Colapso
Relatório Planeta Vivo 2018 mostra o impacto dos seres humanos na saúde da Terra
Vivemos em uma era de mudanças planetárias aceleradas sem precedentes. De fato, muitos cientistas acreditam que nosso consumo crescente e o consequente aumento da demanda por energia, solo e água estão moldando uma nova época geológica: o Antropoceno.
É a primeira vez na história da Terra que uma única espécie – o Homo sapiens – tem um impacto tão poderoso sobre o planeta. Esta rápida mudança planetária, conhecida como a “Grande Aceleração”, trouxe muitos benefícios para a sociedade humana. Agora, também entendemos que existem inúmeras ligações entre o avanço geral de nossa saúde, riqueza, alimentação e segurança, a distribuição desigual desses benefícios e a decadência dos sistemas naturais da Terra.
A natureza, sustentada pela biodiversidade, provê uma série de serviços que são os elementos constitutivos da sociedade moderna; mas tanto a natureza quanto a biodiversidade estão desaparecendo em um ritmo alarmante. Apesar das tentativas bem-intencionadas de impedir essa perda por meio de acordos mundiais, como a Convenção sobre Diversidade Biológica, estamos fracassando. (…)
Nesta edição histórica de aniversário, 20 anos depois da primeira publicação, o Relatório Planeta Vivo 2018 oferece uma plataforma para a melhor ciência, pesquisa de ponta e diversidade de vozes sobre o impacto dos seres humanos na saúde de nossa Terra. (…)
WWF Brasil – https://www.wwf.org.br/
Mensagem a Donald Trump nº 5
Mudanças climáticas
Embora o senhor diga que as mudanças climáticas são “uma invenção dos chineses para vencer os americanos na luta pelo comércio internacional” (ou coisa parecida), o senhor não acha que o clima do planeta está mudando, e para pior?
Rui Iwersen
A primeira extinção em massa provocada pelo Homo sapiens
O momento em que o primeiro caçador-coletor pôs os pés no litoral australiano [há 45 mil anos] foi o momento em que o Homo sapiens subiu ao topo da cadeia alimentar num território específico e a partir daí se tornou a espécie mais mortífera do planeta Terra. (…)
Eles haviam demonstrado sucesso notável ao se adaptar em vários habitats, mas o fizeram sem mudar drasticamente esses habitats. Os povoadores da Austrália, ou, mais precisamente, seus conquistadores, não simplesmente se adaptaram; eles transformaram o ecossistema australiano de tal forma que já não seria possível reconhecê-lo. (…)
À medida que entraram no continente encontraram um universo estranho de criaturas desconhecidas que incluía um canguru de 200 quilos e 2 metros de altura e um leão-marsupial, grande como um tigre moderno, que foi o maior predador do continente. (…)
Os mamíferos marsupiais eram praticamente desconhecidos na África e na Ásia, mas na Austrália reinavam absolutos. Em alguns milhares de anos, virtualmente todos esses gigantes desapareceram. Das 24 espécies animais australianas pesando 50 quilos ou mais, 23 foram extintas.
Yuval Noah Harari, Sapiens – uma breve história da humanidade, 32ª edição, Porto Alegre, L&PM, 2018, páginas 74 e 75
Rui Iwersen
Veja mais…