Antropoceno
Combater o aquecimento global não é só uma questão de vontade e esforço
Combater o aquecimento global não é só uma questão de vontade e esforço: também há um problema de escala envolvido. Isso porque, mesmo com todo o crescimento das fontes renováveis nos últimos anos, 80% de toda a energia consumida pela humanidade ainda é de origem fóssil.
Algumas nações, como o Brasil e a França, já têm matrizes energéticas bem limpas; mas as demais, incluindo os países que mais consomem energia no mundo, ainda são totalmente dependentes da queima de carvão e gás.
Descarbonizar tudo isso (ou uma parte grande o suficiente para frear o aquecimento global), com as tecnologias existentes hoje, será bem difícil.
Fonte: texto: Super Interessante, edição 459, janeiro 2024, páginas 26 e 27; foto: Tempo.com
Rui Iwersen, editor de GaiaNet.
Colapsos – Série de GaiaNet nº 22
Colapso nº 10 – Entrevista com Jared Diamond
A humanidade, tal como a conhecemos, caminha para o colapso
Para Jared Diamond, biogeógrafo americano que estuda a ascensão e queda das civilizações, o futuro da humanidade, tal como a conhecemos, caminha para o colapso.
Para evitar ou reduzir o aquecimento global e a escassez de recursos naturais é necessário mudar completamente nosso modo de vida.
Super Interessante, Edição Especial, Apocalipse – O fim do mundo, Edição 291-A, maio de 2011, página 65; foto: HipeScience.
Rui Iwersen, editor de GaiaNet.
Série de GaiaNet nº 21
1501 – O Brasil depois de Cabral nº 26
As armas e armaduras de metal europeias fizeram a diferença nos conflitos com os indígenas
O que talvez tenha feito uma diferença significativa [entre os indígenas e os europeus] do ponto de vista do equipamento bélico foi a presença de armas e armaduras de metal do lado ibérico do conflito.
Embora até as armaduras europeias pudessem ser atravessadas pelas flechas dos Tupinambá de vez em quando, conforme relato de cronistas, é difícil imaginar que a maioria dos confrontos não tenha mostrado a superioridade do aço das espadas, lanças e capacetes do Velho Mundo no combate corpo a corpo.
Os próprios Tupinambá do Maranhão teriam reconhecido esse fato, segundo o frade capuchinho Claude D’Abbeville, ao contarem a seus aliados franceses uma narrativa da criação das diferentes raças humanas na qual as armas metálicas desempenham um papel-chave.
Reinaldo José Lopes, 1499 – O Brasil antes de Cabral, Epílogo – Por que o Brasil pré-histórico foi derrotado, Editora Harper Collins, páginas 221 e 222; foto: 123RF.
Rui Iwersen, médico, editor de GaiaNet.
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Biodiversidade nº 8
No Brasil existem cerca de 170 milhões de animais domésticos
- O Brasil ocupa o 3º lugar no mundo em número de animais domésticos.
- No Brasil existem cerca de 170 milhões de animais domésticos, especialmente cachorros e gatos.
Fonte: Globo News; foto: O Imparcial.
Rui Iwersen, editor de GaiaNet.
Colapsos – Série de GaiaNet nº 22
Colapso nº 9 – Ocaso da Groenlândia Nórdica
A sociedade nórdica desapareceu da Groenlândia em 1400
A turfa – vegetal musgoso que recobre o solo – passou a substituir a madeira nas casas e nas fogueiras. Sem essa “pele” natural, a erosão e os ventos deixaram o solo fraco e pouco produtivo. O metal começou a ser reaproveitado até perder a utilidade. Colher feno, esquartejar uma carcaça ou tosquiar uma ovelha passaram a ter grande grau de dificuldade.
Enquanto isso, do lado “não explorado” da Groenlândia, os inuits (esquimós) pescavam baleias e focas, usavam gordura de baleia para se aquecer e faziam suas casas de gelo, de acordo com Jared Diamond no livro Colapso.
O bloqueio cultural dos colonizadores os impediu de se aproximar do grau de adaptação dos inuits, e a sociedade viking definhou. Vacas, cabras e até cães de caça foram comidos. As pessoas morreram de frio e fome. A sociedade nórdica desapareceu da Groenlândia em 1400.
Super Interessante, Edição Especial, Apocalipse – O fim do mundo, Edição 291-A, maio de 2011, página 63; foto: Mar Sem Fim.
Rui Iwersen, editor de GaiaNet.
Saúde do Planeta nº 33
Gaia, como o camelo, tem diversos estados estáveis, de modo a poder acomodar-se ao ambiente interno e externo mutável
Há pouco tempo, ao me dar conta do aquecimento global, pensei na Terra mais como um camelo. Os camelos, ao contrário da maioria dos animais, regulam a temperatura corporal em dois estados diferentes, mas estáveis.
Durante o dia no deserto, quando faz um calor insuportável, os camelos a regulam perto de 40ºC, temperatura bem próxima daquela do ar para não precisarem esfriar o corpo suando água preciosa. À noite o deserto é frio, podendo até provocar geada. O camelo perderia muito calor se tentasse permanecer em 40º; assim, ele muda a regulação para uma temperatura mais adequada de 34ºC, que é quente o bastante.
Gaia, como o camelo, tem diversos estados estáveis, de modo a poder acomodar-se ao ambiente interno e externo mutável. Na maior parte do tempo, as coisas permanecem estáveis, como aconteceu nos últimos milhares de anos antes da virada para o século XX. Quando o forçamento é forte demais, para o calor ou o frio, Gaia, à semelhança de um camelo, passa para um novo estado estável mais fácil de manter. Ela está na iminência de fazer isso agora.
James Lovelock, A Vingança de Gaia, Editora Intrínseca, 2006, página 28; foto: Olhar Digital.
Rui Iwersen, editor de GaiaNet.
Série de GaiaNet nº 21
1501 – O Brasil depois de Cabral nº 25
As armas de fogo do começo do século XVI tendiam a ter principalmente um efeito moral, causando pânico nas fileiras indígenas
Talvez você esteja estranhando o que parece ser uma ênfase exagerada nos aspectos microbiológicos do sucesso europeu nas Américas, bem como a falta de uma menção aos aspectos tecnológicos dessa vitória, em especial do ponto de vista militar. É óbvio que armas de fogo e navios de guerra inevitavelmente criaram um contexto de superioridade bélica avassaladora de portugueses e espanhóis, certo? Bem, mais ou menos.
É preciso considerar, antes de mais nada, que a tecnologia militar baseada na pólvora não era exatamente uma maravilha por volta do ano 1500. Pesadas, complicadas, difíceis de carregar, as armas de fogo do começo do século XVI tendiam a ter principalmente um efeito moral, causando pânico nas fileiras indígenas, sem que houvesse um impacto tão consistente assim contra grupos acostumados ao estampido e ao cheiro da pólvora, ou que conseguissem manter mobilidade suficiente para escapar dos tiros desferidos após o processo relativamente moroso de carregar e disparar canhões e arcabuzes.
Reinaldo José Lopes, 1499 – O Brasil antes de Cabral, Epílogo – Por que o Brasil pré-histórico foi derrotado, Editora Harper Collins, página 220; foto: Superinteressante.
Rui Iwersen, médico, editor de GaiaNet.
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Colapsos – Série de GaiaNet nº 22
Colapso nº 8 – Ocaso da Groenlândia Nórdica
Além das construções, os nórdicos usavam lenha e carvão para fundir metal e para aquecer água; e a madeira acabou de vez
As menores alterações no clima eram suficientes para afetar as pastagens de feno e a quantidade de gelo no mar, o que influía diretamente na caça às focas e nas atividades comerciais da pequena civilização. E o tempo foi esfriando cada vez mais, a ponto de isolar a ilha.
A madeira, já escassa, acabou de vez. Além das construções, os nórdicos usavam lenha e carvão para fundir metal e para aquecer água.
A turfa – vegetal musgoso que recobre o solo – passou a substituir a madeira nas casas e nas fogueiras. Sem essa “pele” natural, a erosão e os ventos deixaram o solo fraco e pouco produtivo.
Super Interessante, Edição Especial, Apocalipse – O fim do mundo, Edição 291-A, maio de 2011, página 63; foto: Livros Vikings.
Rui Iwersen, editor de GaiaNet.
Saúde do Planeta nº 32
Temos de assegurar que as cidades estejam adequadamente defendidas para os estágios iniciais da guerra climática
Sem perder de vista a escala global do perigo, as nações individuais precisam pensar em maneiras de salvar a si mesmas, bem como o mundo. (…) Não se trata de chauvinismo nem egoísmo: talvez seja a forma mais rápida de assegurar que cada vez mais países, movidos por seus interesses próprios, atuem localmente sobre a mudança global.
(…) precisamos agir agora como se estivéssemos prestes a ser atacados por um inimigo poderoso. Primeiro temos que assegurar nossas defesas contra a mudança climática, antes que o ataque comece. Os locais mais vulneráveis são as cidades próximas do nível do mar agora (…)
Antes de tudo temos de assegurar que estejam adequadamente defendidas para os estágios iniciais da guerra climática e, depois, estar preparados para evacuá-las, de forma ordeira, quando as enchentes avançarem. Uma vez que a Terra comece a passar rapidamente para seu novo estado mais quente, a mudança climática por certo tumultuará o mundo político e comercial. As importações de alimentos, combustível e matérias-primas ficarão cada vez mais difíceis, à medida que os fornecedores em outras regiões forem assolados por secas e enchentes.
James Lovelock, A Vingança de Gaia, Editora Intrínseca, 2006, página 25; foto: Portal Ambiente Legal.
Rui Iwersen, editor de GaiaNet.
Série de GaiaNet nº 21
1501 – O Brasil depois de Cabral nº 24
Aedes aegypti, o inimigo número um da saúde pública brasileira, é uma espécie africana
Além das doenças tipicamente eurasiáticas, moléstias tropicais africanas, que chegaram até aqui por causa da conexão entre a costa brasileira e o tráfico de escravos na África, também devem ter tido um impacto considerável sobre a demografia indígena.
Sei que parece difícil conceber isso hoje, mas houve um tempo em que não havia um único exemplar de [mosquito] Aedes aegypti no Rio de Janeiro, já que o inimigo número um da saúde pública brasileira é uma espécie africana, e os surtos de febre amarela nas Américas (originalmente a principal doença transmitida pela criaturinha) só começaram no século XVII. O mesmo vale para a malária e seus vetores, os mosquitos do gênero Anopheles.
Em suma, as enfermidades tropicais que frequentemente aterrorizavam (e aterrorizam) os europeus em visita ao Brasil são, com frequência, doenças africanas.
Reinaldo José Lopes, 1499 – O Brasil antes de Cabral, Epílogo – Por que o Brasil pré-histórico foi derrotado, Editora Harper Collins, páginas 219 e 220; foto: Toda Matéria.
Rui Iwersen, médico, editor de GaiaNet.
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Biodiversidade nº 6
Quantos seres vivos morrem em média num incêndio de floresta na Amazônia?
Resposta da Inteligência Artificial (IA).
Os incêndios florestais na Amazônia têm consequências devastadoras para a vida selvagem e o ecossistema. Embora não haja um número exato de seres vivos que morrem em cada incêndio, podemos fornecer algumas informações com base em estudos e dados disponíveis:
- Animais Mortos: Mais de 2,3 milhões de animais podem ter morrido nas chamas que varreram áreas protegidas da floresta amazônica e também em pastagens, como as savanas tropicais da região de Chiquitania. Esses números incluem mamíferos, aves, répteis e insetos que não conseguem escapar das áreas afetadas.
- Impacto na Biodiversidade:
- A destruição causada pelos incêndios tem um impacto significativo na biodiversidade.
- Estima-se que nove espécies de vertebrados sejam perdidas em média em cada região afetada pela deflorestação, com outras 16 espécies comprometidas com a extinção até 2050. (…)
Em resumo, os incêndios na Amazônia têm um custo terrível para a vida selvagem e o ecossistema. É crucial continuar monitorando e combatendo esses incêndios para proteger essa região vital do nosso planeta.
Fonte: Inteligência Artificial ChatGPT; foto: Brasil de Fato.
Rui Iwersen, editor de GaiaNet.