Teoria de Gaia
O desafio ecológico nº 10
Quando se trata de clima, os países não são soberanos
Há, portanto, muitas coisas que governos, corporações e indivíduos podem fazer para evitar a mudança climática. Mas para que sejam eficazes devem ser feitas num nível global. Quando se trata de clima, os países simplesmente não são soberanos. Estão à mercê de ações realizadas por pessoas no outro lado do planeta.
A República de Kiribati – uma nação insular no oceano Pacífico – pode reduzir sua emissão de gás de efeito estufa a zero, e assim mesmo ficar submersa com a elevação das águas se outros países não seguirem seu exemplo. O Chade pode pôr painéis solares em todos os telhados do país e ainda assim tornar-se um deserto árido devido às políticas ambientais irresponsáveis de estrangeiros longínquos.
Até mesmo nações poderosas como China e Japão não são soberanas no que concerne à ecologia. Para proteger Xangai, Hong Kong e Tóquio de inundações e tufões destrutivos, chineses e japoneses terão de convencer os governos russo e americano a abandonar seu comportamento tradicional.
Yuval Noah Hararari, 21 lições para o século 21, Companhia das Letras, 2018, Capítulo 7 – Nacionalismo – Problemas globais exigem respostas globais; O desafio ecológico, páginas 154 e 155. Foto: DomTotal
Rui Iwersen, médico planetário
#DesmatamentoNão
#ReflorestamentoSim
#DesmatamentoNãoReflorestamentoSim
#FlorestaValeMaisEmPéDoQueDeitada
O desafio ecológico nº 5
Não basta que reconheçamos o perigo que enfrentamos
Essas mudanças, por sua vez, vão desmantelar a produção agrícola, inundar cidades, tornar grande parte do mundo inabitável e despachar centenas de milhões de refugiados em busca de novos lares.
Além disso, estamos nos aproximando rapidamente de um certo número de pontos de inflexão além dos quais mesmo uma queda dramática na emissão de gases de efeito estufa não será suficiente para reverter essa tendência e evitar uma tragédia de abrangência mundial. Por exemplo, à medida que o aquecimento global derrete os mantos de gelo polar, menos luz solar é refletida do planeta Terra para o espaço. Isso quer dizer que o planeta estará absorvendo mais calor, as temperaturas se elevarão ainda mais e o gelo derreterá ainda mais rapidamente.
Quando esse ciclo ultrapassar um limiar crítico, ele vai criar um impulso próprio irresistível, e todo o gelo das regiões polares derreterá mesmo que os humanos parem de queimar carvão, petróleo e gás. Por isso não basta que reconheçamos o perigo que enfrentamos. É crucial que façamos algo quanto a isso agora.
Yuval Noah Hararari, 21 lições para o século 21, Companhia das Letras, 2018, Capítulo 7 – Nacionalismo – Problemas globais exigem respostas globais; O desafio ecológico, páginas 152 e 153. Foto: Mata Nativa
Rui Iwersen, médico planetário
#DesmatamentoNão
#ReflorestamentoSim
#DesmatamentoNãoReflorestamentoSim
#FlorestaValeMaisEmPéDoQueQueimada
A Vingança de Gaia nº 10
Como morre um rio
Em vez de usarem fertilizantes de nitrato, [os fazendeiros de Devon, na Inglaterra] passaram a espalhar em sua terra o esterco coletado no inverno, quer diretamente ou como estrume misturado com água. Para um ambientalista urbano, tratava-se de uma forma orgânica apropriada de atividade rural. Mas, no início da década de 1980, as águas límpidas do rio Carey haviam se tornado marrons e espumosas, com cheiro de esgoto ao ar livre.
No verão, os trechos tranquilos, onde os peixes saltavam para capturar moscas, estavam cobertos de algas verdes viscosas e plantas daninhas, e o rio aos poucos morria. Essa nova atividade rural orgânica vinha enchendo o rio de quantidades de esterco bem acima do que ele conseguia digerir. Cada tempestade levava esterco dos campos para o rio, e logo o nível de oxigênio do rio caiu para zero.
Muitas das espécies parceiras que constituem o ecossistema de um rio – as plantas verdes que colocam oxigênio na água, as numerosas espécies de insetos que vivem no rio e sob as pedras ao longo de seu leito – morreram, principalmente por falta de luz para a fotossíntese e de anoxia.
Já não havia insetos para alimentar os peixes do rio, de modo que eles não tinham chance de voltar nas épocas em que a poluição por estrume líquido fosse menor.
James Lovelock, A Vingança de Gaia, cap. 6 – Produtos químicos, alimentos e matérias-primas, 2006, Editora Intrínseca, Rio de Janeiro, 2006, página 112; foto: ND Mais
Rui Iwersen, médico planetário
#DesmatamentoNão
#ReflorestamentoSim
#DesmatamentoNãoReflorestamentoSim
#FlorestaValeMaisEmPéDoQueQueimada
A Vingança de Gaia nº 5
Mudanças observáveis e mudanças previsíveis do planeta
As mudanças passíveis de ocorrer serão, à sua maneira diferente, tão grandes quanto ou ainda maiores do que aquela [do fim da última era glacial]. É verdade que o mar não pode subir mais que outros oitenta metros, a quantidade de água extra que seria liberada se o gelo da Groenlândia e Antártida derretesse.
Mas as tórridas condições do mundo reduziriam a produtividade da terra e mar restantes, e a perda de vegetação retardaria o grau de remoção de dióxido de carbono [CO2], sustentando assim a era mais quente por 100 mil anos ou mais.
As maiores mudanças observáveis até agora ocorrem no Ártico, como previsto no primeiro relatório do IPCC em 1990.
James Lovelock, A Vingança de Gaia, Previsões para o Século XXI, 2006, Editora Intrínseca, Rio de Janeiro, 2006, página 60; foto: Águas do Algarve
Rui Iwersen, médico planetário
#DesmatamentoNão
#ReflorestamentoSim
#DesmatamentoNãoReflorestamentoSim
#FlorestaValeMaisEmPéDoQueQueimada
Alerta à Humanidade nº 49
Dia da Sobrecarga da Terra chega mais cedo
Em 2021, a humanidade excedeu sua cota anual de recursos regeneráveis em 29 de julho, três semanas antes do que em 2020. Seriam necessárias 1,7 Terras para satisfazer nossas necessidades de consumo.
Hoje, a humanidade consome 74% a mais do que o que os ecossistemas globais podem regenerar
Após um adiamento temporário devido à pandemia em 2020 – quando o Dia da Sobrecarga da Terra foi em 22 de agosto – em 2021 a data em que a humanidade esgotou todos os recursos biológicos que a Terra regenera ao longo de um ano acontece três semanas antes, neste 29 de julho. No Brasil, a cota foi esgotada dois dias antes, em 27 de julho.
“Apesar de nos restar quase meio ano, já esgotamos nossa cota de recursos biológicos para 2021”, advertiu Susan Aitken, líder do Conselho Municipal de Glasgow, onde lideranças mundiais se reunirão em novembro para a cúpula climática COP26. “Se precisamos lembrar que estamos sob uma emergência climática e ecológica, o Dia da Sobrecarga da Terra é a ocasião para isso”, lembrou.
Como grande parte do mundo estava vivendo sob lockdowns impostos devido ao coronavírus no ano passado, o Dia da Sobrecarga aconteceu quase um mês depois do recorde de 2018, quando foi em 25 de julho. Mas mesmo que as emissões de carbono causadas por viagens aéreas e transporte rodoviário ainda estejam abaixo dos altos índices de 2019, a economia global em ascensão está empurrando as emissões e o consumo de volta para cima. (…)
O Dia da Sobrecarga da Terra existe desde 2006. A Global Footprint Network (GFN), organização de pesquisa que apresenta a data a cada ano junto com o grupo ambiental WWF, compara o cálculo a um extrato bancário que rastreia receitas em relação aos gastos. Ele considera milhares de dados da ONU sobre recursos como florestas biologicamente produtivas, pastagens, terras de cultivo, áreas de pesca e áreas urbanas. Esse cálculo é então medido em relação à demanda desses recursos naturais, entre eles alimentos de origem vegetal, madeira, gado, peixe e a capacidade das florestas de absorver emissões de dióxido de carbono.
Hoje, a humanidade consome 74% a mais do que o que os ecossistemas globais podem regenerar. Para continuar vivendo nos padrões atuais, precisaríamos dos recursos de cerca de 1,7 planetas. E isso não parece mudar tão cedo. (…)
Matéria enviada pelo colaborador de GaiaNet Jorge F. Schneider; fonte: DW – Made for minds
#DesmatamentoNão
#ReflorestamentoSim
#DesmatamentoNãoReflorestamentoSim
Possibilidades futuras da Floresta Amazônica
Mas não é como se tudo isso [o desmatamento da Floresta Amazônica] fosse uma situação nova com a qual o Brasil ainda não soubesse bem como lidar. Pelo contrário, já enfrentamos quadros bem piores na Amazônia e sabemos exatamente o que deve ser feito para reverter a destruição descontrolada da floresta. Prova disso foram os anos 2004 e 2005, que registraram os piores índices da história: em 2005, foram 27,4 mil quilômetros quadrados de floresta desmatada. Nos anos seguintes, entretanto, o governo federal implementou políticas públicas eficientes no combate ao desmatamento ilegal. Até 2014, o desmatamento havia despencado 75%. Estávamos caminhando para zerá-lo, mas a situação voltou a se deteriorar: 2018 foi o ano [até então] de maior desmatamento da década. e agora parece que estamos caminhando para trás. (…)
Nos primeiros meses do governo [de Jair Bolsonaro], o chanceler Ernesto Araújo extinguiu o departamento de mudanças climáticas no Itamaraty – não sem antes declarar publicamente que o aquecimento global é uma conspiração marxista. (…)
“Ou o governo inverte essas tendências ou o Brasil passará – como já está passando – de líder de um movimento que respeita o meio ambiente e os recursos naturais de nossos biomas para um dos párias ambientais do planeta”, afirma Carlos Nobre, um dos mais renomados especialistas brasileiros em estudos sobre o aquecimento global. (…)
[Carlos Nobre] É reconhecido internacionalmente por seus estudos sobre o ecossistema amazônico e seu papel na regulação do clima no Brasil e no mundo. Sua contribuição recente foi ter definido, ao lado do biólogo e ambientalista norte-americano Thomas Lovejoy, o chamado tipping point da Amazônia, espécie de “ponto de não retorno”.Como a floresta produz a própria chuva, se de 20 a 25% de sua área total for desmatada, a diminuição da umidade e o aumento da temperatura causarão uma transição irreversível no bioma. A maior floresta tropical do planeta vai, aos poucos, se transformar em uma savana, não tão diferente do Cerrado. (…)
A. J. Oliveira e Bruna Scorsatto, Uma nova Esperança, revista Galileu, Edição 339, outubro de 2019, página 30; foto: Catraca Livre.
#DesmatamentoNão
#ReflorestamentoSim
#DesmatamentoNãoReflorestamentoSim
Rui Iwersen, médico planetário, editor de GaiaNet
Dia Mundial das Florestas
Alerta à Humanidade nº 47
A importância das florestas para a vida e a saúde humanas
Como médico planetário, como se dizia o médico inglês James Lovelock, e como editor desde 2009 do blog ecológico GaiaNet, venho observando que Gaia está doente, e que seu desequilíbrio vem sendo causado por um de seus frutos, o Homo sapiens, a espécie animal que se tornou hegemônica no planeta e que não zela por seu berço e por seu lar.
Para refletirmos sobre nosso papel e nosso futuro no planeta, apresento alguns dados preocupantes sobre a relação Homem/natureza, especialmente sobre a relação humana com as florestas de Gaia e sobre a enorme possibilidade futura de novas viroses ou outras zoonoses.
Com esta preocupação sanitária e humanista, no dia 21 de março é celebrado o Dia Internacional das Florestas. Segundo o site Brasil Escola, citado na página Calendário Ecológico do blog GaiaNet, “para sensibilizar a população sobre a importância das florestas na manutenção dos ecossistemas e no desenvolvimento sustentável, a ONU criou o Dia Internacional das Florestas.”
Mas, com a destruição progressiva das florestas, os homens vem produzindo a desertificação do planeta e as mudanças climáticas, com o temível aquecimento global e as alterações dos ciclos das chuvas, tão importante para a agricultura e para a saúde e o equilíbrio do Planeta.
Este processo não é somente atual e localizado. Segundo artigo publicado pelo site Conexão UFRJ e divulgado na página Florestas Brasileiras de GaiaNet, o início da atividade agrícola, há 10 mil anos, fixou o homem, tornando-o sedentário. Com o passar dos tempos, o sedentarismo aliado ao desenvolvimento tecnológico, sobretudo após a Revolução Industrial, permitiu que a população humana crescesse em ritmo exponencial. Consequentemente, os seres humanos passaram a ocupar, cada vez mais, áreas silvestres, florestas, com o intuito de explorar seus recursos para fins econômicos, especialmente no contexto contemporâneo. Assim, avançaram sobre ecossistemas naturais, transformando-os e destruindo espécies vegetais e animais.
Uma maior exposição humana, as zoonoses, enfermidades naturalmente transmissíveis entre animais e humanos, têm se verificado nesse processo. O vírus SARS-CoV-2, supostamente oriundo de morcegos, é um exemplo do que, hoje, assola o mundo e impressiona por sua velocidade de transmissão, seu potencial de perdas humanas e pelo elevado nível de incertezas que traz consigo. Vale lembrar que muitas florestas também constituem reservatórios de zoonoses e, portanto, os esforços para sua preservação ou uso sustentável devem ser respeitados, sob o risco de favorecer ocorrências futuras de novas pandemias.
Segundo o médico francês Fhillipe Juvin, em entrevista para a revista época de 25 de janeiro de 2021, também citado em GaiaNet, o mundo subestima os perigos. Há provavelmente uma relação direta entre o desmatamento, principalmente na América do Sul, e o fato de que animais que viviam distantes dos humanos estejam, hoje, em contato. Nos próximos anos, devemos prever novas transmissões de vírus de animais para nós. Devemos tirar também uma lição em relação ao meio ambiente nesta crise. Um grande artigo publicado na revista Science explica isso: cientistas estimam entre 631 mil e 827 mil o número de vírus capazes de passar do animal ao homem se não dermos atenção à gestão do meio ambiente. Isso ainda não acabou.
Segundo dados do Greenpeace, entidade defensora do planeta e de suas florestas, mais de mil árvores são derrubadas a cada minuto na Floresta Amazônica. Segundo esta ONG, além da destruição da floresta, a invasão coloca espécies da fauna e flora do Brasil em risco de extinção. Esta não é apenas uma ameaça para a Amazônia e para o povo brasileiro. Este é um golpe fatal na esperança de um futuro possível para toda a humanidade – uma batalha que não podemos perder.
Felizmente, o caminho escolhido pela humanidade é ainda reversível. Há alguns anos os cientistas, ao discutirem sobre colonização do Universo, refletem sobre uma técnica de produção, em outros planetas, de condições ambientais e climáticas semelhantes às de nosso planeta – a Terra Formação. Se esta técnica é possível em outros planetas, começando talvez do zero, pode ser útil para a reconstrução de nosso planeta. Bastaria começarmos por dois simples passos: acabar com o desmatamento e iniciar o reflorestamento das áreas desmatadas e/ou degradadas e sem necessidade imprescindível para a alimentação e para a existência humanas.
A foto deste artigo representa um excelente exemplo de reflorestamento urbano, executado por um grupo de voluntários de Florianópolis, do qual com muita honra participei nos anos 1990, e que hoje é um ambiente bonito e saudável para humanos, pássaros e outros animais – o Parque da Luz.
No Dia Internacional das Florestas, e para o nosso futuro, cabe entre os ecologistas e humanistas a seguinte palavra de ordem:
#DesmatamentoNãoReflorestamentoSIM
Rui Iwersen, médico planetário, editor de GaiaNet
Alerta à Humanidade nº 46
Cientistas estimam entre 631 mil e 827 mil o número de vírus capazes de passar do animal ao homem
- Para o senhor, o mundo não estava preparado para esta epidemia?
- O mundo subestima os perigos. Há provavelmente uma relação direta entre o desmatamento, principalmente na América do Sul, e o fato de que animais que viviam distantes dos humanos estejam, hoje, em contato. Nos próximos anos, devemos prever novas transmissões de vírus de animais para nós. Devemos tirar também uma lição em relação ao meio ambiente nesta crise. Um grande artigo publicado na revista Science explica isso: cientistas estimam entre 631 mil e 827 mil o número de vírus capazes de passar do animal ao homem se não dermos atenção à gestão do meio ambiente. Isso ainda não acabou.
Fhilippe Juvin, médico francês, diretor do Hospital Europeu Georges Pompidou em Paris; revista Época nº 1175, 25 de janeiro de 2021, página 35; foto: Climainfo
Rui Iwersen
O novo coronavírus e a hipótese de Gaia
O planeta é um organismo vivo e os seres humanos o impactam diretamente. Com essa lente, professores da UFRJ analisam a disseminação do SARS-CoV-2
Ciência ampla e complexa, a Ecologia é a parte da Biologia que tenta explicar o funcionamento de toda a natureza. A teoria de Gaia é uma hipótese da Ecologia que estabelece que a Terra é um imenso organismo vivo. Elaborada pelo cientista inglês James Lovelock, em 1979, ensina-nos que nosso planeta é capaz de obter energia para seu funcionamento, enquanto regula seu clima e temperatura, elimina seus detritos e combate suas próprias doenças, ou seja, assim como os demais seres vivos, um organismo capaz de se autorregular. De acordo com a hipótese, os organismos bióticos controlam os organismos abióticos, de forma que a Terra se mantém em equilíbrio e em condições adequadas para sustentar a vida.
Entender as relações homem-natureza requer uma contextualização espaço-temporal que inclui uma breve reflexão histórica da ocupação espacial do homem na Terra. O nomadismo, que durou milhares de anos, foi a primeira forma de sobrevivência da humanidade. O início da atividade agrícola, há 10 mil anos, fixou o homem, tornando-o sedentário. Com o passar dos tempos, o sedentarismo aliado ao desenvolvimento tecnológico, sobretudo após a Revolução Industrial, permitiu que a população humana crescesse em ritmo exponencial. Consequentemente, os seres humanos passaram a ocupar, cada vez mais, áreas silvestres, florestas, com o intuito de explorar seus recursos para fins econômicos, especialmente no contexto contemporâneo. Assim, avançaram sobre ecossistemas naturais, transformando-os e destruindo espécies vegetais e animais.
Uma maior exposição humana às zoonoses, enfermidades naturalmente transmissíveis entre animais e humanos, têm se verificado nesse processo. O vírus SARS-CoV-2, supostamente oriundo de morcegos, é um exemplo do que, hoje, assola o mundo e impressiona por sua velocidade de transmissão, seu potencial de perdas humanas e pelo elevado nível de incertezas que traz consigo. Ainda não há cura ou vacina para a COVID-19, doença provocada pelo novo coronavírus, tampouco há consenso quanto à possibilidade de reinfecção, entre outras questões. Vale lembrar que muitas florestas também constituem reservatórios de zoonoses e, portanto, os esforços para sua preservação ou uso sustentável devem ser respeitados, sob o risco de favorecer ocorrências futuras de novas pandemias. (…)
Fonte: Conexão UFRJ; foto: Fotos e Destinos
Rui Iwersen, editor de GaiaNet
Pesquisadores ligam as queimadas no Pantanal ao desmatamento da Amazônia
É da Floresta Amazônica que vem a maior parte da umidade que alimenta o Pantanal, explicam pesquisadores.
Em Mato Grosso do Sul, pesquisadores identificam o desmatamento na Amazônia como um dos principais fatores nos incêndios no Pantanal.
O helicóptero da Marinha lança mais água sobre as chamas. O incêndio está longe de acabar. Em terra, as equipes reviram o solo para evitar o ressurgimento de focos. O horizonte esfumaçado e o Rio Paraguai com o nível de água muito abaixo do normal para essa época preocupam e muito os pesquisadores.
“Essa baixa quantidade de chuvas fez com que nós tivéssemos, este ano, a menor cheia dos últimos 47 anos. E, segundo as nossas estimativas, é bem provável que nós teremos também a maior seca desse mesmo período”, avalia Carlos Padovani, da Embrapa.
(…) E aí que está o problema: com muito fogo, muita fumaça e muito calor, não acontece a evaporação e não tem aquela umidade que fica no ar para formar as nuvens de chuva. E, por isso, continua cada vez pior a seca extrema.
A explicação dos pesquisadores pode estar também na devastação da Floresta Amazônica, porque é de lá que vem a maior parte da umidade que alimenta o Pantanal. A floresta lança no ar a umidade que é levada pelas correntes até esbarrar na Cordilheira do Andes. Volta, então, distribuindo chuva para toda uma região que vai até o Sul do Brasil. Quando esse maciço verde começa a ser fragmentado, não lança tanta umidade assim e falta chuva no Centro-Oeste. (…)
Fonte: G1, Jornal Nacional; foto: IstoÉ
Mundo trata os sintomas, mas ignora a causa das pandemias, diz ONU
A destruição continua da natureza resultará num fluxo de doenças animais saltando para os humanos, afirma relatório
O mundo está tratando os sintomas clínicos e econômicos da pandemia de coronavírus, mas não sua causa ambiental, segundo os autores de um relatório da ONU. Como resultado, espera-se que um fluxo constante de doenças passe dos animais para os seres humanos nos próximos anos, diz a organização.
O número dessas epidemias zoonóticas está aumentando, da Ebola ao Sars, da Febre do Nilo Ocidental à febre de Vale do Rift, tendo como causa principal a destruição da natureza pelos seres humanos e a crescente demanda por carne, afirma o relatório.
Mesmo antes da Covid-19, cerca de 2 milhões de pessoas morriam de doenças zoonóticas todos os anos, principalmente nos países mais pobres. O surto de Coronavírus era altamente previsível, disseram os especialistas. “Covid-19 pode ser o pior, mas não é o primeiro”, disse a chefe de meio ambiente da ONU, Inger Andersen. (…)
O relatório afirma que é de importância vital uma abordagem de “saúde unificada” que aborde a saúde humana, animal e ambiental, incluindo mais vigilância e pesquisa sobre ameaças de doenças e os sistemas alimentares que as transportam às pessoas. “Houve bastante resposta à Covid-19, mas grande parte a tratou como um desafio médico ou como um choque econômico”, disse a professora Delia Grace, principal autora do relatório do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA) e do Instituto Internacional de Pesquisa Pecuária (Ilri).
“Suas origens estão no meio ambiente, nos sistemas alimentares e na saúde animal. Isto é muito parecido com ter alguém doente e tratar apenas os sintomas e não tratar a causa subjacente, e existem diversas outras doenças zoonóticas com potencial pandémico.” (…)
Fonte: ANDA.JOR.BR; foto: Royalmaquinas
Matéria enviada por Sandra Bittencourt Espíndola via Facebook
As possíveis origens do Coronavírus
Morcego Ferradura, provável fonte do Coronavírus
Ainda não há conclusões sobre como o novo coronavírus pulou de animais para seres humanos. Uma das hipóteses é que tenha sido em um mercado de alimentos em Wuhan, na China, o que fez com que muitos defendessem o fechamento de mercados do tipo, com venda de animais vivos e silvestres. Há outras hipóteses correntes.
“Nós estamos negligenciando o cenário maior”, diz à BBC News Brasil o ecologista especializado em doenças Richard Ostfeld, do Cary Institute of Ecosystem Studies, nos Estados Unidos.
“Tivemos alguns exemplos de surgimento de doenças nesses mercados com animais selvagens, como a Sars. E é importante entender que essas atividades humanas de agrupamentos estranhos de espécies que nunca ocorrem juntas na natureza influenciam esses eventos. Mas há outras maneiras pelas quais nossas atividades humanas podem facilitar o surgimento ou transmissão de doenças, como o desmatamento, a abertura de terra para agricultura, entre outros. Isso não pode ser esquecido.”
Da BBC News Brasil em Londres; foto: UOL Notícias
Matéria enviada pela colaboradora Shirley Albuquerque
Veja mais…
3 Comments to “ Teoria de Gaia”
[…] a própria Vida, o sistema que regula a relação entre orgânico e inorgânico no planeta (ver Hipótese Gaia de James Lovelock). Poderíamos assim considerar o Antropoceno como iniciando neste período, a pelo […]
“A Terra tornou-se o que é através do processo de sua habitação” (James Lovelock)
Basta um olhar atual sobre o assunto. Estamos perante um tríplice ataque por humanos à própria humanidade e ao Planeta:
1º Caos climático, ameaças de mais fome, contaminação e doenças causados pela industrialização;
2º Novas tecnologias – biotecnologia, nanotecnologia, biologia sintética, geoengenharia- causadoras de riscos à saúde, riscos ambientais e riscos econômicos;
3º Tirania das companhias, corporações ou empresas (cada autor pode dar um nome aos grandes detentores de lucros), que impõem essas tecnologias como imprescindíveis para sair das crises. Os governos tendem a aceitar os “remédios” tecnológicos impostos e as subsidiam com recursos públicos.
Esses ataques minam todos os cantos do Planeta, em diferentes versões.
Dia 14 de abril de 2009 passou na GloboNews o programa Milenio, onde o jornalista Silio Boccanera entrevistou o ambientalista James Lovelock, criador da Teoria de Gaia, e falaram desses 3 livros que o Dr. Rui resumiu no GaiaNet. Estou enviando o que assisti para reforçar a conclusão dessa matéria do mês de julho, e uma outra teoria que Lovelock lança: “A energia nuclear poderia salvar a Terra”.
– Para Lovelock apenas a energia nuclear é a alternativa realista aos combustíveis fósseis para suprir a enorme necessidade de energia da humanidade sem aumentar a emissão de gases causadores do efeito estufa. Afirmou que se a população da Terra estacionasse em 1 bilhão de habitantes, as alternativas de se extrair energia eólica e solar seriam viáveis. Mas com 6 bilhões, todo esforço é vão e a Terra tem pressa. Disse que o lixo atômico não é perigoso e sua quantia não é significativa – esteve na França, onde grande parte da energia utilizada vem da “fissura do átomo” e o lixo atômico é jogado dentro de um buraco concretado com uma espessura de 3 metros. Ao sair do local, mediu seu nível de radioatividade, que se manteve dentro da normalidade. Disse, ainda, que na Inglaterra as usinas nucleares com 50 anos de atividade, produziram o equivalente a 10 metros cúbicos de lixo atômico – “É o tamanho de uma casa pequena. Se colocado numa caixa de concreto, esse lixo seria totalmente seguro e a perda de calor ainda poderia ser aproveitada para aquecer minha casa”.
É hipótese, teoria ou evidência?
PROVAS DA TERRA VIVA NO COTIDIANO DAS PESSOAS
-Uma mulher com mal de alzheimer em estágio máximo, se for colocada num espaço onde haja grama, ela passará a arrancar da terra pequenos tufos de grama com extremo carinho e encostar as raizes da grama nos seios, procedendo como se estivesse realizando um ritual mágico. (homens com o mesmo mal não fazem isso – basta consultar quem cuida de pessoas com mal de alzheimer)
-Crianças até os dois anos de idade que sofrem de anemia ferropriva comem terra e adoram quando podem comer terra levemente úmida.
-Existem dezenas de provas que podem ser constatadas no cotidiano das pessoas, como algumas mulheres grávidas que “sentem desejo” de comerem frutas: a preferência recai sempre na cor dos alimentos: melancia, maçã, uva dourada (por que dourada, e não roxa?), etc, etc, etc…