Antropoceno
Colapsos – Série de GaiaNet nº 22
Colapso nº 5 – Pompeia
Em três dias, Pompeia, Herculano e Stabia foram completamente soterradas
No ano 63, pouco depois de um boom nas construções de luxo na cidade, Pompeia foi parcialmente destruída por um terremoto. A cidade ainda estava em processo de reconstrução quando, nos primeiros dias de agosto de 79, os moradores ouviram ruídos estranhos e sentiram pequenos tremores de terra. Mas seguiram sua rotina. Na manhã do dia 24 de agosto, uma monumental explosão lançou ao céu toneladas de cinzas, pedras de até 8 metros e gases letais. O Vesúvio acordara de seu sono de 1500 anos.
Em três dias, Pompeia, Herculano e Stabia foram completamente soterradas. Passaram-se mais 1500 anos até que vestígios da cidade fossem encontrados, acidentalmente, durante as obras preliminares de um canal ligando o rio Sarno à cidade de Torre Annunziata. As escavações arqueológicas, no entanto, só começariam em 1738 na região de Herculano.
Pompeia foi identificada em 1763, quando as primeiras vítimas petrificadas do Vesúvio surgiram e revelaram aos estupefatos arqueólogos um retrato de como era a vida – e como foi a morte – dos moradores de Pompeia.
Super Interessante, Edição Especial, Apocalipse – O fim do mundo, Edição 291-A, maio de 2011, página 60; foto: National Geographic
Rui Iwersen, editor de GaiaNet.
Série de GaiaNet nº 21
1501 – O Brasil depois de Cabral nº 21
Os relatos coloniais inicialmente falam de grandes aldeias, vastas esquadras de canoas, gente para todo lado
Não é nada surpreendente que os relatos coloniais inicialmente falem de grandes aldeias, vastas esquadras de canoas, gente para todo lado e, em algumas décadas, isso tudo vire fumaça, enquanto os portugueses da costa brasileira sentem a necessidade de ir procurar mão de obra cada vez mais nos cafundós do interior, ou então de arrancá-la da África.
Alguns cronistas, aliás, apontam uma relação perversa ainda mais direta entre epidemias e escravidão indígena: com tanta gente morta, os sobreviventes não davam conta de obter comida, por pura falta de braços para plantar, vendendo a si próprios como cativos para não morrer de fome.
Reinaldo José Lopes, 1499 – O Brasil antes de Cabral, Epílogo – Por que o Brasil pré-histórico foi derrotado, Editora Harper Collins, página 218; foto: Café História.
Rui Iwersen, médico, editor de GaiaNet.
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Biodiversidade – Série de GaiaNet nº 23
Biodiversidade nº 3
O Homem é o único animal que faz guerra contra a própria espécie
“Há mais de 100 países afetados pelas guerras.”
(Fonte desconhecida)
“Guerras e outros conflitos envolvem mais de 100 milhões de pessoas.”
(ACNUR, agência de refugiados da ONU)
“Uma em cada seis crianças está crescendo em zonas de guerra ao redor do mundo.”
(Comité Internacional da Cruz vermelha – CICV)
“Gaza se tornou um cemitério a céu aberto de crianças palestinas, e um inferno para todas as outras.”
(Organização Mundial de Saúde – OMS)
Foto: O Globo; bombardeios de Israel sobre os palestinos de Gaza.
Freud fala de guerra e de paz para Einstein e para nós
ONU/Lois Conner
A guerra se constitui na mais óbvia oposição à atitude psíquica que nos foi incutida pelo processo de civilização. (…)
Mas uma coisa podemos dizer: tudo o que estimula o crescimento da civilização trabalha simultaneamente contra a guerra.
Einstein e Freud, Por que a Guerra?, 1932-1933; Edição Standard Brasileira das Obras de Freud, Imago Editora, Rio de Janeiro, 1974, páginas 258 e 259 (pg. 16 e 17 do artigo original); foto: Guerra e Paz, murais na ONU do pintor brasileiro Cândido Portinari, 1957.
Rui Iwersen, editor de GaiaNet
Colapsos – Série de GaiaNet nº 22
Colapso nº 4 – Ilha de Páscoa
Os moais são hoje o símbolo do apocalipse do povo de Pascoa, causado por ele mesmo.
Em 1700, 70% da população de Páscoa tinha desaparecido. No lugar dos imensos moais, escultores agora faziam pequenas estátuas (os moais kavakava) que mostram pessoas famintas, com o rosto fundo e as costelas à mostra.
Quando Roggeveen chegou à ilha, iniciou uma segunda fase de extinção. As epidemias de doenças trazidas com os europeus e, mais tarde, os sequestros de insulares para trabalhar como escravos no Peru terminaram por dizimar a população. Entre 1862 e 1863, cerca de 1500 pessoas (metade da população) foram sequestradas.
Com a chegada dos missionários católicos, em 1864, o pouco de tradição oral que restava foi perdido. Em 1872, havia apena 111 habitantes (em seu auge, em 1400, estima-se que a população da ilha era de 15 mil pessoas). (…)
Os moais, restaurados, são hoje o símbolo do apocalipse de seu povo. Causado por ele mesmo.
Super Interessante, Edição Especial, Apocalipse – O fim do mundo, Edição 291-A, maio de 2011, página 57; foto: Jornal da Fronteira.
Rui Iwersen, editor de GaiaNet.
Série de GaiaNet nº 21
1501 – O Brasil depois de Cabral nº 20
Os povos indígenas tinham um sistema imunológico menos variado do que o dos europeus
Até onde sabemos, esse processo [de epidemias na Europa] não estava acontecendo do lado de cá do oceano – ao menos não no caso desse tipo de doença [peste bubônica]. Já houve quem propusesse que, além dessa desvantagem ambiental, os indígenas também tinham uma desvantagem genética.
Por descenderem das populações relativamente pequenas que cruzaram a Beríngia no fim do Pleistoceno e ficaram praticamente isoladas do resto do mundo durante mais de 10 mil anos, eles carregariam um subconjunto de genes ligados à ação do sistema imunológico menos variado do que o das populações mais cosmopolitas da Eurásia – e, portanto, com menos potencial inato para resistir aos ataques dos superpatógenos de origem animal.
Reinaldo José Lopes, 1499 – O Brasil antes de Cabral, Epílogo – Por que o Brasil pré-histórico foi derrotado, Editora Harper Collins, página 217; foto: Padre Paulo Ricardo.
Rui Iwersen, médico, editor de GaiaNet.
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