Antropoceno
Desmatamento, mudanças ambientais e mudanças climáticas
A nuvem de poeira vista ontem nas cidades de Franca e Ribeirão Preto, no estado de São Paulo, pode retornar quando as chuvas de primavera acabarem, segundo análise de Pedro Cortês, professor do IEE/USP (Instituto de Energia e Ambiente da Universidade de São Paulo). O professor explicou que a nuvem que assustou moradores da região se formou pela combinação de “solo muito ressecado, sem umidade que retenha essa poeira na superfície e, quando vem a chuva, o vento tem poder de levantar essa poeira, porque tem circulação vertical intensa”, disse ao UOL News. (…)
“É difícil prever que isso vá acontecer em determinado dia, mas é possível caracterizar possibilidade caso persista a seca e tenhamos avanço de frente fria”, afirmou. Além disso, o professor ressaltou que os prognósticos climáticos não estão favoráveis para reverter o quadro de seca severa no estado. (…)
Ontem, enquanto a nuvem passava pelas cidades de São Paulo, internautas começaram a especular que o fenômeno estava sendo causado pelas mudanças climáticas, o que foi confirmado por Cortês. “Infelizmente há tendência de enfrentar outra seca extrema no futuro, essa é a terceira estiagem grave em São Paulo só nesse século, ou seja, em 20 anos”, falou o professor. (…)
O professor também chamou atenção para o risco de saúde de inalar partículas presentes naquela nuvem, que podem conter outros contaminantes, como restos das queimadas que ocorrem pelo estado. “Esse material fino tem acesso às vias mais profundas do sistema respiratório”, alertou.
Fonte: UOL News; matéria enviada pelo colaborador de GaiaNet Jorge F. Schneider de Florianópolis; foto: Frisson Online
Síntese e título: Rui Iwersen
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