Reflexões ecológicas
Einstein pergunta a Freud: existe alguma forma de livrar a humanidade da ameaça de guerra?
Prezado Professor Freud,
A proposta da Liga das Nações e de seu Instituto Internacional para a Cooperação Intelectual, em Paris, de que eu convidasse uma pessoa, de minha própria escolha, para um franco intercâmbio de pontos de vista sobre algum problema que eu poderia selecionar, oferece-me excelente oportunidade de conferenciar com o senhor a respeito de uma questão que, da maneira como as coisas estão, parece ser o mais urgente de todos os problemas que a civilização tem de enfrentar. Este é o problema: Existe alguma forma de livrar a humanidade da ameaça de guerra?
É do conhecimento geral que, com o progresso da ciência de nossos dias, esse tema adquiriu significação de assunto de vida ou morte para a civilização, tal como a conhecemos; não obstante, apesar de todo o empenho demonstrado, todas as tentativas de solucioná-lo terminaram em lamentável fracasso.
Einstein e Freud, Por que a Guerra?, 1932-1933; Edição Standard Brasileira das Obras de Freud, Imago Editora, Rio de Janeiro, 1974, página 241 (1ª frase do artigo original); foto: Toda Matéria.
Rui Iwersen, editor de GaiaNet
Colapsos – Série de GaiaNet nº 22
Colapso nº 5 – Pompeia
Em três dias, Pompeia, Herculano e Stabia foram completamente soterradas
No ano 63, pouco depois de um boom nas construções de luxo na cidade, Pompeia foi parcialmente destruída por um terremoto. A cidade ainda estava em processo de reconstrução quando, nos primeiros dias de agosto de 79, os moradores ouviram ruídos estranhos e sentiram pequenos tremores de terra. Mas seguiram sua rotina. Na manhã do dia 24 de agosto, uma monumental explosão lançou ao céu toneladas de cinzas, pedras de até 8 metros e gases letais. O Vesúvio acordara de seu sono de 1500 anos.
Em três dias, Pompeia, Herculano e Stabia foram completamente soterradas. Passaram-se mais 1500 anos até que vestígios da cidade fossem encontrados, acidentalmente, durante as obras preliminares de um canal ligando o rio Sarno à cidade de Torre Annunziata. As escavações arqueológicas, no entanto, só começariam em 1738 na região de Herculano.
Pompeia foi identificada em 1763, quando as primeiras vítimas petrificadas do Vesúvio surgiram e revelaram aos estupefatos arqueólogos um retrato de como era a vida – e como foi a morte – dos moradores de Pompeia.
Super Interessante, Edição Especial, Apocalipse – O fim do mundo, Edição 291-A, maio de 2011, página 60; foto: National Geographic
Rui Iwersen, editor de GaiaNet.
Série de GaiaNet nº 21
1501 – O Brasil depois de Cabral nº 21
Os relatos coloniais inicialmente falam de grandes aldeias, vastas esquadras de canoas, gente para todo lado
Não é nada surpreendente que os relatos coloniais inicialmente falem de grandes aldeias, vastas esquadras de canoas, gente para todo lado e, em algumas décadas, isso tudo vire fumaça, enquanto os portugueses da costa brasileira sentem a necessidade de ir procurar mão de obra cada vez mais nos cafundós do interior, ou então de arrancá-la da África.
Alguns cronistas, aliás, apontam uma relação perversa ainda mais direta entre epidemias e escravidão indígena: com tanta gente morta, os sobreviventes não davam conta de obter comida, por pura falta de braços para plantar, vendendo a si próprios como cativos para não morrer de fome.
Reinaldo José Lopes, 1499 – O Brasil antes de Cabral, Epílogo – Por que o Brasil pré-histórico foi derrotado, Editora Harper Collins, página 218; foto: Café História.
Rui Iwersen, médico, editor de GaiaNet.
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Biodiversidade – Série de GaiaNet nº 23
Biodiversidade nº 3
O Homem é o único animal que faz guerra contra a própria espécie
“Há mais de 100 países afetados pelas guerras.”
(Fonte desconhecida)
“Guerras e outros conflitos envolvem mais de 100 milhões de pessoas.”
(ACNUR, agência de refugiados da ONU)
“Uma em cada seis crianças está crescendo em zonas de guerra ao redor do mundo.”
(Comité Internacional da Cruz vermelha – CICV)
“Gaza se tornou um cemitério a céu aberto de crianças palestinas, e um inferno para todas as outras.”
(Organização Mundial de Saúde – OMS)
Foto: O Globo; bombardeios de Israel sobre os palestinos de Gaza.
Freud fala de guerra e de paz para Einstein e para nós
ONU/Lois Conner
A guerra se constitui na mais óbvia oposição à atitude psíquica que nos foi incutida pelo processo de civilização. (…)
Mas uma coisa podemos dizer: tudo o que estimula o crescimento da civilização trabalha simultaneamente contra a guerra.
Einstein e Freud, Por que a Guerra?, 1932-1933; Edição Standard Brasileira das Obras de Freud, Imago Editora, Rio de Janeiro, 1974, páginas 258 e 259 (pg. 16 e 17 do artigo original); foto: Guerra e Paz, murais na ONU do pintor brasileiro Cândido Portinari, 1957.
Rui Iwersen, editor de GaiaNet
Colapsos – Série de GaiaNet nº 22
Colapso nº 4 – Ilha de Páscoa
Os moais são hoje o símbolo do apocalipse do povo de Pascoa, causado por ele mesmo.
Em 1700, 70% da população de Páscoa tinha desaparecido. No lugar dos imensos moais, escultores agora faziam pequenas estátuas (os moais kavakava) que mostram pessoas famintas, com o rosto fundo e as costelas à mostra.
Quando Roggeveen chegou à ilha, iniciou uma segunda fase de extinção. As epidemias de doenças trazidas com os europeus e, mais tarde, os sequestros de insulares para trabalhar como escravos no Peru terminaram por dizimar a população. Entre 1862 e 1863, cerca de 1500 pessoas (metade da população) foram sequestradas.
Com a chegada dos missionários católicos, em 1864, o pouco de tradição oral que restava foi perdido. Em 1872, havia apena 111 habitantes (em seu auge, em 1400, estima-se que a população da ilha era de 15 mil pessoas). (…)
Os moais, restaurados, são hoje o símbolo do apocalipse de seu povo. Causado por ele mesmo.
Super Interessante, Edição Especial, Apocalipse – O fim do mundo, Edição 291-A, maio de 2011, página 57; foto: Jornal da Fronteira.
Rui Iwersen, editor de GaiaNet.
Série de GaiaNet nº 21
1501 – O Brasil depois de Cabral nº 20
Os povos indígenas tinham um sistema imunológico menos variado do que o dos europeus
Até onde sabemos, esse processo [de epidemias na Europa] não estava acontecendo do lado de cá do oceano – ao menos não no caso desse tipo de doença [peste bubônica]. Já houve quem propusesse que, além dessa desvantagem ambiental, os indígenas também tinham uma desvantagem genética.
Por descenderem das populações relativamente pequenas que cruzaram a Beríngia no fim do Pleistoceno e ficaram praticamente isoladas do resto do mundo durante mais de 10 mil anos, eles carregariam um subconjunto de genes ligados à ação do sistema imunológico menos variado do que o das populações mais cosmopolitas da Eurásia – e, portanto, com menos potencial inato para resistir aos ataques dos superpatógenos de origem animal.
Reinaldo José Lopes, 1499 – O Brasil antes de Cabral, Epílogo – Por que o Brasil pré-histórico foi derrotado, Editora Harper Collins, página 217; foto: Padre Paulo Ricardo.
Rui Iwersen, médico, editor de GaiaNet.
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A dessalinização da água do mar: um método para lutar contra a escassez?
Usina de dessalinização de água em Dubai
A água é um dos recursos mais preciosos do planeta e, de acordo com a ONU, sua escassez já afeta mais de 40 % da população mundial. Um dado que disparou todos os alarmes e impulsiona a busca de soluções. Uma delas, e não necessariamente nova, é a dessalinização, que consiste em eliminar os minerais (majoritariamente sal) da água do mar mediante processos físicos e químicos. É fundamental aumentar a capacidade das dessalinizadoras reduzindo simultaneamente seu impacto ambiental nos próximos anos.
A água cobre 70 % de nosso planeta, por isso é fácil pensarmos que é mais do que suficiente. No entanto, a água doce é um recurso cada vez mais escasso no mundo — apenas 3% das águas são doces — e dois terços não estão disponíveis, uma vez que estão em forma de gelo ou são inacessíveis. Cerca de 1,1 bilhão de pessoas em todo o mundo não têm acesso à água doce e 2,7 bilhões sofrem com sua escassez durante pelo menos um mês por ano. Mas, paradoxalmente, em muitas das áreas afetadas pela escassez de água doce, o mar está muito perto; portanto, é aí onde a dessalinização pode ajudar.
Fonte: Iberdrola
Rui Iwersen, editor de GaiaNet.
Biodiversidade – Série de GaiaNet nº 23
Biodiversidade nº 2
Diversidade da vida de Gaia na Floresta Amazônica
Estima-se que um único hectare da floresta amazônica possa abrigar milhares de espécies de plantas, inúmeras espécies de insetos, mamíferos, aves, anfíbios e outros animais.
Fonte: Inteligência Artificial ChatGPT; foto: Jornal da USP.
Rui Iwersen, médico, editor de GaiaNet.
Série de GaiaNet nº 20
Saúde do Planeta nº 28
Gatos selvagens australianos matam cerca de 316 milhões de aves e 596 milhões de répteis por ano
Estimativas feitas em 2018 mostram que gatos selvagens [ou tornados selvagens] matam, em média,1 milhão de répteis em um único dia.
Os índices de mortalidade anual acumulados pelos gatos selvagens australianos são surpreendentes: cerca de 316 milhões de aves e 596 milhões de répteis de acordo com a organização Australian Wildlife Conservancy.
Super Interessante, Edição 335, junho de 2019, página 12; foto: Ciclo Vivo.
Rui Iwersen, editor de GaiaNet.
Colapsos – Série de GaiaNet nº 22
Colapso nº 3 – Ilha de Páscoa
Os habitantes de Páscoa desmataram a ilha, como estamos desmatando o Planeta
O desmatamento desenfreado [de Páscoa] teve impactos profundos na ilha. (…) Erosões no solo dificultavam o plantio. Em 1500, já não havia mais árvores para a construção de canoas e por isso a pesca de peixes grandes despencou. Até mesmo os anzóis feitos de ossos de peixe desapareceram.
O cenário de crise aumentou a tensão entre os clãs. Por volta de 1680, explodiram guerras civis, e os clãs começaram a derrubar as estátuas dos rivais (quando os europeus chegaram, as estátuas estavam no chão). As pedras dos sagrados ahus foram profanadas e usadas como barreira para tentar evitar que o vento varresse novas plantações.
Nobres e sacerdotes já não conseguiam justificar seus status junto aos deuses, e foram eliminados por uma milícia (os matatoas) que assumiram o poder na ilha. (…) Faminta, a sociedade se degradou até o canibalismo…
Super Interessante, Edição Especial, Apocalipse – O fim do mundo, Edição 291-A, maio de 2011, página 57; foto: Folha PE (Ilha desmatada e inflamável).
Rui Iwersen, editor de GaiaNet.
Série de GaiaNet nº 21
1501 – O Brasil depois de Cabral nº 19
As doenças infecciosas devastaram a população ameríndia após o contato com europeus
Com efeito, a maioria das doenças infecciosas que devastaram a população ameríndia após o contato com europeus – e que, em certa medida, continuaram a cumprir esse papel até o século XX – provavelmente surgiu a partir de patógenos que infectavam animais domésticos.
É o caso do sarampo (parente próximo da peste bovina, doença do gado hoje extinta), da varíola (que pode ter chegado ao homem a partir de interação entre vírus de camelos e de bois) e da já citada gripe.
Também foram importantes patógenos do Velho Mundo que não dependem propriamente de bichos domésticos, mas de mamíferos “parasitas”, que se adaptaram à riqueza de alimentos nas vizinhanças das moradias humanas. É o caso dos ratos (incluindo aí tanto as espécies urbanas quanto as do campo), que carregam as pulgas em cujo sistema digestivo vive a temida Yersinia pestis, a bactéria da peste bubônica.
Reinaldo José Lopes, 1499 – O Brasil antes de Cabral, Epílogo – Por que o Brasil pré-histórico foi derrotado, Editora Harper Collins, páginas 215 e 216; foto: Amazônia Real.
Rui Iwersen, médico, editor de GaiaNet.
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Séries de GaiaNet nº 23
Biodiversidade
Este novo quadro de GaiaNet mostrará que biodiversidade não é só diversidade de fauna e flora, mas é também diversidade da espécie humana, uma espécie única com uma única raça com diversidade de aparência, de pensamento e comportamental.
Biodiversidade nº 1
Não existem raças na espécie humana
Pesquisa genética internacional mostra que não existem raças na espécie humana, derrubando qualquer base científica para a discriminação.
As diferenças genéticas mostram que, desde o princípio, as linhagens humanas rapidamente se espalharam por toda a humanidade, indicando um grande grau de contato entre as populações.
Os genes que determinam o tipo físico são apenas antigas adaptações biológicas a uma região geográfica.
Seja Racista Se For Capaz – Somos todos um só, Isto É, nº 1520, 18 de novembro de 1998, páginas 129, 130 e 131; foto – Change.org.
Rui Iwersen, médico, editor de GaiaNet.
Série de GaiaNet nº 20
Saúde do Planeta nº 27
Mundo teve mês de agosto mais quente da história em 2023, diz agência dos EUA
Relatório atribui recorde às emissões de gases de efeito estufa em associação com as ondas de calor marinhas e o El Niño.
A Administração Nacional Oceânica e Atmosférica (NOAA, da sigla em inglês) do Departamento de Comércio dos Estados Unidos afirmou que o mundo teve, em 2023, o mês de agosto mais quente já registrado. A informação foi divulgada em um relatório publicado pela agência.
A temperatura média global registrada pela NOAA em agosto foi de 16,85 °C, valor que está 1,25 °C acima da média registrada no século 20. O relatório diz ainda que esse foi 45º agosto e o 534º mês consecutivo a registrar temperaturas acima da média do século passado.
“As ondas de calor marinhas globais e o crescente El Niño provocam um aquecimento adicional este ano, mas enquanto as emissões continuarem impulsionado uma marcha constante de aquecimento de fundo, esperamos que novos recordes sejam quebrados nos próximos anos”, afirmou a cientista-chefe da NOAA, Sarah Kapnick.
Cientistas dos Centros Nacionais de Informação Ambiental da NOAA afirmaram também que agosto marcou o fim do verão meteorológico mais quente da história do hemisfério norte e do inverno meteorológico mais quente do hemisfério sul.
Esse também foi o quinto mês seguido em que a temperatura global da superfície do mar atingiu seu recorde para o mês. Agosto foi, inclusive, o mês com a maior anomalia na temperatura dos oceanos, registrando 1,03 °C acima de qualquer mês analisado pela NOAA. (…)
Fonte: CNN Brasil; foto: VEJA RIO
Rui Iwersen, editor de GaiaNet.
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4 Comments to “ Reflexões ecológicas”
Olá Maduca.
Assim como eu, talvez outros demorem a perceber que teu nome, escrito em vermelho em teu comentário, é o link de teu site.
Aproveito esta autocrítica e estas reflexões para divulgar teu link e recomendar teu site (que eu visitei e gostei). Importantes e graves as revelações sobre a história e as estratégias da sociedade capitalista de consumo (tão nefasta para o meio ambiente) mostradas e documentadas no vídeo sobre “obsolescência programada”.
Continuo com a opinião de que deverias, sempre que possivel e conveniente, divulgar o endereço eletrônico de teu site, o que poderia facilitar o acesso dos interessados.
Abraço.
Rui
Oi. Visite o meu blog de design ecológico; já coloquei um
link para vocês em meio ambiente. Abraço. Maduca.
Oi Maduca.
No teu comentário a Gaianet tu não deste o nome e o endereço do teu site. Por favor, apresente para mim e para os leitores de GaiaNet o endereço eletrônico de teu blog. Seria bom e importante para nós visitarmos o teu site e lermos, vermos e aprendermos mais sobre design ecológico.
Obrigado pelo vínculo com GaiaNet.
Abraço.
Rui Iwersen, editor de GaiaNet
Olá Rui… Gostei muito do seu trabalho… E de como voce traz as informações… Parabéns!
Estou linkando este espaço no blogue 365 Atos… Um grande abraço.