Teoria de Gaia
Teoria de Gaia – uma síntese
“A hipótese de Gaia pressupõe que a terra esteja viva e leva em consideração quaisquer provas a favor ou contra esta suposição. A primeira vez que a expus para meus colegas cientistas foi em 1972, na forma de uma nota com o título de ‘Gaia vista através da atmosfera’. Era uma nota rápida, de apenas uma página da revista Atmosferic Environment”. Assim descreveu James Lovelock seus estudos iniciais sobre Gaia, na página 6 de seu livro The Ages of Gaia: a Biography of our Living Earth, escrito em 1988 e editado no Brasil em 1991 pela Editora Campus como As Eras de Gaia- A Biografia de Nossa Terra Viva.
Antes, no artigo Gaia – Um Modelo para a Dinâmica Planetária e Celular do livro Gaia – A Way of Knowing, organizado por William Irwin Thompson em 1987 e publicado no Brasil em 1990 pela Editora Gaia sob o título de Gaia – Uma Teoria do Conhecimento, James Lovelock referira-se modestamente à sua incipiente teoria:
“Isto não é novo. A idéia de que a vida tem certamente a capacidade de se moldar às condições da Terra e otimizá-las em relação às condições contemporâneas da biosfera já foi sugerida no passado, principalmente por Redfield, Hutchinson e Lars Gunar Silen. Na época em que viveram, entretanto, este pensamento era considerado tão radical que estava excluído de qualquer discussão científica. A referência mais antiga que já encontrei sobre a ideia de que a vida deve ter moldado a Terra, para adapta-la às suas próprias necessidades, data de junho de 1875.
Um artigo na revista Scientific American aborda a controvérsia referente à evolução: Um dogma popular e ilógico declara que a vida é o objeto magnífico da Criação: que tanto a composição quanto os contornos da superfície da Terra tem relação direta com a sua habitabilidade; e que todas as coisas mostram um propósito deliberado de amoldar o mundo para ser a habitação de criaturas de sensibilidade, mais especificamente: o homem. Falando claramente, a ciência não tem nada a ver com esses dogmas.
Não há meios de se descobrir o propósito final das coisas, e nem tempo a perder nesse tipo de discussão. Todavia, por vezes, é difícil evitar um interesse indireto pelas afirmações daqueles que se atrevem a decidir tais questões. Pelo menos ate o ponto de perceber como os fatos da natureza contradizem, na realidade, suas afirmações. Portanto, no presente caso seria muito mais fácil sustentar a tese contrária, a saber: longe de ter sido feita como é, para que pudesse ser habitada, a Terra tornou-se o que é através do processo de sua habitação. Em resumo, a vida tem sido o meio, não a finalidade, do desenvolvimento da Terra.”
James Lovelock prossegue a descrição de sua história científica neste artigo chamado Gaia – Um Modelo para a Dinâmica Planetária e Celular (um dos 9 artigos do livro Gaia – Uma Teoria do Conhecimento). Diz ele nas páginas 79, 80, 81 e 82 deste interessante livro:
“Minha participação nessa historia começou em 1965, quando trabalhava com um colega – Dian Hitchcock – no Laboratório de Propulsão a Jato, em Pasadena, Califórnia. Tínhamos recebido a tarefa de fazer um estudo crítico das experiências para detecção de vida, na época destinados para Marte. (…)
Em 1965, muito antes que qualquer espaçonave tivesse se aproximado de Marte, havia já uma considerável quantidade de informações disponíveis a respeito de sua composição atmosférica. Tudo isso era o resultado de observações astronômicas com o emprego de um telescópio ajustado para raios infravermelhos ao invés de raios visíveis. O telescópio estava equipado com um dispositivo chamado interferômetro múltiplo, inventado por meu colega Peter Fellgett, e que tinha a capacidade de fornecer uma análise estranhamente detalhada dos gases na atmosfera do planeta. (…)
De acordo com a nossa teoria, Marte era um planeta com poucas possibilidades de possuir vida. Para testar este prognóstico, precisávamos de um planeta que de fato tivesse vida. E, naturalmente, o único no nosso alcance era a Terra. Não foi difícil para nós montar uma experiência Gedanken, com um telescópio infravermelho ficticiamente postado em Marte. Esse instrumento, voltado para a Terra, poderia ter facilmente descoberto a presença de oxigênio em grande quantidade, vapor de água, dióxido de carbono, metano e óxido nitroso. Com base nesta informação, juntamente com aquela sobre a intensidade de luz na órbita da Terra, é possível deduzir com quase certeza a presença de vida na Terra. (…)
Uma entidade que abranja todo um planeta, e que tenha a poderosa capacidade de regular o seu clima e sua composição química, precisa de um nome que lhe faça jus. Tive a felicidade de ter como vizinho, naquela época, o romancista William Golding. Quando discuti esse assunto com ele, durante um passeio a pé pelo nosso bairro, ele sugeriu o termo Gaia – que os gregos empregavam para denominar a Terra. (…) Entretanto, quando eu usar a palavra Gaia daqui para frente, ela será o nome de um sistema hipotético que mantem o equilíbrio deste planeta”.
Rui Iwersen
15 de julho de 2009
Pequena síntese de As Eras de Gaia de James Lovelock
Mostrando a evidência do acerto de sua teoria, James Lovelock faz citações exemplares em seu livro As Eras de Gaia, escrito em 1988. Diz ele na página 10: “Os geólogos interessados na evolução das rochas, oceanos e atmosfera começam a ponderar a respeito da permanência dos oceanos na Terra, ao passo que Marte e Vênus são muito secos. Alem disso, há a intrigante constância do clima, apesar de uma produção cada vez maior de calor do sol. Esses e outros dados, que parecem obscuros em seus campos isolados da ciência, tornam-se claros quando vistos como fenômenos de um planeta vivo”.
Em As Eras de Gaia, Lovelock introduz a sua visão médica de análise do Planeta (“médico planetário”, “fisiologista planetário” ou “geo-fisiologista”, termos usados por ele em seus livros) com a qual trabalhará em seu livro de 2006, The revenge of Gaia – A Vingança de Gaia.
Diz ele na página 7 de As Eras de Gaia: “A ideia de que a Terra está viva provavelmente é tão velha quanto a humanidade. A primeira expressão pública desta ideia como fato científico é de um cientista escocês, James Hutton. Em 1785, numa reunião da Royal Society de Edimburgo, Hutton afirmou que a Terra era um superorganismo e que o estudo mais adequado para ela seria a fisiologia. Prosseguiu, estabelecendo uma comparação entre o ciclo dos elementos nutritivos no solo e o movimento das águas dos oceanos para a terra com a circulação do sangue”.
Rui Iwersen
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3 Comments to “ Teoria de Gaia”
[…] a própria Vida, o sistema que regula a relação entre orgânico e inorgânico no planeta (ver Hipótese Gaia de James Lovelock). Poderíamos assim considerar o Antropoceno como iniciando neste período, a pelo […]
“A Terra tornou-se o que é através do processo de sua habitação” (James Lovelock)
Basta um olhar atual sobre o assunto. Estamos perante um tríplice ataque por humanos à própria humanidade e ao Planeta:
1º Caos climático, ameaças de mais fome, contaminação e doenças causados pela industrialização;
2º Novas tecnologias – biotecnologia, nanotecnologia, biologia sintética, geoengenharia- causadoras de riscos à saúde, riscos ambientais e riscos econômicos;
3º Tirania das companhias, corporações ou empresas (cada autor pode dar um nome aos grandes detentores de lucros), que impõem essas tecnologias como imprescindíveis para sair das crises. Os governos tendem a aceitar os “remédios” tecnológicos impostos e as subsidiam com recursos públicos.
Esses ataques minam todos os cantos do Planeta, em diferentes versões.
Dia 14 de abril de 2009 passou na GloboNews o programa Milenio, onde o jornalista Silio Boccanera entrevistou o ambientalista James Lovelock, criador da Teoria de Gaia, e falaram desses 3 livros que o Dr. Rui resumiu no GaiaNet. Estou enviando o que assisti para reforçar a conclusão dessa matéria do mês de julho, e uma outra teoria que Lovelock lança: “A energia nuclear poderia salvar a Terra”.
– Para Lovelock apenas a energia nuclear é a alternativa realista aos combustíveis fósseis para suprir a enorme necessidade de energia da humanidade sem aumentar a emissão de gases causadores do efeito estufa. Afirmou que se a população da Terra estacionasse em 1 bilhão de habitantes, as alternativas de se extrair energia eólica e solar seriam viáveis. Mas com 6 bilhões, todo esforço é vão e a Terra tem pressa. Disse que o lixo atômico não é perigoso e sua quantia não é significativa – esteve na França, onde grande parte da energia utilizada vem da “fissura do átomo” e o lixo atômico é jogado dentro de um buraco concretado com uma espessura de 3 metros. Ao sair do local, mediu seu nível de radioatividade, que se manteve dentro da normalidade. Disse, ainda, que na Inglaterra as usinas nucleares com 50 anos de atividade, produziram o equivalente a 10 metros cúbicos de lixo atômico – “É o tamanho de uma casa pequena. Se colocado numa caixa de concreto, esse lixo seria totalmente seguro e a perda de calor ainda poderia ser aproveitada para aquecer minha casa”.
É hipótese, teoria ou evidência?
PROVAS DA TERRA VIVA NO COTIDIANO DAS PESSOAS
-Uma mulher com mal de alzheimer em estágio máximo, se for colocada num espaço onde haja grama, ela passará a arrancar da terra pequenos tufos de grama com extremo carinho e encostar as raizes da grama nos seios, procedendo como se estivesse realizando um ritual mágico. (homens com o mesmo mal não fazem isso – basta consultar quem cuida de pessoas com mal de alzheimer)
-Crianças até os dois anos de idade que sofrem de anemia ferropriva comem terra e adoram quando podem comer terra levemente úmida.
-Existem dezenas de provas que podem ser constatadas no cotidiano das pessoas, como algumas mulheres grávidas que “sentem desejo” de comerem frutas: a preferência recai sempre na cor dos alimentos: melancia, maçã, uva dourada (por que dourada, e não roxa?), etc, etc, etc…