Colapso
As extinções provocadas por nossos antepassados
No entanto, o antropoceno não é um fenômeno recente. Já há dezenas de milhares de anos, quando se espalharam do leste da África para os quatro cantos do mundo, nossos antepassados da Idade da Pedra modificaram a flora e a fauna de todo continente e de de toda ilha em que se estabeleceram.
Eles levaram à extinção todas as outras espécies humanas do mundo, 90% dos animais de grande porte da Austrália, 75% dos grandes mamíferos da América e aproximadamente 50% de todos os grandes mamíferos terrestres do planeta – e tudo isso antes de plantar o primeiro campo de trigo, criar a primeira ferramenta de metal, escrever o primeiro texto ou cunhar a primeira moeda.
Yuval Noah Harari, Homo deus – uma breve história do amanhã, Companhia das Letras, São Paulo, 2018; 12ª reimpressão, 2018; Parte I – 2. O Antropoceno, página 82
Rui Iwersen
As emissões globais da queima de combustíveis fósseis voltam a crescer
O relatório anual do Global Carbon Budget prevê que as emissões de 2018 serão 3% maiores do que as de 2017, desapontando quem pensava que estas teriam se estabilizado e, em breve, começariam a cair. A emissão proveniente da queima de combustíveis fósseis deverá ser de aproximadamente 37 bilhões de toneladas de CO2, um recorde desde que a espécie humana começou a circular pela Terra.
O país maior emissor, disparado, é a China. Em segundo lugar vêm os EUA, cujas emissões continuam a cair, apesar dos esforços do governo Trump no sentido contrário. A queima de carvão segue sendo a principal fonte de emissões, quase 15 bilhões de toneladas e, para piorar, estas voltaram a aumentar depois de 3 anos de queda consecutiva. Na China, o país maior consumidor de carvão do mundo, as emissões estabilizaram. O responsável pelo aumento foi a Índia.
Como quase todo o relatório é dedicado à queima de fósseis, o Brasil não é mencionado uma única vez. Mesmo nas poucas páginas que falam do desmatamento, quem salta aos olhos é a Indonésia. Quem está acostumado a ver as emissões brasileiras, pode sentir a falta das emissões dos demais gases de efeito estufa para compor o quadro completo das contribuições para o aquecimento global.
A apresentação do trabalho atualizou uma figura interessante: começando com uma concentração de CO2 na atmosfera de cerca de 288 ppm em 1870, quando a revolução industrial já ia “de carvão em popa”, os autores vão estimando quanto cada fonte de emissão fez aumentar a concentração atmosférica e quanto cada sumidouro conseguiu remover este gás da atmosfera, até chegarmos à concentração atual de 405 ppm divulgada recentemente. O carvão e o desmatamento são os que mais contribuíram ao longo desses quase 150 anos. (…)
Fonte: Climainfo – http://climainfo.org.br/
Emissão de carbono atinge recorde em 2017, diz ONU
A quantidade de gás carbono na atmosfera atingiu um novo recorde de 405,5 partículas por milhão em 2017, informou nesta quinta-feira (22) a Organização Meteorológica Mundial, agência especializada da Organização das Nações Unidas (ONU). Segundo a agência, não há tendência de reversão na quantidade de emissões, que ficaram em 403,3 partículas por milhão em 2016.
“A ciência é clara. Sem cortes rápidos em CO2 e outros gases estufa, as mudanças climáticas terão efeitos destrutivos e irreversíveis sobre a vida na Terra. A janela de oportunidade para ação está quase fechada”, informou o secretário-geral da Organização Meteorológica Mundial, Petteri Taalas. (…)
Fonte: Organização Meteorológica Mundial e G1
Veja mais…