Reflexões ecológicas
Freud Explica nº 6
A Religião nº 4
Os ovos de Santa Clara que o prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, encaminhou para as Irmãs Clarissas do Mosteiro da Gávea. Mais cedo o papa Francisco havia recomendado que ele colocasse ovos aos pés de Santa Clara para que a chuva parasse. BOL Fotos
Freud Explica
Nestes últimos exemplos, como em tantos outros do funcionamento da magia, o elemento da distância é desprezado; em outras palavras, a telepatia é admitida como certa.
Se desejo que chova, tenho apenas de efetuar algo que se assemelhe à chuva ou faça lembra-la. Numa fase posterior da civilização, em vez dessa chuva mágica, serão feitas procissões até um templo e preces pedindo chuva serão dirigidas à divindade que nele habita.
Enquanto a magia ainda reserva a onipotência apenas para os pensamentos, o animismo transmite um pouco dela para os espíritos, preparando assim o caminho para a criação de uma religião.
Sigmund Freud, Totem e Tabu, 1913; Rio de Janeiro, Imago Editora, 1974; páginas 96, 97 e 109
Rui Iwersen
Mensagem Quixotesca nº 1
Mensagem ao Papa Francisco
Sua Santidade!
Quando eu soube que o senhor escolheu seu nome de Papa pensando em Francisco de Assis, eu fiquei contente e esperançoso de que os seus atos e palavras iriam ser importantes para aumentar a consciência social e ecológica do vosso rebanho. Por esta razão, enquanto Sua Santidade esteve como Papa no Rio de Janeiro, durante a Jornada Mundial da Juventude, além das óbvias mensagens evangelizadoras, esperei ouvir do Senhor algumas palavras de preocupação social e ambiental.
Felizmente eu ouvi algumas considerações suas a favor dos pobres, pela inclusão social e contra a corrupção, que são também algumas das bandeiras atuais dos brasileiros. Entretanto, embora eu não tenha ouvido e nem lido tudo o que o Senhor disse ou escreveu, eu nada ouvi, e nada li em favor da natureza. Seria isto porque vocês consideram a natureza uma criação divina, uma criação de Vosso Criador, de Vosso Deus?
Como eu desejo que Sua Santidade siga o caminho de Francisco de Assis, e mostre-se amante do homem, dos outros animais, e das plantas, espero que seja exemplo e divulgador de atitudes ecológicas para Vossos fiéis. Sua Santidade poderia ajudá-los a participar de uma religião milenar com algumas cerimônias medievais e ecologicamente incorretas, como a representação, por milhões de pessoas portando ramos de plantas, no dito Domingo de Ramos, que representa o dia da ‘entrada de Jesus na cidade’.
Para um outro exemplo que humildemente gostaria de dar-lhe, usei informação de um dicionário (Eu não leio somente sobre cavaleiros e aventuras!) Trata-se, caro Senhor, da enorme queima diária de velas em templos ou cerimônias. Como o Senhor deve saber, as velas são feitas com espermacete, uma “substância branca e oleosa que se extrai do cérebro dos cachalotes e com que se fabricam velas” segundo o Dicionário Aurélio da Língua Portuguesa.
Recomendo, portanto, que o Senhor oriente os seus seguidores a abandonarem alguns hábitos nocivos ao meio ambiente, como a queima diária ou ocasional cerimonial de velas, as tochas de fogo em procissões, as fogueiras e balões nas festas juninas, os fogos de artifício nas festas juninas, no natal, no reveillon e em outras festas religiosas, assim como os tapetes feitos com flores, serragem e sal nas ruas para procissões.
Recomendo também não mais estimular oferenda de ‘uma duzia de ovos para Santa Clara melhorar o tempo’ (como fez um de vossos antecessores). Desestimule as oferendas ao mar, aos rios e aos lagos, as imagens de madeira retiradas de árvores abatidas pelo homem, e mais alguns rituais religiosos ecologicamente nocivos que eu não me lembro agora.
Aconselhando Vossos cordeiros a serem mais ecológicos, mais realistas e menos místicos no trato das questões sociais e ecológicas, o senhor certamente representará mais e melhor o nome que escolheu, o nome de Francisco, um italiano religioso, eremita e amante dos pobres e da natureza do século XIII.
Boa sorte e bom reinado Papa Francisco!
Embora eu não seja um de seus seguidores, se Sua Santidade decidir trabalhar também ecologicamente, conte comigo nesta aventura!
O Sancho pediu-me para dizer à Sua Santidade que “antes tarde do que nunca”.
Rui Martins Iwersen
Darwin Tinha Razão nº 6
Devoção Religiosa
Como a devoção se relaciona em certa medida com a afeição, apesar de apoiada principalmente na reverência, muitas vezes combinada com o medo, a expressão desse estado de espírito pode ser brevemente descrita aqui. (página 205)
A devoção se exprime principalmente dirigindo-se o rosto em direção aos céus, com os olhos voltados para cima. (…) Como durante as preces os olhos frequentemente estão voltados para cima, sem que a mente esteja tão absorvida a ponto de se aproximar do estado de inconsciência do sono, o movimento é provavelmente convencional – resultado da crença comum de que o Céu, a fonte do poder Divino para o qual rezamos, está situado acima de nós. (página 206)
Um ajoelhar-se humilde, com as mãos juntas e viradas para o alto, parece-nos, pela força do hábito, um gesto tão apropriado para a devoção que poderíamos pensar que é inato. Mas não encontrei nenhuma evidência desse fato nas inúmeras raças humanas fora da Europa. (página 206)
O sr. Heinsleigh Wedgwood aparentemente deu a explicação certa, supondo mesmo que a atitude seja uma submissão semelhante à do escravo: “Quando o suplicante se ajoelha e levanta suas mãos com as palmas unidas, ele age como o prisioneiro provando a totalidade de sua submissão ao oferecer suas mãos para o vitorioso amarrar. É a representação pictórica do dare manus latino significando submissão”.
Portanto, é pouco provável que elevar os olhos e juntar as mãos espalmadas sejam gestos inatos ou verdadeiramente expressivos; e dificilmente poderíamos pensar que o fossem, já que é duvidoso que sentimentos, como os de devoção, pudessem afetar o coração do homem ainda não civilizado do passado. (página 206)
Charles Darwin, A expressão das emoções no homem e nos animais, 1872, São Paulo, Companhia das Letras, 2000
Rui Martins Iwersen
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4 Comments to “ Reflexões ecológicas”
Olá Maduca.
Assim como eu, talvez outros demorem a perceber que teu nome, escrito em vermelho em teu comentário, é o link de teu site.
Aproveito esta autocrítica e estas reflexões para divulgar teu link e recomendar teu site (que eu visitei e gostei). Importantes e graves as revelações sobre a história e as estratégias da sociedade capitalista de consumo (tão nefasta para o meio ambiente) mostradas e documentadas no vídeo sobre “obsolescência programada”.
Continuo com a opinião de que deverias, sempre que possivel e conveniente, divulgar o endereço eletrônico de teu site, o que poderia facilitar o acesso dos interessados.
Abraço.
Rui
Oi. Visite o meu blog de design ecológico; já coloquei um
link para vocês em meio ambiente. Abraço. Maduca.
Oi Maduca.
No teu comentário a Gaianet tu não deste o nome e o endereço do teu site. Por favor, apresente para mim e para os leitores de GaiaNet o endereço eletrônico de teu blog. Seria bom e importante para nós visitarmos o teu site e lermos, vermos e aprendermos mais sobre design ecológico.
Obrigado pelo vínculo com GaiaNet.
Abraço.
Rui Iwersen, editor de GaiaNet
Olá Rui… Gostei muito do seu trabalho… E de como voce traz as informações… Parabéns!
Estou linkando este espaço no blogue 365 Atos… Um grande abraço.