Reflexões ecológicas
Curiosidades ecológicas nº 3
O lugar mais quente e o mais frio da Terra
É num deserto que a temperatura mais alta foi constatada, nos Estados Unidos. O recorde de calor, de fato, foi estabelecido em Furnace Creek, no célebre Vale da Morte (Califórnia), com 56,7 ºC, dia 10 de julho de 1913.
Em pleno verão, este lugar vê, alias, o mercúrio variar regularmente entre 45 ºC e 50 ºC em pleno dia, e uns trinta graus à noite. (…)
Ao contrário, o lugar mais frio do mundo se situa em Vostok, na Antártica, que abriga uma base de pesquisas russa sobre o continente antártico. O meteorologistas constataram aí uma temperatura recorde de -89,2 ºC, em julho de 1983.
Jornal gratuito Direct Matin, nº 1729, 31 de agosto de 2015, página 2; tradução livre de Rui Iwersen; Foto: Todo Estudo
Em Defesa da Ciência nº 23
A descrença no aumento das temperaturas
Pesquisa do Datafolha mostrou que 15% dos brasileiros não acham que a temperatura do planeta está aumentando. Entre os entrevistados, 28% disseram não acreditar que a ação humana tem a ver com o aquecimento global.
O instituto testou a questão com os que aprovam o governo de Jair Bolsonaro, cujo filho Carlos Bolsonaro recentemente duvidou do aquecimento global, questionando a sua existência em um dia de baixíssima temperatura.
Clima, Revista IstoÉ, ano 42, nº 2588, 07/08/2019, página 25; foto: O Globo
Reflexão sobre o racismo nº 13
Nos EUA e no Brasil, assim como na França, os negros devem recorrer às palavras do opressor para se comunicar
(…) Dispersos pelo tráfico aos quatro cantos do mundo, os negros não dispõem de uma língua comum; para incitar os oprimidos à união, devem recorrer às palavras do opressor. O francês é que proporcionará ao chantre negro o mais amplo auditório entre os negros, ao menos nos limites da colonização francesa.
(…) só através dela é que podem comunicar; semelhantes aos sábios do século XVI que se entendiam tão-somente em latim, os negros não se encontram senão no terreno cheio de armadilhas que o branco lhes preparou: entre os colonizados, o colono se arrumou de modo a ser o eterno mediador; está presente, sempre presente, mesmo quando ausente, até nos conciliábulos mais secretos.
E como as palavras são idéias, ao declarar em francês que rejeita a cultura francesa, o negro apanha com uma mão o que joga fora com a outra, instala em si mesmo, como uma trituradora, o aparelho de pensar do inimigo. (…)
Jean-Paul Sartre, Reflexões sobre o racismo, Difusão Europeia do Livro, São Paulo, 1968, páginas 98 e 99; foto: Observatório do Terceiro Setor
Rui Iwersen
Reflexão sobre o racismo nº 12
Que os negros se pensem como negros
(…) como o desprezo que os brancos ostentam para com os pretos – e que não possui equivalente na atitude dos burgueses em relação à classe operária – visa tocá-los no fundo do coração, é mister que os negros lhes oponham uma concepção mais justa da subjetividade negra; por isso a consciência de raça centra-se sobretudo na alma negra, ou melhor, já que o termo aparece muitas vezes nesta antologia, em certa qualidade comum aos pensamentos e às condutas dos negros, que se chama a negritude.
Ora, para constituir conceitos raciais, só há duas maneiras de operar: transpõe-se para a objetividade certos caracteres subjetivos, ou então, tenta-se interiorizar condutas objetivamente discerníveis; assim o negro que reivindica sua negritude num movimento revolucionário coloca-se de pronto no terreno da Reflexão, quer deseje reencontrar em si próprio certos traços objetivamente verificados nas civilizações africanas, quer espere descobrir a Essência negra nas profundezas de seu coração. (…)
Jean-Paul Sartre, Reflexões sobre o racismo, Difusão Europeia do Livro, São Paulo, 1968, página 95; foto: UOL
Rui Iwersen
Reflexão sobre o racismo nº 11
O caminho capaz de levar à abolição das diferenças de raça
(…) Aos que, durante séculos, tentaram debalde porque era negro, reduzi-lo ao estado de animal, é preciso que ele os obrigue a reconhece-lo como homem. Ora, no caso não há escapatória, nem subterfúgios, nem “passagem de linha” a que possa recorrer; um judeu, branco entre os brancos, pode negar que seja judeu, declarar-se homem entre homens. O negro não pode negar que seja negro ou reclamar para si esta abstrata humanidade incolor: ele é preto.
Está pois encurralado na autenticidade: insultado, avassalado, reergue-se, apanha a palavra “preto” que lhe atiram qual uma pedra: reivindica-se como negro, perante o branco, na altivez.
A unidade final, que aproximará todos os oprimidos no mesmo combate, deve ser precedida nas colônias por isso que eu chamaria momento da separação ou da negatividade: este racismo anti-racista é o único caminho capaz de levar à abolição das diferenças de raça. (…)
Jean-Paul Sartre, Reflexões sobre o racismo, Difusão Europeia do Livro, São Paulo, 1968, página 94; foto: Brasil Escola – UOL
Rui Iwersen
Os “guardiões do Crivella” e os “gladiadores do altar”
Igreja Universal cria exército de “gladiadores”
Um vídeo divulgado pela Igreja Universal do Reino de Deus em sua página do Facebook, mostrando um grupo de jovens fardados, pertencentes ao “exército” denominado Gladiadores do Altar, foi o destaque desta semana.
Críticas do deputado federal Jean Wyllys (PSOL), afirmando tratar-se de uma “milícia fundamentalista cristã”, fizeram com que o vídeo ganhasse, posteriormente, ainda mais destaque nas redes sociais, levando a Universal a retirá-lo sua página do Facebook.
Fonte: Zip Net
Matéria editada originalmente na página Saúde mental e meio ambiente no dia 9 de março de 2015
Reflexão sobre o racismo nº 10
A ‘estrutura capitalista de nossa sociedade’ e o racismo estrutural
(…) O preto, como o trabalhador branco, é vítima da estrutura capitalista de nossa sociedade; tal situação desvenda-lhe a estreita solidariedade, para além dos matizes de pele, com certas classes de europeus oprimidos como ele; incita-o a projetar uma sociedade sem privilégio, em que a pigmentação da pele será tomada como simples acidente.
Mas, embora a opressão seja uma, ela se circunstancia segundo a história e as condições geográficas: o preto sofre o seu jugo, como preto, a título de nativo colonizado ou de africano deportado.
E, posto que o oprimem em sua raça, e por causa dela, é de sua raça, antes de tudo, que lhe cumpre tomar consciência. Aos que, durante séculos, tentaram debalde porque era negro, reduzi-lo ao estado de animal, é preciso que ele os obrigue a reconhece-lo como homem. (…)
Jean-Paul Sartre, Reflexões sobre o racismo, Difusão Europeia do Livro, São Paulo, 1968, páginas 93 e 94; foto: 19news
Rui Iwersen
Reflexão sobre o racismo nº 9
Racismo anti-racista
(…) o negro, vítima de colonialismo, tem que viver forçosamente sob o signo da autenticidade.
Um judeu, branco entre brancos, pode negar ou ocultar a sua origem e afirmar-se homem entre homens. O negro jamais poderá negar ou ocultar a cor, signo indelével de sua situação na sociedade dominada pelos brancos. Não tem subterfúgio possível.
Sua luta pela liberdade será obrigatoriamente a oposição da sua raça à do opressor, a descoberta da sua inferioridade na escala social, a afirmação da negritude, a violentação da lógica e da língua que o opressor lhe impôs.
E este racismo anti-racista é afinal o único caminho capaz de levar à abolição das diferenças de raça. (…)
Editorial do livro Reflexões sobre o racismo de Jean-Paul Sartre, Editora Difusão Européia do Livro, 5ª edição, 1968; foto: Observatório do Terceiro Setor.
Rui Iwersen
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4 Comments to “ Reflexões ecológicas”
Olá Maduca.
Assim como eu, talvez outros demorem a perceber que teu nome, escrito em vermelho em teu comentário, é o link de teu site.
Aproveito esta autocrítica e estas reflexões para divulgar teu link e recomendar teu site (que eu visitei e gostei). Importantes e graves as revelações sobre a história e as estratégias da sociedade capitalista de consumo (tão nefasta para o meio ambiente) mostradas e documentadas no vídeo sobre “obsolescência programada”.
Continuo com a opinião de que deverias, sempre que possivel e conveniente, divulgar o endereço eletrônico de teu site, o que poderia facilitar o acesso dos interessados.
Abraço.
Rui
Oi. Visite o meu blog de design ecológico; já coloquei um
link para vocês em meio ambiente. Abraço. Maduca.
Oi Maduca.
No teu comentário a Gaianet tu não deste o nome e o endereço do teu site. Por favor, apresente para mim e para os leitores de GaiaNet o endereço eletrônico de teu blog. Seria bom e importante para nós visitarmos o teu site e lermos, vermos e aprendermos mais sobre design ecológico.
Obrigado pelo vínculo com GaiaNet.
Abraço.
Rui Iwersen, editor de GaiaNet
Olá Rui… Gostei muito do seu trabalho… E de como voce traz as informações… Parabéns!
Estou linkando este espaço no blogue 365 Atos… Um grande abraço.