Saúde mental
Reedições de GaiaNet
Freud explica
A agressividade nº 1
“O elemento de verdade por trás disso tudo, elemento que as pessoas estão tão dispostas a repudiar, é que os homens não são criaturas gentis que desejam ser amadas e que, no máximo, podem defender-se quando atacadas; pelo contrário, são criaturas entre cujos dotes instintivos deve-se levar em conta uma poderosa quota de agressividade.
Em resultado disso, o seu próximo é, para eles, não apenas um ajudante potencial ou um objeto sexual, mas também alguém que os tenta a satisfazer sobre ele a sua agressividade, a explorar sua capacidade de trabalho sem compensação, utilizá-lo sexualmente sem o seu consentimento, apoderar-se de suas posses, humilhá-lo, causar-lhe sofrimento, tortura-lo e mata-lo. Homo homini lupus [O homem é o lobo do homem].
Quem, em face de toda sua experiência da vida e da história, terá a coragem de discutir essa asserção? Via de regra, essa cruel agressividade espera por alguma provocação, ou se coloca a serviço de algum outro intuito, cujo objetivo também poderia ter sido alcançado por medidas mais brandas. Em circunstâncias que lhe são favoráveis, quando as forças mentais contrárias que normalmente a inibem se encontram fora de ação, ela também se manifesta espontaneamente e revela o homem como uma besta selvagem, a quem a consideração para com sua própria espécie é algo estranho.” (…)
“A existência da inclinação para a agressão, que podemos detectar em nós mesmos e supor com justiça que ela está presente nos outros, constitui o fator que perturba nossos relacionamentos com o nosso próximo e força a civilização a um tão elevado dispêndio de energia. Em consequência dessa mútua hostilidade primária dos seres humanos, a sociedade civilizada se vê permanentemente ameaçada de desintegração.”
Sigmund Freud, 1930, O Mal-Estar na Civilização; Imago Editora Ltda, Rio de Janeiro, 1974, páginas 71 e 72; foto: Conhecimento Científico – R7.com
Rui Iwersen
Matéria postada originalmente nesta página em 23 de junho de 2013
O cérebro pode criar fake news sozinho
Num estudo da Universidade Estadual de Ohio (EUA), 110 participantes foram convidados a ler uma notícia sobre o número de imigrantes mexicanos nos Estados Unidos entre 2007 e 2014. Leram que esse número diminuiu de 12,8 milhões para 11,7 milhões – é o dado real.
Alguns minutos depois, os pesquisadores voltaram e perguntaram qual foi mesmo a variação do número de imigrantes. Resultado: boa parte dos participantes que tinham viés anti-imigração davam os números invertidos, para satisfazer sua crença de que o número de mexicanos entrando no país aumenta o tempo todo.
Jason Coronel, pesquisador responsável pelo estudo definiu bem: “Pessoas podem autogerar sua própria desinformação. Nem tudo vem de fontes externas”.
O cérebro pode criar fake news sozinho, Super Interessante, Fatos, Edição 411, janeiro de 2020, página 19; foto: MdeMulher
Rui Iwersen
Ansiedade
(…) Um estudo norte-americano mostrou que a ansiedade pode diminuir a produtividade no trabalho em cinco dias por mês – mesmo tempo de afastamento de quem está com tuberculose, por exemplo. Se calculados os efeitos disso em perda financeira, a estimativa é de que os transtornos de ansiedade sejam responsáveis por uma “não produção” de US$ 4,1 bilhões por ano nos Estados Unidos da América.
Relatório da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) divulgado em março confirma que os transtornos mentais respondem por mais de um terço do número total de incapacidade nas Américas.
No Brasil, esses distúrbios estão entre as principais causas de afastamento de trabalho, de acordo com o Instituto Nacional de Seguro Social (INSS). Em 2017, só os transtornos de ansiedade foram responsáveis por 28,9 mil afastamentos; a depressão, por 43,3 mil. (…)
Marílla Marasciulo, Como sobreviver à ansiedade, revista Galileu, ed. 341, dezembro de 2019, página 32; foto: UOL
Rui Iwersen
Reflexão sobre a corrupção nº 28
O meu jeitinho
Críticos ferrenhos da corrupção na esfera pública, mas tentando se dar bem no âmbito privado, brasileiros confessam suas pequenas corrupções.
Ao avaliar a relação do brasileiro com as leis, a pesquisa constatou que 81% dos entrevistados afirmaram que, sempre que possível, escolhem dar um “jeitinho” em vez de seguir as normas. Da mesma forma, 76% acreditam que é fácil desobedecer às leis. (…)
Ter uma TV a cabo pirata pode dar reclusão de um a cinco anos e multa. Uma pesquisa da Associação Brasileira de Televisão por Assinatura (Abta) feita em 2015 aponta que naquele ano havia 4,5 milhões de usuários piratas, número maior que em 2016 e 2017, quando a projeção era de 3,3 milhões – queda que se deve a medidas tecnológicas. (…)
Na percepção de quem as pratica, certas atitudes ilegais, ou mesmo criminosas, são inofensivas e não prejudicam – quase – ninguém. Na prática, os delitos acarretam soluções mais burocráticas para tentar remediar as fraudes cometidas. É um ciclo que se retroalimenta. Além disso, contribui para minar o sentimento de esperança de quem anda na linha, à medida que as pessoas se deparam com o sistema corrompido. (…)
Gabriela Varella e Luiza Souto, O meu jeitinho, ÉPOCA nº 1031, 02 .04.18, páginas 68 e 69
Rui Iwersen
Reedição de GaiaNet
Mudanças no clima também afetam a saúde mental, alerta estudo
Estresse nos adultos, angústia nas crianças: as mudanças climáticas também podem afetar a saúde mental das pessoas, alerta um estudo publicado nesta segunda-feira por um instituto de pesquisas australiano, para o qual este tema ainda é muito pouco estudado.
“Os danos causados pelas mudanças climáticas não são só físicos. O passado recente mostra que os eventos climáticos extremos trazem também sérios riscos para a saúde pública, inclusive a saúde mental e o bem-estar das comunidades”, destacou este estudo, realizado pelo Instituto do Clima, uma entidade australiana.
Ao comparar fenômenos climáticos, como secas e inundações observados nos últimos anos em algumas regiões da Austrália, o estudo constata que “a comoção e o sofrimento provocados por um evento extremo pode persistir durante anos”. Uma parte significativa das comunidades atingidas por episódios como estes –uma pessoa em cada cinco– vai sofrer os efeitos do estresse, de danos emocionais e desespero, estimou o Instituto do Clima. (…)
Fonte: Folha.com e FRANCE PRESSE
Matéria editada nesta página em 29 de agosto de 2011
Governo federal lança campanha de valorização da vida e de combate à depressão
Os ministérios da Saúde e da Mulher, Família e Direitos Humanos querem chamar a atenção, principalmente dos jovens, para a importância de momentos de qualidade com amigos e familiares para o combate à depressão
O ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, e a ministra da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, Damares Alves, lançaram, nesta terça-feira (17/9), em Brasília, campanha de valorização da vida e de combate à depressão. Com o conceito Se liga! Dê um like na vida, a campanha tem o objetivo de estimular o jovem a compartilhar momentos com a família e amigos, conversar mais, fortalecendo a importância do diálogo e desmistificando a vida virtual. A iniciativa também reforça a necessidade de ficar atento aos sintomas da depressão e de buscar ajuda.
“Essa campanha é pensada para internet, rádio e televisão, e aciona todos que estão próximos dos jovens: escola, família e Centros de Atenção Psicossocial (Caps). A depressão muitas vezes é vista como excesso de drama e esse estigma é amplificado nas redes sociais, ambiente onde as pessoas estão sempre sorrindo, sem revelar seus dramas pessoais. Por isso, precisamos trazer as pessoas para o mundo real e falar de saúde mental. A saúde mental será o principal agravo que vai levar as pessoas às unidades de saúde nas próximas décadas”, explicou o ministro Luiz Henrique Mandetta. Ele destacou ainda que a pasta investe cerca de R$ 500 milhões por ano para a expansão da Rede de Atenção Psicossocial (Raps). (…)
Fonte: Ministério da Saúde
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