi celebrada pelo presidente da COP28, Sultan Al Jaber, como “um grande primeiro passo”. O documento prevê "operações neutras em termos de carbono" até 2050, a acabar com a queima de gás até 2030 e a reduzir as emissões de metano para quase zero.
"Se quisermos acelerar os avanços em toda a agenda climática, temos de reconhecer a responsabilidade de todos pela ação climática. Todos temos de nos concentrar na redução das emissões e aplicar uma visão positiva para impulsionar a ação climática e levar todos a agir”, disse Al Jaber.
O pacto prevê ainda o investimento em energias renováveis, "combustíveis com baixo teor de carbono" e "tecnologias de emissões negativas". (...)
Fonte: Folha de Pernambuco.
Rui Iwersen, editor de GaiaNet.
O que você precisa saber sobre a COP 28
O que é que a COP 28?
É a 28a Conferência das Partes (ou “COP”) da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Alterações Climáticas (UNFCCC), que é o órgão da Organização das Nações Unidas (ONU) responsável pelo clima. Na Conferência também se realizará a 28ª Reunião das Partes do Protocolo de Quioto.
A COP reúne as 198 “partes”, ou seja, os 197 países e a União Europeia que assinaram a Convenção-quadro das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas. Este tratado é uma das três convenções do Rio de Janeiro adotadas na Cúpula da Terra, a Rio-92.
Onde e quando se realizará a COP28?
As reuniões são realizadas anualmente em uma cidade diferente, desde 1995 (exceto a COP26, que foi adiada em um ano devido à pandemia de covid-19). Este ano, a COP28 acontece de 30 de novembro e 12 de dezembro em Dubai, nos Emirados Árabes. A participação de milhares de delegados de todo o mundo também serve para celebrar, simultaneamente, a conferência das partes do Protocolo de Kyoto e a das 195 partes do Acordo de Paris de 2015.
Quem irá participar na conferência?
No final da conferência deverão ter passado por Dubai cerca de 50 mil participantes: delegados em representação dos países, observadores, membros da sociedade civil e jornalistas. 20 mil pessoas terão acreditação que dá acesso à conferência, enquanto que as restantes poderão participar em debates, visitar exposições e visionar filmes numa área dedicada à sociedade civil que será construída perto do centro de conferências.
O Brasil terá neste ano a maior comitiva já enviada a uma Conferência das Partes. Segundo o Ministério das Relações Exteriores, 2,4 mil brasileiros se inscreveram para participar da cúpula em Dubai, dos quais, cerca de 400 são do governo. (...)
O que será discutido?
A COP reúne-se todos os anos para tomar decisões relativas à implementação da Convenção-Quadro e para combater as alterações climáticas. Estarão em debate os impasses a respeito das metas de redução de emissão de gases do efeito estufa e das políticas de compensação aos países mais pobres e atingidos pelas mudanças climáticas. (...)
Fonte: SEMA (Sec. do Meio Ambiente e Mudanças do Clima do Gov. do Estado do Ceará); foto: MundoCoop.
Rui Iwersen, editor de GaiaNet.
As perdas e danos da COP 27
A COP 27, realizada em Sharm El Sheikh, no Egito, entrará para a história por ter finalmente posto na pauta das negociações o tema do financiamento de perdas e danos, um dos mais complexos previstos no Acordo de Paris; mas também pelo alto custo que pagou por esse avanço.
O mecanismo de perdas e danos do Acordo de Paris prevê que países que sofram danos humanos e materiais em decorrência das causas adversas do aquecimento global poderão ser compensados ou indenizados pelos países que causaram a alteração climática.
A complexidade do tema inicia-se na dificuldade de se estabelecer categoricamente o nexo causal entre determinados eventos climáticos extremos ou mudanças climáticas permanentes à emissão de gases de efeito estufa; mas passa também pelo fato de que os países desenvolvidos evitam se submeter a regras por meio das quais possam ser penalizados e condenados a indenizar.
A grande emissão de gases de efeito estufa por países ricos durante a revolução industrial se deu num contexto em que a prosperidade econômica era paga com sangue e enormes impactos ambientais nos países colonizados, em especial na África e na América Latina. Este processo de expropriação de recursos naturais e de queima de combustíveis fósseis, relegou os países que foram colonizados imediatamente ao subdesenvolvimento e tornou-os ainda mais vulneráveis às mudanças climáticas contemporâneas. (...)
Fonte: André Castro Santos, G1
COP-27: Lula diz querer indígenas no governo
O presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou nesta quinta-feira, 17, querer que indígenas tenham cargo no seu governo durante encontro com lideranças dos povos originários durante a Cúpula do Clima das Nações Unidas (COP-27), em Sharm el-Sheik, no Egito. O petista, porém, não revelou quem será o titular do novo Ministério dos Povos Originários, promessa de campanha. "Quero que aproveitem meu mandato para que eu possa contribuir com vocês", afirmou Lula.
"Quero que indígenas participem da governança do País", acrescentou. Segundo Lula, é importante que representantes dos povos originários ocupem cargos de liderança em órgãos como o da saúde indígena (hoje vinculada ao Ministério da Saúde). (...)
Durante a fala, o presidente eleito também disse que os povos nativos são responsáveis pela preservação da maioria das florestas do mundo e voltou a cobrar recursos de países ricos para a conservação da biodiversidade. "Queremos saber quanto vão nos pagar para cuidar do planeta Terra?", disse. No evento, onde havia líderes indígenas brasileiros e estrangeiros, o petista ouviu elogios e cobranças. O chefe Terry Teegee, representante dos povos originários da América do Norte, chegou a chamar Lula de "pop star" (...)
Fonte: UOL; foto: Revista Fórum
‘O Brasil voltou’, diz Lula na COP 27, em defesa da luta ‘indissociável’ contra aquecimento global e pobreza
O presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) discursou nesta quarta-feira (16), no Egito, durante a COP 27, cúpula das Organizações das Nações Unidas (ONU) para discutir os impactos das mudanças climáticas e as ações globais relacionadas à preservação do meio ambiente e à descarbonização.
Lula citou as eleições que ocorreram em outubro no Brasil como “uma das mais decisivas de sua história” e que o pleito foi observado “com atenção inédita pelos demais países”, por “conter o avanço da extrema-direita autoritária e antidemocrática e do negacionismo climático no mundo”, além de estar em jogo a “sobrevivência da Amazônia” e do planeta.
“Estou hoje aqui para dizer que o Brasil está pronto para se juntar novamente aos esforços para a construção de um planeta mais saudável. De um mundo mais justo, capaz de acolher com dignidade a totalidade de seus habitantes – e não apenas uma minoria privilegiada”, disse o presidente eleito. “O Brasil voltou.” (...)
O petista disse ainda que a luta contra o aquecimento global é “indissociável” da luta contra a pobreza. Ele afirmou também que é possível explorar “com responsabilidade a extraordinária biodiversidade da Amazônia, para a produção de medicamentos e cosméticos, entre outros”. “Vamos provar que é possível promover crescimento econômico e inclusão social tendo a natureza como aliada estratégica, e não mais como inimiga a ser abatida a golpes de tratores e motosserras”, disse Lula.
Fonte: InfoMoney
Conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas, no Egito, terá participação de senadores brasileiros
A Conferência da Organização das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP27), que acontece em Sharm el-Sheikh, no Egito, até o dia 18, deverá contar com um grupo de 12 senadores em missão oficial. O requerimento para participação no evento, que começou no dia 6, foi aprovado em Plenário. Além dos 12 parlamentares, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, também avalia uma possível viagem ao Egito para acompanhar as discussões, que reúnem líderes mundiais em torno do lema "Juntos para a implementação".
Os países participantes debatem sobre adaptação climática, mitigação dos gases do efeito estufa, impacto climático na questão financeira e colaboração para conter o aquecimento global. Também devem definir aspectos centrais para a implementação do Acordo de Paris e dar previsibilidade ao financiamento climático. (...)
Como evento preparatório para a COP27, o Senado realizou sessão temática em setembro, quando debateu os acordos firmados na COP26 e as propostas do Brasil para a COP27. Para o senador Fabiano Contarato (PT-ES), um dos parlamentares que vai à conferência, os países continuam com o desafio de combater o aumento da temperatura global e suas consequências. Ele disse que a gestão ambiental no Brasil tem sofrido um desmonte nos últimos anos, o que fez com que o país regredisse nessa área, deixando de ser uma referência em estratégias de preservação ambiental. Na sessão, Contarato ressaltou como exemplo os efeitos nocivos ao bioma Cerrado. Estudo liderado por pesquisadores da Universidade de Brasília [UnB] aponta que a conversão de áreas nativas do Cerrado para pastagens e agricultura já tornou o clima na região quase 1º C mais quente e 10% mais seco. (...)
Fonte: Rádio Senado; foto: Jornal da USP
Na COP 27, Marina diz que EUA estão 'ávidos por parcerias' e pede apoio com verba para o Fundo Amazônia
A ex-ministra do meio ambiente também citou desejo de sediar uma futura COP do clima no Brasil.
A deputada federal eleita e integrante do governo de transição Marina Silva disse, nesta quinta-feira (10), que sugeriu a um representante dos EUA na COP 27 que o país contribua com verba para o Fundo Amazônia. Paralisado no governo Bolsonaro, o fundo tem R$ 3,2 bilhões para investimento em ações de preservação ambiental.
Após uma conversa com John Kerry, enviado especial do governo americano sobre o Clima, Marina afirmou que "os EUA estão ávidos em ter uma parceria cada vez mais forte na proteção das florestas".
A representante do governo Lula na conferência explicou que sugeriu a participação dos Estados Unidos e não teve uma resposta definitiva, mas ouviu uma boa sinalização do representante de Joe Biden.
"A sinalização de que é importante aprofundar a cooperação, de que os EUA estão ávidos em ter uma parceria cada vez mais forte na proteção das florestas, com um esforço ainda maior, para que a gente busque alternativas que viabilizem o desenvolvimento econômico e social para os mais de 25 milhões de amazônidas." (...)
Fonte: G1; foto: Tribuna da Imprensa
COP 27 reúne lideranças para garantir cumprimento das metas de redução das emissões de poluentes
A Conferência da Organização das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas acontece de 6 a 18 de novembro, no Egito, para que os países que assinaram o Acordo de Paris mantenham-se comprometidos com a redução da poluição e desmatamento.
Começou nesse domingo, dia 6, e vai até 18 de novembro, no Egito, a vigésima sétima Conferência da Organização das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, a COP 27. O encontro reúne representantes dos 196 países que assinaram o Acordo de Paris, que prevê metas para a redução da emissão de gases do efeito estufa.
A intenção é renovar os compromissos assumidos, mas o secretário-geral da ONU, António Guterres, discursou defendendo a criação do que ele classificou de Pacto de Solidariedade Climática. O novo acordo envolveria um esforço extra para reduzir as emissões ainda nesta década, com países mais ricos e instituições financeiras internacionais fornecendo fundos e auxílio técnico para ajudar as economias emergentes a acelerar a própria transição para energia renovável.
Em reunião da Comissão de Meio Ambiente que aprovou relatório sobre impactos ambientais de ocupações ilegais na Amazônia em 2022, a senadora Eliziane Gama, do Cidadania do Maranhão, ressaltou a importância de o Brasil cumprir as metas assumidas em edições anteriores da conferência (...)
Fonte: Rádio Senado; foto: Carta Capital
COP27: o desafio de concretizar metas e compromissos
Países se reúnem na Conferência do Clima, no continente africano, com o desafio de dar seguimento aos anúncios do último ano.
Entre 6 e 18 de novembro, representantes de quase 200 países se reunirão para coordenar ações globais para mitigação e adaptação às mudanças climáticas durante a 27ª Conferência das Partes da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP27).
A COP do clima é uma reunião anual de delegados (representantes) de quase todos os países do planeta para negociar metas globais de combate às mudanças climáticas, apresentar os planos de cada país para contribuir com essas metas e relatar seu progresso. A reunião deste ano será realizada na cidade de Sharm al Sheikh, no Egito.
A COP de 2021, em Glasgow, no Reino Unido, resultou em anúncios de peso e novas metas climáticas. Agora, os países devem se dedicar a buscar soluções para atingir os compromissos que estabeleceram –incluindo, sobretudo, como irão financiar a ação climática.
Fonte: The Nature Conservancy; foto: Diário do Comércio
GLOCAL EXPERIENCE – Rio de Janeiro, 9 a 17 de julho
Desafios e oportunidades para a Segurança Hídrica no Brasil
O Instituto Aegea, núcleo de inteligência socioambiental da Aegea, é um dos parceiros da Glocal Experience, evento realizado na Marina da Glória, no Rio de Janeiro, entre 9 e 17 de julho. Na programação da conferência, o painel “Desafios e oportunidades para a Segurança Hídrica no Brasil” contou com a participação do presidente do Instituto Aegea, Edison Carlos, que defendeu uma integração de forças entre agentes da sociedade como forma de garantir a disponibilidade da água no país, assim como a importância do investimento em tecnologia.
Édison apontou que as principais atividades econômicas da pauta de exportações do Brasil, como agropecuária e mineração, são muito dependentes da disponibilidade da água, que então deve ser encarada como um ativo estratégico do país. “As comodities, principais produtos de exportação do Brasil, mas também a energia hidrelétrica, o abastecimento humano, a indústria, tudo tem na água a sua base. O agronegócio, maior fonte de recursos do país, responde por cerca de 60% do uso da água doce presente da natureza, então é fundamental estar presente em qualquer debate sobre recursos hídricos.”, afirmou.
Portanto, por representar um interesse comum, o presidente do Instituto Aegea indicou que todos devem participar dos esforços para garantir a segurança hídrica. “Se não colocarmos todos os agentes da sociedade na mesma mesa para discutir a questão hídrica não há como termos um futuro seguro. Fundamental ter o Governo Federal, em seu papel de fomentar as macros políticas de uso da água no país, estados e municípios monitorando os rios e o saneamento básico, as empresas e a sociedade, todos têm seu papel. As concessionárias de saneamento, que coletam, tratam e distribuem água potável a milhões de pessoas, investem, lógico, na proteção das bacias hidrográficas onde estão, mas as ações precisam ser coordenadas com os demais utilizadores dos recursos hídricos.”, apontou. (...)
Fonte: Aegea Blog; foto: Escola Kids - UOL
Rui Iwersen
GLOCAL EXPERIENCE – Rio de Janeiro, 9 a 17 de julho
Um olhar para os oceanos
Pouco se sabe sobre o mar e o grande desafio a ser enfrentado é engajar a população na proteção dos oceanos. Este foi o ponto principal discutido pelos participantes em “Um olhar para o oceano”, na tarde de quinta, 14 de julho.
Janaína Bumbeer, especialista em conservação da biodiversidade da Fundação Grupo Boticário, apresentou os resultados de uma pesquisa que constatou que 80% das pessoas desconhecem que a maior parte do oxigênio que respiramos vem do mar.
Ana Asti, subsecretária de Recursos Hídricos e Sustentabilidade da Secretaria de Estado do Ambiente e Sustentabilidade, lembrou a estimativa feita pela ONU de que até 2050 o oceano terá a mesma quantidade de peixes e de plástico.
Flavio Andrade, CEO da Ocean Pact, que desenvolve soluções seguras ambientalmente para operações submarinas, reforçou a necessidade de conhecimento e investimento para se cuidar e proteger o oceano. “Precisamos ter em mente que, dos 17 Objetivos do Desenvolvimento Sustentável, o de número 14 – Vida na Água, é o que recebeu menor volume de investimentos globalmente”, disse o CEO da empresa.
O biólogo Ricardo Gomes, diretor do Instituto Mar Urbano e diretor do documentário Baía Urbana, sobre a Baía da Guanabara, associou-se à Flavio Andrade em uma ação de replantio de 30 mil árvores no mangue da baía. “Nós nos preocupamos com bens, mas a grande herança que podemos deixar para nossos filhos é o oceano saudável”, disse Ricardo, que também é mergulhador e chamou a atenção do mundo todo para a Baía de Guanabara. (...)
Fonte: Aegea Blog
Rui Iwersen
GLOCAL EXPERIENCE - Rio de Janeiro, 9 a 17 de julho
CONFERÊNCIAS - 13 a 16 de julho; 09h às 17h; Marina da Glória, RJ
Fonte: glocalexperience.com.br
Rui Iwersen
Conferência dos Oceanos termina com 700 compromissos
(...) Mais de 6 mil pessoas estiveram na Conferência, abordando a necessidade de ações urgentes e concretas para enfrentar a crise oceânica. Do aumento do nível do mar e poluição marinha à acidificação dos oceanos e perda de habitat, o maior reservatório de biodiversidade do planeta está em perigo, ameaçando inviabilizar o progresso do Objetivo de Desenvolvimento Sustentável 14, o principal roteiro para a ação global sobre a vida abaixo da água. Além disso, os impactos humanos cumulativos no oceano se não forem reduzidos, exacerbarão a emergência climática e prejudicarão as aspirações do Acordo de Paris. (...)
Além disso, a Conferência conseguiu traduzir ideias em ação com uma série de novos compromissos assumidos por muitos países e partes interessadas (veja abaixo). Cerca de 700 compromissos foram registrados, somando-se aos compromissos substanciais assumidos na Conferência dos Oceanos da ONU de 2017. Esses compromissos mostram a necessidade crítica de inovação e ciência para revitalizar o oceano. (...)
Fonte: Exame.55 anos
Rui Iwersen
Conferência dos Oceanos das Nações Unidas, Lisboa, Portugal
A Conferência dos Oceanos das Nações Unidas, convocada pelos governos de Portugal e do Quênia, dará o tom para o que precisa ser feito para reverter o declínio na saúde dos oceanos. Definirá as principais áreas de ação oceânica orientada pela ciência e impulsionará os governos e outros gestores e autoridades a fazer mais e cumprir seus compromissos.
A Conferência dos Oceanos de 2017 nos mostrou o perigo em que os oceanos se encontram. Esta conferência trará soluções práticas, realistas, econômicas e replicáveis que podem ser adotadas para garantir a saúde dos oceanos.
A próxima Conferência dos Oceanos levará esses objetivos adiante, promovendo mais compromissos de ação e impulsionando soluções baseadas em evidências tão necessárias para que tenhamos um novo capítulo da ação global oceânica.
O evento acontece em Lisboa, Portugal, de 27 de junho a 01 de julho de 2022.
Fonte: Nações Unidas Brasil; foto: Mafia do Mergulho
COP 26 nº 7
ONU: relatório sobre clima é "alerta vermelho"
O relatório sobre o clima, publicado pelo Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC, na sigla em inglês), é um "alerta vermelho" que deve fazer soar os alarmes sobre as energias fósseis que "destroem o planeta". A afirmação foi feita pelo secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), António Guterres.
O relatório mostra uma avaliação científica dos últimos sete anos e "deve significar o fim do uso do carvão e dos combustíveis fósseis, antes que destruam o planeta", segundo avaliação de Guterres, em comunicado.
O secretário pede que nenhuma central de carvão seja construída depois de 2021. "Os países também devem acabar com novas explorações e produção de combustíveis fósseis, transferindo os recursos desses combustíveis para a energia renovável", acrescentou Guterres.
O relatório estima que o limiar do aquecimento global (de + 1,5° centígrado), em comparação com o da era pré-industrial, vai ser atingido em 2030, dez anos antes do que tinha sido projetado anteriormente, "ameaçando a humanidade com novos desastres sem precedentes".
"Trata-se de um alerta vermelho para a humanidade", disse António Guterres. "Os alarmes são ensurdecedores: as emissões de gases de efeito estufa provocadas por combustíveis fósseis e o desmatamento estão sufocando o nosso planeta", disse o secretário. (...)
De acordo com o documento do IPCC, a temperatura global subirá 2,7 graus em 2100, se se mantiver o atual ritmo de emissões de gases de efeito estufa. No novo relatório, que saiu com atraso de meses devido à pandemia de covid-19, o painel considera vários cenários, dependendo do nível de emissões que se alcance.
Manter a atual situação, em que a temperatura global é, em média, 1,1 grau mais alta que no período pré-industrial (1850-1900), não seria suficiente: os cientistas preveem que, dessa forma, se alcançaria um aumento de 1,5 grau em 2040, de 2 graus em 2060 e de 2,7 em 2100. Esse aumento, que acarretaria mais acontecimentos climáticos extremos, como secas, inundações e ondas de calor, está longe do objetivo de reduzir para menos de 2 graus, fixado no Acordo de Paris (...)
Os peritos reconhecem que a redução de emissões não terá efeitos visíveis na temperatura global até que se passem duas décadas, ainda que os benefícios para a contaminação atmosférica possam ser notados em poucos anos.
Fonte: Agência Brasil / Internacional; foto: DW
Rui Iwersen, médico planetário
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COP 26 nº 6
A humanidade "aqueceu a atmosfera, o oceano e a terra"
Já não se trata de algo mais ou menos provável, mas sim de um fato. O novo grande relatório conjuntural do IPCC, o painel de especialistas vinculados à ONU que há mais de três décadas estabelece as bases científicas sobre a mudança climática, fulmina o negacionismo. O documento considera “inequívoco” que a humanidade tenha "aquecido a atmosfera, o oceano e a terra", o que gerou “mudanças generalizadas e rápidas” no planeta.
A edição anterior deste estudo data de 2013, e desde então os indícios se multiplicaram, assim como os artigos e análises científicas que demonstram as consequências de uma crise que já gerou mudanças climáticas “sem precedentes” nos últimos milênios, e que em alguns casos serão “irreversíveis” durante centenas ou milhares de anos.
Entre as consequências diretas, além da elevação das temperaturas médias, figuram os fenômenos meteorológicos extremos. Trata-se de eventos similares às ondas de calor ou às chuvas torrenciais que estão sendo vistas nas últimas semanas em diversos lugares do globo e que já aumentaram em intensidade e frequência devido ao aquecimento gerado pelo ser humano, conforme confirma o relatório. (...)
Fonte: El País Internacional; foto: UOL Notícias
Rui Iwersen, médico planetário
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COP 26 nº 5
Novos detalhes da COP sobre desmatamento
A grande promessa de acabar com o desmatamento até 2030, anunciada por mais de 100 países, começou a tomar forma mais clara à medida que vários governos anunciaram compromissos concretos.
O Reino Unido disse que comprometeria mais de R$ 10 bilhões ao longo de cinco anos para apoiar a promessa, incluindo auxílio para florestas tropicais na Indonésia e a Amazônia. E Biden prometeu mais de R$ 50 bilhões em nome dos Estados Unidos.
“Este plano é o primeiro de seu tipo, adotando uma abordagem de todo o governo e trabalhando com o Congresso para empregar financiamento dos EUA até 2030 para conservar e restaurar nossas florestas e mobilizar mais bilhões de nossos parceiros”, disse ele.
Fonte: CNN Brasil - Internacional
Rui Iwersen, médico planetário
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COP 26 nº 4
Emissão de metano e combate ao desmatamento: destaques da COP26
Rebanho bovino é grande fonte de metano / Adepará via Agência Brasil
Cerca de 100 nações assinaram uma promessa global de reduzir as emissões de metano em 30% até 2030, anunciou a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen.
O metano, principal componente do gás natural, é um gás de efeito estufa extremamente potente. Invisível e inodoro, tem 80 vezes mais poder de aquecimento a curto prazo do que o dióxido de carbono.
Von der Leyen disse que cortar as emissões de metano “irá desacelerar imediatamente a mudança climática”. Helen Mountford, vice-presidente de clima e economia do Instituto de Recursos Globais, organização de pesquisa ambiental, disse que o plano é essencial para evitar que o planeta aqueça além de 1,5ºC, limiar chave identificado por cientistas.
“Esta promessa estabelece uma forte ambição que precisamos globalmente”, disse Mountford em um comunicado. “Uma ação forte e rápida para reduzir as emissões de metano oferece uma gama de benefícios, desde a limitação do aquecimento a curto prazo e redução da poluição do ar até a melhoria da segurança alimentar e melhor saúde pública”.
O presidente dos EUA, Joe Biden, disse que o esforço é tanto uma oportunidade econômica quanto ambiental. “Isso não é apenas algo para proteger o meio ambiente, nosso futuro”, declarou. “É uma oportunidade enorme para todos nós, todas as nações, de criar empregos e fazer com que as metas climáticas sejam parte essencial de nossa recuperação econômica global”. (...)
Fonte: CNN Brasil - Internacional
Rui Iwersen, médico planetário
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COP-26 nº3
ANIMAL EXTINTO ALERTA ANIMAL EM AUTO-EXTINÇÃO SOBRE A EXTINÇÃO
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COP-26 nº 2
Relatório da ONU sobre o clima responsabiliza a humanidade por aumento de fenômenos extremos
Especialistas do Painel Internacional sobre a Mudança Climática (IPCC) alertam que já ocorreram mudanças que serão “irreversíveis” durante “séculos ou milênios”. Esse grande estudo defende reduções “profundas” e “rápidas” das emissões
Já não se trata de algo mais ou menos provável, mas sim de um fato. O novo grande relatório conjuntural do IPCC, o painel de especialistas vinculados à ONU que há mais de três décadas estabelece as bases científicas sobre a mudança climática, fulmina o negacionismo.
O documento considera “inequívoco” que a humanidade tenha "aquecido a atmosfera, o oceano e a terra", o que gerou “mudanças generalizadas e rápidas” no planeta.
A edição anterior deste estudo data de 2013, e desde então os indícios se multiplicaram, assim como os artigos e análises científicas que demonstram as consequências de uma crise que já gerou mudanças climáticas “sem precedentes” nos últimos milênios, e que em alguns casos serão “irreversíveis” durante centenas ou milhares de anos. Entre as consequências diretas, além da elevação das temperaturas médias, figuram os fenômenos meteorológicos extremos. (...)
Fonte: El País - Internacional; foto: Sociedade Brasileira de Medicina Tropical
Rui Iwersen, médico planetário
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COP 26 nº 1
Ministros da pré-COP reconhecem que é preciso ‘fazer mais’
MILÃO – Após a ativista sueca Greta Thunberg ter chamado os discursos de líderes políticos sobre o clima de “blá-blá-blá”, os ministros participantes da conferência preparatória para a COP26 em Milão concordaram em “fazer mais” para limitar o aquecimento global neste século.
A pré-COP26 foi realizada entre 30 de setembro e este sábado (2) e reuniu ministros do Meio Ambiente de cerca de 50 países para avançar nas discussões e permitir resultados concretos na próxima cúpula climática da ONU, em Glasgow, em novembro. “Chegamos a um consenso de que é preciso fazer mais para manter o aquecimento abaixo de 1,5ºC [em relação aos níveis pré-industriais], aumentar as NDCs [metas climáticas de cada país] e garantir o fundo de US$ 100 bilhões para os países em desenvolvimento”, declarou o presidente da COP26, Alok Sharma.
O encerramento da pré-COP, no entanto, contemplou algumas das principais reivindicações dos jovens que participaram da conferência Youth4Climate, também em Milão, entre 28 e 30 de setembro, como o fechamento da indústria de combustíveis fósseis até 2030 e o incentivo à educação ambiental nas escolas. “A energia dos jovens da Youth4Climate galvanizou os ministros. Devemos nos lembrar do que eles disseram”, acrescentou Sharma.
Em seu discurso na abertura da conferência juvenil, Greta Thunberg havia dito que as promessas dos líderes mundiais eram apenas “blá-blá-blá” e que as emissões de carbono continuam aumentando. “Eles [os líderes mundiais] selecionam jovens como nós, fingindo que nos escutam, mas não é verdade, eles nunca nos escutaram”, disse a ativista sueca na ocasião.
Na coletiva deste sábado, Sharma reconheceu que as projeções para os próximos anos não são boas. “A ciência nos diz que, para manter o aquecimento global abaixo de 1,5ºC em relação aos níveis pré-industriais, precisamos reduzir em 45% até 2030 as emissões de gases do efeito estufa, na comparação com 2010." (...) “A transição implica um certo lapso de tempo em que haverá a coexistência entre fontes renováveis e fósseis, mas o caminho está bem claro”, acrescentou.
Fonte: Isto É Mundo e ANSA; foto: AFP
Rui Iwersen, médico planetário
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Alerta à Humanidade nº 49
Dia da Sobrecarga da Terra chega mais cedo
Em 2021, a humanidade excedeu sua cota anual de recursos regeneráveis em 29 de julho, três semanas antes do que em 2020. Seriam necessárias 1,7 Terras para satisfazer nossas necessidades de consumo.
Hoje, a humanidade consome 74% a mais do que o que os ecossistemas globais podem regenerar
Após um adiamento temporário devido à pandemia em 2020 – quando o Dia da Sobrecarga da Terra foi em 22 de agosto – em 2021 a data em que a humanidade esgotou todos os recursos biológicos que a Terra regenera ao longo de um ano acontece três semanas antes, neste 29 de julho. No Brasil, a cota foi esgotada dois dias antes, em 27 de julho.
"Apesar de nos restar quase meio ano, já esgotamos nossa cota de recursos biológicos para 2021", advertiu Susan Aitken, líder do Conselho Municipal de Glasgow, onde lideranças mundiais se reunirão em novembro para a cúpula climática COP26. "Se precisamos lembrar que estamos sob uma emergência climática e ecológica, o Dia da Sobrecarga da Terra é a ocasião para isso", lembrou.
Como grande parte do mundo estava vivendo sob lockdowns impostos devido ao coronavírus no ano passado, o Dia da Sobrecarga aconteceu quase um mês depois do recorde de 2018, quando foi em 25 de julho. Mas mesmo que as emissões de carbono causadas por viagens aéreas e transporte rodoviário ainda estejam abaixo dos altos índices de 2019, a economia global em ascensão está empurrando as emissões e o consumo de volta para cima. (...)
O Dia da Sobrecarga da Terra existe desde 2006. A Global Footprint Network (GFN), organização de pesquisa que apresenta a data a cada ano junto com o grupo ambiental WWF, compara o cálculo a um extrato bancário que rastreia receitas em relação aos gastos. Ele considera milhares de dados da ONU sobre recursos como florestas biologicamente produtivas, pastagens, terras de cultivo, áreas de pesca e áreas urbanas. Esse cálculo é então medido em relação à demanda desses recursos naturais, entre eles alimentos de origem vegetal, madeira, gado, peixe e a capacidade das florestas de absorver emissões de dióxido de carbono.
Hoje, a humanidade consome 74% a mais do que o que os ecossistemas globais podem regenerar. Para continuar vivendo nos padrões atuais, precisaríamos dos recursos de cerca de 1,7 planetas. E isso não parece mudar tão cedo. (...)
Matéria enviada pelo colaborador de GaiaNet Jorge F. Schneider; fonte: DW - Made for minds
#DesmatamentoNãoReflorestamentoSim
2021 - 2030 - Década da Oceanografia da ONU
(...) Os oceanos, uma gigantesca superfície em variados tons de azul, cobrem cerca de 71% da extensão do planeta. Contudo, a vida debaixo d'água continua a ser uma grande mistério.
(...) Os seres humanos devem sua vida a essa imensidão desconhecida. Quatro em cada dez habitantes do planeta dependem dos mares para se alimentar. A vida marinha produz entre 50 e 70% de nosso oxigênio e 90% das mercadorias globais viajam por rotas marítimas. (...)
E mesmo assim, despejamos nela 8 toneladas de resíduos por ano. No ritmo em que estamos, em 2050 provavelmente haverá mais plástico do que peixes nos oceanos. O aumento dos níveis de CO2 na atmosfera tornou o oceano mais ácido, ameaçando as cadeias alimentares.
Um relatório de 2019 do Painel Intergovernamental da Organização das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas alertou que, sem "profundas transformações econômicas e institucionais", haveria danos irreversíveis aos oceanos e ao gelo marinho. E isso pode afetar, além do modo de vida, a economia global de maneira imediata. O quadro, somado à falta de informações científicas sobre os oceanos, é um dos motivos para que a ONU tenha declarado o período entre 2021 e 2030 como a Década da Oceanografia. (...)
João Sorima Neto e Jennifer Ann Thomas, Escuridão Azul, Revista Época nº 1186 de 12 de abril de 2021, página 48; foto: G1 - Globo
Rui Iwersen, médico planetário, editor de GaiaNet
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Cúpula dos Líderes sobre o Clima
O mês de abril começa já com um importante evento no calendário. Trata-se da Cúpula dos Líderes sobre o Clima, organizada pelo governo dos Estados Unidos de modo virtual nos dias 22 e 23 deste mês.
Ao todo, cerca de quatro dezenas de chefes de Estado devem atender ao convite do americano Joe Biden, incluindo Jair Bolsonaro, que confirmou presença, além de Vladimir Putin, da Rússia, Xi Jinping, da China, e Alberto Fernández, da Argentina.
No final de março, um alto funcionário do Departamento de Estado, em conversa com jornalistas, disse que os Estados Unidos não vão tolerar a destruição de florestas e cobrou um plano claro da parte do Brasil para acabar com o desmatamento ilegal até 2030, já com resultados palpáveis neste ano. A expectativa americana é que Bolsonaro chegue à cúpula com algo concreto para apresentar.
O anfitrião Biden quer usar o encontro para reafirmar seu compromisso com políticas voltadas para a preservação do meio ambiente e para a redução da emissão de gases causadores do efeito estufa. (...)
A pressão para que a administração Bolsonaro passe a ter uma agenda responsável é também interna. (...) No ano passado foi criada a Concentração pela Amazônia, rede de cerca de 250 lideranças empresariais, acadêmicas e ambientalistas. Entre as ideias que unem o grupo, uma está muito clara: é chegada a hora de Bolsonaro aposentar sua política incendiária.
Dos editores, Clima para mudança, Revista Época, nº 1185, 05 de abril de 2021, página 4; foto: Brasil Escola - UOL
Rui Iwersen, médico planetário, editor de GaiaNet
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Cop 25: cúpula do clima chega a acordo em Madrid
A cimeira do clima da Organização das Nações Unidas (ONU) já tem um documento final acerca da ambição climática em 2020 e cumprimento do acordo de Paris que limita os países para impedir a subida da temperatura média do planeta este século acima de 1,5 graus. O acordo, intitulado “Chile-Madrid, hora de agir”, foi alcançado quase dois dias após o dia marcado para encerrar a conferência COP25. [dia 13]
O documento foi aprovado pela presidente da COP25, a chilena Carolina Schmidt, após um tenso debate com o Brasil, que inicialmente não aceitou dois parágrafos incluídos no acordo sobre oceanos e uso da terra. O acordo final da COP25 estabelece que os países terão de apresentar em 2020 compromissos mais ambiciosos para reduzir as emissões (as chamadas Contribuições Nacionais Determinadas) para enfrentar a emergência climática.
Segundo o acordo, o conhecimento científico será “o eixo principal” que deve orientar as decisões climáticas dos países para aumentar a sua ambição, que deve ser constantemente atualizada de acordo com os avanços da ciência. O texto inclui “a imposição” de que a transição para um mundo sem emissões tem de ser justa e promover a criação de emprego.
O acordo também reconhece a ação climática de atores não-governamentais, a quem convida a aumentar e generalizar estratégias compatíveis com o clima. (...)
Fonte: O Jornal Econômico; foto: CNN
COP25: Guterres pede “entendimento comum”
O secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, pediu “a todas as partes a ultrapassarem as suas actuais divisões e a encontrarem um entendimento comum” para lutar contra as alterações climáticas.
Arrancou esta segunda-feira, em Madrid a Conferência das Nações Unidas sobre o Clima, COP25. Os 196 países reunidos na capital espanhola devem tomar decisões para acelerar a luta contra a crise climática, num momento em que os fenómenos meteorológicos extremos se multiplicam.
O secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, pediu “a todas as partes a ultrapassarem as suas actuais divisões e a encontrarem um entendimento comum” para lutar contra as alterações climáticas. (...)
Fonte: RFI
Madrid acolhe durante duas semanas, entre 2 e 13 de dezembro, a Conferência das Nações Unidas sobre as Alterações Climáticas.
O Parlamento Europeu declarou emergência climática global na semana passada, com o objetivo de aumentar os esforços para combater as alterações climáticas que têm deixado marcas no nosso planeta. Para discutir o que se pode fazer depois deste anúncio, Madrid recebe durante as próximas duas semanas a Conferência das Nações Unidas sobre as Alterações Climáticas (COP25).
A COP25, ou Conferência das Nações Unidas sobre as Alterações Climáticas, é a conferência anual da ONU que pretende discutir a urgência de uma resposta à emergência climática que tem vindo a acelerar. Segundo a Convenção da ONU de 1992, todos os países mundiais estão sujeitos a encontrar formas de reduzir as emissões de gases de efeito estufa, de maneira equitativa. (...)
O foco da discussão durante as duas semanas será o artigo seis do Acordo de Paris, que permite a utilização de um mercado global de carbono para ajudar os países a reduzir as emissões e financiar medidas que reduzam as emissões nos países em desenvolvimento. (...)
Fonte: O Jornal Econômico
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- Published in Séries de GaiaNet
Calendário ecológico
Nesta página apresento as datas comemorativas do meio ambiente, mas também datas de lutas ecológicas e sociais. Em algumas datas apresento informações sobre sua declaração ou sobre seu significado ecológico e ou social.
Datas de Comemorações e de Ações Ecológicas
1. Janeiro
Dia Mundial da Paz
O Dia Mundial da Paz, inicialmente chamado simplesmente de Dia da Paz, é comemorado em 1 de janeiro, tendo sido criado pelo papa Paulo VI em 1967. (...)
Fonte: Wikipédia, a enciclopédia livre
Dia do Controle da Poluição por Agrotóxicos
Dia de Combate à Intolerância Religiosa
Data de luta e de mudança cultural criada em 2007
Dia Mundial da Liberdade
Dia Internacional da Memória do Holocausto
Esta data foi criada pela Organização das Nações Unidas (ONU) em 2005 para não esquecermos o assassinato de cerca de 5 milhões de judeus e ciganos europeus pelos nazistas alemães durante a Segunda Guerra Mundial, que durou de 1 de setembro de 1939 a 2 de setembro de 1945.
Dia Nacional de Combate ao Trabalho Escravo
Dia de Visibilidade Trans
45% dos trans-sexuais brasileiros já foram vítimas de transfobia em deslocamentos.
2. Fevereiro
Dia Mundial das Áreas Úmidas
Dia Mundial de Combate ao Câncer
Dia do Agente de Defesa Ambiental
09 de fevereiro Dia do Frevo
No dia 9 de fevereiro é comemorado o Dia do Frevo. A data faz referência à primeira vez que a palavra "frevo" foi citada na imprensa, em 1907, após o lançamento de uma música neste ritmo chamada "Eu frevo". Desde dezembro de 2012, o ritmo pernambucano foi considerado Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade pela Unesco.
Fonte: Google e informações próprias; foto: Garanhuns História
Dia de Criação do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente - IBAMA
3. Março
Dia do Turismo Ecológico
Dia Nacional de Combate ao Contrabando
Dia Mundial da Obesidade
Dia da Mulher
Dia Internacional da Energia
Dia Mundial de Atingidos por Barragens
Dia Mundial dos Direitos do Consumidor
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Dia Nacional da Conscientização sobre as Mudanças Climáticas
Dia Mundial dos Doentes
Dia Internacional da Felicidade
Início do Outono
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Dia Mundial das Florestas
No dia 21 de março é celebrado o Dia Internacional das Florestas
Para sensibilizar a população sobre a importância das florestas na manutenção dos ecossistemas e no desenvolvimento sustentável, a ONU criou o Dia Internacional das Florestas. (...)
Fonte: Brasil Escola; foto: Notícias Concursos
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Dia Mundial de Combate à Discriminação Racial
Dia Mundial da Água
Foto: Investvida - Desenvolvimento Sustentável
O Dia Mundial da Água foi criado pela ONU (Organização das Nações Unidas) no dia 22 de março de 1992. O dia 22 de março, de cada ano, é destinado à discussão sobre os diversos temas relacionadas a este importante bem natural.
(...) E como sabemos, grande parte das fontes desta água (rios, lagos e represas) está sendo contaminada, poluída e degradada pela ação predatória do homem. (...) Pensando nisso, foi instituído o Dia Mundial da Água, cujo objetivo principal é criar um momento de reflexão, análise, conscientização e elaboração de medidas práticas para resolver tal problema.
No dia 22 de março de 1992, a ONU também divulgou um importante documento: a “Declaração Universal dos Direitos da Água”. Este texto apresenta uma série de medidas, sugestões e informações que servem para despertar a consciência ecológica da população e dos governantes para a questão da água. (...)
Fonte: sua pesquisa
Dia do Meteorologista
Dia Mundial do Estudante
Dia Mundial da Tuberculose
Dia Mundial do Teatro
Dia Nacional do Doador de Sangue
Dia Mundial da Juventude
4. Abril
Dia Mundial da Saúde
Dia Nacional de Combate ao Bullying
Dia Nacional dos Jornalistas
Dia Mundial da Doença de Chagas
Barbeiro, o transmissor da doença de Chagas; Foto: Biologia Net
Ao contrário do que muita gente pensa, a doença de Chagas ainda existe e afeta milhões de pessoas em todo o mundo, especialmente na América Latina. Se não diagnosticada e tratada, a doença pode causar problemas no coração e no sistema digestivo por anos após a infecção.
Chagas afeta de seis a sete milhões de pessoas em 44 países no mundo, e outras 75 milhões correm o risco de contaminação, segundo a Organização Mundial da Saúde. Na América Latina, a doença de Chagas é endêmica em 21 países, incluindo o Brasil.
Fonte: Médicos Sem Fronteiras - MSF.
Dia Nacional da Conservação do Solo
Dia Nacional da Botânica
Dia dos Povos Indígenas
O Dia dos Povos Indígenas é uma data comemorativa celebrada no Brasil no dia 19 de abril e tem como propósito celebrar a diversidade das histórias e das culturas dos povos indígenas brasileiros; combater preconceitos contra os indígenas; e estabelecer políticas públicas que garantam os direitos dos povos originários.
Essa data comemorativa foi criada, em 1943, durante a ditadura do Estado Novo. Seu surgimento se deu, em boa medida, pela pressão de Marechal Rondon, importante indigenista brasileiro. Ainda, a data foi criada por influência do Congresso Indigenista Interamericano que havia sido realizado no México em abril de 1940.
Fonte: Mundo Educação
Dia da Terra
Bandeira do Dia da Terra: O Planeta sobre um fundo azul.
O Dia da Terra foi criado pelo senador norte-americano Gaylord Nelson, no dia 22 de abril de 1970
Tem por finalidade criar uma consciência comum aos problemas da contaminação, conservação da biodiversidade e outras preocupações ambientais para proteger a Terra. (...)
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre. Editada em GaiaNet no dia 22 de abril de 2014
22 a 28 de abril - Semana da Educação
25 de abril Dia Mundial de Luta Contra a Malária
Dia da Educação
Dia da Caatinga
5. Maio
Dia Internacional do Trabalho
Dia Internacional do Trabalhador
Dia Mundial de Liberdade de Imprensa
Dia do Sol
Dia do Solo
Dia do Pau-Brasil
Dia do Campo
Dia Mundial das Aves Migratórias
Dia Nacional da Segurança Social
Dia da Comunicação Social
Dia Internacional do Enfermeiro
Dia Internacional do Clima
Dia Internacional da Família
Dia Mundial da Reciclagem
Dia Internacional das Telecomunicações
Dia Internacional de Combate à Homofobia
Dia Internacional dos Museus
Dia Nacional de Combate ao Abuso Sexual de Crianças e Adolescentes
Dia Nacional do Advogado
Dia Mundial de Doação de Leite Materno
Dia da Autonomia do Poder Local
Dia Mundial da Biodiversidade
Dia Mundial da Abelha e Dia do Apicultor
Dia Mundial do Trabalhador Rural
Dia Internacional da Biodiversidade
Dia Nacional da Mata Atlântica
A Mata Atlântica é um dos ecossistemas mais ricos em biodiversidade do mundo! São 20 mil espécies vegetais, 849 de aves, 370 de anfíbios, 200 de répteis, 270 de mamíferos e 350 espécies de peixes.
Como a maioria das florestas, esse ecossistema está cada vez mais sofrendo pela ação do homem através do desmatamento e pelas queimadas principalmente.
Assim, por sua importância, dia 27 de maio é comemorado o dia da Mata Atlântica e tem o objetivo de servir como ponto de reflexão sobre a necessidade de preservação e de conscientização a respeito das ações necessárias para mudar essa realidade. (...)
Fonte: Smart Kids
Dia do Geógrafo
Dia Mundial sem Tabaco
6. Junho
1º a 7 de junho - Semana do Meio Ambiente
Dia Antinuclear Internacional
Dia Nacional em Defesa do Rio São Francisco
Dia Mundial do Meio Ambiente
O Dia Mundial do Meio Ambiente é celebrado no dia 5 de junho. Foi criado pela Assembleia Geral das Nações Unidas na resolução (XXVII) de 15 de dezembro de 1972 com a qual foi aberta a Conferência de Estocolmo, na Suécia, cujo tema central foi o Ambiente Humano.
Liderado pelo Programa da ONU para o Meio Ambiente (PNUMA), o Dia Mundial do Meio Ambiente é celebrado anualmente no dia 5 de junho. Este ano, o tema clama por tolerância zero ao comércio ilegal de animais silvestres. (...)
Fonte: Wikipédia, a enciclopédia livre e Nações Unidas
Dia da Ecologia
Dia dos Oceanos
Dia Nacional da Imunização
Dia Mundial de Combate ao Trabalho Infantil
Dia Mundial Contra a Seca
Dia Mundial de Luta Contra a Desertificação e a Seca
Dia Mundial do Refugiado
Início do Inverno
Dia das Nações Unidas (ONU)
Dia Mundial do Turismo
Dia Mundial da Pesca
Dia Mundial do Diabético
Dia do Orgulho LGBT
Dia do Pescador
7. Julho
Dia Mundial da Arquitetura
Dia Internacional do Cooperativismo
Inicialmente denominada como “Dia da Cooperação” e, posteriormente, chamada de “Dia do Cooperativismo”, atualmente a data é conhecida como “Dia Internacional do Cooperativismo".
Embora a data oficial tenha sido criada em 1994, a Aliança Cooperativa Internacional (ACI) celebrou pela primeira vez o Dia Internacional em 1923, instituindo a data com o objetivo de comemorar, no primeiro sábado de julho de cada ano, a confraternização de todos os povos ligados ao cooperativismo. (...)
Dia Nacional da Ciência
Dia do Engenheiro Florestal
Dia do Engenheiro Sanitarista
Dia da Liberdade de Pensamento
Dia da Proteção das Florestas
Dia do Amigo
Dia do Agricultor
Dia Mundial de Proteção dos Manguezais
O manguezal é considerado um ecossistema costeiro de transição entre os ambientes terrestre e marinho. Característico de regiões tropicais e subtropicais, está sujeito ao regime das marés, dominado por espécies vegetais típicas, às quais se associam a outros componentes vegetais e animais. (...)
A riqueza biológica dos ecossistemas costeiros faz com que essas áreas sejam os grandes "berçários" naturais, tanto para as espécies características desses ambientes, como para peixes e outros animais que migram para as áreas costeiras durante, pelo menos, uma fase do ciclo de sua vida.
Fonte: Departamento. de Ecologia, IB, USP; foto: Rotas de Viagem
Dia Mundial da Conservação da Natureza
O Dia Mundial da Conservação da Natureza foi criado pela Assembleia Geral das Nações Unidas e comemora-se a 28 de Julho. Este dia tem como objetivo chamar a atenção para os problemas da conservação da Natureza.
Fonte: Wikipédia, a enciclopédia livre.
8. Agosto
Dia Mundial da Amamentação
Dia Nacional da Saúde
O Dia Nacional da Saúde foi oficializado e inserido no calendário oficial brasileiro através do Decreto de Lei nº 5.352, de 8 de novembro 1967, do Ministério da Saúde e da Educação e Cultura.
O dia 5 de agosto foi escolhido para celebrar o Dia Nacional da Saúde por ser a data de nascimento do sanitarista Oswaldo da Cruz, um importante personagem na história do combate e erradicação das epidemias da peste, febre amarela e varíola no Brasil, no começo do século XX.
Oswaldo da Cruz nasceu em 5 de agosto de 1872 e foi responsável pela criação do Instituto Soroterápico Federal (atualmente conhecido como Fundação Oswaldo Cruz - FIOCRUZ) e da fundação da Academia Brasileira de Ciências. (...)
Fonte: Calendarr Brasil
Dia da Paz
Neste dia, em 1945, foi lançada a bomba atômica sobre a cidade de Hiroshima, no Japão.
Dia Internacional dos Povos Indígenas
Em 9 de agosto é comemorado o Dia Internacional dos Povos Indígenas. A data foi criada pela Organização das Nações Unidas (ONU), em 1994.
O dia é dedicado a homenagear e reconhecer as tradições dos povos indígenas e promover a conscientização sobre a inclusão dos povos originários na sociedade, alertando sobre direitos e reafirmando as garantias previstas na Declaração das Nações Unidas sobre os Direitos dos Povos Indígenas. (...)
Fonte: Radio Senado
Dia Internacional de Qualidade do Ar
Dia do Psiquiatra
Psiquiatra, chegou o seu dia! Desde 1966, a data de 13 de agosto ganhou um significado muito especial para a psiquiatria, foi neste dia que a sua Associação foi criada em uma sala do Instituto Municipal Philippe Pinel.
Em 2016, ano em que a instituição comemorou os seus 50 anos, ficou ainda mais estimado. Graças às solicitações do atual presidente da ABP, Dr. Antônio Geraldo da Silva, no dia 11 de agosto de 2016, foi instituído o dia do psiquiatra!
Fonte: Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP)
Dia do Controle da Poluição Ambiental
Dia do Controle da Poluição Industrial
Dia de Combate à Poluição
19 de agosto Dia Nacional de Luta da População em Situação de Rua
Dia Mundial do Folclore
Dia da Limpeza Urbana
Aniversário do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade – ICMBio
Dia Nacional do Voluntariado
Dia Nacional de Combate ao Fumo
9. Setembro
Dia do Biólogo
Dia da Amazônia
O Dia da Amazônia é celebrado anualmente em 5 de setembro.
Esta data foi criada com o intuito de conscientizar as pessoas sobre a importância da maior floresta tropical do mundo e da sua biodiversidade para o planeta.
O dia escolhido faz referência a 5 de setembro de 1850, quando o Príncipe D. Pedro II decretou a criação da Província do Amazonas (atual Estado do Amazonas).
Não há muitos motivos para comemoração e sim para preocupação. A floresta amazônica atualmente está ameaçada pelos constantes desmatamentos ilegais, afetando diretamente a fauna e a flora da região, causando desequilíbrios e crises ambientais a nível global. (...)
Fonte: Calendarr Brasil
Dia da Pátria
Dia do Médico Veterinário
Dia Nacional do Cerrado
"O berço das águas"
O segundo maior bioma do Brasil é o Cerrado que cobre uma área de 2 milhões de km2, que corresponde a 204 milhões de hectares! Isso representa quase um quarto de toda a extensão territorial do país. Pra você ter uma ideia, um hectare, que mede 10.000 m2, equivale ao tamanho do gramado de um campo de futebol. Viu como é grande?
O bioma Cerrado é encontrado na parte mais central do País, incluindo os estados de Goiás, Tocantins, Maranhão, Piauí, Bahia, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, São Paulo e Distrito Federal. Mas com esse tamanho todo (mais de 200 milhões de campos de futebol!), ele está presente também em pequenas porções dos estados do Paraná, no sul do Brasil, e de Rondônia, na região Norte.
Lá, onde o bioma Amazônia é predominante, a gente ainda encontra áreas enormes de vegetação típica de Cerrado, nos estados do Amapá, Roraima, Amazonas e Pará. (...)
O Cerrado é a savana tropical mais rica do mundo, pois nele há cerca de 5% de toda a diversidade do planeta. O Cerrado abriga 30% dos diversos seres vivos identificados no nosso país.
Fonte: Portal Embrapa; foto: Um só Planeta - Globo
14 a 21 de setembro - Semana da Árvore
Dia Internacional da Democracia
......
Democracia:
- Governo do povo; soberania popular; democratismo.
- Doutrina ou regime político baseado nos princípios de soberania popular e da distribuição equitativa do poder, ou seja, regime de governo que se caracteriza, em essência, pela liberdade do ato eleitoral, pela divisão dos poderes e pelo controle da autoridade, isto é, dos poderes de decisão e de execução.
Fonte: Novo Dicionário Aurélio, Editora Nova Fronteira, 1ª edição, 15ª impressão, página 430.
Dia Mundial de Limpeza de Rios e Praias
O Dia Mundial da Limpeza é um movimento cívico que une 191 países e milhões de pessoas em todo o mundo para limpar o planeta. Em um único dia! No dia 17 de setembro de 2022, o Dia Mundial da Limpeza acontecerá pela 5ª vez. Desde 2018, 50 milhões de pessoas saíram e limparam suas cidades, rios e comunidades dos resíduos.
Fonte: LimpaBrasil.org
Dia Internacional de Preservação da Camada de Ozônio
Dia Mundial pela Limpeza da Água
Dia Internacional da Limpeza de Praia
Dia da Árvore
Dia Internacional da Paz
Dia comemorativo e de luta pela Paz estabelecido pela ONU
Dia Mundial do Alzheimer
21 a 27 de setembro - Semana Nacional da Fauna
Início da Primavera
Dia da Defesa da Fauna
Dia da Jornada sem Carro
Dia Nacional dos Surdos
10. Outubro
Dia Internacional do Idoso
Dia Internacional do Habitat
O habitat é o lugar onde um organismo vive e encontra o que necessita para sobreviver: refúgio, ar, água, alimento e espaço.
Dada a importância do habitat, o crescimento da população e as condições do meio ambiente, a Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), no dia 3 de outubro de 1985, decidiu estabelecer esta data para celebrar o Dia Mundial do Habitat.
A ONU criou também o Centro de Nações Unidas para os Assentamentos Humanos (CNUAH) uma agência especializada na gestão e no desenvolvimento integral dos assentamentos Humanos. (...)
Fonte: Seu History
Dia Nacional das Abelhas
Dia dos Animais
4 a 10 de outubro - Semana de Proteção aos Animais
Dia das Aves
Dia da Declaração Universal dos Direitos Humanos
Dia Mundial da Saúde Mental
Dia Nacional de Luta Contra a Violência à Mulher
O dia 10 de outubro foi escolhido para celebrar esta data porque foi em 10 de outubro de 1980 que um movimento de mulheres se reuniu nas escadarias do Teatro Municipal, em São Paulo, para iniciar um protesto contra o aumento de crimes de gênero no Brasil (hoje conhecidos como feminicídio, quando uma mulher é morta apenas por ser mulher).
Fonte: Calendário Brasil
Para queixas, disque 180
Dia do Engenheiro Agrônomo
Dia Mundial para a Prevenção de Desastres Naturais
Dia do Mar
Dia das Crianças
Dia do Consumo Consciente
Dia do Professor
Dia do Educador Ambiental
Dia Mundial da Alimentação
Dia do Médico
O dia 18 de outubro foi escolhido em homenagem ao nascimento de São Lucas, o protetor dos médicos.
São Lucas foi um dos seguidores de Jesus, segundo a tradição, escreveu um dos livros dos Evangelhos e o livro de Atos dos Apóstolos. Nestes livros, contou muitas histórias de Cristo, inclusive algumas das muitas curas e milagres que presenciou.
São Lucas estudou medicina em Antioquia (atual Turquia), e foi chamado pelo apóstolo Paulo de "amado médico" na epístola aos Colossenses. É considerado patrono dos médicos desde o século XV. (...)
Fonte: Academia Médica
Dia Mundial das Nações Unidas
Dia da Informação sobre o Desenvolvimento
Dia do Livro
11. Novembro
Dia da Favela
A data de 4 de novembro foi escolhida como Dia da Favela porque nesta ocasião a expressão “favela” apareceu pela primeira vez em um documento oficial. Foi em 1900, no Rio de Janeiro, ...
Foto: Favela da Rocinha, Rio de Janeiro.
Dia da Ciência
Dia da cultura
Dia Mundial do Urbanismo
O Dia Mundial do Urbanismo é uma data comemorativa instituída em 1949, e é celebrado anualmente a cada dia 8 de Novembro, e tem como objetivo promover a consciência, a sustentação, a promoção e a integração entre a comunidade e o Urbanismo.
Fonte: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Dia Mundial contra o Racismo
Dia Mundial da Adoção
Dia Nacional do Pantanal
Dia Mundial do Diabetes
Dia da Alfabetização
Dia Internacional da Tolerância
Dia Mundial do Não Fumador
Dia Internacional do Estudante
Dia Mundial do Ar Puro
Dia Mundial do Banheiro
Uma questão de dignidade, de saúde individual, de saúde pública e de saúde ambiental.
Dia Nacional da Consciência Negra
Dia Internacional dos Direitos da Criança
Dia do Rio
Dia Nacional do Doador de Sangue
Dia Internacional do Combate à Violência contra as Mulheres
Dia do Estatuto da Terra
12. Dezembro
Dia Mundial de Luta Contra a AIDS
O Dia Mundial da Luta Contra AIDS é um dia que, cada ano, deve servir para desenvolver e reforçar o esforço mundial da luta contra a AIDS. O objetivo deste dia é estabelecer o entrelaçamento de comunicação, promover troca de informações e experiências, e de criar um espírito de tolerância social.
O Dia Mundial da Luta Contra a AIDS dá a ocasião de se falar da infecção por HIV e da AIDS, de se ocupar das pessoas infectadas pelo HIV e com a AIDS, e de se saber mais sobre esta doença. Este dia internacional de ação coordenada contra a AIDS constitui já um evento anual na maior parte dos países.
Evocando as atividades de luta já em curso e encorajando novas iniciativas, o Dia Mundial de Luta Contra a AIDS contribui para edificar uma ação durável contra a AIDS.
(Tradução e adaptação do "Journée Mondiale SIDA - Information n.º 1" da Organisation Mondiale de la Santé - Programme Mondial de Lutte Contre le SIDA).
Fonte: Giv.org.br; foto: Planet Wissen
Dia Internacional dos Deficientes Físicos
Dia Mundial do Voluntariado
Dia do Pau-Brasil (Árvore Nacional Brasileira)
Dia Internacional Contra a Corrupção
Dia Mundial dos Direitos Humanos
Dia da Declaração Universal dos Direitos Humanos
Dia Internacional dos Povos Indígenas
Dia do Engenheiro de Pesca
Comemoração da Criação do Programa das Nações Unidas para o Ambiente - PNUMA
Dia Internacional do Migrante.
Início do Verão
Dia Mundial da Biodiversidade
Dia da Esperança
Fontes: GaiaNet; Ministério do Meio ambiente; Ser Melhor; Centro de Controle de Zoonoses (CCZ) de Florianópolis; Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina (Epagri); Google; Wikipédia
- Published in Ação Ecológica
Saúde mental
Esta página trata de repercussões psicológicas e psiquiátricas de desastres e fenômenos naturais, mas também de desastres e fenômenos sociais como guerra, refugiados, estupro, racismo, corrupção, religião e outros.
Biodiversidade nº 11
O cérebro humano possui 3.300 tipos de células, 86 bilhões de neurônios e 84 bilhões de outras células
3.300 tipos de células estão presentes no cérebro humano, segundo o Brain Cell Census: um projeto de 375 milhões de dólares que foi iniciado em 2017 pelo National Institutes of Health (NIH), do governo americano, e agora publicou seus primeiros resultados.
A complexidade surpreendeu os cientistas - até então, acreditava-se que o cérebro tivesse algumas centenas de tipos de células, não milhares. Além dos neurônios, 86 bilhões deles, o órgão também possui 84 bilhões de outras células, que desempenham diversas funções.
Super Interessante, edição 457, novembro de 2023, Supernovas, página 13; foto: Microsoft Bing.
Rui Iwersen, editor de GaiaNet.
Biodiversidade nº 7
As vacinas oferecem proteção para mais de 30 doenças
Por ano, a vacina previne 3 milhões de mortes ao redor do mundo, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), e oferece proteção para mais de 30 doenças.
Super Interessante, Edição 408, outubro 2019, página 61, A saga das vacinas; foto: Governo do Estado do Ceará.
Rui Iwersen, médico, editor de GaiaNet.
Em Defesa da Ciência nº 32
A dopamina não tem a ver com prazer, e sim, com a antecipação do prazer
O animal [um macaco] foi treinado para saber que, quando a luz da jaula acendia, ele tinha que pressionar uma alavanca dez vezes para ganhar comida. E outras dez vezes para ganhar mais.
[O biólogo Robert] Sapolsky acreditava que o nível de dopamina no cérebro do macaco aumentaria quando ele recebesse a recompensa. Mas, na verdade, isso acontecia antes: quando o macaco via a luz acender. "A dopamina não tem a ver com prazer, e sim, com a antecipação do prazer", declarou Sapolsky, ao comentar o resultado.Super Interessante, Smartphone: o novo cigarro, Edição 408, outubro 2019, página 26; foto: Mega Curioso.
Rui Iwersen, médico psiquiatra, editor de GaiaNet.
Biodiversidade - Série de GaiaNet nº 23
Biodiversidade nº 4
Pesquisa revela que é comum a atração entre bichos do mesmo sexo
Em seu livro de 750 páginas - Biological Exuberance - Animal Homossexuality and Natural Diversity (Exuberância Biológica - Homossexualidade Animal e Diversidade Natural) o biólogo americano Bruce Bagemihl analisou 450 espécies, principalmente de mamíferos e aves, todas praticantes, em maior ou menor grau, de hábitos homossexuais.
Super Interessante, Homossexualismo animal, ano 13, nº 8, agosto de 1999, página 27; foto: Hypeness.
Einstein pergunta a Freud: existe alguma forma de livrar a humanidade da ameaça de guerra?
Prezado Professor Freud,
A proposta da Liga das Nações e de seu Instituto Internacional para a Cooperação Intelectual, em Paris, de que eu convidasse uma pessoa, de minha própria escolha, para um franco intercâmbio de pontos de vista sobre algum problema que eu poderia selecionar, oferece-me excelente oportunidade de conferenciar com o senhor a respeito de uma questão que, da maneira como as coisas estão, parece ser o mais urgente de todos os problemas que a civilização tem de enfrentar. Este é o problema: Existe alguma forma de livrar a humanidade da ameaça de guerra?
É do conhecimento geral que, com o progresso da ciência de nossos dias, esse tema adquiriu significação de assunto de vida ou morte para a civilização, tal como a conhecemos; não obstante, apesar de todo o empenho demonstrado, todas as tentativas de solucioná-lo terminaram em lamentável fracasso.
Einstein e Freud, Por que a Guerra?, 1932-1933; Edição Standard Brasileira das Obras de Freud, Imago Editora, Rio de Janeiro, 1974, página 241 (1ª frase do artigo original); foto: Toda Matéria.
Rui Iwersen, editor de GaiaNet
Biodiversidade - Série de GaiaNet nº 23
Biodiversidade nº 3
O Homem é o único animal que faz guerra contra a própria espécie
"Há mais de 100 países afetados pelas guerras."
(Fonte desconhecida)
"Guerras e outros conflitos envolvem mais de 100 milhões de pessoas."
(ACNUR, agência de refugiados da ONU)
"Uma em cada seis crianças está crescendo em zonas de guerra ao redor do mundo."
(Comité Internacional da Cruz vermelha - CICV)
"Gaza se tornou um cemitério a céu aberto de crianças palestinas, e um inferno para todas as outras."
(Organização Mundial de Saúde - OMS)
Foto: O Globo; bombardeios de Israel sobre os palestinos de Gaza.
Freud fala de guerra e de paz para Einstein e para nós
ONU/Lois Conner
A guerra se constitui na mais óbvia oposição à atitude psíquica que nos foi incutida pelo processo de civilização. (...)
Mas uma coisa podemos dizer: tudo o que estimula o crescimento da civilização trabalha simultaneamente contra a guerra.
Einstein e Freud, Por que a Guerra?, 1932-1933; Edição Standard Brasileira das Obras de Freud, Imago Editora, Rio de Janeiro, 1974, páginas 258 e 259 (pg. 16 e 17 do artigo original); foto: Guerra e Paz, murais na ONU do pintor brasileiro Cândido Portinari, 1957.
Rui Iwersen, editor de GaiaNet
Colapsos - Série de GaiaNet nº 22
Colapso nº 4 – Ilha de Páscoa
Os moais são hoje o símbolo do apocalipse do povo de Pascoa, causado por ele mesmo.
Em 1700, 70% da população de Páscoa tinha desaparecido. No lugar dos imensos moais, escultores agora faziam pequenas estátuas (os moais kavakava) que mostram pessoas famintas, com o rosto fundo e as costelas à mostra.
Quando Roggeveen chegou à ilha, iniciou uma segunda fase de extinção. As epidemias de doenças trazidas com os europeus e, mais tarde, os sequestros de insulares para trabalhar como escravos no Peru terminaram por dizimar a população. Entre 1862 e 1863, cerca de 1500 pessoas (metade da população) foram sequestradas.
Com a chegada dos missionários católicos, em 1864, o pouco de tradição oral que restava foi perdido. Em 1872, havia apena 111 habitantes (em seu auge, em 1400, estima-se que a população da ilha era de 15 mil pessoas). (...)
Os moais, restaurados, são hoje o símbolo do apocalipse de seu povo. Causado por ele mesmo.
Super Interessante, Edição Especial, Apocalipse – O fim do mundo, Edição 291-A, maio de 2011, página 57; foto: Jornal da Fronteira.
Rui Iwersen, editor de GaiaNet.
Colapsos - Série de GaiaNet nº 22
Colapso nº 4 – Ilha de Páscoa
Os moais são hoje o símbolo do apocalipse do povo de Pascoa, causado por ele mesmo.
Em 1700, 70% da população de Páscoa tinha desaparecido. No lugar dos imensos moais, escultores agora faziam pequenas estátuas (os moais kavakava) que mostram pessoas famintas, com o rosto fundo e as costelas à mostra.
Quando Roggeveen chegou à ilha, iniciou uma segunda fase de extinção. As epidemias de doenças trazidas com os europeus e, mais tarde, os sequestros de insulares para trabalhar como escravos no Peru terminaram por dizimar a população. Entre 1862 e 1863, cerca de 1500 pessoas (metade da população) foram sequestradas.
Com a chegada dos missionários católicos, em 1864, o pouco de tradição oral que restava foi perdido. Em 1872, havia apena 111 habitantes (em seu auge, em 1400, estima-se que a população da ilha era de 15 mil pessoas). (...)
Os moais, restaurados, são hoje o símbolo do apocalipse de seu povo. Causado por ele mesmo.
Super Interessante, Edição Especial, Apocalipse – O fim do mundo, Edição 291-A, maio de 2011, página 57; foto: Jornal da Fronteira.
Rui Iwersen, editor de GaiaNet.
Colapsos - Série de GaiaNet nº 22
Colapso nº 3 – Ilha de Páscoa
Os habitantes de Páscoa desmataram a ilha, como estamos desmatando o Planeta
O desmatamento desenfreado [de Páscoa] teve impactos profundos na ilha. (...) Erosões no solo dificultavam o plantio. Em 1500, já não havia mais árvores para a construção de canoas e por isso a pesca de peixes grandes despencou. Até mesmo os anzóis feitos de ossos de peixe desapareceram.
O cenário de crise aumentou a tensão entre os clãs. Por volta de 1680, explodiram guerras civis, e os clãs começaram a derrubar as estátuas dos rivais (quando os europeus chegaram, as estátuas estavam no chão). As pedras dos sagrados ahus foram profanadas e usadas como barreira para tentar evitar que o vento varresse novas plantações.
Nobres e sacerdotes já não conseguiam justificar seus status junto aos deuses, e foram eliminados por uma milícia (os matatoas) que assumiram o poder na ilha. (...) Faminta, a sociedade se degradou até o canibalismo...
Super Interessante, Edição Especial, Apocalipse – O fim do mundo, Edição 291-A, maio de 2011, página 57; foto: Folha PE (Ilha desmatada e inflamável).
Rui Iwersen, editor de GaiaNet.
Colapsos - Série de GaiaNet nº 22
Colapso nº 2 – Ilha de Páscoa
O tamanho dos moais foi aumentando, o que sugere um acirramento na competição entre os clãs ou um maior apelo aos deuses
Nessa época, a sociedade [de Páscoa] se dividia em 12 clãs. Eles compartilhavam pacificamente os recursos naturais da ilha. A competição se resumia à fabricação das estátuas (os moais). Os moais representavam membros mortos das elites dos clãs.(...) Ao longo da história da ilha, o tamanho dos moais foi aumentando, o que sugere um acirramento na competição entre os clãs ou um maior apelo aos deuses. (...)
O auge da construção dos moais foi entre 1400 e 1600, período que o consumo de alimentos aumentou 25%. As estátuas requeriam, além de "combustível" para os trabalhadores, quilômetros de cordas grossas, muita madeira para os trenós, trilhos e alavancas.
As árvores também eram derrubadas para a construção de canoas, com as quais os homens se lançavam ao mar em busca de peixes e golfinhos. Eram também usadas nas fogueiras com as quais aqueciam os corpos, preparavam a comida e cremavam os mortos.
Super Interessante, Edição Especial, Apocalipse – O fim do mundo, Edição 291-A, maio de 2011, página 58; foto: BBC.
Rui Iwersen, editor de GaiaNet.
Reflexões sobre o Racismo nº 1
Não existem raças na espécie humana
Pesquisa genética internacional mostra que não existem raças na espécie humana, derrubando qualquer base científica para a discriminação.
As diferenças genéticas mostram que, desde o princípio, as linhagens humanas rapidamente se espalharam por toda a humanidade, indicando um grande grau de contato entre as populações.
Os genes que determinam o tipo físico são apenas antigas adaptações biológicas a uma região geográfica.
Seja Racista Se For Capaz – somos todos um só, Isto É, nº 1520, 18 de novembro de 1998, páginas 129, 130 e 131
Matéria editada originalmente nas páginas Saúde mental e Reflexões ecológicas em 4 de novembro de 2015.
Rui Iwersen
Colapsos - Série de GaiaNet nº 22
Colapso nº 1 – Ilha de Páscoa
A ilha chegou a abrigar a maior espécie de palmeira do mundo e uma floresta tropical com mais de 21 espécies de grandes árvores
[A ilha de] Páscoa é formada a partir de três vulcões que se ergueram do mar há milhões de anos. A topografia suave, sem penhascos acentuados, é caminho aberto para fortes ventos oceânicos. O clima é ameno, frio para os padrões polinésios [seus colonizadores]; a baixa temperatura do mar prejudica a formação de recifes de coral e diminui a oferta de peixes e moluscos. Os grandes costados de pedra dificultam ainda mais a pesca. A vida parece nunca ter sido fácil naquele canto do mundo.Se hoje o cenário é desolador, fósseis encontrados recentemente na lava vulcânica revelam que a ilha chegou a abrigar a maior espécie de palmeira do mundo e uma floresta tropical com mais de 21 espécies de grandes árvores. Essa foi a grande fonte de matéria – prima da civilização em seu apogeu.
Super Interessante, Edição Especial, Apocalipse – O fim do mundo, Edição 291-A, maio de 2011, página 58; foto: Felipe, o pequeno viajante
1º artigo desta nova série de GaiaNet que apresentará trechos do relato de apocalipses de alguns povos da antiguidade e de uma entrevista com Jared Diamond, autor do livro Colapso.
Rui Iwersen, editor de GaiaNet
Veja mais...
- Published in Informação Ecológica
Aquecimento global
Nesta página apresento informações sobre aquecimento global, efeito estufa, mudanças climáticas, mudanças ambientais, mudanças sociais e mudanças sanitárias.
Saúde do Planeta nº 35
Um aumento de 4ºC da temperatura seria suficiente para arrasar a floresta amazônica, transformando-a em cerrado ou deserto
Assim como na superfície do oceano, os organismos podem gostar de calor, mas as propriedades da água impõem um limite de crescimento.
Richard Betts, do Hadley Center, mostrou como as grandes florestas úmidas tropicais superam, em certo grau, essa limitação adaptando-se ao seu meio ambiente quente para conseguir reciclar água. O ecossistema faz isso sustentando as nuvens e a chuva sobre a copa da floresta, mas essa capacidade é limitada.
Ele e Peter Cox afirmam que um aumento de 4ºC da temperatura seria suficiente para arrasar a floresta amazônica, transformando-a em cerrado ou deserto. Este aumento poderia decorrer em parte das consequências locais de evaporação mais rápida da chuva, mas também de mudanças globais nos padrões de vento em um mundo 4ºC mais quente.
James Lovelock, A Vingança de Gaia, Editora Intrínseca, 2006, página 39; foto: PrePara Enem.
Rui Iwersen, editor de GaiaNet.
Combater o aquecimento global não é só uma questão de vontade e esforço
Combater o aquecimento global não é só uma questão de vontade e esforço: também há um problema de escala envolvido. Isso porque, mesmo com todo o crescimento das fontes renováveis nos últimos anos, 80% de toda a energia consumida pela humanidade ainda é de origem fóssil.
Algumas nações, como o Brasil e a França, já têm matrizes energéticas bem limpas; mas as demais, incluindo os países que mais consomem energia no mundo, ainda são totalmente dependentes da queima de carvão e gás.
Descarbonizar tudo isso (ou uma parte grande o suficiente para frear o aquecimento global), com as tecnologias existentes hoje, será bem difícil.
Fonte: texto: Super Interessante, edição 459, janeiro 2024, páginas 26 e 27; foto: Tempo.com
Rui Iwersen, editor de GaiaNet.
Saúde do Planeta nº 34
Quando se trata de previsão do clima, é preciso conhecer a natureza da superfície da terra
Mas, quando se trata de previsão do clima, não basta considerar apenas a física da atmosfera. É preciso levar em conta como o oceano armazena calor e dióxido de carbono, e a dinâmica de suas trocas com a atmosfera. É preciso também conhecer a natureza da superfície da terra - se está ou não coberta de neve faz uma enorme diferença, por exemplo.
As florestas agora conhecidas não são áreas passivas em um mapa, com propriedades climáticas fixas, mas protagonistas vivos do sistema climático. O mesmo acontece com a superfície do oceano e os organismos que vivem nele. As nuvens e partículas de poeira suspensas no ar também exercem um efeito poderoso sobre o clima.
Para levar em conta o grande número de variáveis, precisamos de um computador grande.
James Lovelock, A Vingança de Gaia, Editora Intrínseca, 2006, página 57; foto: Geolnova.
Rui Iwersen, editor de GaiaNet.
Saúde do Planeta nº 33
Gaia, como o camelo, tem diversos estados estáveis, de modo a poder acomodar-se ao ambiente interno e externo mutável
Há pouco tempo, ao me dar conta do aquecimento global, pensei na Terra mais como um camelo. Os camelos, ao contrário da maioria dos animais, regulam a temperatura corporal em dois estados diferentes, mas estáveis.
Durante o dia no deserto, quando faz um calor insuportável, os camelos a regulam perto de 40ºC, temperatura bem próxima daquela do ar para não precisarem esfriar o corpo suando água preciosa. À noite o deserto é frio, podendo até provocar geada. O camelo perderia muito calor se tentasse permanecer em 40º; assim, ele muda a regulação para uma temperatura mais adequada de 34ºC, que é quente o bastante.
Gaia, como o camelo, tem diversos estados estáveis, de modo a poder acomodar-se ao ambiente interno e externo mutável. Na maior parte do tempo, as coisas permanecem estáveis, como aconteceu nos últimos milhares de anos antes da virada para o século XX. Quando o forçamento é forte demais, para o calor ou o frio, Gaia, à semelhança de um camelo, passa para um novo estado estável mais fácil de manter. Ela está na iminência de fazer isso agora.
James Lovelock, A Vingança de Gaia, Editora Intrínseca, 2006, página 28; foto: Olhar Digital.
Rui Iwersen, editor de GaiaNet.
Saúde do Planeta nº 32
Temos de assegurar que as cidades estejam adequadamente defendidas para os estágios iniciais da guerra climática
Sem perder de vista a escala global do perigo, as nações individuais precisam pensar em maneiras de salvar a si mesmas, bem como o mundo. (...) Não se trata de chauvinismo nem egoísmo: talvez seja a forma mais rápida de assegurar que cada vez mais países, movidos por seus interesses próprios, atuem localmente sobre a mudança global.
(...) precisamos agir agora como se estivéssemos prestes a ser atacados por um inimigo poderoso. Primeiro temos que assegurar nossas defesas contra a mudança climática, antes que o ataque comece. Os locais mais vulneráveis são as cidades próximas do nível do mar agora (...)
Antes de tudo temos de assegurar que estejam adequadamente defendidas para os estágios iniciais da guerra climática e, depois, estar preparados para evacuá-las, de forma ordeira, quando as enchentes avançarem. Uma vez que a Terra comece a passar rapidamente para seu novo estado mais quente, a mudança climática por certo tumultuará o mundo político e comercial. As importações de alimentos, combustível e matérias-primas ficarão cada vez mais difíceis, à medida que os fornecedores em outras regiões forem assolados por secas e enchentes.
James Lovelock, A Vingança de Gaia, Editora Intrínseca, 2006, página 25; foto: Portal Ambiente Legal.
Rui Iwersen, editor de GaiaNet.
Série de GaiaNet nº 20
Saúde do Planeta nº 27
Mundo teve mês de agosto mais quente da história em 2023, diz agência dos EUA
Relatório atribui recorde às emissões de gases de efeito estufa em associação com as ondas de calor marinhas e o El Niño.
A Administração Nacional Oceânica e Atmosférica (NOAA, da sigla em inglês) do Departamento de Comércio dos Estados Unidos afirmou que o mundo teve, em 2023, o mês de agosto mais quente já registrado. A informação foi divulgada em um relatório publicado pela agência.
A temperatura média global registrada pela NOAA em agosto foi de 16,85 °C, valor que está 1,25 °C acima da média registrada no século 20. O relatório diz ainda que esse foi 45º agosto e o 534º mês consecutivo a registrar temperaturas acima da média do século passado.
“As ondas de calor marinhas globais e o crescente El Niño provocam um aquecimento adicional este ano, mas enquanto as emissões continuarem impulsionado uma marcha constante de aquecimento de fundo, esperamos que novos recordes sejam quebrados nos próximos anos”, afirmou a cientista-chefe da NOAA, Sarah Kapnick.
Cientistas dos Centros Nacionais de Informação Ambiental da NOAA afirmaram também que agosto marcou o fim do verão meteorológico mais quente da história do hemisfério norte e do inverno meteorológico mais quente do hemisfério sul.
Esse também foi o quinto mês seguido em que a temperatura global da superfície do mar atingiu seu recorde para o mês. Agosto foi, inclusive, o mês com a maior anomalia na temperatura dos oceanos, registrando 1,03 °C acima de qualquer mês analisado pela NOAA. (...)
Fonte: CNN Brasil; foto: VEJA RIO
Rui Iwersen, editor de GaiaNet.
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Varal ecológico
Varal Ecológico é uma atividade divulgada por Rui Iwersen desde 1983 em encontros ou atividades ecológicas. Desde 2009, nesta página de GaiaNet apresento imagens e pequenas sínteses de algumas das matérias editadas em outras páginas do blog.
26 de março de 2024
Saúde do Planeta nº 36
74% das emissões do Brasil em 2018 estavam relacionadas à agropecuária
Diante das mudanças climáticas, o Brasil tem um desafio que é também uma oportunidade: adaptar seu modelo de agropecuária e, de quebra, cuidar do meio ambiente. (...)
Leia mais nas páginas Antropoceno, Aquecimento global, Florestas brasileiras, Saúde ambiental e Reflexões ecológicas;
Série de GaiaNet nº 21
1501 – O Brasil depois de Cabral nº 28
As informações a respeito da existência de grandes cidades e impérios do outro lado das montanhas eram vagas e desencontradas
É claro que existiam Estados nas Américas pré-colombianas, mas eles estavam concentrados no México, na América Central e nos Andes. (...)
Leia mais nas páginas Antropoceno, Saúde ambiental e Reflexões ecológicas.
Saúde do Planeta nº 35
Um aumento de 4ºC da temperatura seria suficiente para arrasar a floresta amazônica, transformando-a em cerrado ou deserto
Assim como na superfície do oceano, os organismos podem gostar de calor, mas as propriedades da água impõem um limite de crescimento. (...)
Leia mais nas páginas Aquecimento global, Colapso, Florestas brasileiras, Reflexões ecológicas e Saúde ambiental.
Biodiversidade nº 10
A importância da biodiversidade brasileira
"O Brasil é o país com a maior biodiversidade do mundo."
Leia mais nas páginas Antropoceno, Florestas brasileiras, Saúde ambiental e Reflexões ecológicas.
Colapso nº 11 - Entrevista com Jared Diamond
A chance de um colapso é basicamente 100% se continuarmos a adotar nosso estilo de vida atual
Será que a sociedade atual pode ter o mesmo destino de civilizações como a da Ilha de Páscoa, varrida do mapa por suas atitudes pouco sábias? A resposta, segundo o biogeógrafo americano Jared Diamond, é sim. (...)
Leia mais nas páginas Antropoceno, Colapso, Saúde ambiental e Reflexões ecológicas.
Colapso nº 10 - Entrevista com Jared Diamond
A humanidade, tal como a conhecemos, caminha para o colapso
Para Jared Diamond, biogeógrafo americano que estuda a ascensão e queda das civilizações, o futuro da humanidade, tal como a conhecemos, caminha para o colapso. (...)
Leia mais nas páginas Antropoceno, Colapso, Saúde ambiental e Reflexões ecológicas.
Biodiversidade nº 8
No Brasil existem cerca de 170 milhões de animais domésticos
- O Brasil ocupa o 3º lugar no mundo em número de animais domésticos.
- No Brasil existem cerca de 170 milhões de animais domésticos, especialmente cachorros e gatos.
Fonte: Globo News; foto: O Imparcial.
Rui Iwersen, editor de GaiaNet.
Saúde do Planeta nº 33
Gaia, como o camelo, tem diversos estados estáveis, de modo a poder acomodar-se ao ambiente interno e externo mutável
Há pouco tempo, ao me dar conta do aquecimento global, pensei na Terra mais como um camelo. (...)
Leia mais nas páginas Teoria de Gaia, Antropoceno, Saúde ambiental, Colapso e Reflexões ecológicas.
Biodiversidade nº 7
As vacinas oferecem proteção para mais de 30 doenças
Por ano, a vacina previne 3 milhões de mortes ao redor do mundo, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), e oferece proteção para mais de 30 doenças.
Leia mais nas páginas Saúde ambiental, Saúde mental e Reflexões ecológicas.
Saúde do Planeta nº 32
Temos de assegurar que as cidades estejam adequadamente defendidas para os estágios iniciais da guerra climática
Sem perder de vista a escala global do perigo, as nações individuais precisam pensar em maneiras de salvar a si mesmas, bem como o mundo. (...) Não se trata de chauvinismo nem egoísmo...
Leia mais nas páginas Antropoceno, Aquecimento global, Saúde ambiental, Reflexões ecológicas e Teoria de Gaia.
Série de GaiaNet nº 21
1501 – O Brasil depois de Cabral nº 24
Aedes aegypti, o inimigo número um da saúde pública brasileira, é uma espécie africana
Além das doenças tipicamente eurasiáticas, moléstias tropicais africanas, que chegaram até aqui por causa da conexão entre a costa brasileira e o tráfico de escravos na África...
Leia mais nas páginas Saúde ambiental, Antropoceno e Reflexões ecológicas.
Em Defesa da Ciência nº 32
A dopamina não tem a ver com prazer, e sim, com a antecipação do prazer
(...) [O biólogo Robert] Sapolsky acreditava que o nível de dopamina no cérebro do macaco aumentaria quando ele recebesse a recompensa. Mas, na verdade, isso acontecia antes: quando o macaco via a luz acender. (...)
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Biodiversidade nº 6
Quantos seres vivos morrem em média num incêndio de floresta na Amazônia?
Resposta da Inteligência Artificial (IA).
Os incêndios florestais na Amazônia têm consequências devastadoras para a vida selvagem e o ecossistema. (...)
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Série de GaiaNet nº 21
1501 – O Brasil depois de Cabral nº 23
Uma epidemia de varíola trazida pelo método do "telefone sem fio" epidemiológico matou o imperador Huayna Capac (1464 - 1527) e muitos de seus súditos
Assim como machados com lâmina de metal ou espelhos podiam ir parar no interior do continente por uma espécie de "telefone sem fio" comercial, ou seja, ao longo de sucessivas trocas entre as tribos (...)
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Biodiversidade - Série de GaiaNet nº 23
Biodiversidade nº 4
Pesquisa revela que é comum a atração entre bichos do mesmo sexo
... o biólogo americano Bruce Bagemihl analisou 450 espécies, principalmente de mamíferos e aves, todas praticantes, em maior ou menor grau, de hábitos homossexuais.
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Série de GaiaNet nº 21
1501 – O Brasil depois de Cabral nº 21
Os relatos coloniais inicialmente falam de grandes aldeias, vastas esquadras de canoas, gente para todo lado
Alguns cronistas, aliás, apontam uma relação perversa ainda mais direta entre epidemias e escravidão indígena: (...)
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Biodiversidade - Série de GaiaNet nº 23
Biodiversidade nº 3
O Homem é o único animal que faz guerra contra a própria espécie
"Gaza se tornou um cemitério a céu aberto de crianças palestinas, e um inferno para todas as outras." (...)
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Freud fala de guerra e de paz para Einstein e para nós
A guerra se constitui na mais óbvia oposição à atitude psíquica que nos foi incutida pelo processo de civilização. (...)
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Biodiversidade – Série de GaiaNet nº 23
Biodiversidade nº 2
Diversidade da vida de Gaia na Floresta Amazônica
Estima-se que um único hectare da floresta amazônica possa abrigar milhares de espécies de plantas, inúmeras espécies de insetos, mamíferos, aves, anfíbios e outros animais.
Fonte: Inteligência Artificial ChatGPT; foto: Jornal da USP; editada nas páginas Saúde ambiental, Reflexões ecológicas e Antropoceno de GaiaNet.
Série de GaiaNet nº 20
Saúde do Planeta nº 28
Gatos selvagens australianos matam cerca de 316 milhões de aves e 596 milhões de répteis por ano
Estimativas feitas em 2018 mostram que gatos selvagens [ou tornados selvagens] matam, em média,1 milhão de répteis em um único dia. (...)
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Biodiversidade - Série de GaiaNet nº 23
Biodiversidade nº 1
Não existem raças na espécie humana
Pesquisa genética internacional mostra que não existem raças na espécie humana, derrubando qualquer base científica para a discriminação. (...)
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Série de GaiaNet nº 21
1501 – O Brasil depois de Cabral nº 18
As doenças infecciosas do Velho Mundo contribuíram no extermínio das populações indígenas
[As armas de fogo e os grandes animais de montaria dos soldados] São todas vantagens consideráveis, que muito provavelmente diminuíram as chances de resistência eficaz dos habitantes do Novo Mundo aos invasores europeus (...)Leia mais nas páginas Saúde ambiental, Antropoceno, Colapso e Reflexões ecológicas.
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Dessalinização de águas
Nesta página de GaiaNet apresento técnicas, ações e instrumentos de dessalinização da água do mar e de águas salobras para a obtenção de água potável e de sais minerais, no Brasil e em outros países.
24 de novembro de 2023
O QUE É A DESSALINIZAÇÃO
A dessalinização é o processo através do qual se eliminam os sais minerais dissolvidos na água. Atualmente, tal processo, aplicado à água do mar, é um dos mais usados para obter água doce para consumo humano ou agrícola.
A dessalinização ocorre de forma natural durante o ciclo da água: a evaporação da água do mar deixa atrás o sal para formar nuvens que geram a chuva. Aristóteles observou que a água do mar evaporada e condensada era doce e Da Vinci compreendeu que era fácil obtê-la usando um alambique.
Durante os séculos posteriores a dessalinização da água do mar foi utilizada sobretudo em embarcações e submarinos para fornecer água doce à tripulação durante longas travessias. No entanto, esse processo não esteve disponível em larga escala até a revolução industrial e, especialmente, até o desenvolvimento das plantas de dessalinização.
Fonte: Iberdrola; foto Ciclo Orgânico.
Rui Iwersen, editor de GaiaNet.
A dessalinização da água do mar: um método para lutar contra a escassez?
A água é um dos recursos mais preciosos do planeta e, de acordo com a ONU, sua escassez já afeta mais de 40 % da população mundial. Um dado que disparou todos os alarmes e impulsiona a busca de soluções. Uma delas, e não necessariamente nova, é a dessalinização, que consiste em eliminar os minerais (majoritariamente sal) da água do mar mediante processos físicos e químicos. É fundamental aumentar a capacidade das dessalinizadoras reduzindo simultaneamente seu impacto ambiental nos próximos anos.
A água cobre 70 % de nosso planeta, por isso é fácil pensarmos que é mais do que suficiente. No entanto, a água doce é um recurso cada vez mais escasso no mundo — apenas 3% das águas são doces — e dois terços não estão disponíveis, uma vez que estão em forma de gelo ou são inacessíveis. Cerca de 1,1 bilhão de pessoas em todo o mundo não têm acesso à água doce e 2,7 bilhões sofrem com sua escassez durante pelo menos um mês por ano. Mas, paradoxalmente, em muitas das áreas afetadas pela escassez de água doce, o mar está muito perto; portanto, é aí onde a dessalinização pode ajudar.
Fonte: Iberdrola
Rui Iwersen, editor de GaiaNet.
A anomalia da água útil para dessalinizar a água do mar
A água é menos densa no estado sólido que no líquido, desafia a gravidade e congela mais rápido se está fervendo. Essas são algumas das mais de 70 anomalias da água: um conjunto de características que nenhum outro líquido do Universo tem. (...)
Um dos problemas que a cientista Márcia Barbosa encarou é que a água se move mais rápido - e não mais devagar - quando está contida num espaço apertado. (...) Que tal, então, experimentar água passando por nanotubos - cilindros 80 mil vezes menor que um fio de cabelo? Nessa situação, as moléculas, que estão em grupos de quatro, mudam de estratégia: passam a se organizar em uma fila, fazendo apenas duas ligações: uma com o grupo de H2O que vai na frente, uma com o que vai atrás. (...) O fluxo de água em nanotubos é centenas ou até milhares de vezes maior do que o previsto pelas leis da hidrodinâmica.
Essa pressa toda deu à cientista uma ideia: aplicar os nanotubos na dessalinização de água do mar para consumo humano. O H2O passa e os sais vão ficando para trás. A nanotecnologia poderia reduzir as usinas a um décimo do tamanho atual, e salvar a pele de países em regiões áridas, que vão sofrer com o aquecimento global.
(...) Agora, buscamos na água uma solução para não ficar sem ela.
Água - uma anomalia, Super Interessante, edição 422, dezembro de 2020, páginas 48, 52 e 53; foto: Sustentável
Rui Iwersen
Dessalinização da água: do mar ao copo
Entenda como é feita a dessalinização, tecnologia que transforma água do mar em água potável e garante o abastecimento de milhões de pessoas no mundo
A dessalinização é um processo físico-químico de tratamento de água que retira o excesso de sais minerais, micro-organismos e outras partículas sólidas presentes na água salgada e na água salobra, com a finalidade de obter água potável para consumo.
A dessalinização da água pode ser realizada por meio de dois métodos convencionais: a destilação térmica ou a osmose reversa. A destilação térmica procura imitar o ciclo natural da chuva. Através de energia fóssil ou solar, a água em estado líquido é aquecida - o processo de evaporação transforma a água de estado líquido para gasoso e as partículas sólidas ficam retidas, enquanto o vapor d'água é captado pelo sistema de resfriamento. Ao ser submetido a temperaturas mais baixas, o vapor d'água se condensa, retornando ao estado líquido.
Já a osmose reversa procura fazer o processo contrário ao fenômeno natural da osmose. Na natureza, a osmose é o deslocamento de um fluído através de uma membrana semipermeável, no sentido do meio menos concentrado para o mais concentrado, buscando o equilíbrio entre os dois fluidos. A osmose reversa exige um sistema de bombeamento capaz de exercer pressão superior à encontrada na natureza, para vencer o sentido natural do fluxo. Dessa forma, a água salgada ou salobra, que é o meio mais concentrado, se desloca no sentido do menos concentrado. A membrana semipermeável permite somente a passagem de líquidos, retendo partículas sólidas, possibilitando a dessalinização da água do mar.
Aplicabilidade
A Agência Internacional de Energia Renovável (Irena) publicou, em seu relatório sobre dessalinização e energias renováveis, que a dessalinização é a maior fonte de água para saciar a sede humana e irrigação no Oriente Médio, Norte da África e em algumas ilhas do Caribe. Segundo informação disponível no site da International Desalination Assossiation (IDA), mais de 300 milhões de pessoas são abastecidas diariamente por meio da dessalinização no mundo.
Existem pelo menos 150 países que usam o método de dessalinização para seu abastecimento regular, em especial os de regiões desérticas ou com dificuldades de abastecimento, como os do Oriente Médio e do norte da África. Um dos líderes nessa tecnologia é Israel, onde cerca de 80% da água potável consumida pela população é proveniente do mar. (...)
A utilização da energia solar e a recuperação da energia a partir das águas residuais são alternativas indicadas tanto pela ONU quanto pela Irena para diminuir os custos da dessalinização. Outras fontes de energia apropriadas seriam a eólica e a geotérmica. (...)
Fonte: Equipe eCycle
Matéria enviada pelo colaborador Jorge Fernando Schneider
Métodos de dessalinização
A dessalinização da água pode acontecer através da:
• Osmose Inversa:
É um processo de separação da água e do sal por meio de pressão sobre o líquido.
• Dessalinização Térmica:
É um processo onde primeiramente evapora-se a água para fazer a separação entre esta e o sal e logo após submete-a ao processo de condensação para que retorne ao estado líquido.
• Destilação Simples:
É um processo semelhante à dessalinização térmica, porém mais simples. A água é aquecida a 100ºC para evaporar-se e logo em seguida é encaminhada a um condensador onde retorna ao estado líquido.
A forma mais utilizada nesta transformação é a osmose inversa, pois seu custo é bastante acessível e além de separar o sal da água, também retira dela os possíveis vírus, bactérias e fungos existentes. (...)
Matéria editada originalmente nesta página em 3 de junho de 2008
Rui Iwersen, editor
Rio tem projeto de usina que torna potável água do mar para 1 milhão de pessoas
A instalação de uma usina dessalinizadora para transformar água salgada em potável e que atenderia a 1 milhão de pessoas no estado do Rio de Janeiro está em estudos pelo governo estadual para reforçar o abastecimento na região metropolitana, informou hoje (12) o governador Luiz Fernando Pezão.
O governador disse que se reuniu com técnicos espanhóis envolvidos na instalação de usinas desse tipo em 25 países e pediu um orçamento para o projeto. "Achei muito viável. Os preços são um terço do que eram dez anos atrás", disse o governador.
A intenção é instalar a usina perto dos polos industriais do município de Itaguaí e do bairro de Santa Cruz, na zona oeste da capital, e estabelecer uma parceria público-privada para a operação. No mês passado, o secretário estadual do Ambiente, André Corrêa, chegou a dizer que as indústrias da região teriam o abastecimento afetado, se a situação nos reservatórios não melhorasse.
Além da usina que tornaria potável a água da Baía de Sepetiba, o governo do estado avalia a instalação de uma unidade na Baía de Guanabara ou no município de São Gonçalo, o que ainda depende do custo estimado dos empreendimentos
Segundo o governador, o estado do Rio de Janeiro continuará fazendo campanhas para estimular a redução do consumo de água. Ele anunciou que tomará mais medidas preventivas se a estiagem continuar muito forte.
Fonte: Agência Brasil e www.istoe.com.br
Programa Água Doce
O Programa Água Doce (PAD) é uma ação do Governo Federal coordenada pelo Ministério do Meio Ambiente, por meio da Secretaria de Recursos Hídricos e Ambiente Urbano, em parceria com instituições federais, estaduais, municipais e sociedade civil. Visa o estabelecimento de uma política pública permanente de acesso à água de boa qualidade para o consumo humano, promovendo e disciplinando a implantação, a recuperação e a gestão de sistemas de dessalinização ambiental e socialmente sustentáveis para atender, prioritariamente, as populações de baixa renda em comunidades difusas do semi-árido.
(...) O PAD está estruturado em seis componentes: gestão, pesquisa, sistemas de dessalinização, sustentabilidade ambiental, mobilização social e sistemas de produção. O componente da gestão é responsável pela formação de recursos humanos, elaboração de diagnósticos técnicos e ambientais, manutenção e operacionalização dos sistemas, além de dar o apoio ao gerenciamento e manutenção dos sistemas. (...)
Com o compromisso de garantir o uso sustentável dos recursos hídricos, promovendo a convivência com o semiárido a partir da sustentabilidade ambiental e social, o PAD beneficia cerca de 100 mil pessoas em 154 localidades do Nordeste, ampliando suas ações para garantir o acesso à água de qualidade nas comunidades difusas do semiárido.
Fonte: Ministério do Meio Ambiente - www.mma.gov.br
O Programa Água Doce está no Portal Brasil. Clique aqui para acessar a página
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- Published in Ação Ecológica
Reflexões ecológicas
Publico aqui pequenas sínteses de livros, revistas, jornais e outras mídias; publico reflexões de pensadores como Darwin, Freud, James Lovelock, Jared Diamond, Richard Dawkins e Yuval Harari; publico reflexões sobre o Universo, a Terra, a Natureza, a Vida e o Homem.
26 de março de 2024
Saúde do Planeta nº 36
74% das emissões do Brasil em 2018 estavam relacionadas à agropecuária
Diante das mudanças climáticas, o Brasil tem um desafio que é também uma oportunidade: adaptar seu modelo de agropecuária e, de quebra, cuidar do meio ambiente.
Três quartos das emissões brasileiras estão relacionadas à agropecuária, principalmente pelo desmatamento gerado para a abertura de novas produções.
Industria, energia (especialmente transporte rodoviário) e resíduos completam essa conta.
Fonte: Galileu, edição 329, dezembro de 2018, O país do futuro, páginas 24 e 25; foto: Aprova Total.
Rui Iwersen, editor de GaiaNet.
Biodiversidade nº 11
O cérebro humano possui 3.300 tipos de células, 86 bilhões de neurônios e 84 bilhões de outras células
3.300 tipos de células estão presentes no cérebro humano, segundo o Brain Cell Census: um projeto de 375 milhões de dólares que foi iniciado em 2017 pelo National Institutes of Health (NIH), do governo americano, e agora publicou seus primeiros resultados.
A complexidade surpreendeu os cientistas - até então, acreditava-se que o cérebro tivesse algumas centenas de tipos de células, não milhares. Além dos neurônios, 86 bilhões deles, o órgão também possui 84 bilhões de outras células, que desempenham diversas funções.
Super Interessante, edição 457, novembro de 2023, Supernovas, página 13; foto: Microsoft Bing.
Rui Iwersen, editor de GaiaNet.
Colapsos - Série de GaiaNet nº 22
Colapso nº 12 - Entrevista com Jared Diamond
Más decisões levam certas sociedades ao colapso e boas escolhas permitem a algumas sociedades sobreviver
Colapso foi publicado há seis anos [ em 2005].Você enxerga o mundo de forma mais otimista hoje?
Vejo o mundo de forma similar à que via há seis anos atrás [em 2005]: os mesmos problemas, problemas ficando piores, muitas pessoas fazendo coisas estúpidas e algumas fazendo coisas sensatas.
No livro você cita cinco fatores que levam ao declínio das sociedades. Eles continuam válidos?
Sim. E não irão mudar porque são inerentes ao mundo e à sociedade humana. Impacto no ambiente causado pelo homem, mudanças climáticas, inimigos, amigos e instituições sociais, políticas e econômicas estarão conosco para sempre.
O que podemos aprender com as sociedades que se extinguiram?
[Podemos aprender] Que más decisões levam certas sociedades ao colapso e que boas escolhas permitem a algumas sociedades sobreviver. Podemos então escolher tomar boas ou más decisões, dependendo se queremos ou não entrar em colapso.
Super Interessante, Edição Especial, Apocalipse – O fim do mundo, Edição 291-A, maio de 2011, página 66; foto: Grupo Editorial Record.
Rui Iwersen, editor de GaiaNet.
Série de GaiaNet nº 21
1501 – O Brasil depois de Cabral nº 28
As informações a respeito da existência de grandes cidades e impérios do outro lado das montanhas eram vagas e desencontradas
É claro que existiam Estados nas Américas pré-colombianas, mas eles estavam concentrados no México, na América Central e nos Andes. Mais importante ainda, não havia, até onde sabemos, nenhuma conexão diplomática ou política "em tempo real" entre essas entidades estatais. (...)
Do mesmo modo, embora as sociedades indígenas da Amazônia estivessem envolvidas em complexas redes de comércio de longa distância com seus vizinhos andinos a oeste da floresta, as informações que os membros das chefias amazônicas tinham a respeito da existência de grandes cidades e impérios do outro lado das montanhas eram vagas e desencontradas, e ficavam ainda mais genéricas e fantasiosas quando fornecidas pelos grupos Tupi e Guarani do litoral.
Reinaldo José Lopes, 1499 – O Brasil antes de Cabral, Epílogo – Por que o Brasil pré-histórico foi derrotado, Editora Harper Collins, páginas 222 e 223; foto: Zarpo Magazine.
Rui Iwersen, editor de GaiaNet.
#OBrasilDepoisdeCabral
#SériedeGaiaNet
#IndígenasdoBrasil
#PovosOriginários
Saúde do Planeta nº 35
Um aumento de 4ºC da temperatura seria suficiente para arrasar a floresta amazônica, transformando-a em cerrado ou deserto
Assim como na superfície do oceano, os organismos podem gostar de calor, mas as propriedades da água impõem um limite de crescimento.
Richard Betts, do Hadley Center, mostrou como as grandes florestas úmidas tropicais superam, em certo grau, essa limitação adaptando-se ao seu meio ambiente quente para conseguir reciclar água. O ecossistema faz isso sustentando as nuvens e a chuva sobre a copa da floresta, mas essa capacidade é limitada.
Ele e Peter Cox afirmam que um aumento de 4ºC da temperatura seria suficiente para arrasar a floresta amazônica, transformando-a em cerrado ou deserto. Este aumento poderia decorrer em parte das consequências locais de evaporação mais rápida da chuva, mas também de mudanças globais nos padrões de vento em um mundo 4ºC mais quente.
James Lovelock, A Vingança de Gaia, Editora Intrínseca, 2006, página 39; foto: PrePara Enem.
Rui Iwersen, editor de GaiaNet.
Biodiversidade nº 10
A importância da biodiversidade brasileira
"O Brasil é o país com a maior biodiversidade do mundo."
Jornal Hoje, 8 de dezembro de 2023; foto: Acembra Sincep News.
Rui Iwersen, editor de GaiaNet.
Colapsos - Série de GaiaNet nº 22
Colapso nº 11 - Entrevista com Jared Diamond
A chance de um colapso é basicamente 100% se continuarmos a adotar nosso estilo de vida atual
Será que a sociedade atual pode ter o mesmo destino de civilizações como a da Ilha de Páscoa, varrida do mapa por suas atitudes pouco sábias? A resposta, segundo o biogeógrafo americano Jared Diamond, é sim.
E a chance é basicamente 100% se continuarmos a adotar nosso estilo de vida atual, que une destruição dos recursos naturais, mudanças bruscas no clima e fatores políticos, econômicos e sociais que dificultam ou impedem a solução de questões ambientais.
Super Interessante, Edição Especial, Apocalipse – O fim do mundo, Edição 291-A, maio de 2011, página 66; foto: Universo Racionalista.
Rui Iwersen, editor de GaiaNet.
Série de GaiaNet nº 21
1501 – O Brasil depois de Cabral nº 27
A diferença crucial foi a ausência de Estado centralizado entre os nativos brasileiros
Em última instância, entretanto, as diferenças de potencial tecnológico e bélico entre os ameríndios brasileiros e os invasores europeus começam a parecer relativamente desimportantes diante da principal distinção entre os dois tipos de sociedade: a presença de Estados politicamente centralizados do lado leste do Atlântico versus a ausência desse tipo de entidade política por aqui.
É claro que existiam Estados nas Américas pré-colombianas, mas eles estavam concentrados no México, na América Central e nos Andes. Mais importante ainda, não havia, até onde sabemos, nenhuma conexão diplomática ou política "em tempo real" entre essas entidades estatais.
Reinaldo José Lopes, 1499 – O Brasil antes de Cabral, Epílogo – Por que o Brasil pré-histórico foi derrotado, Editora Harper Collins, página 222; foto: Aventuras da História.
Rui Iwersen, médico, editor de GaiaNet.
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Combater o aquecimento global não é só uma questão de vontade e esforço
Combater o aquecimento global não é só uma questão de vontade e esforço: também há um problema de escala envolvido. Isso porque, mesmo com todo o crescimento das fontes renováveis nos últimos anos, 80% de toda a energia consumida pela humanidade ainda é de origem fóssil.
Algumas nações, como o Brasil e a França, já têm matrizes energéticas bem limpas; mas as demais, incluindo os países que mais consomem energia no mundo, ainda são totalmente dependentes da queima de carvão e gás.
Descarbonizar tudo isso (ou uma parte grande o suficiente para frear o aquecimento global), com as tecnologias existentes hoje, será bem difícil.
Fonte: texto: Super Interessante, edição 459, janeiro 2024, páginas 26 e 27; foto: Tempo.com
Rui Iwersen, editor de GaiaNet.
Biodiversidade nº 9
Abelhas, uma "sociedade de classes"
Uma colmeia tem [cerca de] 50 mil abelhas, organizadas em três categorias de indivíduo - com características e obrigações diferentes.
Trabalhadoras
São fêmeas e fazem todo o trabalho. Vivem 45 dias. (...)
Zangões (drones)
São machos e bem menos numerosos: há 1 deles para cada 100 trabalhadoras. Sua função é reprodutiva, acasalar com a abelha rainha. (...) Vivem 80 dias.
Rainha
É bem maior do que as outras, porque recebeu a "geleia real". (...) Acasala com vários zangões para fertilizar seus ovos, que produz em grande quantidade: 1500 por dia. Vivem até 7 anos.
Super Interessante, Edição 459, janeiro 2024, A inteligência das abelhas, página 35. Foto: UPF/Universidade de Passo Fundo.
Rui Iwersen, editor de GaiaNet.
Colapsos - Série de GaiaNet nº 22
Colapso nº 10 - Entrevista com Jared Diamond
A humanidade, tal como a conhecemos, caminha para o colapso
Para Jared Diamond, biogeógrafo americano que estuda a ascensão e queda das civilizações, o futuro da humanidade, tal como a conhecemos, caminha para o colapso.
Para evitar ou reduzir o aquecimento global e a escassez de recursos naturais é necessário mudar completamente nosso modo de vida.
Super Interessante, Edição Especial, Apocalipse – O fim do mundo, Edição 291-A, maio de 2011, página 65; foto: HipeScience.
Rui Iwersen, editor de GaiaNet.
Saúde do Planeta nº 34
Quando se trata de previsão do clima, é preciso conhecer a natureza da superfície da terra
Mas, quando se trata de previsão do clima, não basta considerar apenas a física da atmosfera. É preciso levar em conta como o oceano armazena calor e dióxido de carbono, e a dinâmica de suas trocas com a atmosfera. É preciso também conhecer a natureza da superfície da terra - se está ou não coberta de neve faz uma enorme diferença, por exemplo.
As florestas agora conhecidas não são áreas passivas em um mapa, com propriedades climáticas fixas, mas protagonistas vivos do sistema climático. O mesmo acontece com a superfície do oceano e os organismos que vivem nele. As nuvens e partículas de poeira suspensas no ar também exercem um efeito poderoso sobre o clima.
Para levar em conta o grande número de variáveis, precisamos de um computador grande.
James Lovelock, A Vingança de Gaia, Editora Intrínseca, 2006, página 57; foto: Geolnova.
Rui Iwersen, editor de GaiaNet.
Série de GaiaNet nº 21
1501 – O Brasil depois de Cabral nº 26
As armas e armaduras de metal europeias fizeram a diferença nos conflitos com os indígenas
O que talvez tenha feito uma diferença significativa [entre os indígenas e os europeus] do ponto de vista do equipamento bélico foi a presença de armas e armaduras de metal do lado ibérico do conflito.
Embora até as armaduras europeias pudessem ser atravessadas pelas flechas dos Tupinambá de vez em quando, conforme relato de cronistas, é difícil imaginar que a maioria dos confrontos não tenha mostrado a superioridade do aço das espadas, lanças e capacetes do Velho Mundo no combate corpo a corpo.
Os próprios Tupinambá do Maranhão teriam reconhecido esse fato, segundo o frade capuchinho Claude D'Abbeville, ao contarem a seus aliados franceses uma narrativa da criação das diferentes raças humanas na qual as armas metálicas desempenham um papel-chave.
Reinaldo José Lopes, 1499 – O Brasil antes de Cabral, Epílogo – Por que o Brasil pré-histórico foi derrotado, Editora Harper Collins, páginas 221 e 222; foto: 123RF.
Rui Iwersen, médico, editor de GaiaNet.
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- Published in Reflexão Ecológica