Antropoceno
A alimentação vegana pela preservação do meio ambiente
Uma pesquisa com 6 mil pessoas na Inglaterra e conduzida pela Vegan Society mostrou que 32% dos entrevistados acreditam que o governo britânico deveria promover dietas veganas e à base de plantas para lidar com a atual emergência climática.
Esse levantamento indica que muitos britânicos estão dispostos a apoiar planos e políticas que incentivam a redução do consumo de produtos de origem animal pela preservação do meio ambiente.
Revista dos vegetarianos, ano 15, nº 173, abril/maio de 2021, Notas verdes, A favor da alimentação vegana, página 12; foto: Gazeta do Povo
Rui Iwersen, médico planetário
#DesmatamentoNãoReflorestamentoSIM
Como a floresta vai para o chão
Ação coordenada (e ilegal) é responsável pela escalada de destruição da Amazônia:
DERRUBADA
Latifundiários e grileiros (que fraudam os títulos de propriedade das terras) contratam madeireiros para extrair as árvores de alto valor econômico da área que pretendem desmatar. Assim, “preparam o terreno” antes da destruição da floresta e ainda lucram com a venda da madeira.
CORRENTÃO
Dois tratores interligados por uma enorme corrente atuam em conjunto para derrubar o que sobrou da mata. Eles literalmente dão uma rasteira na floresta: o processo é tão violento que chega a arrancar algumas árvores pela raiz. É assim que a Amazônia morre.
SOL
Hora de ter um pouco de paciência e deixar a própria natureza fazer sua parte. Restos e tocos de vegetação secam ao sol por alguns meses durante a estação mais seca para que fiquem no ponto de queimar. Por sua alta umidade, a Amazônia não sofre com queimadas naturais.
FOGO
Responsáveis pelo desmatamento ilegal iniciam a queimada, que transforma a vegetação cortada em cinzas, permitindo que se plante soja ou capim naquele terreno que antes abrigava o verde das árvores. O fogo muitas vezes acaba invadindo áreas de conservação.
PECUÁRIA
Por fim, a maior floresta tropical do planeta dá lugar a pastagens para a criação de gado. A pecuária é, de longe, a grande responsável pela destruição da Amazônia: estima-se que esteja por trás de 65% do desmatamento do bioma no Brasil.
A. J. Oliveira e Bruna Scorsatto, Como a floresta vai para o chão?, revista Galileu, Edição 339, outubro de 2019, página 30; foto: BBC
#DesmatamentoNãoReflorestamentoSIM
Rui Iwersen, médico planetário, editor de GaiaNet
Antropoceno: a Era do colapso ambiental
O Homo sapiens surgiu e se espalhou pelo mundo no período geológico do Pleistoceno, mas foi no Holoceno que floresceu a civilização e a espécie humana se tornou uma força onipresente no território global. A população mundial era de cerca de 5 milhões de habitantes no início do período Holoceno, há cerca de 12 mil anos. A estabilidade climática do Holoceno propiciou o florescimento do desenvolvimento econômico e social e o ser humano expandiu as atividades agrícolas, a domesticação dos animais, construiu cidades e montou uma máquina de produção e consumo de bens e serviços jamais vista nos 4,5 bilhões de anos da Terra.
O crescimento da população e da produção foi de tal ordem que prêmio Nobel de Química, Paul Crutzen, avaliando o grau do impacto destruidor das atividades humanas sobre a natureza afirmou que o mundo entrou em uma nova era geológica, a do ANTROPOCENO, que significa “época da dominação humana”. Representa um novo período da história do Planeta, em que o ser humano se tornou a força impulsionadora da degradação ambiental e o vetor de ações que são catalisadoras de uma provável catástrofe ecológica.
A Terra entrou em uma espiral da morte. A 6ª extinção em massa das espécies e a crise climática são as ameaças mais urgentes do nosso tempo. E o tempo para reverter esta espiral da morte está se esgotando. Será necessária uma ação radical para salvar a vida no Planeta. O progresso demoeconômico tem gerado externalidades negativas para o meio ambiente.
O Antropoceno é uma Era sincrônica à modernidade urbano-industrial. A Revolução Industrial e Energética que teve início na Europa no último quartel do século XVIII deu início ao uso generalizado de combustíveis fósseis e à produção em massa de mercadorias e meios de subsistência, possibilitando uma expansão exponencial das atividades antrópicas.
Em 250 anos, a economia global cresceu 135 vezes, a população mundial cresceu 9,2 vezes e a renda per capita cresceu 15 vezes. Este crescimento demoeconômico foi maior do que o de todo o período dos 200 mil anos anteriores, desde o surgimento do Homo sapiens. Mas todo o crescimento e enriquecimento humano ocorreu às custas do encolhimento e empobrecimento do meio ambiente. O conjunto das atividades antrópicas ultrapassou a capacidade de carga da Terra e a Pegada Ecológica da humanidade extrapolou a Biocapacidade do Planeta. A dívida do ser humano com a natureza cresce a cada dia e a degradação ambiental pode, no limite, destruir a base ecológica que sustenta a economia e a sobrevivência humana. (…)
Fonte: José Eustáquio Diniz Alves, EcoDebate; matéria enviada pelo colaborador de GaiaNet Jorge Fernando Schneider
Pantanal: antes de fechar o mês, outubro tem recorde de queimadas
Foram registrados 2.825 focos de incêndio até esta quinta-feira (29/10), maior acumulado para o mês no histórico dos levantamentos
Mesmo antes de terminar, outubro de 2020 já bateu recorde histórico de queimadas no Pantanal para o mês. Segundo levantamento do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), o bioma registrou, até quinta-feira (29/10), 2.825 focos de incêndio, um aumento de 16% em relação a outubro de 2019. Esta é a pior marca para o mês desde que o instituto passou a monitorar as chamas nos biomas brasileiros, em 1998.
Até então, o maior acumulado de incêndio no Pantanal em outubro tinha sido em 2002, quando foram somados 2.761 focos. Os números seguem a tendência de recordes do ano. Com 8.106 registros, setembro deste ano foi o mês em que mais o Pantanal queimou na comparação com todos os outros meses do ano na história do levantamento.
O alerta de que o bioma sofreria uma das piores perdas foi evidenciado em julho, que também extrapolou o máximo de registros até então, somando 1.684 focos. Já agosto de 2020, que somou 5.935 incêndios, só não superou a marca de 2005, quando o fogo atingiu 5.993 pontos. (…)
Fonte: Correio Braziliense
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