Teoria de Gaia
17 de julho de 2009
Uma síntese de A Vingança de Gaia de James Lovelock
Em 2006, convicto de sua teoria sobre a ‘Terra viva, o médico James Lovelock fala como “médico planetário” em seu livro A Vingança de Gaia da Editora Intrínseca.
No capítulo 1 – O Estado da Terra – ele faz duas referências significativas a esse respeito nas páginas 15 e 17. Diz ele: “O que torna diferente este livro é que eu falo como um médico planetário cujo paciente, a Terra viva, se queixa de febre. Vejo o declínio da saúde da Terra como a nossa preocupação mais importante, nossas próprias vidas dependendo de uma Terra sadia. Nossa preocupação com ela deve vir em primeiro lugar, porque o bem-estar das massas crescentes de seres humanos exige um planeta sadio. (…)
Duzentos anos atrás, quando a mudança era lenta ou nem sequer existia, talvez tivéssemos tempo para estabelecer o desenvolvimento sustentável, ou mesmo continuar por algum tempo deixando as coisas como estão, mas agora é tarde: o dano foi cometido. Esperar que o desenvolvimento sustentável ou a confiança em deixar as coisas como estão sejam políticas viáveis é como esperar que uma vítima de câncer no pulmão seja curada parando de fumar”.
No capítulo 3 – História da Vida de Gaia – Lovelock faz um significativo histórico de um planeta vivo, adaptável e finito, a Terra. Diz ele nas páginas 51 e 52: “Como o Sol vai ficando mais quente, o calor recebido pela Terra agora é maior do que quando a vida começou, há mais de 3 bilhões de anos. (…)
Apenas por um breve período da história da Terra o calor do Sol foi ideal para a vida, o que se deu há 2 bilhões de anos. Antes, ela era fria demais para nosso bem-estar e, depois, progressivamente, foi ficando quente demais. No longuíssimo prazo, o aquecimento solar é um problema bem mais grave para a vida do que nossa atual batalha com um aquecimento global provocada pelo homem. (…)
Daqui a cerca de um bilhão de anos, e muito antes do fim da vida solar, o calor recebido pela Terra [hoje recebe 1,35 quilowatts/m2] será superior a 2 quilowatts por metro quadrado, mais do que a Gaia que conhecemos consegue suportar. Ela morrerá de superaquecimento. (…) Michael Whitfield e eu calculamos, em 1981, que em menos de 100 milhões de anos o calor do Sol será demais para a Terra se regular no seu estado atual, e ela será forçada a mudar para um novo estado quente habitado por uma biosfera diferente”.
No capítulo 6 – Produtos Químicos, Alimentos e Matérias-Primas – ele alerta e aconselha a humanidade para esforçar-se para fazer parte desta futura ‘biosfera diferente’.
Diz ele na página 108: “Apossando-se maciçamente de terras para alimentar as pessoas e empesteando o ar e a água, estamos tolhendo a capacidade de Gaia de regular o clima e a química da Terra, e se continuarmos assim, corremos o risco de extinção. Em certo sentido, entramos em guerra contra Gaia, guerra que não temos esperanças de vencer. Tudo que podemos fazer são as pazes enquanto ainda somos fortes e não uma ralé debilitada”.
O título original de sua última obra literária é The revenge of gaia: why the earth is fighting bach, and how we can still save humanity, que significa “A Revanche de Gaia: por que a Terra está mostrando resistência, e como nós ainda podemos salvar a humanidade” (segundo minha intuição e o Dicionário Oxford).
Para “salvar a humanidade e a civilização”, como ele diz nesse livro, devemos levar em consideração suas idéias e seus conselhos, inclusive sobre a utilização da energia nuclear para atenuar o efeito estufa (por ser uma “tecnologia de rápida aplicação”, como diz ele). Afinal, alem das evidências do acerto de sua Teoria de Gaia, dentre as várias invenções suas ou das quais participou, hoje astrônomos europeus e americanos utilizam o telescópio infravermelho e o interferômetro múltiplo para detectar vida em exoplanetas, isto é, planetas fora do nosso sistema planetário.
Rui Iwersen
20 de julho de 2009
Ilustração da Teoria de Gaia
A matéria do UOL Notícias de 14 de julho de 2009, sobre exploração espacial e sobre pesquisas científicas sobre o passado e o presente do planeta Venus, que publicamos abaixo, ilustra o nosso artigo e os acertos teóricos e tecnológicos de James Lovelock..
Novo mapa de Vênus sugere que planeta teve continentes e oceano
Vênus deve ter sido mais parecido com a Terra, com um oceano e um sistema de placas tectônicas que deu lugar à formação de continentes, segundo o primeiro mapa do hemisfério sul desse planeta elaborado com as câmeras de infravermelho da nave Venus Express.
O mapa é o resultado de mais de mil imagens obtidas entre maio de 2006 e dezembro de 2007 por equipamentos com infravermelho que permitem ver por meio das densas nuvens que cobrem Vênus, segundo informou a Agência Espacial Europeia (ESA).
O mapa oferece aos astrônomos uma nova ferramenta para entender por que Vênus é tão semelhante em tamanho à Terra e, no entanto, evoluiu de forma tão diferente, afirma a ESA. A nave Venus Express foi lançada em 9 de novembro de 2005 e levou 155 dias para chegar a sua órbita operacional.
Efe
Rui Iwersen, editor de GaiaNet
Veja mais…
3 Comments to “ Teoria de Gaia”
[…] a própria Vida, o sistema que regula a relação entre orgânico e inorgânico no planeta (ver Hipótese Gaia de James Lovelock). Poderíamos assim considerar o Antropoceno como iniciando neste período, a pelo […]
“A Terra tornou-se o que é através do processo de sua habitação” (James Lovelock)
Basta um olhar atual sobre o assunto. Estamos perante um tríplice ataque por humanos à própria humanidade e ao Planeta:
1º Caos climático, ameaças de mais fome, contaminação e doenças causados pela industrialização;
2º Novas tecnologias – biotecnologia, nanotecnologia, biologia sintética, geoengenharia- causadoras de riscos à saúde, riscos ambientais e riscos econômicos;
3º Tirania das companhias, corporações ou empresas (cada autor pode dar um nome aos grandes detentores de lucros), que impõem essas tecnologias como imprescindíveis para sair das crises. Os governos tendem a aceitar os “remédios” tecnológicos impostos e as subsidiam com recursos públicos.
Esses ataques minam todos os cantos do Planeta, em diferentes versões.
Dia 14 de abril de 2009 passou na GloboNews o programa Milenio, onde o jornalista Silio Boccanera entrevistou o ambientalista James Lovelock, criador da Teoria de Gaia, e falaram desses 3 livros que o Dr. Rui resumiu no GaiaNet. Estou enviando o que assisti para reforçar a conclusão dessa matéria do mês de julho, e uma outra teoria que Lovelock lança: “A energia nuclear poderia salvar a Terra”.
– Para Lovelock apenas a energia nuclear é a alternativa realista aos combustíveis fósseis para suprir a enorme necessidade de energia da humanidade sem aumentar a emissão de gases causadores do efeito estufa. Afirmou que se a população da Terra estacionasse em 1 bilhão de habitantes, as alternativas de se extrair energia eólica e solar seriam viáveis. Mas com 6 bilhões, todo esforço é vão e a Terra tem pressa. Disse que o lixo atômico não é perigoso e sua quantia não é significativa – esteve na França, onde grande parte da energia utilizada vem da “fissura do átomo” e o lixo atômico é jogado dentro de um buraco concretado com uma espessura de 3 metros. Ao sair do local, mediu seu nível de radioatividade, que se manteve dentro da normalidade. Disse, ainda, que na Inglaterra as usinas nucleares com 50 anos de atividade, produziram o equivalente a 10 metros cúbicos de lixo atômico – “É o tamanho de uma casa pequena. Se colocado numa caixa de concreto, esse lixo seria totalmente seguro e a perda de calor ainda poderia ser aproveitada para aquecer minha casa”.
É hipótese, teoria ou evidência?
PROVAS DA TERRA VIVA NO COTIDIANO DAS PESSOAS
-Uma mulher com mal de alzheimer em estágio máximo, se for colocada num espaço onde haja grama, ela passará a arrancar da terra pequenos tufos de grama com extremo carinho e encostar as raizes da grama nos seios, procedendo como se estivesse realizando um ritual mágico. (homens com o mesmo mal não fazem isso – basta consultar quem cuida de pessoas com mal de alzheimer)
-Crianças até os dois anos de idade que sofrem de anemia ferropriva comem terra e adoram quando podem comer terra levemente úmida.
-Existem dezenas de provas que podem ser constatadas no cotidiano das pessoas, como algumas mulheres grávidas que “sentem desejo” de comerem frutas: a preferência recai sempre na cor dos alimentos: melancia, maçã, uva dourada (por que dourada, e não roxa?), etc, etc, etc…