Teoria de Gaia
Nesta página apresento textos científicos, especialmente de James Lovelock, que desde os anos 1980 apresenta a Teoria de Gaia – a teoria de um planeta vivo e doente, a Terra. Apresento também informações sobre o Universo – o berço e a casa de Gaia e nossa.
Saúde do Planeta nº 33
Gaia, como o camelo, tem diversos estados estáveis, de modo a poder acomodar-se ao ambiente interno e externo mutável
Há pouco tempo, ao me dar conta do aquecimento global, pensei na Terra mais como um camelo. Os camelos, ao contrário da maioria dos animais, regulam a temperatura corporal em dois estados diferentes, mas estáveis.
Durante o dia no deserto, quando faz um calor insuportável, os camelos a regulam perto de 40ºC, temperatura bem próxima daquela do ar para não precisarem esfriar o corpo suando água preciosa. À noite o deserto é frio, podendo até provocar geada. O camelo perderia muito calor se tentasse permanecer em 40º; assim, ele muda a regulação para uma temperatura mais adequada de 34ºC, que é quente o bastante.
Gaia, como o camelo, tem diversos estados estáveis, de modo a poder acomodar-se ao ambiente interno e externo mutável. Na maior parte do tempo, as coisas permanecem estáveis, como aconteceu nos últimos milhares de anos antes da virada para o século XX. Quando o forçamento é forte demais, para o calor ou o frio, Gaia, à semelhança de um camelo, passa para um novo estado estável mais fácil de manter. Ela está na iminência de fazer isso agora [2006].
James Lovelock, A Vingança de Gaia, Editora Intrínseca, 2006, página 28; foto: Olhar Digital.
Rui Iwersen, editor de GaiaNet.
Colapsos – Série de GaiaNet nº 22
Colapso nº 8 – Ocaso da Groenlândia Nórdica
Além das construções, os nórdicos usavam lenha e carvão para fundir metal e para aquecer água; e a madeira acabou de vez
As menores alterações no clima eram suficientes para afetar as pastagens de feno e a quantidade de gelo no mar, o que influía diretamente na caça às focas e nas atividades comerciais da pequena civilização. E o tempo foi esfriando cada vez mais, a ponto de isolar a ilha.
A madeira, já escassa, acabou de vez. Além das construções, os nórdicos usavam lenha e carvão para fundir metal e para aquecer água.
A turfa – vegetal musgoso que recobre o solo – passou a substituir a madeira nas casas e nas fogueiras. Sem essa “pele” natural, a erosão e os ventos deixaram o solo fraco e pouco produtivo.
Super Interessante, Edição Especial, Apocalipse – O fim do mundo, Edição 291-A, maio de 2011, página 63; foto: Livros Vikings.
Rui Iwersen, editor de GaiaNet.
Saúde do Planeta nº 32
Temos de assegurar que as cidades estejam adequadamente defendidas para os estágios iniciais da guerra climática
Sem perder de vista a escala global do perigo, as nações individuais precisam pensar em maneiras de salvar a si mesmas, bem como o mundo. (…) Não se trata de chauvinismo nem egoísmo: talvez seja a forma mais rápida de assegurar que cada vez mais países, movidos por seus interesses próprios, atuem localmente sobre a mudança global.
(…) precisamos agir agora como se estivéssemos prestes a ser atacados por um inimigo poderoso. Primeiro temos que assegurar nossas defesas contra a mudança climática, antes que o ataque comece. Os locais mais vulneráveis são as cidades próximas do nível do mar agora (…)
Antes de tudo temos de assegurar que estejam adequadamente defendidas para os estágios iniciais da guerra climática e, depois, estar preparados para evacuá-las, de forma ordeira, quando as enchentes avançarem. Uma vez que a Terra comece a passar rapidamente para seu novo estado mais quente, a mudança climática por certo tumultuará o mundo político e comercial. As importações de alimentos, combustível e matérias-primas ficarão cada vez mais difíceis, à medida que os fornecedores em outras regiões forem assolados por secas e enchentes.
James Lovelock, A Vingança de Gaia, Editora Intrínseca, 2006, página 25; foto: Portal Ambiente Legal.
Rui Iwersen, editor de GaiaNet.
Saúde do Planeta nº 31
Competição entre espécies durante mudança climática
Quando acontece uma mudança climática, sementes inativas, plantas raras, ou sementes ao vento ou nas patas das aves têm uma chance maior ou menor de crescer; se maior, elas florescem e competem com as espécies nativas, até se tornarem parte estável do ecossistema.
Durante o período de competição, a biodiversidade aumenta, mas volta a declinar quando o ecossistema se adapta às novas condições.
James Lovelock, A Vingança de Gaia, Editora Intrínseca, 2006, página 50; foto: NEPAM – /Unicamp.
Rui Iwersen, editor de GaiaNet.
Série de GaiaNet nº 20
Saúde do Planeta nº 27
Mundo teve mês de agosto mais quente da história em 2023, diz agência dos EUA
Relatório atribui recorde às emissões de gases de efeito estufa em associação com as ondas de calor marinhas e o El Niño.
A Administração Nacional Oceânica e Atmosférica (NOAA, da sigla em inglês) do Departamento de Comércio dos Estados Unidos afirmou que o mundo teve, em 2023, o mês de agosto mais quente já registrado. A informação foi divulgada em um relatório publicado pela agência.
A temperatura média global registrada pela NOAA em agosto foi de 16,85 °C, valor que está 1,25 °C acima da média registrada no século 20. O relatório diz ainda que esse foi 45º agosto e o 534º mês consecutivo a registrar temperaturas acima da média do século passado.
“As ondas de calor marinhas globais e o crescente El Niño provocam um aquecimento adicional este ano, mas enquanto as emissões continuarem impulsionado uma marcha constante de aquecimento de fundo, esperamos que novos recordes sejam quebrados nos próximos anos”, afirmou a cientista-chefe da NOAA, Sarah Kapnick.
Cientistas dos Centros Nacionais de Informação Ambiental da NOAA afirmaram também que agosto marcou o fim do verão meteorológico mais quente da história do hemisfério norte e do inverno meteorológico mais quente do hemisfério sul.
Esse também foi o quinto mês seguido em que a temperatura global da superfície do mar atingiu seu recorde para o mês. Agosto foi, inclusive, o mês com a maior anomalia na temperatura dos oceanos, registrando 1,03 °C acima de qualquer mês analisado pela NOAA. (…)
Fonte: CNN Brasil; foto: VEJA RIO
Rui Iwersen, editor de GaiaNet.
Prêmio Aquecedor Global
No mês mais quente da história do planeta Terra, GaiaNet oferece a Homo sapiens um triste reconhecimento do papel da espécie na destruição progressiva de seu berço, de seu lar e das outras espécies animais e vegetais de Gaia, a Terra viva.
Em Defesa da Ciência nº 30
Para o inglês Samuel Rowbotham, em 1849, o planeta seria uma espécie de pizza com o centro no Hemisfério Norte e a borda na Antártida
Já por volta de 240 a.C. Eratóstenes realizou experimento que forneceu a prova mais convincente do modelo esférico até então – as grandes navegações do século 16 o comprovaram, e a ciência moderna não deixou dúvida.
Mas, em 1849, o inglês Samuel Rowbotham reviveu a Terra plana com o que chamou de “astronomia zética”; o planeta seria uma espécie de pizza com o centro no Hemisfério Norte e a borda na Antártida.
Desde então, a ideia estava restrita a certos círculos, mas ganhou popularidade nos últimos anos. “Graças à facilidade de nos comunicarmos, à falta de educação científica e ao fundamentalismo religioso, a Terra plana renasceu”…
Galileu, Edição 317, dezembro de 2017, Pergunto a um terraplanista, página 40; foto: Brasil Escola – UOL
Rui Iwersen, editor de GaiaNet
Em Defesa da Ciência nº 29
A concepção da Terra como um disco encoberto por uma abóboda de misteriosos objetos era unanimidade na Antiguidade
A concepção da Terra como um disco encoberto por uma abóboda de misteriosos objetos era unanimidade na Antiguidade. E, é compreensível: não havia ainda conhecimentos para fazer investigações científicas para além do que os olhos viam.
Foi só no século 6 a.C. que filósofos como Pitágoras propuseram o modelo esférico, motivados por relatos de navegadores e observações do céu. Três séculos mais tarde, constatando que as estrelas vistas no Egito não eram as mesmas de céus mais ao norte e que a sombra da Terra na Lua durante eclipses era esférica, Aristóteles reforçou que o nosso planeta é um globo.
Já por volta de 240 a.C. Eratóstenes realizou experimento que forneceu a prova mais convincente do modelo esférico até então – as grandes navegações do século 16 o comprovaram, e a ciência moderna não deixou dúvida.
Galileu, Edição 317, dezembro de 2017, Pergunto a um terraplanista, página 40; foto: Slide Mestre
Rui Iwersen, editor de GaiaNet
Síntese do livro A Vingança de Gaia de James Lovelock
6. Precisamos urgentemente selar uma paz justa com Gaia enquanto somos fortes o bastante para negociar
Capítulo 9 – Além da Estação Final
Concluindo, neste capítulo James Lovelock analisa, entre outras coisas, as condições sanitárias do Planeta após milênios de maltrato por um de seus filhos –Homo sapiens – e convida os seres humanos a fazerem as pazes com Gaia. Diz Lovelock nas páginas 139 e 145:
“Gaia, a Terra viva, está velha e não mais tão forte como há 2 bilhões de anos. Ela luta contra o aumento inevitável do calor solar a fim de manter a Terra fresca o bastante para sua profusão de vida. Mas, para agravar suas dificuldades, uma dessas formas de vida – os seres humanos, animais tribais aguerridos com sonhos de conquistar até outros planetas – tentou governar a Terra em seu próprio benefício somente”. (…)
“De várias maneiras, estamos em guerra involuntária contra Gaia, e para sobreviver com nossa civilização intacta precisamos urgentemente selar uma paz justa com Gaia enquanto somos fortes o bastante para negociar, e não uma ralé derrotada e debilitada em vias de extinção”.
Matéria editada originalmente em 2009 nesta página, e reeditada em dezembro de 2018; foto: Carta Capital
Rui Iwersen, médico planetário
Síntese do livro A Vingança de Gaia de James Lovelock
5. Estamos tolhendo a capacidade de Gaia de regular o clima e a química da Terra
Capítulo 6 – Produtos Químicos, Alimentos e Matérias-Primas
Este capítulo serve ao autor para denunciar os malefícios praticados por um animal guerreiro, conquistador e primitivo – Homo sapiens: ‘Não faz muito tempo, estávamos certos de que a vida vegetal havia sido criada por um Deus bondoso para a comermos’.
Neste capítulo James Lovelock nos alerta enfaticamente para o risco das ações humanas contra Gaia. Diz ele à página 108: “Apossando-se maciçamente de terras para alimentar as pessoas e empesteando o ar e a água, estamos tolhendo a capacidade de Gaia de regular o clima e a química da Terra, e se continuarmos assim, corremos o risco de extinção”.
Matéria editada originalmente em 2009 nesta página, e reeditada em dezembro de 2018; foto: Iberdrola
Rui Iwersen, médico planetário
Síntese do livro A Vingança de Gaia de James Lovelock
História da Vida de Gaia
Capítulo 3 – História da Vida de Gaia
Nesta breve síntese deste importante livro de James Lovelock, apresento algumas informações, advertências e conselhos do autor que, com realismo científico, neste capítulo faz uma análise retrospectiva e prospectiva do planeta Terra – de seu nascimento à sua futura morte.
Diz James Lovelock nas páginas 47, 51 e 52: A vida na Terra começou há 3 ou 4 bilhões de anos. (…) Naquela época prematura, o Sol era provavelmente 25 por cento menos luminoso do que hoje. (…) Como o Sol vai ficando mais quente, o calor recebido pela Terra agora é maior do que quando a vida começou, há mais de 3 bilhões de anos. (…) Daqui a cerca de um bilhão de anos, e muito antes do fim da vida solar, o calor recebido pela Terra [hoje 1,35 quilowatts/m2] será superior a 2 quilowatts por metro quadrado, mais do que a Gaia que conhecemos consegue suportar. Ela morrerá de superaquecimento.
Matéria editada originalmente em 2009 nesta página e reeditada em dezembro de 2018; foto: Stoodi
Rui Iwersen, médico planetário
Síntese do livro A Vingança de Gaia de James Lovelock
Capítulo 1 – O Estado da Terra
The revenge of Gaia, o livro de James Lovelock editado no Brasil com o título A Vingança de Gaia, oferece muito material para a compreensão de nosso planeta e de sua dinâmica e, portanto, importantes informações para nossas necessárias reflexões e ações ecológicas. Nesta breve síntese deste importante livro de James Lovelock, apresento algumas informações, advertências e conselhos do autor.
Capítulo 1 – O Estado da Terra
Neste capítulo inicial, James Lovelock apresenta Gaia, o sofrimento da ‘Terra viva’, e os riscos para a humanidade e para a civilização – uma possível ‘nova Idade Média’, ou pior.
Diz ele nas páginas 15 e 23: “O que torna diferente este livro é que eu falo como um médico planetário cujo paciente, a Terra viva, se queixa de febre. Vejo o declínio da saúde da Terra como a nossa preocupação mais importante, nossas próprias vidas dependendo de uma Terra sadia (…) As perspectivas são sombrias, e, ainda que consigamos reagir com sucesso, passaremos por tempos difíceis. (…) O que está em risco é a civilização”.
Matéria editada originalmente em 2009 nesta página e reeditada em dezembro de 2018
Rui Iwersen, médico planetário
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