Florestas brasileiras
Saúde do Planeta nº 34
Quando se trata de previsão do clima, é preciso conhecer a natureza da superfície da terra
Mas, quando se trata de previsão do clima, não basta considerar apenas a física da atmosfera. É preciso levar em conta como o oceano armazena calor e dióxido de carbono, e a dinâmica de suas trocas com a atmosfera. É preciso também conhecer a natureza da superfície da terra – se está ou não coberta de neve faz uma enorme diferença, por exemplo.
As florestas agora conhecidas não são áreas passivas em um mapa, com propriedades climáticas fixas, mas protagonistas vivos do sistema climático. O mesmo acontece com a superfície do oceano e os organismos que vivem nele. As nuvens e partículas de poeira suspensas no ar também exercem um efeito poderoso sobre o clima.
Para levar em conta o grande número de variáveis, precisamos de um computador grande.
James Lovelock, A Vingança de Gaia, Editora Intrínseca, 2006, página 57; foto: Geolnova.
Rui Iwersen, editor de GaiaNet.
Série de GaiaNet nº23
Biodiversidade nº 6
Quantos seres vivos morrem em média num incêndio de floresta na Amazônia?
Resposta da Inteligência Artificial (IA).
Os incêndios florestais na Amazônia têm consequências devastadoras para a vida selvagem e o ecossistema. Embora não haja um número exato de seres vivos que morrem em cada incêndio, podemos fornecer algumas informações com base em estudos e dados disponíveis:
- Animais Mortos: Mais de 2,3 milhões de animais podem ter morrido nas chamas que varreram áreas protegidas da floresta amazônica e também em pastagens, como as savanas tropicais da região de Chiquitania. Esses números incluem mamíferos, aves, répteis e insetos que não conseguem escapar das áreas afetadas.
- Impacto na Biodiversidade: A destruição causada pelos incêndios tem um impacto significativo na biodiversidade. Estima-se que nove espécies de vertebrados sejam perdidas em média em cada região afetada pela deflorestação, com outras 16 espécies comprometidas com a extinção até 2050. (…)
Em resumo, os incêndios na Amazônia têm um custo terrível para a vida selvagem e o ecossistema. É crucial continuar monitorando e combatendo esses incêndios para proteger essa região vital do nosso planeta.
Fonte: Inteligência Artificial ChatGPT; foto: Brasil de Fato.
Rui Iwersen, editor de GaiaNet.
Série de GaiaNet nº 21
1501 – O Brasil depois de Cabral nº 21
Os relatos coloniais inicialmente falam de grandes aldeias, vastas esquadras de canoas, gente para todo lado
Não é nada surpreendente que os relatos coloniais inicialmente falem de grandes aldeias, vastas esquadras de canoas, gente para todo lado e, em algumas décadas, isso tudo vire fumaça, enquanto os portugueses da costa brasileira sentem a necessidade de ir procurar mão de obra cada vez mais nos cafundós do interior, ou então de arrancá-la da África.
Alguns cronistas, aliás, apontam uma relação perversa ainda mais direta entre epidemias e escravidão indígena: com tanta gente morta, os sobreviventes não davam conta de obter comida, por pura falta de braços para plantar, vendendo a si próprios como cativos para não morrer de fome.
Reinaldo José Lopes, 1499 – O Brasil antes de Cabral, Epílogo – Por que o Brasil pré-histórico foi derrotado, Editora Harper Collins, página 218; foto: Café História.
Rui Iwersen, médico, editor de GaiaNet.
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#SériedeGaiaNet
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Caminho sem volta: seca é alerta para destruição irreversível da Amazônia
As imagens de rios icônicos e lagos da Amazônia quase desaparecendo, de botos-cor-de-rosa mortos nas margens e de comunidades ribeirinhas angustiadas pelo desabastecimento soam mais um alerta sobre os riscos de colapso da maior floresta tropical do planeta.
O quanto esse episódio está relacionado com o chamado ‘ponto de não retorno’ do bioma amazônico?
Já faz mais de 30 anos que cientistas brasileiros e estrangeiros alertam que o avanço do desmatamento e as mudanças climáticas afetariam a tal ponto a dinâmica da floresta que ela não conseguiria mais se regenerar e ‘morreria’. No lugar, uma vegetação empobrecida de tipo savana emergiria. A morte em massa de árvores gigantescas A morte em massa de árvores gigantescas ainda geraria uma verdadeira bomba de emissões de carbono, o que agravaria o aquecimento do planeta. (…)
Fonte: Ecoa UOL; foto: Isto É.
Rui Iwersen, editor de GaiaNet.
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#DesmatamentoNãoReflorestamentoSim
Biodiversidade – Série de GaiaNet nº 23
Biodiversidade nº 2
Diversidade da vida de Gaia na Floresta Amazônica
Estima-se que um único hectare da floresta amazônica possa abrigar milhares de espécies de plantas, inúmeras espécies de insetos, mamíferos, aves, anfíbios e outros animais.
Fonte: Inteligência Artificial ChatGPT; foto: Jornal da USP.
Rui Iwersen, médico, editor de GaiaNet.
Dia da Amazônia
O Dia da Amazônia é celebrado anualmente em 5 de setembro.
Esta data foi criada com o intuito de conscientizar as pessoas sobre a importância da maior floresta tropical do mundo e da sua biodiversidade para o planeta.
O dia escolhido faz referência a 5 de setembro de 1850, quando o Príncipe D. Pedro II decretou a criação da Província do Amazonas (atual Estado do Amazonas).
Não há muitos motivos para comemoração e sim para preocupação. A floresta amazônica atualmente está ameaçada pelos constantes desmatamentos ilegais, afetando diretamente a fauna e a flora da região, causando desequilíbrios e crises ambientais a nível global. (…)
Fonte: Calendarr Brasil e Calendário ecológico de GaiaNet.
Série de GaiaNet nº 21
1501 – O Brasil depois de Cabral – nº12
Segundo uma estimativa haveria 8 milhões de pessoas na região amazônica em 1500
A Amazônia do começo do século XVI (e dos séculos anteriores) realmente estava cheia de gente. Segundo uma estimativa relativamente conservadora publicada em 2015, haveria 8 milhões de pessoas na região em 1500. A conta inclui também as áreas localizadas fora do Brasil, em países como Colômbia, Peru e Bolívia.
(…) sabemos que havia seres humanos vivendo por lá pelo menos desde o fim do Pleistoceno/começo do Holoceno (ou seja, quando termina a Era do Gelo). Sabemos também que o cultivo dos vegetais que ainda são a base da dieta dos nativos amazônicos – como a indefectível mandioca – inicia-se nos primeiros milênios do Holoceno, uns oito mil anos atrás, ou mesmo antes.
Reinaldo José Lopes, 1499 – O Brasil antes de Cabral, Editora Harper Collins, página 132; foto: WWF Brasil
Rui Iwersen, editor de GaiaNet
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Série de GaiaNet nº 21
1501 – O Brasil depois de Cabral nº 3
Pero Vaz de Caminha descreve a terra e o povo que “achou”.
Um deles deu-lhe um sombreiro de penas de ave com uma copazinha de penas vermelhas e pardas como de papagaio
Eram pardos, todos nus, sem coisa alguma que lhes cobrisse suas vergonhas. Nas mãos traziam arcos com suas setas. Vinham todos rijos sobre o batel; e Nicolau Coelho lhes fez sinal que pousassem os arcos. E eles os pousaram.
Ali não pode deles haver fala, nem entendimento de proveito, por o mar quebrar na costa. Somente deu-lhes um barrete vermelho e uma carapuça de linho que levava na cabeça e um sombreiro preto. Um deles deu-lhe um sombreiro de penas de ave, compridas, com uma copazinha de penas vermelhas e pardas como de papagaio; e outro deu-lhe um ramalhete grande de continhas brancas, miúdas, que querem parecer de aljaveira [árvore de cujas sementes se fazem contas semelhantes às de aljôfar], as quais creio que o Capitão manda a Vossa Alteza, e com isto se volveu às naus por ser tarde e não poder haver deles mais fala, por causa do mar.
Pero Vaz de Caminha, A Carta, abril de 1500, Editora Vozes, Rio de Janeiro, 2019, páginas 8 e 9; foto: Toda Matéria
Rui Iwersen, editor de GaiaNet
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Série de GaiaNet nº 21
1501 – O Brasil depois de Cabral nº 2
Pero Vaz de Caminha descreve a terra e o povo que “achou”.
Os homens que avistamos eram pardos, todos nus, sem coisa alguma que lhes cobrisse suas vergonhas
Neste dia [22 de abril], a hora de véspera, houvemos vista de terra. Primeiramente dum grande monte, mui alto e redondo; e doutras serras mais baixas ao sul dele; e de terra chã, com grandes arvoredos; ao monte alto o capitão pôs o nome – o Monte Pascal e à terra – a Terra de Vera Cruz. (…)
Dali avistamos homens que andavam pela praia, obra de sete ou oito, segundo disseram os navios pequenos, por chegarem primeiro. (…) E o Capitão-mor mandou em terra no batel a Nicolau Coelho para ver aquele rio. E tanto que ele começou de ir para lá, acudiram pela praia homens, quando aos dois, quando aos três, de maneira que, ao chegar o batel à boca do rio, já ali havia dezoito ou vinte homens.
Eram pardos, todos nus, sem coisa alguma que lhes cobrisse suas vergonhas. Nas mãos traziam arcos com suas setas. Vinham todos rijos sobre o batel; e Nicolau Coelho lhes fez sinal que pousassem os arcos. E eles os pousaram.
Pero Vaz de Caminha, A Carta, abril de 1500, Editora Vozes, Rio de Janeiro, 2019, páginas 7 e 8; foto: Século Diário.
Rui Iwersen, editor de GaiaNet
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Série de GaiaNet nº 21
1501 – O Brasil depois de Cabral nº 1
Pero Vaz de Caminha descreve a terra e o povo que “achou”.
Dou conta a Vossa Alteza a nova do achamento desta vossa terra nova, que ora nesta navegação se achou
Senhor,
Posto que o Capitão-mor desta vossa frota, e assim os outros capitães escrevam a Vossa Alteza a nova do achamento desta vossa terra nova, que ora nesta navegação se achou, não deixarei também de dar disso minha conta a Vossa Alteza, assim como eu melhor puder, ainda que – para o bem contar e falar – o saiba pior que todos fazer.
Tome Vossa Alteza, porém, minha ignorância por boa vontade, e creia bem por certo que, para aformosear nem afear, não porei aqui mais do que aquilo que vi e me pareceu. (…)
Pero Vaz de Caminha, A Carta, abril de 1500, Editora Vozes, Rio de Janeiro, 2019, página 5 (1ª frase da Carta); foto: BBC
Rui Iwersen, editor de GaiaNet
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Série de GaiaNet nº 21
1501 – O Brasil depois de Cabral
O que os portugueses fizeram para construir o Brasil, como fizeram, a que preço, e por quê deste modo? Vejamos nesta nova Série de GaiaNet!
No livro 1499, o repórter historiador Reinaldo José Lopes mostra como era “o Brasil antes de Cabral”, e como, infelizmente, ficou depois do “achamento” da “nova terra”, que “o capitão pôs o nome de a Terra da Vera Cruz”, como diz Caminha. Neste livro, o autor, estudioso da pré-história, descreve como viveram por cerca de 12 mil anos os povos que habitavam o continente sul americano, e também como viveram, lutaram e morreram nossos indígenas após a colonização europeia, impregnada de valores nacionalistas, dominantes, maquiavélicos.
Em 1500, Pero Vaz de Caminha escreve A Carta a “vossa Alteza”, o rei de Portugal. Nesta carta ele descreveu como eram e como viviam os nativos “pardos, todos nus, sem coisa alguma que lhes cobrisse suas vergonhas”. Ele descreve ao novo proprietário como é a nova terra achada, e como são e como vivem os nativos “desta vossa nova terra”.
No livro O Príncipe, Maquiavel descreve como eram os europeus no século XVI, mostra o nacionalismo nascente e o poder dos governantes sobre os subordinados, e nos ajuda a entender o Epílogo do livro 1499: “Por que o Brasil pré-histórico foi derrotado”, triste capítulo do qual extraí textos para esta Série.
1501, a nova Série de GaiaNet, terá cerca de 20 pequenos artigos extraídos destes 3 livros. Iniciarei dia 30 de dezembro com trechos de A Carta que mostram como eram os indígenas do continente com os quais os portugueses tiveram contato, continuarei com trechos do livro 1499, especialmente do Epílogo deste livro que mostram o que aconteceu na relação dos dominantes sobre os povos dominados, e concluirei com citações de Maquiavel aconselhando os príncipes europeus a manter e expandir seus domínios. Veremos, então, como eram os seres humanos que viviam no continente, como eram os “descobridores” dominantes, o que aconteceu aos povos originários, por quê, e como os povos que restaram estão vivendo ou sobrevivendo hoje.
Esta Série será editada a cada 15 dias na página https://gaianet.com/saude-ambiental/, em outras páginas de GaiaNet – www.gaianet.com – e em suas paginas do Facebook (@gaianet.com) e Instagram (@bloggaianet).
Boa leitura, boas reflexões e boas ações pela possível existência pacífica e saudável dos nossos povos originários, os primeiros brasileiros, os frutos da terra e guardiões de nossas florestas.
Fonte da foto de fundo: Fundação 1º de Maio
Rui Iwersen, editor de GaiaNet
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Na COP 27, Marina diz que EUA estão ‘ávidos por parcerias’ e pede apoio com verba para o Fundo Amazônia
A ex-ministra do meio ambiente também citou desejo de sediar uma futura COP do clima no Brasil.
A deputada federal eleita e integrante do governo de transição Marina Silva disse, nesta quinta-feira (10), que sugeriu a um representante dos EUA na COP 27 que o país contribua com verba para o Fundo Amazônia. Paralisado no governo Bolsonaro, o fundo tem R$ 3,2 bilhões para investimento em ações de preservação ambiental.
Após uma conversa com John Kerry, enviado especial do governo americano sobre o Clima, Marina afirmou que “os EUA estão ávidos em ter uma parceria cada vez mais forte na proteção das florestas”.
A representante do governo Lula na conferência explicou que sugeriu a participação dos Estados Unidos e não teve uma resposta definitiva, mas ouviu uma boa sinalização do representante de Joe Biden.
“A sinalização de que é importante aprofundar a cooperação, de que os EUA estão ávidos em ter uma parceria cada vez mais forte na proteção das florestas, com um esforço ainda maior, para que a gente busque alternativas que viabilizem o desenvolvimento econômico e social para os mais de 25 milhões de amazônidas.” (…)
Fonte: G1; foto: Tribuna da Imprensa
Dia Nacional do Cerrado
“O berço das águas”
O segundo maior bioma do Brasil é o Cerrado que cobre uma área de 2 milhões de km2, que corresponde a 204 milhões de hectares! Isso representa quase um quarto de toda a extensão territorial do país. Pra você ter uma ideia, um hectare, que mede 10.000 m2, equivale ao tamanho do gramado de um campo de futebol. Viu como é grande?
O bioma Cerrado é encontrado na parte mais central do País, incluindo os estados de Goiás, Tocantins, Maranhão, Piauí, Bahia, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, São Paulo e Distrito Federal. Mas com esse tamanho todo (mais de 200 milhões de campos de futebol!), ele está presente também em pequenas porções dos estados do Paraná, no sul do Brasil, e de Rondônia, na região Norte.
Lá, onde o bioma Amazônia é predominante, a gente ainda encontra áreas enormes de vegetação típica de Cerrado, nos estados do Amapá, Roraima, Amazonas e Pará. (…)
O Cerrado é a savana tropical mais rica do mundo, pois nele há cerca de 5% de toda a diversidade do planeta. O Cerrado abriga 30% dos diversos seres vivos identificados no nosso país.
Fonte: Portal Embrapa; foto: Um só Planeta – Globo; Página Calendário ecológico de GaiaNet.
Dia da Amazônia
O Dia da Amazônia é celebrado anualmente em 5 de setembro.
Esta data foi criada com o intuito de conscientizar as pessoas sobre a importância da maior floresta tropical do mundo e da sua biodiversidade para o planeta.
O dia escolhido faz referência a 5 de setembro de 1850, quando o Príncipe D. Pedro II decretou a criação da Província do Amazonas (atual Estado do Amazonas).
Não há muitos motivos para comemoração e sim para preocupação. A floresta amazônica atualmente está ameaçada pelos constantes desmatamentos ilegais, afetando diretamente a fauna e a flora da região, causando desequilíbrios e crises ambientais a nível global. (…)
Fonte: Calendarr Brasil; página Calendário ecológico de GaiaNet.
Alertas de desmatamento na Amazônia passam de 1 mil km² em abril e batem recorde para o período
Ambientalistas explicam que esta é a 1ª vez nas medições oficiais em que os alertas passam de 1 mil km² em abril, último mês do “inverno” amazônico, quando ritmo das motosserras é historicamente inferior.
Os alertas de desmatamento na Amazônia passaram de 1 mil km² em abril e bateram recorde para o período, de acordo com os dados do sistema de alertas do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), o Deter, divulgados nesta sexta-feira (6).
“Esta é a primeira vez na história do sistema Deter-B, do Inpe, que os alertas mensais de desmatamento ultrapassam 1 mil km² no mês de abril”, alerta o Observatório do Clima, rede de organizações e entidades especializada no monitoramento de temas do meio ambiente no Brasil.
Segundo o Observatório, o cenário é grave porque abril ainda é um mês de chuvas na Amazônia — o último do chamado “inverno” amazônico, quando o ritmo das motosserras naturalmente arrefece.
“Antes do governo Bolsonaro, era raro um dado mensal de alertas ultrapassar 1.000 km² até mesmo na estação seca”, complementa o Observatório do Clima. (…)
Fonte: G1; foto: Fundação Getúlio Vargas
Dia da Terra
Consequências da devastação das nascentes do Cerrado
O Cerrado é o segundo maior bioma do Brasil: são mais de 2 milhões de quilômetros quadrados espraiados por 12 estados. É também lar de uma imensa diversidade de vida: mais de 13 mil espécies de plantas, 850 de aves e 250 de mamíferos.
Está encarapitado sobre três dos principais aquíferos da América do Sul: o Guarani, o Bambuí e o Urucuia. A água que chove no Cerrado penetra o solo e fica armazenada na rocha porosa. É distribuída para o Brasil inteiro: estima-se que, em diferentes proporções, o Cerrado abasteça oito das 12 regiões hidrográficas do país. A água do subsolo ainda responde por cerca de 90% da vasão dos rios do bioma. (…)
Com frequência cada vez maior, a água que deveria penetrar o solo, para alimentar aquíferos e lençóis freáticos, escorre pela superfície e se evapora. (…) O fenômeno é consequência de um acelerado processo de desmatamento.
Fonte: Revista Época nº 979; 27 de março de 2017; Fronteiras ecológicas; Falta água, sobra pasto; páginas 70 e 71
Matéria editada originalmente em GaiaNet em 22 de setembro de 2017
Rui Iwersen
Se não cuidarem da caatinga dentro de pouco tempo o sertão vai virar um deserto só
Conselhos do Padre Cícero aos nordestinos
“Não toquem fogo no roçado, nem na caatinga; não cacem mais e deixem os bichos viverem; não criem boi e nem bode soltos; façam cercados e deixem o pasto descansar para se refazer; não plantem em serra acima; nem façam roçado em ladeira muito em pé; deixem o mato protegendo a terra para que a água não a arraste e não se perca a sua riqueza; façam uma cisterna no oitão de suas casas para guardar a água da chuva; represem os riachos de cem em cem metros, ainda que seja com pedra solta; plantem cada dia pelo menos um pé de algaroba, de caju, de sabia ou outra árvore qualquer, até que o sertão todo seja uma mata só; aprendam a tirar proveito das plantas da caatinga, como a maniçoba, a favela e a jurema; elas podem ajudar vocês a viverem com a seca.
Se o sertanejo obedecer a estes preceitos, a seca vai aos poucos se acabando, o gado melhorando e o povo terá sempre o que comer; mas, se não obedecer, dentro de pouco tempo o sertão vai virar um deserto só.”
ᴘᴀᴅʀᴇ ᴄɪᴄᴇʀᴏ ʀᴏᴍᴀᴏ ʙᴀᴘᴛɪsᴛᴀ – 1844/1934
Matéria enviada pela colaboradora de GaiaNet Janine Mara Alves de Florianópolis
#DesmatamentoNão
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#FlorestaValeMaisEmPéDoQueQueimada
COP 26 nº 5
Novos detalhes da COP sobre desmatamento
A grande promessa de acabar com o desmatamento até 2030, anunciada por mais de 100 países, começou a tomar forma mais clara à medida que vários governos anunciaram compromissos concretos.
O Reino Unido disse que comprometeria mais de R$ 10 bilhões ao longo de cinco anos para apoiar a promessa, incluindo auxílio para florestas tropicais na Indonésia e a Amazônia. E Biden prometeu mais de R$ 50 bilhões em nome dos Estados Unidos.
“Este plano é o primeiro de seu tipo, adotando uma abordagem de todo o governo e trabalhando com o Congresso para empregar financiamento dos EUA até 2030 para conservar e restaurar nossas florestas e mobilizar mais bilhões de nossos parceiros”, disse um porta voz.
Fonte: CNN Brasil – Internacional
Rui Iwersen, médico planetário
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#FlorestaValeMaisEmPéDoQueQueimada
Desmatamento, mudanças ambientais e mudanças climáticas
A nuvem de poeira vista ontem nas cidades de Franca e Ribeirão Preto, no estado de São Paulo, pode retornar quando as chuvas de primavera acabarem, segundo análise de Pedro Cortês, professor do IEE/USP (Instituto de Energia e Ambiente da Universidade de São Paulo). O professor explicou que a nuvem que assustou moradores da região se formou pela combinação de “solo muito ressecado, sem umidade que retenha essa poeira na superfície e, quando vem a chuva, o vento tem poder de levantar essa poeira, porque tem circulação vertical intensa”, disse ao UOL News. (…)
“É difícil prever que isso vá acontecer em determinado dia, mas é possível caracterizar possibilidade caso persista a seca e tenhamos avanço de frente fria”, afirmou. Além disso, o professor ressaltou que os prognósticos climáticos não estão favoráveis para reverter o quadro de seca severa no estado. (…)
Ontem, enquanto a nuvem passava pelas cidades de São Paulo, internautas começaram a especular que o fenômeno estava sendo causado pelas mudanças climáticas, o que foi confirmado por Cortês. “Infelizmente há tendência de enfrentar outra seca extrema no futuro, essa é a terceira estiagem grave em São Paulo só nesse século, ou seja, em 20 anos”, falou o professor. (…)
O professor também chamou atenção para o risco de saúde de inalar partículas presentes naquela nuvem, que podem conter outros contaminantes, como restos das queimadas que ocorrem pelo estado. “Esse material fino tem acesso às vias mais profundas do sistema respiratório”, alertou. (…)
Fonte: UOL News; matéria enviada pelo colaborador de GaiaNet Jorge F. Schneider de Florianópolis; foto: Frisson Online
Síntese e título: Rui Iwersen
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A devastação crescente da Mata Atlântica
Desmatamento na Mata Atlântica aumenta 400%. Um dos principais biomas do Brasil, a Mata Atlântica, está, infelizmente, sendo cada vez mais devastado. Entre 2019 e 2020, a floresta, segundo a ONG SOS Mata Atlântica, perdeu uma área que equivale a dezoito mil campos de futebol — aumento de 400% em relação aos anos anteriores.
“O grande problema é a falta de governança e fiscalização”, disse o diretor da SOS Mata Atlântica, Luis Fernando Guedes Pinto. “Há uma consequência quando o governo federal dá sinais de que se pode desmatar”. Para o pesquisador Bernardo Strassburg, “quase toda a sua área original foi perdida”.
A atenção que o bioma recebe de especialistas e ambientalistas tem um motivo. A Mata Atlântica abriga vinte mil diferentes tipos de plantas e cerca de mil e trezentas espécies de animais.
Revista virtual Isto É, edição de 28 de maio de 2021, Meio Ambiente; foto: Instituto Socioambiental
Matéria enviada pela colaboradora de GaiaNet Shirley Albuquerque de Florianópolis
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Como a floresta vai para o chão
Ação coordenada (e ilegal) é responsável pela escalada de destruição da Amazônia:
DERRUBADA
Latifundiários e grileiros (que fraudam os títulos de propriedade das terras) contratam madeireiros para extrair as árvores de alto valor econômico da área que pretendem desmatar. Assim, “preparam o terreno” antes da destruição da floresta e ainda lucram com a venda da madeira.
CORRENTÃO
Dois tratores interligados por uma enorme corrente atuam em conjunto para derrubar o que sobrou da mata. Eles literalmente dão uma rasteira na floresta: o processo é tão violento que chega a arrancar algumas árvores pela raiz. É assim que a Amazônia morre.
SOL
Hora de ter um pouco de paciência e deixar a própria natureza fazer sua parte. Restos e tocos de vegetação secam ao sol por alguns meses durante a estação mais seca para que fiquem no ponto de queimar. Por sua alta umidade, a Amazônia não sofre com queimadas naturais.
FOGO
Responsáveis pelo desmatamento ilegal iniciam a queimada, que transforma a vegetação cortada em cinzas, permitindo que se plante soja ou capim naquele terreno que antes abrigava o verde das árvores. O fogo muitas vezes acaba invadindo áreas de conservação.
PECUÁRIA
Por fim, a maior floresta tropical do planeta dá lugar a pastagens para a criação de gado. A pecuária é, de longe, a grande responsável pela destruição da Amazônia: estima-se que esteja por trás de 65% do desmatamento do bioma no Brasil.
A. J. Oliveira e Bruna Scorsatto, Como a floresta vai para o chão?, revista Galileu, Edição 339, outubro de 2019, página 30; foto: BBC
#DesmatamentoNãoReflorestamentoSIM
Rui Iwersen, médico planetário, editor de GaiaNet
Possibilidades futuras da Floresta Amazônica
Mas não é como se tudo isso [o desmatamento da Floresta Amazônica] fosse uma situação nova com a qual o Brasil ainda não soubesse bem como lidar. Pelo contrário, já enfrentamos quadros bem piores na Amazônia e sabemos exatamente o que deve ser feito para reverter a destruição descontrolada da floresta. Prova disso foram os anos 2004 e 2005, que registraram os piores índices da história: em 2005, foram 27,4 mil quilômetros quadrados de floresta desmatada. Nos anos seguintes, entretanto, o governo federal implementou políticas públicas eficientes no combate ao desmatamento ilegal. Até 2014, o desmatamento havia despencado 75%. Estávamos caminhando para zerá-lo, mas a situação voltou a se deteriorar: 2018 foi o ano [até então] de maior desmatamento da década. e agora parece que estamos caminhando para trás. (…)
Nos primeiros meses do governo [de Jair Bolsonaro], o chanceler Ernesto Araújo extinguiu o departamento de mudanças climáticas no Itamaraty – não sem antes declarar publicamente que o aquecimento global é uma conspiração marxista. (…)
“Ou o governo inverte essas tendências ou o Brasil passará – como já está passando – de líder de um movimento que respeita o meio ambiente e os recursos naturais de nossos biomas para um dos párias ambientais do planeta”, afirma Carlos Nobre, um dos mais renomados especialistas brasileiros em estudos sobre o aquecimento global. (…)
[Carlos Nobre] É reconhecido internacionalmente por seus estudos sobre o ecossistema amazônico e seu papel na regulação do clima no Brasil e no mundo. Sua contribuição recente foi ter definido, ao lado do biólogo e ambientalista norte-americano Thomas Lovejoy, o chamado tipping point da Amazônia, espécie de “ponto de não retorno”.Como a floresta produz a própria chuva, se de 20 a 25% de sua área total for desmatada, a diminuição da umidade e o aumento da temperatura causarão uma transição irreversível no bioma. A maior floresta tropical do planeta vai, aos poucos, se transformar em uma savana, não tão diferente do Cerrado. (…)
A. J. Oliveira e Bruna Scorsatto, Uma nova Esperança, revista Galileu, Edição 339, outubro de 2019, página 30; foto: Catraca Livre.
#DesmatamentoNãoReflorestamentoSIM
Rui Iwersen, médico planetário, editor de GaiaNet
Dia Mundial das Florestas
A importância das florestas para a vida e a saúde humanas
Como médico planetário, como se dizia o médico inglês James Lovelock, e como editor desde 2009 do blog ecológico GaiaNet, venho observando que Gaia está doente, e que seu desequilíbrio vem sendo causado por um de seus frutos, o Homo sapiens, a espécie animal que se tornou hegemônica no planeta e que não zela por seu berço e por seu lar.
Para refletirmos sobre nosso papel e nosso futuro no planeta, apresento alguns dados preocupantes sobre a relação Homem/natureza, especialmente sobre a relação humana com as florestas de Gaia e sobre a enorme possibilidade futura de novas viroses ou outras zoonoses.
Com esta preocupação sanitária e humanista, no dia 21 de março é celebrado o Dia Internacional das Florestas. Segundo o site Brasil Escola, citado na página Calendário Ecológico do blog GaiaNet, “para sensibilizar a população sobre a importância das florestas na manutenção dos ecossistemas e no desenvolvimento sustentável, a ONU criou o Dia Internacional das Florestas.”
Mas, com a destruição progressiva das florestas, os homens vem produzindo a desertificação do planeta e as mudanças climáticas, com o temível aquecimento global e as alterações dos ciclos das chuvas, tão importantes para a agricultura e para a saúde e o equilíbrio do Planeta.
Este processo não é somente atual e localizado. Segundo artigo publicado pelo site Conexão UFRJ e divulgado na página Florestas Brasileiras de GaiaNet, o início da atividade agrícola, há 10 mil anos, fixou o homem, tornando-o sedentário. Com o passar dos tempos, o sedentarismo aliado ao desenvolvimento tecnológico, sobretudo após a Revolução Industrial, permitiu que a população humana crescesse em ritmo exponencial. Consequentemente, os seres humanos passaram a ocupar, cada vez mais, áreas silvestres, as florestas, com o intuito de explorar seus recursos para fins econômicos, especialmente no contexto contemporâneo. Assim, os humanos avançaram sobre ecossistemas naturais, transformando-os e destruindo espécies vegetais e animais.
Uma maior exposição humana aos micro-organismos, as zoonoses, enfermidades naturalmente transmissíveis entre animais e humanos, têm aumentado nesse processo. O vírus SARS-CoV-2, supostamente oriundo de morcegos, é um exemplo do que, hoje, assola o mundo e impressiona por sua velocidade de transmissão, seu potencial de perdas humanas e pelo elevado nível de incertezas que traz consigo.
Vale lembrar que muitas florestas também constituem reservatórios de zoonoses e, portanto, os esforços para sua preservação ou uso sustentável devem ser respeitados, sob o risco de favorecer ocorrências futuras de novas epidemis, ou mesmo pandemias.
Segundo o médico francês Fhillipe Juvin, em entrevista para a revista época de 25 de janeiro de 2021, também citado em GaiaNet, o mundo subestima os perigos. Há provavelmente uma relação direta entre o desmatamento, principalmente na América do Sul, e o fato de que animais que viviam distantes dos humanos estejam, hoje, em contato com nossa espécie. Nos próximos anos, devemos prever novas transmissões de vírus de animais para nós. Devemos tirar também uma lição em relação ao meio ambiente nesta crise. Um grande artigo publicado na revista Science explica isso: “cientistas estimam entre 631 mil e 827 mil o número de vírus capazes de passar do animal ao homem se não dermos atenção à gestão do meio ambiente. Isso ainda não acabou.”
Segundo dados do Greenpeace, entidade defensora do planeta e de suas florestas, mais de mil árvores são derrubadas a cada minuto na Floresta Amazônica. Segundo esta ONG, além da destruição da floresta, a invasão coloca espécies da fauna e flora do Brasil em risco de extinção. Esta não é apenas uma ameaça para a Amazônia e para o povo brasileiro. Este é um golpe fatal na esperança de um futuro possível para toda a humanidade – uma batalha que não podemos perder.
Felizmente, o caminho escolhido pela humanidade é ainda reversível. Há alguns anos os cientistas, ao discutirem sobre colonização do Universo, refletem sobre uma técnica de produção, em outros planetas, de condições ambientais e climáticas semelhantes às de nosso planeta – a Terra Formação. Se esta técnica é possível em outros planetas, começando talvez do zero, pode ser útil para a reconstrução de nosso planeta. Bastaria começarmos por dois simples passos: acabar com o desmatamento e iniciar o reflorestamento das áreas desmatadas e/ou degradadas e sem necessidade imprescindível para a alimentação e para a existência humanas.
A foto deste artigo representa um excelente exemplo de reflorestamento urbano, executado por um grupo de voluntários de Florianópolis, do qual com muita honra participei nos anos 1990, e que hoje é um ambiente bonito e saudável para humanos, pássaros e outros animais – o Parque da Luz.
No Dia Internacional das Florestas, e para o nosso futuro, cabe entre os ecologistas e humanistas a seguinte palavra de ordem:
#DesmatamentoNãoReflorestamentoSIM
Rui Iwersen, médico planetário, editor de GaiaNet
Alerta à Humanidade nº 46
Cientistas estimam entre 631 mil e 827 mil o número de vírus capazes de passar do animal ao homem
- Para o senhor, o mundo não estava preparado para esta epidemia?
- O mundo subestima os perigos. Há provavelmente uma relação direta entre o desmatamento, principalmente na América do Sul, e o fato de que animais que viviam distantes dos humanos estejam, hoje, em contato. Nos próximos anos, devemos prever novas transmissões de vírus de animais para nós. Devemos tirar também uma lição em relação ao meio ambiente nesta crise. Um grande artigo publicado na revista Science explica isso: cientistas estimam entre 631 mil e 827 mil o número de vírus capazes de passar do animal ao homem se não dermos atenção à gestão do meio ambiente. Isso ainda não acabou.
Fhilippe Juvin, médico francês, diretor do Hospital Europeu Georges Pompidou em Paris; revista Época nº 1175, 25 de janeiro de 2021, página 35; foto: Climainfo
Rui Iwersen
Em Defesa da Ciência nº 24
O pai do Greenpeace
[Humboldt] O popstar viajante do século 19 escalou vulcões, foi ídolo de Darwin, fundou a ecologia e anteviu o aquecimento global. (…) Conheça o barão workaholic que explicou a natureza aos europeus.
(…) Hamboldt desembarcou aqui em 1799. Ficou deslumbrado com a natureza sul-americana. E preocupado também. No litoral da Venezuela percebeu que o desflorestamento para abrir espaço para a agricultura, acompanhado de drenagem dos córregos para irrigação, fazia o nível da água do lago Valência cair ano após ano.
Nos Llanos, uma savana similar ao cerrado brasileiro, Humboldt percebeu que palmeiras chamadas buritis são uma espécie-chave para o ecossistema: os frutos comestíveis atraem pássaros, a terra úmida nos troncos protege insetos e minhocas da aridez. Se elas fossem cortadas, tudo entraria em colapso.
Para um europeu do século 18, essas eram ideias radicais. Os contemporâneos de Humboldt pensavam que cortar árvores era essencial para que o ar se tornasse mais fresco e circulasse melhor. Alexis de Tocqueville disse que a ideia de um homem com um machado tornava bela a paisagem do EUA.
O conde de Buffon descrevia florestas como ambientes decrépitos e úmidos, que precisavam ser subjugados por jardins, hortas e pasto. (…)
Humboldt – ilustre desconhecido, Super Interessante, edição 422, dezembro de 2020, páginas 54 e 57; foto: Revista Pesquisa Fapesp
Rui Iwersen
A ciência confirma novamente a importância da restauração da Mata Atlântica
Confirmando outros estudos, os resultados de estudo publicado na Nature apontam a Mata Atlântica entre os biomas de maior prioridade para a restauração no mundo
Um estudo internacional liderado pelo pesquisador brasileiro Bernardo Strassburg e publicado na renomada revista Nature chamou a atenção novamente para a restauração de ecossistemas. A partir de uma sofisticada modelagem matemática planetária, ele identificou as áreas prioritárias para a restauração que combinam a conservação da biodiversidade, a mitigação de mudanças climáticas e os custos para a recuperação dos ecossistemas.
A pesquisa apontou que a restauração de 30% das áreas prioritárias do mundo evitaria a extinção de 71% das espécies ameaçadas, sequestraria 49% do aumento total de carbono na atmosfera desde a revolução industrial e reduziria 41% dos custos. O cenário que otimiza aspectos ambientais e econômicos poderia alcançar uma relação custo-benefício de até treze vezes, principalmente se incluir vários biomas da Terra.
Além de ciência, não faltam acordos, compromissos e políticas para acelerar a restauração da Mata Atlântica e de outros biomas no Brasil e no mundo. A Assembleia Geral das Nações Unidas declarou o período de 2021 a 2030 como a Década da ONU sobre Restauração de Ecossistemas. O Desafio de Bonn definiu a meta de restaurar 350 milhões de hectares de ecossistemas degradados até 2030, com a adesão de diversos países, governos locais e empresas. (…)
Fonte: Fundação SOS Mata Atlântica; foto: CicloVivo
Pantanal: antes de fechar o mês, outubro tem recorde de queimadas
Foram registrados 2.825 focos de incêndio até esta quinta-feira (29/10), maior acumulado para o mês no histórico dos levantamentos
Mesmo antes de terminar, outubro de 2020 já bateu recorde histórico de queimadas no Pantanal para o mês. Segundo levantamento do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), o bioma registrou, até quinta-feira (29/10), 2.825 focos de incêndio, um aumento de 16% em relação a outubro de 2019. Esta é a pior marca para o mês desde que o instituto passou a monitorar as chamas nos biomas brasileiros, em 1998.
Até então, o maior acumulado de incêndio no Pantanal em outubro tinha sido em 2002, quando foram somados 2.761 focos. Os números seguem a tendência de recordes do ano. Com 8.106 registros, setembro deste ano foi o mês em que mais o Pantanal queimou na comparação com todos os outros meses do ano na história do levantamento.
O alerta de que o bioma sofreria uma das piores perdas foi evidenciado em julho, que também extrapolou o máximo de registros até então, somando 1.684 focos. Já agosto de 2020, que somou 5.935 incêndios, só não superou a marca de 2005, quando o fogo atingiu 5.993 pontos. (…)
Fonte: Correio Braziliense
Incêndios Florestais – o que é e o que os causa
Incêndio Florestal é o fogo sem controle que incide sobre qualquer forma de vegetação, podendo tanto ser provocado pelo homem quanto por uma causa natural. Os incêndios florestais, também conhecidos como incêndios rurais, acontecem com frequência no período de estiagem, compreendido entre os meses de julho a outubro.
Principais causas do fogo na vegetação
Analfabetismo ambiental – expressa o desconhecimento sobre os sistemas, as inter-relações e interdependências dos processos que asseguram a vida na Terra.
Acidentais / Incidentais – fogueiras mal apagadas, re-ignição, queda de balões, efeito lupa (raios solares convergem para um ponto após atravessar cacos de vidro, criando um foco de luz com muito calor), dentre outras.
Culturais / Comportamentais – velas acesas deixadas em rituais religiosos, vandalismo, utilização do fogo para caça (ainda usado por alguns povos), etc.
Expansão das áreas rurais – desmatamentos e estabelecimento de mais áreas rurais, renovação de pastagens e o desconhecimento das técnicas de prevenção e dos fatores que influenciam o comportamento do fogo durante a prática de queimadas.
Fenômenos naturais – alguns incêndios florestais são iniciados por raios, representando cerca de 11% das ocorrências de fogo na vegetação.
Extrativismo – por descuidos, fogueiras mal apagadas durante as atividades de exploração dos recursos naturais (caça, pesca, retirada de madeira, coleta de frutos), terminam causando incêndios florestais.
Fonte: Portal São Francisco; foto: Voovirtual
Queimadas no Pantanal têm pior cenário em 22 anos, diz Inpe
Dados do Inpe mostram que, desde janeiro deste ano, bioma teve maior área queimada e maior quantidade de focos de incêndio.
(…) O cenário é grave, tendo em vista que em 16 de julho o governo federal publicou um decreto que proíbe queimadas no Pantanal e na Amazônia por 120 dias. A ação foi uma tentativa de resposta da União a empresários e investidores do Brasil e do exterior que passaram a cobrar de forma mais enfática uma ação por parte do governo para frear o desmatamento e as queimadas no país, em especial na Amazônia Legal (que engloba nove estados).
Especialistas apontam que a redução do volume de chuvas colaborou com o cenário: sem a cheia tradicional do começo do ano no Pantanal, a vegetação ficou bem mais seca, favorecendo as queimadas. Coordenador técnico do MapBiomas, que trabalha em parceria com a ONG SOS Pantanal, Marcos Rosa pondera que existem ciclos climáticos naturais com secas ou chuvas maiores. “A maior preocupação é que a seca que ocorreu neste ano seja o começo de um novo padrão”, diz. (…)
Para evitar novas queimadas de grandes proporções, há ações em três níveis que podem ser adotadas, segundo ele. A primeira é manter o uso tradicional da pastagem natural. “Ação que conserva tanto a vegetação, quanto a cultura do pantaneiro”, pontua Rosa. A segunda é a preservação das matas dos rios que desaguam no Pantanal. Elas funcionam como um filtro dos sedimentos. Sem elas, os rios do bioma ficam mais rasos, inundando áreas que antes ficavam secas. A terceira é a preservação da Amazônia, pois regula o regime hídrico — incluindo de chuvas — de todo o caminho até o Sudeste. (…)
Fonte: O Estado de Minas Nacional; foto: Campo Grande News
Pesquisadores ligam as queimadas no Pantanal ao desmatamento da Amazônia
É da Floresta Amazônica que vem a maior parte da umidade que alimenta o Pantanal, explicam pesquisadores.
Em Mato Grosso do Sul, pesquisadores identificam o desmatamento na Amazônia como um dos principais fatores nos incêndios no Pantanal.
O helicóptero da Marinha lança mais água sobre as chamas. O incêndio está longe de acabar. Em terra, as equipes reviram o solo para evitar o ressurgimento de focos. O horizonte esfumaçado e o Rio Paraguai com o nível de água muito abaixo do normal para essa época preocupam e muito os pesquisadores.
“Essa baixa quantidade de chuvas fez com que nós tivéssemos, este ano, a menor cheia dos últimos 47 anos. E, segundo as nossas estimativas, é bem provável que nós teremos também a maior seca desse mesmo período”, avalia Carlos Padovani, da Embrapa.
(…) E aí que está o problema: com muito fogo, muita fumaça e muito calor, não acontece a evaporação e não tem aquela umidade que fica no ar para formar as nuvens de chuva. E, por isso, continua cada vez pior a seca extrema.
A explicação dos pesquisadores pode estar também na devastação da Floresta Amazônica, porque é de lá que vem a maior parte da umidade que alimenta o Pantanal. A floresta lança no ar a umidade que é levada pelas correntes até esbarrar na Cordilheira do Andes. Volta, então, distribuindo chuva para toda uma região que vai até o Sul do Brasil. Quando esse maciço verde começa a ser fragmentado, não lança tanta umidade assim e falta chuva no Centro-Oeste. (…)
Fonte: G1, Jornal Nacional; foto: IstoÉ
Enquanto se pensa, com razão, na Amazônia…
Consequências da devastação das nascentes do Cerrado
O Cerrado é o segundo maior bioma do Brasil: são mais de 2 milhões de quilômetros quadrados espraiados por 12 estados. É também lar de uma imensa diversidade de vida: mais de 13 mil espécies de plantas, 850 de aves e 250 de mamíferos.
Está encarapitado sobre três dos principais aquíferos da América do Sul: o Guarani, o Bambuí e o Urucuia. A água que chove no Cerrado penetra o solo e fica armazenada na rocha porosa. É distribuída para o Brasil inteiro: estima-se que, em diferentes proporções, o Cerrado abasteça oito das 12 regiões hidrográficas do país. A água do subsolo ainda responde por cerca de 90% da vasão dos rios do bioma. (…)
Com frequência cada vez maior, a água que deveria penetrar o solo, para alimentar aquíferos e lençóis freáticos, escorre pela superfície e se evapora. (…) O fenômeno é consequência de um acelerado processo de desmatamento.
Fonte: Revista Época nº 979; 27 de março de 2017; Fronteiras ecológicas; Falta água, sobra pasto; páginas 70 e 71
Matéria editada originalmente em GaiaNet em 22 de setembro de 2017
Rui Iwersen
As possíveis origens do Coronavírus
Morcego Ferradura, provável fonte do Coronavírus
Ainda não há conclusões sobre como o novo coronavírus pulou de animais para seres humanos. Uma das hipóteses é que tenha sido em um mercado de alimentos em Wuhan, na China, o que fez com que muitos defendessem o fechamento de mercados do tipo, com venda de animais vivos e silvestres. Há outras hipóteses correntes.
“Nós estamos negligenciando o cenário maior”, diz à BBC News Brasil o ecologista especializado em doenças Richard Ostfeld, do Cary Institute of Ecosystem Studies, nos Estados Unidos.
“Tivemos alguns exemplos de surgimento de doenças nesses mercados com animais selvagens, como a Sars. E é importante entender que essas atividades humanas de agrupamentos estranhos de espécies que nunca ocorrem juntas na natureza influenciam esses eventos. Mas há outras maneiras pelas quais nossas atividades humanas podem facilitar o surgimento ou transmissão de doenças, como o desmatamento, a abertura de terra para agricultura, entre outros. Isso não pode ser esquecido.”
Da BBC News Brasil em Londres; foto: UOL Notícias
Matéria enviada pela colaboradora Shirley Albuquerque
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1 Comment to “ Florestas brasileiras”
Daee dotô, blog bombando. Pode crer. valeu meu gaiteiro…