Reflexões ecológicas
Freud explica nº 63
A Guerra nº 27
Suportar a vida continua sendo o primeiro dever de todos os seres viventes
Não seria melhor conceder à morte o lugar que ela merece na realidade e em nossos pensamentos e enfatizar um pouco mais nossa atitude inconsciente em relação com a morte, que até agora suprimimos com tanto cuidado?
Não parece ser uma capacidade superior, mais um retrocesso em muitos momentos, uma regressão, mas tem a vantagem de levar mais em conta a veracidade e tornar nossa vida novamente mais suportável. Suportar a vida continua sendo o primeiro dever de todos os seres viventes. A ilusão perde o valor se nos impedir de fazer isso.
Lembremo-nos do antigo ditado: Si vis pacem, para bellum. Se quizer a paz, prepare-se para a guerra.
Seria oportuno alterá-lo: Si vis vitam, para mortem, Se quiser suportar a vida, prepare-se para a morte.
Sigmund Freud, Tempos de guerra e de morte, 1915, Nova Fronteira, RJ, 2021, página 53 (últimas frases do livro); foto: Wikipédia.
Rui Iwersen, médico psiquiatra
Série de GaiaNet nº 20
Saúde do Planeta nº 18
Muitos plásticos não podem ser reciclados
Muitos plásticos simplesmente não podem ser reciclados, por suas propriedades físicas. Outros contêm substâncias que deixam o processo bem mais complexo.
Das sete categorias de plástico, somente o PET e o polietileno de alta densidade, ou HDPE, são recicladas em escala comercial. Nos demais casos, geralmente existe algum problema que complica ou impede isso. O poliestireno (isopor), por exemplo, é considerado inviável de reciclar, porque seu transporte é caro (…) e ele se esfarela facilmente durante o manuseio. (…)
Já o PVC contém cloro, que é liberado na forma de gás tóxico quando esse plástico é aquecido. O polipropileno dos canudos e potes de margarina não sobrevive bem à reciclagem; fica fraco demais. E diversos outros plásticos contêm resinas misturadas – o que torna sua reciclagem inviável.
Super Interessante, Edição 446, dezembro de 2022, O futuro do plástico, página 28; foto: Brasil 247
Rui Iwersen
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Série de GaiaNet nº 21
1501 – O Brasil depois de Cabral – nº9
O Capitão-mor perguntou se lhes parecia bem tomar aqui por força um par destes homens para os mandar a Vossa Alteza
E [o Capitão-mor] perguntou a todos se nos parecia bem mandar a nova do achamento desta terra a Vossa Alteza pelo navio de mantimentos, para a melhor a mandar descobrir e saber dela mais do que nós agora podíamos saber, por irmos de nossa viagem.
E entre muitas falas que no caso se fizeram, foi por todos ou a maior parte dito que seria muito bem. E nisto concluíram. E tanto que a conclusão foi tomada, perguntou mais se lhes parecia bem tomar aqui por força um par destes homens para os mandar a Vossa Alteza, deixando aqui por eles outros dois destes degredados.
Sobre isto acordaram que não era necessário tomar por força homens (…)
Pero Vaz de Caminha, A Carta, abril de 1500, Editora Vozes, Rio de Janeiro, 2019, página 24; foto: Jornal da USP
Rui Iwersen, editor de GaiaNet
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Freud explica nº 62
A Guerra nº 26
Enquanto as condições de existência dos povos forem tão diferentes e as repulsões entre eles tão violentas, guerras hão de existir
Resumamos, então: nosso inconsciente é tão inacessível à ideia da própria morte, tão mortífero diante de estranhos, tão ambivalente para com o ente querido quanto o humano dos tempos primevos. Mas o quanto nos afastamos deste estado primevo em nossa atitude cultural-convencional em relação com a morte!
É fácil dizer como a guerra interfere nessa dicotomia. Ela nos despoja das camadas posteriores da cultura e permite que o humano primevo reapareça em nós. Força-nos novamente a sermos heróis que não podem acreditar em nossa morte; aponta-nos estranhos como inimigos, cuja morte se deveria causar ou desejar causar; nos aconselha a desconsiderar a morte de entes queridos.
A guerra, porém, não pode ser eliminada; enquanto as condições de existência dos povos forem tão diferentes e as repulsões entre eles tão violentas, guerras hão de existir.
Sigmund Freud, Tempos de guerra e de morte, 1915, Nova Fronteira, RJ, 2021, páginas 52 e 53 (última página do livro); foto: Significados
Rui Iwersen, médico psiquiatra
Série de GaiaNet nº 20
Saúde do Planeta nº 17
A Grande Ilha de Lixo do Pacífico soma mais de 80 toneladas de plástico
A Grande Ilha de Lixo do Pacífico fica entre a costa oeste dos EUA e o Japão, e é formada por mais de 1,8 trilhão de detritos, que somam mais de 80 toneladas de plástico e se estendem por 1,6 milhão de quilômetros quadrados – o tamanho do estado do Amazonas.
A ilha se formou ali porque o Giro do Pacífico Norte é um conjunto de correntes marítimas, que puxam e seguram o lixo. Os resíduos mais antigos datam de 1977. E, segundo um estudo publicado em 2018 por cientistas holandeses, há evidências concretas de que a ilha segue crescendo.
Aproximadamente 46% do material veio de redes de pesca que se romperam – sim, elas também são feitas principalmente de plástico.
Super Interessante, Edição 446, dezembro de 2022, O futuro do plástico, página 27; foto: AlmA Londrina Rádio Web
Rui Iwersen
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Dia dos Povos Indígenas
O Dia dos Povos Indígenas é uma data comemorativa celebrada no Brasil no dia 19 de abril e tem como propósito celebrar a diversidade das histórias e das culturas dos povos indígenas brasileiros; combater preconceitos contra os indígenas; e estabelecer políticas públicas que garantam os direitos dos povos originários.
Essa data comemorativa foi criada, em 1943, durante a ditadura do Estado Novo. Seu surgimento se deu, em boa medida, pela pressão de Marechal Rondon, importante indigenista brasileiro. Ainda, a data foi criada por influência do Congresso Indigenista Interamericano que havia sido realizado no México em abril de 1940.
Fonte: Mundo Educação e página Calendário Ecológico de GaiaNet
Série de GaiaNet nº 21
1501 – O Brasil depois de Cabral – nº 8
Depois de acabada a missa, os nativos começaram a saltar e dançar um pedaço
Enquanto estivemos à missa e à pregação, seria na praia outra tanta gente, pouco mais ou menos como a de ontem, com seus arcos e setas, a qual andava folgando.
E olhando-nos, sentaram-se. E, depois de acabada a missa, assentados nós à pregação, levantaram-se muitos deles, tangeram corno ou buzina, e começaram a saltar e dançar um pedaço.
Pero Vaz de Caminha, A Carta, abril de 1500, Editora Vozes, Rio de Janeiro, 2019, página 21; foto: Aventuras na História
Rui Iwersen, editor de GaiaNet
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Freud explica nº 61
A Guerra nº 25
O selvagem guerreiro ainda teme a vingança espiritual dos guerreiros inimigos abatidos
É digno de nota que os povos primitivos que ainda vivem na Terra, e certamente estão mais próximos do humano primevo do que nós, se comportam de modo diferente neste ponto [sentimento de culpa] – ou se comportavam enquanto ainda não tinham experienciado a influência de nossa cultura.
O selvagem – australiano, bosquimano, habitantes da Terra do Fogo – não é de forma alguma um assassino impenitente; quando retorna da guerra como vencedor, não tem permissão para entrar em sua aldeia ou tocar na esposa até que tenha expiado seus assassinatos de guerra por meio de penitências com frequência longas e árduas.
É claro que a explicação vem da superstição; o selvagem ainda teme a vingança espiritual dos abatidos. Mas os espíritos dos abatidos nada mais são do que a expressão do peso de sua consciência moral por sua culpa de sangue; por trás dessa superstição, há um tanto de sensibilidade ética que se perdeu para nós, pessoas da cultura.
Sigmund Freud, Tempos de guerra e de morte, 1915, Nova Fronteira, RJ, 2021, página 46; foto: Jornal da USP
Rui Iwersen, médico psiquiatra
Série de GaiaNet nº 20
Saúde do Planeta nº 16
A humanidade fabrica 400 milhões de toneladas de plástico por ano
(…) o plástico segue emporcalhando o planeta. A cada ano, a humanidade fabrica 400 milhões de toneladas dele, que se somam aos 9,2 bilhões já produzidos.
Segundo dados da ONU, apenas 10% do plástico é reciclado (outros 14% são incinerados para gerar energia, liberando CO2 e substâncias químicas). Todo o resto vai parar em lixões e nos oceanos, onde leva centenas de anos para se decompor.
Super Interessante, Edição 446, dezembro de 2022, O futuro do plástico, página 24; foto: InfoEscola
Rui Iwersen
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4 Comments to “ Reflexões ecológicas”
Olá Maduca.
Assim como eu, talvez outros demorem a perceber que teu nome, escrito em vermelho em teu comentário, é o link de teu site.
Aproveito esta autocrítica e estas reflexões para divulgar teu link e recomendar teu site (que eu visitei e gostei). Importantes e graves as revelações sobre a história e as estratégias da sociedade capitalista de consumo (tão nefasta para o meio ambiente) mostradas e documentadas no vídeo sobre “obsolescência programada”.
Continuo com a opinião de que deverias, sempre que possivel e conveniente, divulgar o endereço eletrônico de teu site, o que poderia facilitar o acesso dos interessados.
Abraço.
Rui
Oi. Visite o meu blog de design ecológico; já coloquei um
link para vocês em meio ambiente. Abraço. Maduca.
Oi Maduca.
No teu comentário a Gaianet tu não deste o nome e o endereço do teu site. Por favor, apresente para mim e para os leitores de GaiaNet o endereço eletrônico de teu blog. Seria bom e importante para nós visitarmos o teu site e lermos, vermos e aprendermos mais sobre design ecológico.
Obrigado pelo vínculo com GaiaNet.
Abraço.
Rui Iwersen, editor de GaiaNet
Olá Rui… Gostei muito do seu trabalho… E de como voce traz as informações… Parabéns!
Estou linkando este espaço no blogue 365 Atos… Um grande abraço.