O Homem e a natureza nº 42
Oceanos mais poluídos por plásticos
A quantidade de microplásticos nos oceanos pode ser um milhão de vezes maior do que se pensava.
As pesquisas que fazem essa medição usam redes que captam pedaços de plásticos de até um terço de milimetro, mas um novo método coleta amostra menores que um fio de cabelo.
Considerando estes [microplásticos], a concentração sobe de 10 pedaços por metro cúbico de água para 8,3 milhões.
Notícias sobre plástico – nanoplásticos, Super Interessante, edição 411, janeiro de 2020, página 18; foto: Revista Planeta
Rui Iwersen
A evolução da limpeza pública em Florianópolis nos séculos XIX e XX
Um problema antigo e complexo, em Florianópolis, é a destinação final dos resíduos sólidos. No século XIX, em 1830, foi aprovada uma lei determinando que o lixo urbano fosse lançado nos rios e no mar. Naquela época ainda não havia um local destinado ao descarte correto e os moradores jogavam, em qualquer lugar, os detritos (…)
O serviço de remoção de lixo, em Florianópolis, só teve início no ano de 1877 e era executado por particulares, com carroções puxados a burro. O destino final eram as praias da Baia Norte. Mais tarde, mais precisamente em 1914, para acabar com o acúmulo de lixo nas praias, foi construído, próximo à ponte Hercílio Luz, o “forno do lixo”, que funcionou durante quase meio século (…)
Com o aumento da população e consequente aumento da produção de resíduos, em 1958 surgiu o “lixão” da cidade. Os resíduos passaram a ser descartados no manguezal de Itacorubi (…) Foi assim durante mais de 30 anos, acarretando sérios problemas de Saúde Pública e de degradação do mangue. (…)
A partir de 1986, durante as discussões para acabar com o “lixão” do Itacorubi, foram implementadas (…) as primeiras experiências de coleta seletiva. Nos anos seguintes, 1987 e 1988, essas inciativas evoluíram para a formalização do Projeto Beija-flor, com tratamento e destinação dos resíduos nas próprias comunidades. (…)
Após a coleta seletiva, a cada tipo de lixo era dada a destinação mais adequada: o material seco era comercializado, o material orgânico era tratado por meio da compostagem (…) e os resíduos eram encaminhados ao ponto de coleta convencional mais próximo.
Florianópolis – a evolução da limpeza pública; Revista História Catarina, ano XIII, número 96, páginas 44 e 45; foto: Biblioteca do IBGE.
Rui Iwersen
Soluções preconizadas pelo Giec para a degradação ambiental
Quatro grandes categorias de soluções são preconizadas. A primeira engloba as estratégias de evitamento. Trata-se parar de desmatar e de destruir zonas úmidas e outras. É preciso também limitar as perdas agrícolas e o desperdício alimentar que se elevam a mais de 25% da produção no mundo. (…)
A segunda categoria de soluções diz respeito à melhora da gestão dos sistemas agrícolas, dos sistemas pastoris, das florestas. Certas práticas emitem menos gás de efeito estufa que outras e estocam mais CO2. (…) Nós as agrupamos sob os termos de agroecologia, de agroflorestação, etc. Trata-se de levar mais em conta os ecossistemas no seu conjunto, e de misturar, por exemplo, culturas ou pastoreio com plantas arbustivas perenes. (…)
A terceira categoria agrupa os sistemas alerta. Temos sistemas de alerta precoce, que permitem reagir rápido quando um incêndio inicia, que uma inundação se anuncia ou quando uma insto predador penetra numa região e ameaça arruinar as colheitas. Mas Também sistemas de alerta a médio prazo quando terras mostram sinais de degradação extrema ou que espécies são ameaçadas de extinção. (…)
Enfim, a quarta categoria diz respeito aos nossos hábitos alimentares. Os regimes alimentares que incluem uma forte proporção de cereais, de nozes, de legumes e de frutas da estação tem geralmente uma pegada de carbono 10 a 100 vezes menor que o regime da carne. Mais da metade das emissões de metano provém dos ruminantes (bovinos, ovelhas e cabras) e dos arrozais. (…)
La Recherche, nº 553, novembre 2019; Dossier spécial: Climat – faire face à l’urgence; entrevista com Nathalie de Noblet-Ducoudré, páginas 34 e 35; tradução livre de Rui Iwersen; Foto: Bayer Jovens
Rui Iwersen, Oceano Atlântico, aproximando de Salvador.
Os custos da degradação dos solos e das mudanças climáticas
(…) Salvar nossas terras e lutar contra as mudanças climáticas representa uma revolução, mas ela está ao nosso alcance. Segundo os especialistas na questão, é realizável. Trata-se hoje de vontade política e financeira.
O relatório [solos e clima do Giec – Grupo de especialistas intergovernamental sobre a evolução do clima] sublinha, aliás, que o custo da não ação – os custos da degradação dos solos e das mudanças climáticas – ultrapassa de uma a duas vezes o custo das medidas que nós podemos colocar em prática de modo a remediar a situação.
Segundo certos estudos, as medidas podem mesmo ser fontes de lucro: 1 dólar investido hoje na restauração de zonas áridas pode trazer 3 a 6 dólares sob a forma de serviços ecossistêmicos (ou serviços ecológicos – os benefícios que os humanos retiram dos ecossistemas) amanhã. O mundo financeiro e econômico deve tomar consciência disto.
Quanto mais esperamos e tanto mais a degradação das terras se acentua, mais diminuímos a capacidade de nossas terras de absorver CO2. Nós nos aproximamos do point de non-retour. (…)
La Recherche, nº 553, novembre 2019; Dossier spécial: Climat – faire face à l’urgence; página 35; tradução livre de Rui Iwersen; Foto: G1
Rui Iwersen, do navio MSC Seaview, navegando entre Tenerife e Salvador.
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[…] Aos leitores do JSA sugerimos que acompanhem as “Reflexões ecológicas” do coordenador e dos colaboradores de GaiaNet, começando, talvez, pela leitura da Ação Ecológica 6 sobre Saúde Ambiental”. […]
Acho interessante que haja alguém se preocupando em achar soluções que faça surgir um equilibrio entre o homem e o meio ambiente, porque quando pensamos na natureza e sua preservação, esquecemos o homem.
È necessário que protejamos o meio ambiente, para que no futuro não muito distante se viva em harmonia.