Florestas brasileiras
Do vírus nipah ao coronavírus: destruição da natureza expõe ser humano a doenças do mundo animal
Em 1998, morcegos na Malásia começaram a migrar em busca de alimento. Desmatamento na região para abrir espaço para agricultura e pecuária havia eliminado suas fontes de comida. Estabeleceram-se em uma nova região onde havia produção de mangas ao lado de criações de porcos e passaram a se alimentar das frutas. Parcialmente comidas, elas caíam em cima dos porcos, que as comiam também.
Vírus carregados por morcegos muitas vezes não causam doenças neles. Em outros animais, contudo, esses vírus podem causar patologias graves. E foi assim que um vírus saiu do morcego, pulou para porcos, onde passou por uma mutação que o deixou mais perigoso para seres humanos. Depois, espalhou entre os porcos, vendidos entre fazendeiros, e finalmente pulou para pessoas.
Chamado de “vírus Nipah”, por causa de um vilarejo na Malásia, desde 1998 este vírus já infectou centenas de pessoas na Malásia, Cingapura, Bangladesh e Índia, com alta taxa de letalidade. É um exemplo de como a interferência do ser humano no meio-ambiente dá meia-volta e nos devolve doenças infecciosas, algo que cientistas apontam ser um problema recorrente e cada vez maior. (…)
Da BBC News Brasil em Londres; foto: Bahia
Matéria enviada pela colaboradora Shirley Albuquerque
O Homem e a natureza nº 36
As pesadas consequências dos incêndios na Amazônia
Em 2019, até 22 de agosto, os satélites detectaram cerca de 80 000 focos na amazônia. O problema imediato que eles provocam é a concentração em partículas na atmosfera, que é bem superior às normas da Organização Mundial da Saúde e que causam problemas respiratórios importantes. A meio termo, os incêndios terão efeitos sobre o clima regional.
Em tempos normais, as árvores transpiram muito e baixam, assim, localmente a temperatura. Perdendo as árvores, aumenta-se, então, a sensibilidade do lugar às mudanças de temperatura.
Além disso, existe uma ligação estreita entre florestas e precipitações. Na Amazônia, um terço das precipitações têm por origem a água transpirada pela floresta e, na estação seca, perto de três quartos das precipitações provêm das florestas!
A secura durante a estação seca vai, portanto, se agravar. E como a água transpirada não condensa forçadamente sobre o lugar, mas pode ser transportada por várias centenas de quilômetros, isto influi numa vasta região. (…)
La Recherche, nº 553, novembre 2019; Dossier spécial: Climat – faire face à l’urgence; página 34; tradução livre de Rui Iwersen
Rui Iwersen; Paris
Dia da Amazônia
O Dia da Amazônia é celebrado anualmente em 5 de setembro.
Esta data foi criada com o intuito de conscientizar as pessoas sobre a importância da maior floresta tropical do mundo e da sua biodiversidade para o planeta.
O dia escolhido faz referência a 5 de setembro de 1850, quando o Príncipe D. Pedro II decretou a criação da Província do Amazonas (atual Estado do Amazonas).
Não há muitos motivos para comemoração e sim para preocupação. A floresta amazônica atualmente está ameaçada pelos constantes desmatamentos ilegais, afetando diretamente a fauna e a flora da região, causando desequilíbrios e crises ambientais a nível global. (…)
Fonte: Calendarr Brasil
Matéria editada na página Calendário ecológico – https://gaianet.com/calendario-ecologico/
GaiaNet na Semana do Clima
Semana do Clima da ONU se solidariza com a Amazônia
Com as chamas atingindo a Amazônia, a Semana do Clima da América Latina e Caribe terminou ontem em Salvador, solidarizando-se com os atingidos pelos incêndios e consolidando o protagonismo da região rumo à cúpula mundial sobre mudança climática (COP25) que será realizada no Chile em dezembro.
Organizada pela ONU antes da cúpula sobre mudança climática de Nova York em setembro, a Semana reuniu políticos, representantes da sociedade civil e empresas para coordenar ações que permitam alcançar as metas do Acordo de Paris, limitando o aquecimento global a 1,5ºC em relação à era pré-industrial.
Envia-se “uma mensagem de solidariedade com todas as pessoas do Brasil que sofrem as consequências dos incêndios florestais na região amazônica”, apontou a organização ao finalizar o evento. Por sua vez, ressaltou em suas conclusões que “proteger as florestas do mundo é uma responsabilidade coletiva, que as florestas são vitais para a vida e que são uma parte crítica da solução para a mudança climática”.
A emergência desatada por incêndios na floresta amazônica eclipsou o desenvolvimento da reunião de Salvador, mas permitiu que cerca de 4.000 participantes debatessem soluções sustentáveis para frear o aquecimento global. (…)
Fonte UOL
O Homem e a natureza nº 35
A política ambiental governamental
Engana-se que pensa que o novo presidente não tem política ambiental. Ela pode não ser compatível com a constituição de 1988 ou com o interesse nacional, mas é conhecida. Nela não cabe Ministério do Meio Ambiente, Acordo de Paris, sediar conferência climática (COP 25) ou exercer qualquer liderança internacional na proteção do meio ambiente. Não cabe índio nem quilombola. Não cabe árvore em pé. Não cabe ciência, nem a do clima e muito menos a que estuda os serviços (ecossistêmicos) que as florestas nos prestam.
As condições de vida da sociedade brasileira e o desenvolvimento econômico dependem desses serviços. Mas bolsonaro professa a filosofia de um aforismo: “Desmatar para aquecer, aquecer para empobrecer”.
Desmatar é o seu fim, no duplo sentido de “fim”: como “propósito “, na tentativa de maximizar ganho imediato da bancada dos amigos, sem enxergar perdas ao país dois palmos á frente; e como “ocaso”, pois esse mesmo agronegócio predatório, por razões climáticas, não sobrevive dois palmos a frente. (…)
Conrado Hübner Mendes, Desmatar para aquecer, aquecer para empobrecer, nº 1067, 10.12.18, página 82
Rui Iwersen
O Homem e a natureza nº 34
Dia vira ‘noite’ em SP com frente fria e fumaça vinda de queimadas na região da Amazônia
A cidade ‘está dentro de uma nuvem’, segundo o Inmet. Fumaça de queimadas contribuiu para escuridão, diz Climatempo.
São Paulo começou a tarde desta segunda-feira (19) com o céu encoberto por nuvens e o “dia virou noite”. O fenômeno está relacionado à chegada de uma frente fria e também de partículas oriundas da fumaça produzida em incêndios florestais.
Segundo o Centro de Gerenciamento de Emergências Climáticas (CGE), por conta do tempo úmido e da entrada de ar de origem polar, a temperatura caiu moderadamente desde as primeiras horas da madrugada.
De acordo com o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), além da frente fria, a escuridão também é causada pela fumaça de queimadas na região amazônica. (…)
Fonte: G1
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1 Comment to “ Florestas brasileiras”
Daee dotô, blog bombando. Pode crer. valeu meu gaiteiro…