Reflexões ecológicas
O Homem e a natureza nº 38
Desmatamento, desertificação, erosão
Desde 1961, a utilização de fertilizantes foi multiplicada por 9; os volumes de água utilizados para a irrigação quase dobraram; a quantidade de madeira derrubada aumentou perto de 50%. À esta pressão se junta o efeito da mudança climática.
Desde o início da era industrial, a temperatura aumentou 0,87 ºC globalmente: os continentes esquentam quase duas vezes mais que o conjunto do planeta. As consequências são visíveis: registramos mais secas e secas mais graves (…)
A desertificação aumentou em várias zonas semi-áridas da África subsaarianas, da Azia central e do leste e na Austrália. Entre 1961 e 2013, a superfície das regiões áridas se desertificando aumentou cerca de 1% ao ano.
Os ecossistemas terrestres estão transtornados. Várias zonas bioclimáticas (o envelope térmico e pluviométrico de um bioma) se deslocaram para o norte e em altitude, perturbando numerosas espécies vegetais e animais.
Enfim, os solos estão mais degradados: a erosão se acentua sob a influencia das precipitações mais intensas e, em certas zonas costeiras, do aumento do nível do mar. A erosão é hoje 10 a 20 vezes mais importante que a capacidade de restauração dos solos nas zonas agrícolas não utilizadas, e 100 vezes mais nas zonas utilizadas. (…)
La Recherche, nº 553, novembre 2019; Dossier spécial: Climat – faire face à l’urgence; página 33; tradução livre de Rui Iwersen; Foto: Google
Rui Iwersen, de Valência, Espanha
O Homem e a natureza nº 37
Salvar nossas terras, uma revolução ao nosso alcance
A leitura do último relatório ‘Solos e Clima’ do Giec [Grupo de especialistas intergovernamental sobre a evolução do clima] nos trás uma constatação alarmante: incêndios de florestas, erosão, mudanças dos ecossistemas terrestres… estão ligados à exploração dos solos e agravados pelo aquecimento do clima. Uma valorização imediata de nossos modos de funcionamento, especialmente agrícolas, é indispensável.
No dia 8 de agosto, o Grupo de Especialistas Intergovernamental sobre a Evolução do Clima (Giec) publicou seu relatório ‘Solos e Clima’. Este relatório aborda sujeitos particularmente sensíveis, porque ele diz respeito ao que se passa sobre nossos locais de existência. Ele se concentra sobre as terras onde nós vivemos, onde produzimos nossa alimentação, onde nós respiramos e onde nós comemos. Ele questiona a maneira como nós ocupamos, gerenciamos, maltratamos nossa Terra. (…)
As superfícies terrestres sofrem uma dupla pressão. Exploradas ou ocupadas pelos humanos, os solos estão degradados, perderam uma parte de sua fertilidade, de sua capacidade de estocar carbono e da biodiversidade que as habitava. A isto se junta o efeito do clima, porque os continentes se aquecem quase duas vezes mais que o conjunto do planeta. (…)
Fazem trinta anos que o Giec trabalha com a questão das mudanças climáticas e ninguém colocou em dúvida nem a realidade do fenômeno, nem a necessidade de agir rapidamente. (…)
La Recherche, nº 553, novembre 2019; Dossier spécial: Climat – faire face à l’urgence; entrevista com Nathalie de Noblet-Ducoudré, página 32; tradução livre de Rui Iwersen; foto: Google
Rui Iwersen, de Barcelona
O Homem e a natureza nº 36
As pesadas consequências dos incêndios na Amazônia
Em 2019, até 22 de agosto, os satélites detectaram cerca de 80 000 focos na amazônia. O problema imediato que eles provocam é a concentração em partículas na atmosfera, que é bem superior às normas da Organização Mundial da Saúde e que causam problemas respiratórios importantes. A meio termo, os incêndios terão efeitos sobre o clima regional.
Em tempos normais, as árvores transpiram muito e baixam, assim, localmente a temperatura. Perdendo as árvores, aumenta-se, então, a sensibilidade do lugar às mudanças de temperatura.
Além disso, existe uma ligação estreita entre florestas e precipitações. Na Amazônia, um terço das precipitações têm por origem a água transpirada pela floresta e, na estação seca, perto de três quartos das precipitações provêm das florestas!
A secura durante a estação seca vai, portanto, se agravar. E como a água transpirada não condensa forçadamente sobre o lugar, mas pode ser transportada por várias centenas de quilômetros, isto influi numa vasta região. (…)
La Recherche, nº 553, novembre 2019; Dossier spécial: Climat – faire face à l’urgence; página 34; tradução livre de Rui Iwersen; foto: Google
Rui Iwersen, de Paris
Veja mais…
4 Comments to “ Reflexões ecológicas”
Olá Maduca.
Assim como eu, talvez outros demorem a perceber que teu nome, escrito em vermelho em teu comentário, é o link de teu site.
Aproveito esta autocrítica e estas reflexões para divulgar teu link e recomendar teu site (que eu visitei e gostei). Importantes e graves as revelações sobre a história e as estratégias da sociedade capitalista de consumo (tão nefasta para o meio ambiente) mostradas e documentadas no vídeo sobre “obsolescência programada”.
Continuo com a opinião de que deverias, sempre que possivel e conveniente, divulgar o endereço eletrônico de teu site, o que poderia facilitar o acesso dos interessados.
Abraço.
Rui
Oi. Visite o meu blog de design ecológico; já coloquei um
link para vocês em meio ambiente. Abraço. Maduca.
Oi Maduca.
No teu comentário a Gaianet tu não deste o nome e o endereço do teu site. Por favor, apresente para mim e para os leitores de GaiaNet o endereço eletrônico de teu blog. Seria bom e importante para nós visitarmos o teu site e lermos, vermos e aprendermos mais sobre design ecológico.
Obrigado pelo vínculo com GaiaNet.
Abraço.
Rui Iwersen, editor de GaiaNet
Olá Rui… Gostei muito do seu trabalho… E de como voce traz as informações… Parabéns!
Estou linkando este espaço no blogue 365 Atos… Um grande abraço.