Saúde mental
Descriminalização das drogas
“Usuário não é criminoso”, diz FHC sobre usuários de drogas
- Fernando Henrique Cardoso com Fernanda Montenegro e Pedro Bial no “Na Moral”
Fernando Henrique Cardoso foi o convidado da noite desta quinta (4) na estreia da nova temporada no “Na Moral”, na rede Globo. O programa liderado por Pedro Bial também contou com a participação da atriz Fernanda Montenegro e do rapper Marcelo D2.
“Me rendi à realidade”, disse o sociólogo e ex-presidente sobre o fato da luta às drogas ter sido intensificada durante sua gestão. “É obvio que o usuário não é um criminoso. Ou mudamos de paradigma ou perdemos a guerra”.
Fernando Henrique, que recentemente foi eleito imortal da Academia Brasileira de Letras, é atualmente presidente da Comissão Global de Política sobre Drogas. “Uma questão é descriminalizar e outra é legalizar, não é a mesma coisa”, disse. “Descriminalizar é não colocar na cadeia o usuário. Todas as drogas fazem mal: o álcool faz, o tabaco faz. Mas proibir resolve? Eu acho que não resolve”, defendeu FHC. (…)
Fonte: UOL Notícias
Freud explica nº 1
A agressividade nº 1
“O elemento de verdade por trás disso tudo, elemento que as pessoas estão tão dispostas a repudiar, é que os homens não são criaturas gentis que desejam ser amadas e que, no máximo, podem defender-se quando atacadas; pelo contrário, são criaturas entre cujos dotes instintivos deve-se levar em conta uma poderosa quota de agressividade.
Em resultado disso, o seu próximo é, para eles, não apenas um ajudante potencial ou um objeto sexual, mas também alguém que os tenta a satisfazer sobre ele a sua agressividade, a explorar sua capacidade de trabalho sem compensação, utilizá-lo sexualmente sem o seu consentimento, apoderar-se de suas posses, humilhá-lo, causar-lhe sofrimento, tortura-lo e mata-lo. Homo homini lupus [O homem é o lobo do homem].
Quem, em face de toda sua experiência da vida e da história, terá a coragem de discutir essa asserção? Via de regra, essa cruel agressividade espera por alguma provocação, ou se coloca a serviço de algum outro intuito, cujo objetivo também poderia ter sido alcançado por medidas mais brandas. Em circunstâncias que lhe são favoráveis, quando as forças mentais contrárias que normalmente a inibem se encontram fora de ação, ela também se manifesta espontaneamente e revela o homem como uma besta selvagem, a quem a consideração para com sua própria espécie é algo estranho.” (página 71)
“A existência da inclinação para a agressão, que podemos detectar em nós mesmos e supor com justiça que ela está presente nos outros, constitui o fator que perturba nossos relacionamentos com o nosso próximo e força a civilização a um tão elevado dispêndio de energia. Em consequência dessa mútua hostilidade primária dos seres humanos, a sociedade civilizada se vê permanentemente ameaçada de desintegração.” (página 72)
Sigmund Freud, 1930, O Mal-Estar na Civilização; Imago Editora Ltda, Rio de Janeiro, 1974; foto: Conhecimento Científico – R7.com
Rui Iwersen
A Excomunhão de Spinoza
A 27 de julho de 1656 [Spinosa, 24 anos] foi solenemente excomungado de acordo com o rito hebreu. “Durante a leitura da excomunhão o gemer duma grande tuba esmorecia a espaços, e as luzes, muito intensas no começo da cerimônia, iam-se extinguindo uma a uma até apagarem todas – símbolo da extinção da vida espiritual no excomungado”.
Van Vloten nos dá a formula usada nessa excomunhão: ‘Os chefes do Conselho Eclesiástico fazem público que, já bem convencidos dos atos e opiniões erradas de Baruch de Spinosa, procuraram por todos os meios e com várias promessas desviá-lo do mau caminho. Mas não conseguiram fazê-lo mudar de ideia’.
‘Com assentimento dos anjos e santos nós anatematizamos, execramos, amaldiçoamos e expulsamos Baruch de Spinoza com audiência da comunidade sagrada em presença dos sagrados livros onde os 613 preceitos estão escritos pronunciando contra ele a maldição que Elisha amaldiçoou os filhos e mais todas as maldições do Livro da Lei’.
‘Amaldiçoado seja de dia e amaldiçoado seja de noite; dormindo e acordado; indo e vindo. O Senhor que nunca o perdoe ou receba; e que a ira do Senhor não cesse contra este homem e o carregue de todas as maldições do Livro da Lei e apague seu nome debaixo do céu e o afaste de todas as tribos de Israel, sobrecarregando com todas as maldições do Livro da Lei – e possam todos que são obedientes ao Senhor ser salvo neste dia’.
História da Filosofia – Vida e Idéias dos Grandes Filósofos- Spinoza; Will Durant, Companhia Editora Nacional, São Paulo, 1956, pg. 159 e 160; 08/06/13
Rui Iwersen
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