Colapso
Série de GaiaNet nº 21
1501 – O Brasil depois de Cabral nº 19
As doenças infecciosas que devastaram a população ameríndia após o contato com europeus
Com efeito, a maioria das doenças infecciosas que devastaram a população ameríndia após o contato com europeus – e que, em certa medida, continuaram a cumprir esse papel até o século XX – provavelmente surgiu a partir de patógenos que infectavam animais domésticos.
É o caso do sarampo (parente próximo da peste bovina, doença do gado hoje extinta), da varíola (que pode ter chegado ao homem a partir de interação entre vírus de camelos e de bois) e da já citada gripe.
Também foram importantes patógenos do Velho Mundo que não dependem propriamente de bichos domésticos, mas de mamíferos “parasitas”, que se adaptaram à riqueza de alimentos nas vizinhanças das moradias humanas. É o caso dos ratos (incluindo aí tanto as espécies urbanas quanto as do campo), que carregam as pulgas em cujo sistema digestivo vive a temida Yersinia pestis, a bactéria da peste bubônica.
Reinaldo José Lopes, 1499 – O Brasil antes de Cabral, Epílogo – Por que o Brasil pré-histórico foi derrotado, Editora Harper Collins, páginas 215 e 216; foto: Amazônia Real.
Rui Iwersen, médico, editor de GaiaNet.
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Colapsos – Série de GaiaNet nº 22
Colapso nº 2 – Ilha de Páscoa
O tamanho dos moais foi aumentando, o que sugere um acirramento na competição entre os clãs ou um maior apelo aos deuses
Nessa época, a sociedade [de Páscoa] se dividia em 12 clãs. Eles compartilhavam pacificamente os recursos naturais da ilha. A competição se resumia à fabricação das estátuas (os moais). Os moais representavam membros mortos das elites dos clãs.(…) Ao longo da história da ilha, o tamanho dos moais foi aumentando, o que sugere um acirramento na competição entre os clãs ou um maior apelo aos deuses. (…)
O auge da construção dos moais foi entre 1400 e 1600, período que o consumo de alimentos aumentou 25%. As estátuas requeriam, além de “combustível” para os trabalhadores, quilômetros de cordas grossas, muita madeira para os trenós, trilhos e alavancas.
As árvores também eram derrubadas para a construção de canoas, com as quais os homens se lançavam ao mar em busca de peixes e golfinhos. Eram também usadas nas fogueiras com as quais aqueciam os corpos, preparavam a comida e cremavam os mortos.
Super Interessante, Edição Especial, Apocalipse – O fim do mundo, Edição 291-A, maio de 2011, página 58; foto: BBC.
Rui Iwersen, editor de GaiaNet.
Série de GaiaNet nº 21
1501 – O Brasil depois de Cabral nº 18
As doenças infecciosas do Velho Mundo contribuíram no extermínio das populações indígenas
[As armas de fogo e os grandes animais de montaria dos soldados] São todas vantagens consideráveis, que muito provavelmente diminuíram as chances de resistência eficaz dos habitantes do Novo Mundo aos invasores europeus, mas nada se compara ao peso das doenças infecciosas do Velho Mundo no extermínio das populações indígenas.E é aqui que podemos enfim amarrar as pontas de nosso raciocínio: essas doenças, em geral causadas por vírus ou bactérias, frequentemente surgiram como zoonoses – moléstias de bicho, em linguagem mais simples.
Trata-se de um fenômeno que, em grande medida, continua ocorrendo no mundo moderno. Basta recordar o pânico em torno da chamada gripe suína anos atrás, o avanço assustador do vírus zika hoje ou da Aids na década de 1980.
Reinaldo José Lopes, 1499 – O Brasil antes de Cabral, Epílogo – Por que o Brasil pré-histórico foi derrotado, Editora Harper Collins, páginas 212 e 213; foto: Câmara dos Deputados (Índios Yanomami doentes)
Rui Iwersen, editor de GaiaNet.
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Série de GaiaNet nº 20
Saúde do Planeta nº 26
Estamos caminhando a passos largos na direção da sexta extinção em massa
A Organização Mundial do Comercio (OMC) afirma em seu relatório World Trade Reporter – Natural Resources que recursos naturais são “estoques de materiais existentes em ambiente natural que são escassos e economicamente úteis”. Ou seja, se forem usados de forma excessiva (e estão) terminarão e teremos (já temos) um problema dos grandes.
Nesses recursos naturais não estão incluídos apenas petróleo, gás natural ou carvão. Alimentos também fazem parte dele assim como a água potável, o bem mais necessário à continuidade da vida de boa parte dos animais, homens principalmente. O responsável por tudo isso é nossa espécie.
A situação é tão grave que, em março, cientistas liderados por Anthony Barnorsky, da Universidade de Berkeley, na Califórnia, Estados Unidos, publicaram um estudo mostrando que estamos caminhando a passos largos na direção da sexta extinção em massa, uma situação na qual 75% das espécies do planeta simplesmente deixarão de existir.
Super Interessante, Edição Especial, 291 A, maio de 2011, Apocalipse – O fim do mundo – Esgotamento dos recursos naturais, página 43; foto: Correio do Povo.
Rui Iwersen, editor de GaiaNet.
Colapsos – Série de GaiaNet nº 22
Colapso nº 1 – Ilha de Páscoa
A ilha chegou a abrigar a maior espécie de palmeira do mundo e uma floresta tropical com mais de 21 espécies de grandes árvores
[A ilha de] Páscoa é formada a partir de três vulcões que se ergueram do mar há milhões de anos. A topografia suave, sem penhascos acentuados, é caminho aberto para fortes ventos oceânicos. O clima é ameno, frio para os padrões polinésios [seus colonizadores]; a baixa temperatura do mar prejudica a formação de recifes de coral e diminui a oferta de peixes e moluscos. Os grandes costados de pedra dificultam ainda mais a pesca. A vida parece nunca ter sido fácil naquele canto do mundo.Se hoje o cenário é desolador, fósseis encontrados recentemente na lava vulcânica revelam que a ilha chegou a abrigar a maior espécie de palmeira do mundo e uma floresta tropical com mais de 21 espécies de grandes árvores. Essa foi a grande fonte de matéria – prima da civilização em seu apogeu.
Super Interessante, Edição Especial, Apocalipse – O fim do mundo, Edição 291-A, maio de 2011, página 58; foto: Felipe, o pequeno viajante
1º artigo desta nova série de GaiaNet que apresentará trechos do relato de apocalipses de alguns povos da antiguidade e de uma entrevista com Jared Diamond, autor do livro Colapso.
Rui Iwersen, editor de GaiaNet
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