Conferências ecológicas
Nesta página apresento, desde 2009, informações sobre conferências e estudos científicos relacionados ao meio ambiente, especialmente informações sobre as conferências do clima da ONU e IPCC.
Consenso inédito na COP29 estabelece bases sobre mercado de carbono global
Mecanismo será administrado pela ONU e prevê a redução do custo de implementação dos planos climáticos nacionais em US$ 250 bilhões ao ano.
Representantes dos países reunidos no primeiro dia da COP29, em Baku, no Azerbaijão, chegaram a consenso sobre algumas das regras gerais que deverão orientar o mercado de carbono global e a criação de créditos de carbono no âmbito do Acordo de Paris (Artigo 6). A Cúpula, que reúne aproximadamente 70 mil delegados, é o principal fórum internacional para negociações climáticas e acontece até 22 de novembro.
A decisão permite que o mecanismo de mercado administrado pela Organização das Nações Unidas possa começar a detalhar os tipos de projetos e atividades que poderão gerar créditos de carbono. Segundo a presidência da COP29, o uso da ferramenta deve reduzir o custo de implementação dos planos climáticos nacionais em US$ 250 bilhões ao ano, ao estimular a cooperação entre países. Isso incentivará maior ação climática ao aumentar a demanda por créditos de carbono e garantir que o mercado internacional opere com integridade sob a supervisão da ONU. (…)
Fonte: Gov.br; foto: Ecoamazônia.
Rui Iwersen, editor de GaiaNet.
O Brasil foi o segundo país a apresentar a terceira geração da Contribuição Nacionalmente Determinada (NDC na sigla em inglês), que define a redução de emissões de gases do efeito estufa de 59% até 67%, em 2035. O plano, que já havia sido apresentado no Brasil, foi oficialmente entregue ao secretário-executivo do clima das Nações Unidas, Simon Stiell, na 29ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP29), em Baku, no Azerbaijão.
“O Brasil sai de um modelo negacionista, para a liderança e protagonismo no combate às mudanças climáticas. O presidente Lula tem total compromisso em o Brasil ser o exemplo de grande protagonista”, afirmou o vice-presidente da República, Geraldo Alckmin.
O documento entregue reassume a meta de neutralidade climática até 2050 e traz na sua apresentação “uma visão de um país que reconhece a crise climática, assume a urgência da construção de resiliência e desenha um roteiro para um futuro de baixo carbono para sua sociedade, sua economia e seus ecossistemas”.
Além de reunir um resumo de políticas públicas que se somam para viabilizar as metas propostas na NDC, como o, o Plano de Transformação Ecológica documento também detalha por setor da economia brasileira, as ações que vêm sendo implementadas no país para que as emissões de gases do efeito estufa sejam mitigadas. (…)
De acordo com o documento, a nova ambição brasileira para emissões considera as diretrizes estabelecidas no Plano Clima, que é resultado de um processo de consulta da sociedade, setor privado, academia, estados e municípios.
Presidente da COP29 diz que ‘mundo está a caminho da ruína’
Conferência do clima da Organização das Nações Unidas (ONU) começou nesta segunda-feira (11).
“Estamos a caminho da ruína. E não se trata de problemas futuros. A mudança climática já está aqui. Precisamos muito mais de todos vocês. A COP29 é um momento da verdade para o Acordo de Paris”, disse Babaiev
A grande discussão neste ano é quem vai financiar o combate e a adaptação à crise climática. Em 2009, na COP15 de Copenhague, um acordo estabeleceu que os países industrializados concederiam 100 bilhões de dólares por ano, em ajuda direta ou empréstimos multilaterais. No entanto, o fundo não está funcionando e cientistas dizem que esses bilhões prometidos não são mais suficientes. Especialistas afirmam que é necessária uma quantia pelo menos 10 vezes superior.
O secretário executivo da Convenção-Quadro da ONU sobre Mudanças Climáticas, Simon Stiell, lembrou que o financiamento da luta climática não é “caridade, e sim do interesse de todos, incluindo as nações mais ricas e maiores”. Stiell defendeu uma reforma no sistema financeiro global e a transformação da cadeia produtiva com investimento na energia verde.
Havia uma expectativa de que os Estados Unidos pudessem encabeçar esse movimento. Mas agora, com a eleição de Donald Trump, o cenário não é muito animador. O republicano já deixou claro que a agenda climática não é prioridade na gestão dele e que vai investir pesado no petróleo. No mandato anterior, ele tirou o país do Acordo de Paris e prometeu o mesmo movimento na nova gestão.
Fonte: G1
Rui Iwersen, editor de GaiaNet.
Acordo de proteção à biodiversidade marinha é firmado na COP 16, na Colômbia
Tratado estabelece fundo de R$ 1,15 trilhão à conservação de recursos naturais até 2030
O primeiro grande acordo da COP 16, Conferência da ONU para a Biodiversidade, foi firmado nesta quarta-feira (30), em Cali, na Colômbia. O tratado estabelece um fundo de R$ 1,15 trilhão para a conservação e identificação de áreas marinhas até 2030. As pesquisas serão financiadas pela Alemanha, Bélgica, Canadá, Noruega e Suécia.
Apesar do acordo firmado da COP 16, o tema já estava em discussão há alguns anos. O tratado representa um avanço no que diz respeito à preservação da biodiversidade marinha e é considerado o primeiro passo para atingir as metas do Marco Global Kunming-Montreal, adotado na COP 15. O marco, firmado no Canadá em 2022, determina 23 objetivos para a biodiversidade global.
Com o trato da COP 16, pesquisadores de várias partes do planeta vão determinar as prioridades dentro dos parâmetros da diversidade biológica, garantindo a transparência na escolha das áreas. O grupo também contará com a participação de comunidades indígenas, mulheres e jovens envolvidos em projetos de conservação.
A COP 16 foi realizada de 21 de outubro a 1º de novembro. O objetivo da reunião, que acontece a cada 2 anos, é debater medidas de preservação ao meio ambiente
Fonte: Náutica; foto: joaquincorbalan / Envato
Rui Iwersen, editor de GaiaNet.
Pacto Global da ONU alerta que crise climática tem impacto maior nas comunidades mais vulneráveis
Terminou nesta sexta-feira (20), em Nova York, a reunião anual do Pacto Global nas Nações Unidas. A iniciativa tem o apoio da Globo e estimula empresas, governos e sociedade civil a trabalharem pelo desenvolvimento sustentável e inclusivo no planeta.
O ano de 2024 não deixa dúvida: a crise climática impacta o mundo todo. Mas também ficou evidente que as comunidades mais vulneráveis são as mais atingidas. Esse foi um dos temas do Pacto Global, o maior evento de sustentabilidade corporativa do mundo. Em dois dias, ele reuniu centenas de pessoas na sede das Nações Unidas, em Nova York.
O primeiro painel do evento foi sobre as ameaças das mudanças climáticas para a saúde.
“Ela vai impactar a saúde, seja por eventos agudos como a gente teve no Brasil. O deslizamento de terra das chuvas no litoral norte, como foi o Rio Grande do Sul, e ao mesmo tempo passa um mês, nós temos uma onda de calor gigantesca com queimadas que estão cobrindo 60% do território brasileiro, com pessoas inalando partículas dentro da fumaça”, diz Sidney Klajner, presidente da Sociedade Beneficente Albert Einstein.
Há décadas, a ONU estimula os debates para os países reconhecerem os riscos das mudanças climáticas. Mas sustentabilidade vai além da redução de emissões de carbono e do combate ao desmatamento. Temas sociais como igualdade salarial entre homens e mulheres, dignidade no trabalho e igualdade racial também fazem parte desse debate.
“O racismo ambiental, que eu mesmo trabalhando com a luta antirracista há tanto tempo, ainda não tinha mapeado. A gente chama de desigualdade, de falta de acesso a direitos, mas isso muitas vezes se expressa em uma cor. E esses dados estão aí”, diz o autor e ator Lázaro Ramos.
As empresas que participam do Pacto Global se comprometem a fazer as mudanças necessárias para cumprir as metas de melhorias nas áreas de direitos humanos, trabalho, meio ambiente e combate à corrupção. Já são 21 mil empresas em 160 países – 2 mil só no Brasil.
Fonte: G1, Jornal Nacional, 20 de setembro de 2024; foto: TRT4
Rui Iwersen, editor de GaiaNet.
Plano de Transformação Ecológica do Brasil é lançado na COP 28
Ministro Fernando Haddad apresenta projeto de economia verde tendo Brasil como protagonista de uma globalização sustentável e inclusiva
O Plano é um novo instrumento de engajamento diplomático que reposiciona o Brasil no sistema internacional e questiona paradigmas de desenvolvimento ao vislumbrar um novo papel para o Sul Global no mundo contemporâneo. Trata-se de uma proposta que apresenta a região como centro da economia verde ao defender uma globalização ambientalmente sustentável e socialmente inclusiva.
Em seu discurso, proferido no mesmo dia em que o Brasil passa a presidir o G20, Haddad disse que os primeiros estudos da iniciativa privada indicam que a transformação ecológica poderia gerar de 7,5 a 10 milhões de empregos em todos os setores – com enfoque no segmento de bioeconomia, agricultura e infraestrutura -, e oportunidades de geração de renda. (…)
Fonte: agência gov.
Rui Iwersen, editor de GaiaNet.
COP 28: Petroleiras firmam acordo para reduzir emissões de gás
Cinquenta das maiores empresas petrolíferas do mundo anunciaram, neste sábado (2), a adesão a um pacto para a redução das emissões de suas operações, incluindo a Petrobras e gigantes como ExxonMobil, dos Estados Unidos, e Aramco, da Arábia Saudita.
No total, as empresas signatárias são responsáveis por 40% da produção mundial, de acordo com o comunicado oficial da COP28. Dessas companhias, mais da metade são estatais.
A Carta de Descarbonização do Petróleo e do Gás foi celebrada pelo presidente da COP28, Sultan Al Jaber, como “um grande primeiro passo”. O documento prevê “operações neutras em termos de carbono” até 2050, a acabar com a queima de gás até 2030 e a reduzir as emissões de metano para quase zero.
“Se quisermos acelerar os avanços em toda a agenda climática, temos de reconhecer a responsabilidade de todos pela ação climática. Todos temos de nos concentrar na redução das emissões e aplicar uma visão positiva para impulsionar a ação climática e levar todos a agir”, disse Al Jaber.
O pacto prevê ainda o investimento em energias renováveis, “combustíveis com baixo teor de carbono” e “tecnologias de emissões negativas”. (…)
Fonte: Folha de Pernambuco.
Rui Iwersen, editor de GaiaNet.
O que você precisa saber sobre a COP 28
O que é que a COP 28?
É a 28a Conferência das Partes (ou “COP”) da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Alterações Climáticas (UNFCCC), que é o órgão da Organização das Nações Unidas (ONU) responsável pelo clima. Na Conferência também se realizará a 28ª Reunião das Partes do Protocolo de Quioto.
A COP reúne as 198 “partes”, ou seja, os 197 países e a União Europeia que assinaram a Convenção-quadro das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas. Este tratado é uma das três convenções do Rio de Janeiro adotadas na Cúpula da Terra, a Rio-92.
Onde e quando se realizará a COP28?
As reuniões são realizadas anualmente em uma cidade diferente, desde 1995 (exceto a COP26, que foi adiada em um ano devido à pandemia de covid-19). Este ano, a COP28 acontece de 30 de novembro e 12 de dezembro em Dubai, nos Emirados Árabes. A participação de milhares de delegados de todo o mundo também serve para celebrar, simultaneamente, a conferência das partes do Protocolo de Kyoto e a das 195 partes do Acordo de Paris de 2015.
Quem irá participar na conferência?
No final da conferência deverão ter passado por Dubai cerca de 50 mil participantes: delegados em representação dos países, observadores, membros da sociedade civil e jornalistas. 20 mil pessoas terão acreditação que dá acesso à conferência, enquanto que as restantes poderão participar em debates, visitar exposições e visionar filmes numa área dedicada à sociedade civil que será construída perto do centro de conferências.
O Brasil terá neste ano a maior comitiva já enviada a uma Conferência das Partes. Segundo o Ministério das Relações Exteriores, 2,4 mil brasileiros se inscreveram para participar da cúpula em Dubai, dos quais, cerca de 400 são do governo. (…)
O que será discutido?
A COP reúne-se todos os anos para tomar decisões relativas à implementação da Convenção-Quadro e para combater as alterações climáticas. Estarão em debate os impasses a respeito das metas de redução de emissão de gases do efeito estufa e das políticas de compensação aos países mais pobres e atingidos pelas mudanças climáticas. (…)
Fonte: SEMA (Sec. do Meio Ambiente e Mudanças do Clima do Gov. do Estado do Ceará); foto: MundoCoop.
Rui Iwersen, editor de GaiaNet.
As perdas e danos da COP 27
A COP 27, realizada em Sharm El Sheikh, no Egito, entrará para a história por ter finalmente posto na pauta das negociações o tema do financiamento de perdas e danos, um dos mais complexos previstos no Acordo de Paris; mas também pelo alto custo que pagou por esse avanço.
O mecanismo de perdas e danos do Acordo de Paris prevê que países que sofram danos humanos e materiais em decorrência das causas adversas do aquecimento global poderão ser compensados ou indenizados pelos países que causaram a alteração climática.
A complexidade do tema inicia-se na dificuldade de se estabelecer categoricamente o nexo causal entre determinados eventos climáticos extremos ou mudanças climáticas permanentes à emissão de gases de efeito estufa; mas passa também pelo fato de que os países desenvolvidos evitam se submeter a regras por meio das quais possam ser penalizados e condenados a indenizar.
A grande emissão de gases de efeito estufa por países ricos durante a revolução industrial se deu num contexto em que a prosperidade econômica era paga com sangue e enormes impactos ambientais nos países colonizados, em especial na África e na América Latina. Este processo de expropriação de recursos naturais e de queima de combustíveis fósseis, relegou os países que foram colonizados imediatamente ao subdesenvolvimento e tornou-os ainda mais vulneráveis às mudanças climáticas contemporâneas. (…)
Fonte: André Castro Santos, G1
COP-27: Lula diz querer indígenas no governo
O presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou nesta quinta-feira, 17, querer que indígenas tenham cargo no seu governo durante encontro com lideranças dos povos originários durante a Cúpula do Clima das Nações Unidas (COP-27), em Sharm el-Sheik, no Egito. O petista, porém, não revelou quem será o titular do novo Ministério dos Povos Originários, promessa de campanha. “Quero que aproveitem meu mandato para que eu possa contribuir com vocês”, afirmou Lula.
“Quero que indígenas participem da governança do País”, acrescentou. Segundo Lula, é importante que representantes dos povos originários ocupem cargos de liderança em órgãos como o da saúde indígena (hoje vinculada ao Ministério da Saúde). (…)
Durante a fala, o presidente eleito também disse que os povos nativos são responsáveis pela preservação da maioria das florestas do mundo e voltou a cobrar recursos de países ricos para a conservação da biodiversidade. “Queremos saber quanto vão nos pagar para cuidar do planeta Terra?”, disse. No evento, onde havia líderes indígenas brasileiros e estrangeiros, o petista ouviu elogios e cobranças. O chefe Terry Teegee, representante dos povos originários da América do Norte, chegou a chamar Lula de “pop star” (…)
Fonte: UOL; foto: Revista Fórum
‘O Brasil voltou’, diz Lula na COP 27, em defesa da luta ‘indissociável’ contra aquecimento global e pobreza
O presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) discursou nesta quarta-feira (16), no Egito, durante a COP 27, cúpula das Organizações das Nações Unidas (ONU) para discutir os impactos das mudanças climáticas e as ações globais relacionadas à preservação do meio ambiente e à descarbonização.
Lula citou as eleições que ocorreram em outubro no Brasil como “uma das mais decisivas de sua história” e que o pleito foi observado “com atenção inédita pelos demais países”, por “conter o avanço da extrema-direita autoritária e antidemocrática e do negacionismo climático no mundo”, além de estar em jogo a “sobrevivência da Amazônia” e do planeta.
“Estou hoje aqui para dizer que o Brasil está pronto para se juntar novamente aos esforços para a construção de um planeta mais saudável. De um mundo mais justo, capaz de acolher com dignidade a totalidade de seus habitantes – e não apenas uma minoria privilegiada”, disse o presidente eleito. “O Brasil voltou.” (…)
O petista disse ainda que a luta contra o aquecimento global é “indissociável” da luta contra a pobreza. Ele afirmou também que é possível explorar “com responsabilidade a extraordinária biodiversidade da Amazônia, para a produção de medicamentos e cosméticos, entre outros”. “Vamos provar que é possível promover crescimento econômico e inclusão social tendo a natureza como aliada estratégica, e não mais como inimiga a ser abatida a golpes de tratores e motosserras”, disse Lula.
Fonte: InfoMoney
Conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas, no Egito, terá participação de senadores brasileiros
A Conferência da Organização das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP27), que acontece em Sharm el-Sheikh, no Egito, até o dia 18, deverá contar com um grupo de 12 senadores em missão oficial. O requerimento para participação no evento, que começou no dia 6, foi aprovado em Plenário. Além dos 12 parlamentares, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, também avalia uma possível viagem ao Egito para acompanhar as discussões, que reúnem líderes mundiais em torno do lema “Juntos para a implementação”.
Os países participantes debatem sobre adaptação climática, mitigação dos gases do efeito estufa, impacto climático na questão financeira e colaboração para conter o aquecimento global. Também devem definir aspectos centrais para a implementação do Acordo de Paris e dar previsibilidade ao financiamento climático. (…)
Como evento preparatório para a COP27, o Senado realizou sessão temática em setembro, quando debateu os acordos firmados na COP26 e as propostas do Brasil para a COP27. Para o senador Fabiano Contarato (PT-ES), um dos parlamentares que vai à conferência, os países continuam com o desafio de combater o aumento da temperatura global e suas consequências. Ele disse que a gestão ambiental no Brasil tem sofrido um desmonte nos últimos anos, o que fez com que o país regredisse nessa área, deixando de ser uma referência em estratégias de preservação ambiental. Na sessão, Contarato ressaltou como exemplo os efeitos nocivos ao bioma Cerrado. Estudo liderado por pesquisadores da Universidade de Brasília [UnB] aponta que a conversão de áreas nativas do Cerrado para pastagens e agricultura já tornou o clima na região quase 1º C mais quente e 10% mais seco. (…)
Fonte: Rádio Senado; foto: Jornal da USP
Na COP 27, Marina diz que EUA estão ‘ávidos por parcerias’ e pede apoio com verba para o Fundo Amazônia
A ex-ministra do meio ambiente também citou desejo de sediar uma futura COP do clima no Brasil.
A deputada federal eleita e integrante do governo de transição Marina Silva disse, nesta quinta-feira (10), que sugeriu a um representante dos EUA na COP 27 que o país contribua com verba para o Fundo Amazônia. Paralisado no governo Bolsonaro, o fundo tem R$ 3,2 bilhões para investimento em ações de preservação ambiental.
Após uma conversa com John Kerry, enviado especial do governo americano sobre o Clima, Marina afirmou que “os EUA estão ávidos em ter uma parceria cada vez mais forte na proteção das florestas”.
A representante do governo Lula na conferência explicou que sugeriu a participação dos Estados Unidos e não teve uma resposta definitiva, mas ouviu uma boa sinalização do representante de Joe Biden.
“A sinalização de que é importante aprofundar a cooperação, de que os EUA estão ávidos em ter uma parceria cada vez mais forte na proteção das florestas, com um esforço ainda maior, para que a gente busque alternativas que viabilizem o desenvolvimento econômico e social para os mais de 25 milhões de amazônidas.” (…)
Fonte: G1; foto: Tribuna da Imprensa
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COP 27 reúne lideranças para garantir cumprimento das metas de redução das emissões de poluentes
A Conferência da Organização das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas acontece de 6 a 18 de novembro, no Egito, para que os países que assinaram o Acordo de Paris mantenham-se comprometidos com a redução da poluição e desmatamento.
Começou nesse domingo, dia 6, e vai até 18 de novembro, no Egito, a vigésima sétima Conferência da Organização das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, a COP 27. O encontro reúne representantes dos 196 países que assinaram o Acordo de Paris, que prevê metas para a redução da emissão de gases do efeito estufa.
A intenção é renovar os compromissos assumidos, mas o secretário-geral da ONU, António Guterres, discursou defendendo a criação do que ele classificou de Pacto de Solidariedade Climática. O novo acordo envolveria um esforço extra para reduzir as emissões ainda nesta década, com países mais ricos e instituições financeiras internacionais fornecendo fundos e auxílio técnico para ajudar as economias emergentes a acelerar a própria transição para energia renovável.
Em reunião da Comissão de Meio Ambiente que aprovou relatório sobre impactos ambientais de ocupações ilegais na Amazônia em 2022, a senadora Eliziane Gama, do Cidadania do Maranhão, ressaltou a importância de o Brasil cumprir as metas assumidas em edições anteriores da conferência (…)
Fonte: Rádio Senado; foto: Carta Capital
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COP27: o desafio de concretizar metas e compromissos
Países se reúnem na Conferência do Clima, no continente africano, com o desafio de dar seguimento aos anúncios do último ano.
Entre 6 e 18 de novembro, representantes de quase 200 países se reunirão para coordenar ações globais para mitigação e adaptação às mudanças climáticas durante a 27ª Conferência das Partes da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP27).
A COP do clima é uma reunião anual de delegados (representantes) de quase todos os países do planeta para negociar metas globais de combate às mudanças climáticas, apresentar os planos de cada país para contribuir com essas metas e relatar seu progresso. A reunião deste ano será realizada na cidade de Sharm al Sheikh, no Egito.
A COP de 2021, em Glasgow, no Reino Unido, resultou em anúncios de peso e novas metas climáticas. Agora, os países devem se dedicar a buscar soluções para atingir os compromissos que estabeleceram –incluindo, sobretudo, como irão financiar a ação climática.
Fonte: The Nature Conservancy; foto: Diário do Comércio
GLOCAL EXPERIENCE – Rio de Janeiro, 9 a 17 de julho
Desafios e oportunidades para a Segurança Hídrica no Brasil
O Instituto Aegea, núcleo de inteligência socioambiental da Aegea, é um dos parceiros da Glocal Experience, evento realizado na Marina da Glória, no Rio de Janeiro, entre 9 e 17 de julho. Na programação da conferência, o painel “Desafios e oportunidades para a Segurança Hídrica no Brasil” contou com a participação do presidente do Instituto Aegea, Edison Carlos, que defendeu uma integração de forças entre agentes da sociedade como forma de garantir a disponibilidade da água no país, assim como a importância do investimento em tecnologia.
Édison apontou que as principais atividades econômicas da pauta de exportações do Brasil, como agropecuária e mineração, são muito dependentes da disponibilidade da água, que então deve ser encarada como um ativo estratégico do país. “As comodities, principais produtos de exportação do Brasil, mas também a energia hidrelétrica, o abastecimento humano, a indústria, tudo tem na água a sua base. O agronegócio, maior fonte de recursos do país, responde por cerca de 60% do uso da água doce presente da natureza, então é fundamental estar presente em qualquer debate sobre recursos hídricos.”, afirmou.
Portanto, por representar um interesse comum, o presidente do Instituto Aegea indicou que todos devem participar dos esforços para garantir a segurança hídrica. “Se não colocarmos todos os agentes da sociedade na mesma mesa para discutir a questão hídrica não há como termos um futuro seguro. Fundamental ter o Governo Federal, em seu papel de fomentar as macros políticas de uso da água no país, estados e municípios monitorando os rios e o saneamento básico, as empresas e a sociedade, todos têm seu papel. As concessionárias de saneamento, que coletam, tratam e distribuem água potável a milhões de pessoas, investem, lógico, na proteção das bacias hidrográficas onde estão, mas as ações precisam ser coordenadas com os demais utilizadores dos recursos hídricos.”, apontou. (…)
Fonte: Aegea Blog; foto: Escola Kids – UOL
Rui Iwersen
GLOCAL EXPERIENCE – Rio de Janeiro, 9 a 17 de julho
Um olhar para os oceanos
Pouco se sabe sobre o mar e o grande desafio a ser enfrentado é engajar a população na proteção dos oceanos. Este foi o ponto principal discutido pelos participantes em “Um olhar para o oceano”, na tarde de quinta, 14 de julho.
Janaína Bumbeer, especialista em conservação da biodiversidade da Fundação Grupo Boticário, apresentou os resultados de uma pesquisa que constatou que 80% das pessoas desconhecem que a maior parte do oxigênio que respiramos vem do mar.
Ana Asti, subsecretária de Recursos Hídricos e Sustentabilidade da Secretaria de Estado do Ambiente e Sustentabilidade, lembrou a estimativa feita pela ONU de que até 2050 o oceano terá a mesma quantidade de peixes e de plástico.
Flavio Andrade, CEO da Ocean Pact, que desenvolve soluções seguras ambientalmente para operações submarinas, reforçou a necessidade de conhecimento e investimento para se cuidar e proteger o oceano. “Precisamos ter em mente que, dos 17 Objetivos do Desenvolvimento Sustentável, o de número 14 – Vida na Água, é o que recebeu menor volume de investimentos globalmente”, disse o CEO da empresa.
O biólogo Ricardo Gomes, diretor do Instituto Mar Urbano e diretor do documentário Baía Urbana, sobre a Baía da Guanabara, associou-se à Flavio Andrade em uma ação de replantio de 30 mil árvores no mangue da baía. “Nós nos preocupamos com bens, mas a grande herança que podemos deixar para nossos filhos é o oceano saudável”, disse Ricardo, que também é mergulhador e chamou a atenção do mundo todo para a Baía de Guanabara. (…)
Fonte: Aegea Blog
Rui Iwersen
GLOCAL EXPERIENCE – Rio de Janeiro, 9 a 17 de julho
CONFERÊNCIAS – 13 a 16 de julho; 09h às 17h; Marina da Glória, RJ
Fonte: glocalexperience.com.br
Rui Iwersen
Conferência dos Oceanos termina com 700 compromissos
(…) Mais de 6 mil pessoas estiveram na Conferência, abordando a necessidade de ações urgentes e concretas para enfrentar a crise oceânica. Do aumento do nível do mar e poluição marinha à acidificação dos oceanos e perda de habitat, o maior reservatório de biodiversidade do planeta está em perigo, ameaçando inviabilizar o progresso do Objetivo de Desenvolvimento Sustentável 14, o principal roteiro para a ação global sobre a vida abaixo da água. Além disso, os impactos humanos cumulativos no oceano se não forem reduzidos, exacerbarão a emergência climática e prejudicarão as aspirações do Acordo de Paris. (…)
Além disso, a Conferência conseguiu traduzir ideias em ação com uma série de novos compromissos assumidos por muitos países e partes interessadas (veja abaixo). Cerca de 700 compromissos foram registrados, somando-se aos compromissos substanciais assumidos na Conferência dos Oceanos da ONU de 2017. Esses compromissos mostram a necessidade crítica de inovação e ciência para revitalizar o oceano. (…)
Fonte: Exame.55 anos
Rui Iwersen
Conferência dos Oceanos das Nações Unidas, Lisboa, Portugal
A Conferência dos Oceanos das Nações Unidas, convocada pelos governos de Portugal e do Quênia, dará o tom para o que precisa ser feito para reverter o declínio na saúde dos oceanos. Definirá as principais áreas de ação oceânica orientada pela ciência e impulsionará os governos e outros gestores e autoridades a fazer mais e cumprir seus compromissos.
A Conferência dos Oceanos de 2017 nos mostrou o perigo em que os oceanos se encontram. Esta conferência trará soluções práticas, realistas, econômicas e replicáveis que podem ser adotadas para garantir a saúde dos oceanos.
A próxima Conferência dos Oceanos levará esses objetivos adiante, promovendo mais compromissos de ação e impulsionando soluções baseadas em evidências tão necessárias para que tenhamos um novo capítulo da ação global oceânica.
O evento acontece em Lisboa, Portugal, de 27 de junho a 01 de julho de 2022.
Fonte: Nações Unidas Brasil; foto: Mafia do Mergulho
COP 26 nº 7
ONU: relatório sobre clima é “alerta vermelho”
O relatório sobre o clima, publicado pelo Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC, na sigla em inglês), é um “alerta vermelho” que deve fazer soar os alarmes sobre as energias fósseis que “destroem o planeta”. A afirmação foi feita pelo secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), António Guterres.
O relatório mostra uma avaliação científica dos últimos sete anos e “deve significar o fim do uso do carvão e dos combustíveis fósseis, antes que destruam o planeta”, segundo avaliação de Guterres, em comunicado.
O secretário pede que nenhuma central de carvão seja construída depois de 2021. “Os países também devem acabar com novas explorações e produção de combustíveis fósseis, transferindo os recursos desses combustíveis para a energia renovável”, acrescentou Guterres.
O relatório estima que o limiar do aquecimento global (de + 1,5° centígrado), em comparação com o da era pré-industrial, vai ser atingido em 2030, dez anos antes do que tinha sido projetado anteriormente, “ameaçando a humanidade com novos desastres sem precedentes”.
“Trata-se de um alerta vermelho para a humanidade”, disse António Guterres. “Os alarmes são ensurdecedores: as emissões de gases de efeito estufa provocadas por combustíveis fósseis e o desmatamento estão sufocando o nosso planeta”, disse o secretário. (…)
De acordo com o documento do IPCC, a temperatura global subirá 2,7 graus em 2100, se se mantiver o atual ritmo de emissões de gases de efeito estufa. No novo relatório, que saiu com atraso de meses devido à pandemia de covid-19, o painel considera vários cenários, dependendo do nível de emissões que se alcance.
Manter a atual situação, em que a temperatura global é, em média, 1,1 grau mais alta que no período pré-industrial (1850-1900), não seria suficiente: os cientistas preveem que, dessa forma, se alcançaria um aumento de 1,5 grau em 2040, de 2 graus em 2060 e de 2,7 em 2100. Esse aumento, que acarretaria mais acontecimentos climáticos extremos, como secas, inundações e ondas de calor, está longe do objetivo de reduzir para menos de 2 graus, fixado no Acordo de Paris (…)
Os peritos reconhecem que a redução de emissões não terá efeitos visíveis na temperatura global até que se passem duas décadas, ainda que os benefícios para a contaminação atmosférica possam ser notados em poucos anos.
Fonte: Agência Brasil / Internacional; foto: DW
Rui Iwersen, médico planetário
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COP 26 nº 6
A humanidade “aqueceu a atmosfera, o oceano e a terra”
Já não se trata de algo mais ou menos provável, mas sim de um fato. O novo grande relatório conjuntural do IPCC, o painel de especialistas vinculados à ONU que há mais de três décadas estabelece as bases científicas sobre a mudança climática, fulmina o negacionismo. O documento considera “inequívoco” que a humanidade tenha “aquecido a atmosfera, o oceano e a terra”, o que gerou “mudanças generalizadas e rápidas” no planeta.
A edição anterior deste estudo data de 2013, e desde então os indícios se multiplicaram, assim como os artigos e análises científicas que demonstram as consequências de uma crise que já gerou mudanças climáticas “sem precedentes” nos últimos milênios, e que em alguns casos serão “irreversíveis” durante centenas ou milhares de anos.
Entre as consequências diretas, além da elevação das temperaturas médias, figuram os fenômenos meteorológicos extremos. Trata-se de eventos similares às ondas de calor ou às chuvas torrenciais que estão sendo vistas nas últimas semanas em diversos lugares do globo e que já aumentaram em intensidade e frequência devido ao aquecimento gerado pelo ser humano, conforme confirma o relatório. (…)
Fonte: El País Internacional; foto: UOL Notícias
Rui Iwersen, médico planetário
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COP 26 nº 5
Novos detalhes da COP sobre desmatamento
A grande promessa de acabar com o desmatamento até 2030, anunciada por mais de 100 países, começou a tomar forma mais clara à medida que vários governos anunciaram compromissos concretos.
O Reino Unido disse que comprometeria mais de R$ 10 bilhões ao longo de cinco anos para apoiar a promessa, incluindo auxílio para florestas tropicais na Indonésia e a Amazônia. E Biden prometeu mais de R$ 50 bilhões em nome dos Estados Unidos.
“Este plano é o primeiro de seu tipo, adotando uma abordagem de todo o governo e trabalhando com o Congresso para empregar financiamento dos EUA até 2030 para conservar e restaurar nossas florestas e mobilizar mais bilhões de nossos parceiros”, disse ele.
Fonte: CNN Brasil – Internacional
Rui Iwersen, médico planetário
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COP 26 nº 4
Emissão de metano e combate ao desmatamento: destaques da COP26
Rebanho bovino é grande fonte de metano / Adepará via Agência Brasil
Cerca de 100 nações assinaram uma promessa global de reduzir as emissões de metano em 30% até 2030, anunciou a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen.
O metano, principal componente do gás natural, é um gás de efeito estufa extremamente potente. Invisível e inodoro, tem 80 vezes mais poder de aquecimento a curto prazo do que o dióxido de carbono.
Von der Leyen disse que cortar as emissões de metano “irá desacelerar imediatamente a mudança climática”. Helen Mountford, vice-presidente de clima e economia do Instituto de Recursos Globais, organização de pesquisa ambiental, disse que o plano é essencial para evitar que o planeta aqueça além de 1,5ºC, limiar chave identificado por cientistas.
“Esta promessa estabelece uma forte ambição que precisamos globalmente”, disse Mountford em um comunicado. “Uma ação forte e rápida para reduzir as emissões de metano oferece uma gama de benefícios, desde a limitação do aquecimento a curto prazo e redução da poluição do ar até a melhoria da segurança alimentar e melhor saúde pública”.
O presidente dos EUA, Joe Biden, disse que o esforço é tanto uma oportunidade econômica quanto ambiental. “Isso não é apenas algo para proteger o meio ambiente, nosso futuro”, declarou. “É uma oportunidade enorme para todos nós, todas as nações, de criar empregos e fazer com que as metas climáticas sejam parte essencial de nossa recuperação econômica global”. (…)
Fonte: CNN Brasil – Internacional
Rui Iwersen, médico planetário
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COP-26 nº3
ANIMAL EXTINTO ALERTA ANIMAL EM AUTO-EXTINÇÃO SOBRE A EXTINÇÃO
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COP-26 nº 2
Relatório da ONU sobre o clima responsabiliza a humanidade por aumento de fenômenos extremos
Especialistas do Painel Internacional sobre a Mudança Climática (IPCC) alertam que já ocorreram mudanças que serão “irreversíveis” durante “séculos ou milênios”. Esse grande estudo defende reduções “profundas” e “rápidas” das emissões
Já não se trata de algo mais ou menos provável, mas sim de um fato. O novo grande relatório conjuntural do IPCC, o painel de especialistas vinculados à ONU que há mais de três décadas estabelece as bases científicas sobre a mudança climática, fulmina o negacionismo.
O documento considera “inequívoco” que a humanidade tenha “aquecido a atmosfera, o oceano e a terra”, o que gerou “mudanças generalizadas e rápidas” no planeta.
A edição anterior deste estudo data de 2013, e desde então os indícios se multiplicaram, assim como os artigos e análises científicas que demonstram as consequências de uma crise que já gerou mudanças climáticas “sem precedentes” nos últimos milênios, e que em alguns casos serão “irreversíveis” durante centenas ou milhares de anos. Entre as consequências diretas, além da elevação das temperaturas médias, figuram os fenômenos meteorológicos extremos. (…)
Fonte: El País – Internacional; foto: Sociedade Brasileira de Medicina Tropical
Rui Iwersen, médico planetário
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COP 26 nº 1
Ministros da pré-COP reconhecem que é preciso ‘fazer mais’
MILÃO – Após a ativista sueca Greta Thunberg ter chamado os discursos de líderes políticos sobre o clima de “blá-blá-blá”, os ministros participantes da conferência preparatória para a COP26 em Milão concordaram em “fazer mais” para limitar o aquecimento global neste século.
A pré-COP26 foi realizada entre 30 de setembro e este sábado (2) e reuniu ministros do Meio Ambiente de cerca de 50 países para avançar nas discussões e permitir resultados concretos na próxima cúpula climática da ONU, em Glasgow, em novembro. “Chegamos a um consenso de que é preciso fazer mais para manter o aquecimento abaixo de 1,5ºC [em relação aos níveis pré-industriais], aumentar as NDCs [metas climáticas de cada país] e garantir o fundo de US$ 100 bilhões para os países em desenvolvimento”, declarou o presidente da COP26, Alok Sharma.
O encerramento da pré-COP, no entanto, contemplou algumas das principais reivindicações dos jovens que participaram da conferência Youth4Climate, também em Milão, entre 28 e 30 de setembro, como o fechamento da indústria de combustíveis fósseis até 2030 e o incentivo à educação ambiental nas escolas. “A energia dos jovens da Youth4Climate galvanizou os ministros. Devemos nos lembrar do que eles disseram”, acrescentou Sharma.
Em seu discurso na abertura da conferência juvenil, Greta Thunberg havia dito que as promessas dos líderes mundiais eram apenas “blá-blá-blá” e que as emissões de carbono continuam aumentando. “Eles [os líderes mundiais] selecionam jovens como nós, fingindo que nos escutam, mas não é verdade, eles nunca nos escutaram”, disse a ativista sueca na ocasião.
Na coletiva deste sábado, Sharma reconheceu que as projeções para os próximos anos não são boas. “A ciência nos diz que, para manter o aquecimento global abaixo de 1,5ºC em relação aos níveis pré-industriais, precisamos reduzir em 45% até 2030 as emissões de gases do efeito estufa, na comparação com 2010.” (…) “A transição implica um certo lapso de tempo em que haverá a coexistência entre fontes renováveis e fósseis, mas o caminho está bem claro”, acrescentou.
Fonte: Isto É Mundo e ANSA; foto: AFP
Rui Iwersen, médico planetário
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Alerta à Humanidade nº 49
Dia da Sobrecarga da Terra chega mais cedo
Em 2021, a humanidade excedeu sua cota anual de recursos regeneráveis em 29 de julho, três semanas antes do que em 2020. Seriam necessárias 1,7 Terras para satisfazer nossas necessidades de consumo.
Hoje, a humanidade consome 74% a mais do que o que os ecossistemas globais podem regenerar
Após um adiamento temporário devido à pandemia em 2020 – quando o Dia da Sobrecarga da Terra foi em 22 de agosto – em 2021 a data em que a humanidade esgotou todos os recursos biológicos que a Terra regenera ao longo de um ano acontece três semanas antes, neste 29 de julho. No Brasil, a cota foi esgotada dois dias antes, em 27 de julho.
“Apesar de nos restar quase meio ano, já esgotamos nossa cota de recursos biológicos para 2021”, advertiu Susan Aitken, líder do Conselho Municipal de Glasgow, onde lideranças mundiais se reunirão em novembro para a cúpula climática COP26. “Se precisamos lembrar que estamos sob uma emergência climática e ecológica, o Dia da Sobrecarga da Terra é a ocasião para isso”, lembrou.
Como grande parte do mundo estava vivendo sob lockdowns impostos devido ao coronavírus no ano passado, o Dia da Sobrecarga aconteceu quase um mês depois do recorde de 2018, quando foi em 25 de julho. Mas mesmo que as emissões de carbono causadas por viagens aéreas e transporte rodoviário ainda estejam abaixo dos altos índices de 2019, a economia global em ascensão está empurrando as emissões e o consumo de volta para cima. (…)
O Dia da Sobrecarga da Terra existe desde 2006. A Global Footprint Network (GFN), organização de pesquisa que apresenta a data a cada ano junto com o grupo ambiental WWF, compara o cálculo a um extrato bancário que rastreia receitas em relação aos gastos. Ele considera milhares de dados da ONU sobre recursos como florestas biologicamente produtivas, pastagens, terras de cultivo, áreas de pesca e áreas urbanas. Esse cálculo é então medido em relação à demanda desses recursos naturais, entre eles alimentos de origem vegetal, madeira, gado, peixe e a capacidade das florestas de absorver emissões de dióxido de carbono.
Hoje, a humanidade consome 74% a mais do que o que os ecossistemas globais podem regenerar. Para continuar vivendo nos padrões atuais, precisaríamos dos recursos de cerca de 1,7 planetas. E isso não parece mudar tão cedo. (…)
Matéria enviada pelo colaborador de GaiaNet Jorge F. Schneider; fonte: DW – Made for minds
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2021 – 2030 – Década da Oceanografia da ONU
(…) Os oceanos, uma gigantesca superfície em variados tons de azul, cobrem cerca de 71% da extensão do planeta. Contudo, a vida debaixo d’água continua a ser uma grande mistério.
(…) Os seres humanos devem sua vida a essa imensidão desconhecida. Quatro em cada dez habitantes do planeta dependem dos mares para se alimentar. A vida marinha produz entre 50 e 70% de nosso oxigênio e 90% das mercadorias globais viajam por rotas marítimas. (…)
E mesmo assim, despejamos nela 8 toneladas de resíduos por ano. No ritmo em que estamos, em 2050 provavelmente haverá mais plástico do que peixes nos oceanos. O aumento dos níveis de CO2 na atmosfera tornou o oceano mais ácido, ameaçando as cadeias alimentares.
Um relatório de 2019 do Painel Intergovernamental da Organização das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas alertou que, sem “profundas transformações econômicas e institucionais”, haveria danos irreversíveis aos oceanos e ao gelo marinho. E isso pode afetar, além do modo de vida, a economia global de maneira imediata. O quadro, somado à falta de informações científicas sobre os oceanos, é um dos motivos para que a ONU tenha declarado o período entre 2021 e 2030 como a Década da Oceanografia. (…)
João Sorima Neto e Jennifer Ann Thomas, Escuridão Azul, Revista Época nº 1186 de 12 de abril de 2021, página 48; foto: G1 – Globo
Rui Iwersen, médico planetário, editor de GaiaNet
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Cúpula dos Líderes sobre o Clima
O mês de abril começa já com um importante evento no calendário. Trata-se da Cúpula dos Líderes sobre o Clima, organizada pelo governo dos Estados Unidos de modo virtual nos dias 22 e 23 deste mês.
Ao todo, cerca de quatro dezenas de chefes de Estado devem atender ao convite do americano Joe Biden, incluindo Jair Bolsonaro, que confirmou presença, além de Vladimir Putin, da Rússia, Xi Jinping, da China, e Alberto Fernández, da Argentina.
No final de março, um alto funcionário do Departamento de Estado, em conversa com jornalistas, disse que os Estados Unidos não vão tolerar a destruição de florestas e cobrou um plano claro da parte do Brasil para acabar com o desmatamento ilegal até 2030, já com resultados palpáveis neste ano. A expectativa americana é que Bolsonaro chegue à cúpula com algo concreto para apresentar.
O anfitrião Biden quer usar o encontro para reafirmar seu compromisso com políticas voltadas para a preservação do meio ambiente e para a redução da emissão de gases causadores do efeito estufa. (…)
A pressão para que a administração Bolsonaro passe a ter uma agenda responsável é também interna. (…) No ano passado foi criada a Concentração pela Amazônia, rede de cerca de 250 lideranças empresariais, acadêmicas e ambientalistas. Entre as ideias que unem o grupo, uma está muito clara: é chegada a hora de Bolsonaro aposentar sua política incendiária.
Dos editores, Clima para mudança, Revista Época, nº 1185, 05 de abril de 2021, página 4; foto: Brasil Escola – UOL
Rui Iwersen, médico planetário, editor de GaiaNet
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Cop 25: cúpula do clima chega a acordo em Madrid
A cimeira do clima da Organização das Nações Unidas (ONU) já tem um documento final acerca da ambição climática em 2020 e cumprimento do acordo de Paris que limita os países para impedir a subida da temperatura média do planeta este século acima de 1,5 graus. O acordo, intitulado “Chile-Madrid, hora de agir”, foi alcançado quase dois dias após o dia marcado para encerrar a conferência COP25. [dia 13]
O documento foi aprovado pela presidente da COP25, a chilena Carolina Schmidt, após um tenso debate com o Brasil, que inicialmente não aceitou dois parágrafos incluídos no acordo sobre oceanos e uso da terra. O acordo final da COP25 estabelece que os países terão de apresentar em 2020 compromissos mais ambiciosos para reduzir as emissões (as chamadas Contribuições Nacionais Determinadas) para enfrentar a emergência climática.
Segundo o acordo, o conhecimento científico será “o eixo principal” que deve orientar as decisões climáticas dos países para aumentar a sua ambição, que deve ser constantemente atualizada de acordo com os avanços da ciência. O texto inclui “a imposição” de que a transição para um mundo sem emissões tem de ser justa e promover a criação de emprego.
O acordo também reconhece a ação climática de atores não-governamentais, a quem convida a aumentar e generalizar estratégias compatíveis com o clima. (…)
Fonte: O Jornal Econômico; foto: CNN
COP25: Guterres pede “entendimento comum”
O secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, pediu “a todas as partes a ultrapassarem as suas actuais divisões e a encontrarem um entendimento comum” para lutar contra as alterações climáticas.
Arrancou esta segunda-feira, em Madrid a Conferência das Nações Unidas sobre o Clima, COP25. Os 196 países reunidos na capital espanhola devem tomar decisões para acelerar a luta contra a crise climática, num momento em que os fenómenos meteorológicos extremos se multiplicam.
O secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, pediu “a todas as partes a ultrapassarem as suas actuais divisões e a encontrarem um entendimento comum” para lutar contra as alterações climáticas. (…)
Fonte: RFI
Madrid acolhe durante duas semanas, entre 2 e 13 de dezembro, a Conferência das Nações Unidas sobre as Alterações Climáticas.
O Parlamento Europeu declarou emergência climática global na semana passada, com o objetivo de aumentar os esforços para combater as alterações climáticas que têm deixado marcas no nosso planeta. Para discutir o que se pode fazer depois deste anúncio, Madrid recebe durante as próximas duas semanas a Conferência das Nações Unidas sobre as Alterações Climáticas (COP25).
A COP25, ou Conferência das Nações Unidas sobre as Alterações Climáticas, é a conferência anual da ONU que pretende discutir a urgência de uma resposta à emergência climática que tem vindo a acelerar. Segundo a Convenção da ONU de 1992, todos os países mundiais estão sujeitos a encontrar formas de reduzir as emissões de gases de efeito estufa, de maneira equitativa. (…)
O foco da discussão durante as duas semanas será o artigo seis do Acordo de Paris, que permite a utilização de um mercado global de carbono para ajudar os países a reduzir as emissões e financiar medidas que reduzam as emissões nos países em desenvolvimento. (…)
Fonte: O Jornal Econômico
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