Antropoceno
Situação do clima em 2018 mostrou aumento dos efeitos da mudança climática, diz relatório
Os sinais físicos e os impactos socioeconômicos deixados pela mudança climática são cada vez maiores devido às concentrações de gases de efeito estufa sem precedentes, que provocam um aumento das temperaturas mundiais a níveis perigosos, segundo o relatório mais recente da Organização Meteorológica Mundial (OMM).
A 25ª edição da Declaração da OMM sobre o estado do clima mundial, correspondente a 2018, destacou a elevação recorde do nível do mar, assim como das temperaturas terrestres e oceânicas, que ficaram excepcionalmente altas nos últimos quatro anos. Esta tendência de aquecimento começou no início do século e deve continuar.
“Desde a primeira publicação da Declaração, a climatologia alcançou um grau de robustez sem precedentes e proporcionou provas confiáveis do aumento da temperatura mundial e de circunstâncias relacionadas, como o aumento acelerado do nível do mar, a redução dos gelos marítimos, o retrocesso das geleiras e fenômenos extremos, tais como as ondas de calor”, afirmou o secretário-geral da OMM, Petteri Taalas. (…)
Fonte: Organização Meteorológica Mundial (OMM)
As extinções provocadas por nossos antepassados
No entanto, o antropoceno não é um fenômeno recente. Já há dezenas de milhares de anos, quando se espalharam do leste da África para os quatro cantos do mundo, nossos antepassados da Idade da Pedra modificaram a flora e a fauna de todo continente e de de toda ilha em que se estabeleceram.
Eles levaram à extinção todas as outras espécies humanas do mundo, 90% dos animais de grande porte da Austrália, 75% dos grandes mamíferos da América e aproximadamente 50% de todos os grandes mamíferos terrestres do planeta – e tudo isso antes de plantar o primeiro campo de trigo, criar a primeira ferramenta de metal, escrever o primeiro texto ou cunhar a primeira moeda.
Yuval Noah Harari, Homo deus – uma breve história do amanhã, Companhia das Letras, São Paulo, 2018; 12ª reimpressão, 2018; Parte I – 2. O Antropoceno, página 82
Rui Iwersen
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