Saúde mental
Reflexões sobre a corrupção humana nº 11
As Raízes da Corrupção – Bichos Corruptos
Dois sujeitos estão fazendo trilha e dão de cara com um tigre. Um pega a mochila, tira um par de tênis de corrida, e começa a calçar. O outro zomba: “Não adianta, Você não vai correr mais que um tigre”. “Não mesmo”, ele responde. “Mas vou correr mais do que você.”
É exatamente o que se passa na cabeça da gazela saltitante, pelo menos segundo a teoria de Zahavi. Os pulos não são para chamar a atenção do bando, mas para dar um aviso ao predador.
Ao dar saltos ornamentais na cara do predador, a gazela dá uma exibição de força e agilidade. É um aviso. Uma advertência do tipo: “Escolhe outra gazela aí porque, se você vier atrás de mim, vou dar trabalho”. Uma atitude lúcida. Só que tão heroica quanto a do cara da piada do tigre.
As Raízes da Corrupção – Bichos Corruptos, Super Interessante, Edição 346, maio de 2015, página 39
Rui Iwersen
Reflexões sobre o Racismo nº 2
Somos todos um só
Enquanto aqui [no Brasil] você tem total liberdade de definir qual é sua raça, lá [nos Estados Unidos] é o recenseador quem identifica o cidadão entre nada menos do que sete grupos raciais.
Mas, se a questão já tinha implicações políticas, econômicas e culturais, ficou ainda mais difícil há poucos dias com a publicação de um amplo e meticuloso trabalho científico que chegou a uma conclusão taxativa: não existem raças na espécie humana.
Seja Racista Se For Capaz – somos todos um só, Isto É, nº 1520, 18 de novembro de 1998, páginas 129 e 130; foto: Educafro
Rui Iwersen
Reflexões sobre a corrupção humana nº 10
As fêmeas de chimpanzé tem o mesmo problema das de outras espécies: só dão bola mesmo para os mais fortes e bonitos. Mas os macacos feinhos deram um jeito de contornar isso. Como? Pagando propina.
Quando um chimpanzé volta de uma caçada bem-sucedida, nem pensa duas vezes: já chama alguma gatinha para um churrasco, ainda que um churrasco cru, e a dois – talvez o equivalente símio a convidar uma moça para jantar no japonês. E aí vê se rola alguma coisa depois. Geralmente rola. O suborno dá tão certo lá na africa subsaariana quanto costumava dar na sede da Petrobras.
As fêmeas agradecem a refeição com sexo. Não é exatamente um toma-lá-dá-cá. A macaca não vai para a moita com o cara na hora só porque ele pagou o jantar dela. Mas no longo prazo, como dezenas de pesquisadores já observaram, é diferente: elas acabam botando os doadores de carne em seu rol de amantes, como a Petrobras colocava os propineiros em seu rol de fornecedores.
As Raízes da Corrupção – Bichos Corruptos, Super Interessante, Edição 346, maio de 2015, página 37
Rui Iwersen
Veja mais…