Reflexões ecológicas
Reflexão sobre o racismo nº 8
Juntos, vocês podem redimir a alma da nossa nação
Carta escrita pelo ativista negro John Lewis pouco antes de morrer e publicada no dia do seu funeral, pelo The New York Times, a seu pedido.
Enquanto meu tempo aqui chegou ao fim, quero que saibam que nos últimos dias e horas da minha vida vocês me inspiraram. Vocês me encheram de esperança sobre o próximo capítulo da grande história americana, quando usaram seu poder para fazer a diferença em nossa sociedade. Milhões de pessoas motivadas simplesmente pela compaixão humana estabeleceram os fardos da divisão. Em todo o país e no mundo, vocês deixaram de lado raça, classe, idade, idioma e nacionalidade para exigir respeito pela dignidade humana.
Foi por isso que tive que visitar o Black Lives Matter Plaza em Washington, apesar de ter sido internado no hospital no dia seguinte. Eu só tinha que ver e sentir por mim mesmo que, depois de muitos anos de testemunho silencioso, a verdade ainda está avançando. (…)
Como tantos jovens hoje, eu estava procurando uma saída, ou alguns poderiam dizer uma de entrar, e então ouvi a voz do Dr. Martin Luther King Jr. em um rádio antigo. Ele estava falando sobre a filosofia e a disciplina da não-violência. Ele disse que todos somos cúmplices quando toleramos a injustiça. Ele disse que não basta dizer que vai melhorar. Ele disse que cada um de nós tem a obrigação moral de se levantar, falar e falar. Quando você vê algo que não está certo, deve dizer algo. Você deve fazer alguma coisa. Democracia não é um estado. É um ato, e cada geração deve fazer sua parte para ajudar a construir o que chamamos de Comunidade Amada, uma nação e uma sociedade mundial em paz consigo mesma. (…)
Vocês também devem estudar e aprender as lições da história, porque a humanidade está envolvida nessa luta existencial e dolorosa por muito tempo. Pessoas de todos os continentes permaneceram no seu lugar, décadas e séculos antes de vocês. A verdade não muda, e é por isso que as respostas elaboradas há muito tempo podem ajudá-lo a encontrar soluções para os desafios do nosso tempo. Continuem a construir união entre movimentos que se estendem por todo o mundo, porque devemos deixar de lado nossa disposição de lucrar com a exploração de outros.
Embora eu possa não estar aqui com vocês, peço que respondam ao chamado mais elevado do seu coração e defendam o que realmente acreditam. Na minha vida, fiz tudo o que pude para demonstrar que o caminho da paz, o caminho do amor e da não-violência é o caminho mais excelente. Agora é a vez de vocês de deixar a liberdade tocar.
Quando os historiadores pegarem suas canetas para escrever a história do século XXI, dirão que foi a sua geração que finalmente derrubou o fardo pesado do ódio e que a paz finalmente triunfou sobre a violência, a agressão e a guerra. Por isso vos digo: andem com o vento, irmãos e irmãs, e deixem o espírito de paz e o poder do amor eterno ser o seu guia.
Fonte: The New York Times; fotos: A Grande Arte de Ser Feliz
Rui Iwersen
31 de julho de 2020
Mensagem quixotesca nº 4
Digníssimo Senhor Presidente da República Federativa do Brasil
Com o único intuito de colaborar para o maior êxito possível de vosso governo sobre vosso país e sobre o vosso povo, aproveito a oportunidade para assessorá-lo, como fiz há muito tempo com um amigo governador. Como vossa excelência certamente não ignora, iniciei minha carreira diplomática assessorando o governador de uma ilha na Espanha no início do século XVII.
Conheço, portanto, a realidade europeia dos últimos séculos. Tenho, por esta razão, e pelo desejo ardente de vos servir, o dever de dar-vos o seguinte conselho: não diga que nós podemos desmatar nossas florestas porque os europeus já desmataram as deles; não diga que, por eles terem desmatado o continente europeu, eles não podem opinar sobre as florestas brasileiras!
Realmente, como sempre vossa senhoria tem razão – houve desmatamento estúpido na Europa e em outros continentes nos últimos séculos!
Mas, os europeus desmataram suas florestas para cozinhar e aquecer-se durante séculos de frio intenso sem gás ou eletricidade, séculos de agricultura e de construção de casas, móveis, navios e moinhos e, especialmente, durante toda a era dos automóveis, barcos, trens e fábricas a vapor, que consumiam muita madeira. Durante vários séculos houve, na Europa, também muita guerra, fogueiras para hereges e ignorância!
Hoje, no início do século XXI, com os meios de comunicação de massas como os livros, as revistas, os jornais, os folhetins, o rádio, a televisão, a Internet e as redes sociais, sabemos o que estamos fazendo com nossas florestas, e conhecemos suas consequências. Em Vossa época o lucro, a ganância e o individualismo, estranhos à natureza de Vosso deus, estão prevalecendo!
Vossa Excelência, um terrivelmente cristão, tem a oportunidade de orientar vosso povo e ajudá lo a cuidar de vossas florestas e de vosso futuro. Afinal, se Vosso deus Vos criou, criou também as florestas e os outros seres vivos.
Para não ser malvisto e mal compreendido por vossos conterrâneos contemporâneos, refira-se com menos desleixo linguístico sobre a história, que não é de europeus ou de brasileiros, mas de toda a humanidade, em todas as épocas pelas quais ela passou ou passará.
Se, apesar de Vossa magnânima sabedoria e compreensão, Vossa Excelência precisar ou desejar uma ajuda sobrenatural, suba numa goiabeira!
O Sancho, na sua santa inocência, me pediu para humildemente dizer a Vossa Digníssima Pessoa que ‘quem mata a galinha dos ovos de ouro, perde a galinha, perde os ovos e perde o ouro’.
Rui Iwersen, sob licença póstuma imaginária de Miguel de Cervantes Saavedra.
Reflexão sobre o racismo nº 7
A maturação de um novo movimento pelos direitos civis nos EUA
“Não há como resolver o problema da violência policial sem atacar esse racismo estrutural da sociedade americana”, afirmou Roberts, da Universidade Columbia. “Não podemos olhar o assassinato de Floyd ou de tantos outros negros como algo separado da desigualdade e da opressão. Se tivéssemos uma sociedade mais igualitária, esse tipo de coisa não aconteceria tão frequentemente.”
O historiador disse que estamos assistindo à maturação de um novo movimento pelos direitos civis, como aquele liderado por Martin Luther King nos anos 1959 e 1960, que acabou com a segregação racial especialmente no sul do país.
“Se você observar as redes sociais, os movimentos mais ativos nos últimos anos foram fundados há menos de uma década.” Um dos exemplos disso é o Black Lives Matter, que nasceu como uma hashtag nas redes sociais depois do assassinato de Trayvon Martin, em 2012, e hoje é uma coalizão descentralizada e internacional.
Sérgio Teixeira Jr, de Nova York, Protestos contra o racismo, Revista Época, nº 1143, 08/06/2020, página 12; foto: jornaldocomercio.com
Rui Iwersen
Reflexão sobre o racismo nº 6
O racismo estrutural da sociedade americana
Qualquer semelhança com o racismo no Brasil não é mera coincidência
No país [EUA], os negros são 13,4% da população, mas aparecem de maneira desproporcional nas estatísticas de desigualdade, violência policial e encarceramento. Eis três exemplos:
- para cada 100 mil americanos acima de 18 anos, há 268 brancos na cadeia, em comparação com 1.501 negros, segundo dados do Pew Research Center;
- um estudo realizado pela Universidade Stanford analisou 93 milhões de verificações de rotina de motoristas entre 2001 e 2017. Os negros têm 20% mais chances de serem parados para checagem de documentos que os brancos;
- os índices de mortalidade de Covid-19 entre os negros americanos é quase três vezes maior que a contabilizada entre os brancos, de acordo com um levantamento do instituto de pesquisas APM Research Lab.
“Não há como resolver o problema da violência policial sem atacar esse racismo estrutural da sociedade americana”, afirmou Roberts, da Universidade Columbia.
Sérgio Teixeira Jr, de Nova York, Protestos contra o racismo, Revista Época, nº 1143, 08/06/2020, página 12; foto: Jornal da Record-R7.com
Rui Iwersen
Reflexão sobre o racismo nº 5
Sentindo-se ameaçados por Trump, muçulmanos e judeus dos EUA se dão as mãos
Mulheres se abraçam durante encontro da Irmandade de Salaam Shalom, em Madison, EUA
A vitória eleitoral de Donald Trump provocou uma enxurrada de islamofobia e antissemitismo, mas também levou a uma nova aliança surpreendente. Os muçulmanos e judeus americanos estão se unindo, mobilizados por uma onda de crimes de ódio contra ambos os grupos e pelas ameaças de Trump de proibir a entrada de muçulmanos no país, assim como registrar aqueles que vivem aqui.
Por ora, eles estão deixando de lado suas divisões a respeito de Israel para juntar forças para resistir ao que quer que venha a seguir. Novos grupos estão sendo formados e coalizões inter-religiosas que já existiam dizem que o interesse está crescendo. Os grupos estão visando não apenas o clero, mas também leigos, incluindo empresários, estudantes e mulheres. (…)
Até a eleição de Trump, Firdaus, que tem 56 anos e é uma gerente de manufatura da Exxon Mobil, sentia-se segura vivendo como muçulmana nos Estados Unidos. (…)
Fonte: UOL Notícias e The New York Times
Matéria editada originalmente na página Saúde mental e meio ambiente no dia 07 de dezembro de 2016.
Rui Iwersen
Reflexão sobre o racismo nº 4
O histórico racismo no Brasil
Uma família de brasileiro brancos e suas escravas domésticas, Império do Brasil, 1860
Racismo consiste no preconceito e na discriminação com base em percepções sociais baseadas em diferenças biológicas entre os povos. Muitas vezes toma a forma de ações sociais, práticas ou crenças, ou sistemas políticos que consideram que diferentes raças devem ser classificadas como inerentemente superiores ou inferiores com base em características, habilidades ou qualidades comuns herdadas. Também pode afirmar que os membros de diferentes raças devem ser tratados de forma distinta. (…)
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre
Matéria editada originalmente na página Saúde mental e meio ambiente no dia 01 de julho de 2016.
Rui Iwersen
Reflexão sobre o Racismo nº 3
Seja Racista Se For Capaz
Para chegar à conclusão de que ‘não existem raças na espécie humana’, uma equipe de cinco cientistas estudou e comparou mais de oito mil amostras genéticas colhidas aleatoriamente de pessoas de todo mundo.
Segundo Alan Templeton, biólogo americano que dirigiu a pesquisa, diferentemente de outras espécies de mamíferos, não há raças entre os humanos porque “as diferenças genéticas entre grupos das mais distintas etnias são insignificantes”.
Seja Racista Se For Capaz – somos todos um só, Isto É, nº 1520, 18 de novembro de 1998, página 130
Rui Iwersen
Matéria editada originalmente na página Saúde mental e meio ambiente no dia 27 de novembro de 2015.
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4 Comments to “ Reflexões ecológicas”
Olá Maduca.
Assim como eu, talvez outros demorem a perceber que teu nome, escrito em vermelho em teu comentário, é o link de teu site.
Aproveito esta autocrítica e estas reflexões para divulgar teu link e recomendar teu site (que eu visitei e gostei). Importantes e graves as revelações sobre a história e as estratégias da sociedade capitalista de consumo (tão nefasta para o meio ambiente) mostradas e documentadas no vídeo sobre “obsolescência programada”.
Continuo com a opinião de que deverias, sempre que possivel e conveniente, divulgar o endereço eletrônico de teu site, o que poderia facilitar o acesso dos interessados.
Abraço.
Rui
Oi. Visite o meu blog de design ecológico; já coloquei um
link para vocês em meio ambiente. Abraço. Maduca.
Oi Maduca.
No teu comentário a Gaianet tu não deste o nome e o endereço do teu site. Por favor, apresente para mim e para os leitores de GaiaNet o endereço eletrônico de teu blog. Seria bom e importante para nós visitarmos o teu site e lermos, vermos e aprendermos mais sobre design ecológico.
Obrigado pelo vínculo com GaiaNet.
Abraço.
Rui Iwersen, editor de GaiaNet
Olá Rui… Gostei muito do seu trabalho… E de como voce traz as informações… Parabéns!
Estou linkando este espaço no blogue 365 Atos… Um grande abraço.