Série de GaiaNet nº 21
1501 – O Brasil depois de Cabral – nº13
Da região de Santarém vêm objetos de cerâmica sul-americanos com idade entre 8 mil e 7 mil anos
A região de Santarém é altamente relevante para a nossa narrativa por abrigar, por exemplo, algumas das datações mais antigas de indícios de presença humana na Amazônia (pouco mais de 10 mil anos), obtidas no município de Monte Alegre, onde há ainda pinturas rupestres das mais interessantes.
E sérios candidatos a mais velhos objetos de cerâmica sul-americanos, com idade entre 8 mil e 7 mil anos, também vêm daquelas bandas, do sítio arqueológico de Taperinha.
Reinaldo José Lopes, 1499 – O Brasil antes de Cabral, Editora Harper Collins, página 133; foto: Povos Indígenas do Brasil
Rui Iwersen, editor de GaiaNet
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Série de GaiaNet nº 20
Saúde do Planeta nº 21
Cientistas criaram uma versão alterada da enzima PETase para produzir um plástico novo
Em abril deste ano [2022], cientistas da Universidade do Texas criaram uma versão alterada da enzima [PETase], que se chama FAST-PETase e funciona incrivelmente bem: basta aplicá-la sobre o plástico, deixar o material numa temperatura de 30 a 50 graus (fácil de atingir e manter num galpão ou tonel levemente aquecido, por exemplo), e a natureza faz todo o resto.
Um a sete dias depois, dependendo da temperatura ambiente, você tem plástico novo. Sem precisar derreter o material, usar aditivos nem lidar com substâncias tóxicas. E a enzima não só decompõe o plástico, ela o refaz: repolimeriza as moléculas do material, montando novamente as cadeias de átomos que formam o PET (e o tornam tão flexível e resistente).
Super Interessante, Edição 446, dezembro de 2022, O futuro do plástico, página 30; foto: Mais Polímeros
Rui Iwersen
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Série de GaiaNet nº 21
1501 – O Brasil depois de Cabral – nº12
Segundo uma estimativa haveria 8 milhões de pessoas na região amazônica em 1500
A Amazônia do começo do século XVI (e dos séculos anteriores) realmente estava cheia de gente. Segundo uma estimativa relativamente conservadora publicada em 2015, haveria 8 milhões de pessoas na região em 1500. A conta inclui também as áreas localizadas fora do Brasil, em países como Colômbia, Peru e Bolívia.
(…) sabemos que havia seres humanos vivendo por lá pelo menos desde o fim do Pleistoceno/começo do Holoceno (ou seja, quando termina a Era do Gelo). Sabemos também que o cultivo dos vegetais que ainda são a base da dieta dos nativos amazônicos – como a indefectível mandioca – inicia-se nos primeiros milênios do Holoceno, uns oito mil anos atrás, ou mesmo antes.
Reinaldo José Lopes, 1499 – O Brasil antes de Cabral, Editora Harper Collins, página 132; foto: WWF Brasil
Rui Iwersen, editor de GaiaNet
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Série de GaiaNet nº 20
Saúde do Planeta nº 20
Em 2016, cientistas descobriram uma “bactéria comedora de plástico”
Em 2016, cientistas descobriram uma “bactéria comedora de plástico”. Um grupo de pesquisadores estava testando amostras do solo perto de uma usina de reciclagem de garrafas PET na cidade de Sakai, no Japão. Eles encontraram uma bactéria capaz de “comer” esse material, transformando-o em energia para sobreviver.
O micróbio foi batizado de Ideonella sakaiensis, e passou a ser estudado em laboratório. O segredo dessa bactéria está numa enzima que ela produz: a PETase, que decompõe esse tipo de plástico. Nos anos seguintes, outras pesquisas descobriram dezenas de PETases, fabricadas por vários micro-organismos. Elas decompõem o plástico em poucos dias – acelerando muito a degradação natural, que leva séculos.
Super Interessante, Edição 446, dezembro de 2022, O futuro do plástico, página 30; foto: Pensamento verde
Rui Iwersen
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Série de GaiaNet nº 21
1501 – O Brasil depois de Cabral – nº11
Parece que eles não têm crença e que seriam logo cristãos
Quando saímos do batel, disse o Capitão que seria bom irmos direitos à Cruz, que estava encostada a uma árvore, junto com o rio, para se erguer amanhã, que é sexta-feira, e que nos puséssemos todos de joelhos e a beijássemos para eles verem o acatamento que lhe tínhamos. E assim fizemos.
A esses dez ou doze que aí estavam, acenaram-lhe que fizesse assim, e foram logo todos beijá-la.
Parece-me gente de tal inocência que, se homem os entendesse e eles a nós, seriam logo cristãos, porque eles, segundo nos parece, não tem, nem entendem em nenhuma crença.
Pero Vaz de Caminha, A Carta, abril de 1500, Editora Vozes, Rio de Janeiro, 2019, página 41; foto: Padre Paulo Ricardo
Rui Iwersen, editor de GaiaNet
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Saúde do Planeta nº 19
O projeto de retirada de plástico da Grande Ilha de Lixo do Pacífico usa grandes redes, presas em flutuadores, para capturar os resíduos
Há outras formas de lidar com o problema [de reciclagem dos plásticos], como o projeto Ocean Cleanup, que foi criado pelo holandês Boyan Slat e já fez as primeiras retiradas de plástico da Grande Ilha de Lixo do Pacífico. Ele usa grandes redes, presas em flutuadores, para capturar os resíduos.
O objetivo é acabar com a ilha de lixo por meio de um trabalho pontual e persistente, de “formiguinha”. Após anos de testes, o projeto começou para valer em 2021, quando realizou 45 coletas – que pegaram 101 toneladas de plástico, ao todo.
Seus criadores preparam um sistema aperfeiçoado, com mais capacidade. Mas eles ainda têm um longo caminho pela frente: afinal, a ilha é formada por 80 mil toneladas de lixo.
Super Interessante, Edição 446, dezembro de 2022, O futuro do plástico, página 29; foto: Razões para Acreditar
Rui Iwersen
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1501 – O Brasil depois de Cabral – nº10
Nós desejávamos saber se na terra havia ouro
Depois andou o Capitão para cima ao longo do rio, que corre sempre chegado à praia. Ali esperou um velho, que trazia na mão uma pá de almadia.
Falava, enquanto o Capitão esteve com ele, perante nós todos, sem nunca ninguém o entender, nem ele a nós quantas coisas que lhe demandávamos acerca de ouro, que nós desejávamos saber se na terra havia.
Pero Vaz de Caminha, A Carta, abril de 1500, Editora Vozes, Rio de Janeiro, 2019, página 28; foto: Jovem Pan
Rui Iwersen, editor de GaiaNet
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Saúde do Planeta nº 18
Muitos plásticos não podem ser reciclados
Muitos plásticos simplesmente não podem ser reciclados, por suas propriedades físicas. Outros contêm substâncias que deixam o processo bem mais complexo.
Das sete categorias de plástico, somente o PET e o polietileno de alta densidade, ou HDPE, são recicladas em escala comercial. Nos demais casos, geralmente existe algum problema que complica ou impede isso. O poliestireno (isopor), por exemplo, é considerado inviável de reciclar, porque seu transporte é caro (…) e ele se esfarela facilmente durante o manuseio. (…)
Já o PVC contém cloro, que é liberado na forma de gás tóxico quando esse plástico é aquecido. O polipropileno dos canudos e potes de margarina não sobrevive bem à reciclagem; fica fraco demais. E diversos outros plásticos contêm resinas misturadas – o que torna sua reciclagem inviável.
Super Interessante, Edição 446, dezembro de 2022, O futuro do plástico, página 28; foto: Brasil 247
Rui Iwersen
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1501 – O Brasil depois de Cabral – nº9
O Capitão-mor perguntou se lhes parecia bem tomar aqui por força um par destes homens para os mandar a Vossa Alteza
E [o Capitão-mor] perguntou a todos se nos parecia bem mandar a nova do achamento desta terra a Vossa Alteza pelo navio de mantimentos, para a melhor a mandar descobrir e saber dela mais do que nós agora podíamos saber, por irmos de nossa viagem.
E entre muitas falas que no caso se fizeram, foi por todos ou a maior parte dito que seria muito bem. E nisto concluíram. E tanto que a conclusão foi tomada, perguntou mais se lhes parecia bem tomar aqui por força um par destes homens para os mandar a Vossa Alteza, deixando aqui por eles outros dois destes degredados.
Sobre isto acordaram que não era necessário tomar por força homens (…)
Pero Vaz de Caminha, A Carta, abril de 1500, Editora Vozes, Rio de Janeiro, 2019, página 24; foto: Jornal da USP
Rui Iwersen, editor de GaiaNet
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Saúde do Planeta nº 17
A Grande Ilha de Lixo do Pacífico soma mais de 80 toneladas de plástico
A Grande Ilha de Lixo do Pacífico fica entre a costa oeste dos EUA e o Japão, e é formada por mais de 1,8 trilhão de detritos, que somam mais de 80 toneladas de plástico e se estendem por 1,6 milhão de quilômetros quadrados – o tamanho do estado do Amazonas.
A ilha se formou ali porque o Giro do Pacífico Norte é um conjunto de correntes marítimas, que puxam e seguram o lixo. Os resíduos mais antigos datam de 1977. E, segundo um estudo publicado em 2018 por cientistas holandeses, há evidências concretas de que a ilha segue crescendo.
Aproximadamente 46% do material veio de redes de pesca que se romperam – sim, elas também são feitas principalmente de plástico.
Super Interessante, Edição 446, dezembro de 2022, O futuro do plástico, página 27; foto: AlmA Londrina Rádio Web
Rui Iwersen
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1501 – O Brasil depois de Cabral – nº 8
Depois de acabada a missa, os nativos começaram a saltar e dançar um pedaço
Enquanto estivemos à missa e à pregação, seria na praia outra tanta gente, pouco mais ou menos como a de ontem, com seus arcos e setas, a qual andava folgando.
E olhando-nos, sentaram-se. E, depois de acabada a missa, assentados nós à pregação, levantaram-se muitos deles, tangeram corno ou buzina, e começaram a saltar e dançar um pedaço.
Pero Vaz de Caminha, A Carta, abril de 1500, Editora Vozes, Rio de Janeiro, 2019, página 21; foto: Aventuras na História
Rui Iwersen, editor de GaiaNet
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Saúde do Planeta nº 16
A humanidade fabrica 400 milhões de toneladas de plástico por ano
(…) o plástico segue emporcalhando o planeta. A cada ano, a humanidade fabrica 400 milhões de toneladas dele, que se somam aos 9,2 bilhões já produzidos.
Segundo dados da ONU, apenas 10% do plástico é reciclado (outros 14% são incinerados para gerar energia, liberando CO2 e substâncias químicas). Todo o resto vai parar em lixões e nos oceanos, onde leva centenas de anos para se decompor.
Super Interessante, Edição 446, dezembro de 2022, O futuro do plástico, página 24; foto: InfoEscola
Rui Iwersen
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1501 – O Brasil depois de Cabral – nº 7
No domingo de Páscoa determinou o Capitão de ir ouvir missa e pregação naquele ilhéu
Ao domingo de Pascoela pela manhã, determinou o Capitão de ir ouvir missa e pregação naquele ilhéu. Mandou a todos os capitães que se apresentassem nos batéis [barcos] e fossem com ele. E assim foi feito.
Mandou naquele ilhéu armar um esperável [toldo], e dentro dele um altar mui bem corregido. E ali com todos nós outros fez dizer missa, a qual foi dita pelo padre Henrique, em voz entoada, e oficiada com aquela mesma voz pelos outros padres e sacerdotes, que todos eram ali. A qual missa, segundo meu parecer, foi ouvida por todos com muito prazer e devoção.
Ali era com o Capitão a bandeira de Cristo, com que saiu de Belém, a qual esteve sempre levantada, da parte do Evangelho.
Pero Vaz de Caminha, A Carta, abril de 1500, Editora Vozes, Rio de Janeiro, 2019, página 20; foto: Das Artes
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1501 – O Brasil depois de Cabral – nº 6
O nativo acenava para a terra e de novo para o colar do Capitão, como dizendo que dariam ouro por aquilo
Viu um deles umas contas de rosário, brancas; acenou que lhas dessem, folgou muito com elas, e lançou-as ao pescoço. Depois tirou-as e enrolou-as no braço e acenava para a terra e de novo para as contas e para o colar do Capitão, como dizendo que dariam ouro por aquilo. Isto tomávamos nós assim por assim o desejarmos.
Mas se ele queria dizer que levaria as contas e mais o colar, isto não o queríamos nós entender, porque não lho havíamos de dar. E depois tornou as contas a quem lhas dera.
Pero Vaz de Caminha, A Carta, abril de 1500, Editora Vozes, Rio de Janeiro, 2019, página 14; foto: Portal do Bitcoin
Rui Iwersen, editor de GaiaNet
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1501 – O Brasil depois de Cabral – nº 5
“Descobridores” manifestam cobiça pelo ouro e a prata da terra
[Os nativos] Entraram. Mas não fizeram sinal de cortesia, nem de falar ao Capitão nem a ninguém. Porém um deles pôs o olho no colar do Capitão, e começou de acenar com a mão para a terra e depois para o colar, como que nos dizendo que ali havia ouro. Também olhou para um castiçal de prata e assim mesmo acenava para a terra e novamente para o castiçal como se lá também houvesse prata.Mostraram-lhes um papagaio pardo que o Capitão traz consigo; tomaram-no logo na mão e acenaram para a terra, como quem diz que os havia ali. Mostraram-lhes um carneiro: não fizeram caso. Mostraram-lhes uma galinha, quase tiveram medo dela: não lhe queriam pôr a mão; e depois a tomaram como que espantados.
Pero Vaz de Caminha, A Carta, abril de 1500, Editora Vozes, Rio de Janeiro, 2019, páginas 12 e 13; foto: Minas Jr
Rui Iwersen, editor de GaiaNet
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1501 – O Brasil depois de Cabral – nº 4
Pero Vaz de Caminha descreve a terra e o povo que “achou”.
Andam nus, sem nenhuma cobertura; nem estimam de cobrir ou de mostrar suas vergonhas
(…) e tomou dois daqueles homens da terra, mancebos e de bons corpos, que estavam numa almadia [embarcação rústica usada pelos indígenas]. Um deles trazia um arco e seis ou sete setas; mas de nada lhes serviram. Trouxe-os logo, já de noite, ao Capitão, em cuja nau foram recebidos com muito prazer e festa.
A feição deles é serem pardos, maneira de avermelhados, de bons rostos e bons narizes, bem feitos. Andam nus, sem nenhuma cobertura. Nem estimam de cobrir ou de mostrar suas vergonhas; e nisso têm tanta inocência como em mostrar o rosto.
Pero Vaz de Caminha, A Carta, abril de 1500, Editora Vozes, Rio de Janeiro, 2019, páginas 10 e 11; foto: BBC
Rui Iwersen, editor de GaiaNet
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1501 – O Brasil depois de Cabral nº 3
Pero Vaz de Caminha descreve a terra e o povo que “achou”.
Um deles deu-lhe um sombreiro de penas de ave com uma copazinha de penas vermelhas e pardas como de papagaio
Eram pardos, todos nus, sem coisa alguma que lhes cobrisse suas vergonhas. Nas mãos traziam arcos com suas setas. Vinham todos rijos sobre o batel; e Nicolau Coelho lhes fez sinal que pousassem os arcos. E eles os pousaram.
Ali não pode deles haver fala, nem entendimento de proveito, por o mar quebrar na costa. Somente deu-lhes um barrete vermelho e uma carapuça de linho que levava na cabeça e um sombreiro preto. Um deles deu-lhe um sombreiro de penas de ave, compridas, com uma copazinha de penas vermelhas e pardas como de papagaio; e outro deu-lhe um ramalhete grande de continhas brancas, miúdas, que querem parecer de aljaveira [árvore de cujas sementes se fazem contas semelhantes às de aljôfar], as quais creio que o Capitão manda a Vossa Alteza, e com isto se volveu às naus por ser tarde e não poder haver deles mais fala, por causa do mar.
Pero Vaz de Caminha, A Carta, abril de 1500, Editora Vozes, Rio de Janeiro, 2019, páginas 8 e 9; foto: Toda Matéria
Rui Iwersen, editor de GaiaNet
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1501 – O Brasil depois de Cabral nº 2
Pero Vaz de Caminha descreve a terra e o povo que “achou”.
Os homens que avistamos eram pardos, todos nus, sem coisa alguma que lhes cobrisse suas vergonhas
Neste dia [22 de abril], a hora de véspera, houvemos vista de terra. Primeiramente dum grande monte, mui alto e redondo; e doutras serras mais baixas ao sul dele; e de terra chã, com grandes arvoredos; ao monte alto o capitão pôs o nome – o Monte Pascal e à terra – a Terra de Vera Cruz. (…)
Dali avistamos homens que andavam pela praia, obra de sete ou oito, segundo disseram os navios pequenos, por chegarem primeiro. (…) E o Capitão-mor mandou em terra no batel a Nicolau Coelho para ver aquele rio. E tanto que ele começou de ir para lá, acudiram pela praia homens, quando aos dois, quando aos três, de maneira que, ao chegar o batel à boca do rio, já ali havia dezoito ou vinte homens.
Eram pardos, todos nus, sem coisa alguma que lhes cobrisse suas vergonhas. Nas mãos traziam arcos com suas setas. Vinham todos rijos sobre o batel; e Nicolau Coelho lhes fez sinal que pousassem os arcos. E eles os pousaram.
Pero Vaz de Caminha, A Carta, abril de 1500, Editora Vozes, Rio de Janeiro, 2019, páginas 7 e 8; foto: Século Diário.
Rui Iwersen, editor de GaiaNet
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1501 – O Brasil depois de Cabral nº 1
Pero Vaz de Caminha descreve a terra e o povo que “achou”.
Dou conta a Vossa Alteza a nova do achamento desta vossa terra nova, que ora nesta navegação se achou
Senhor,
Posto que o Capitão-mor desta vossa frota, e assim os outros capitães escrevam a Vossa Alteza a nova do achamento desta vossa terra nova, que ora nesta navegação se achou, não deixarei também de dar disso minha conta a Vossa Alteza, assim como eu melhor puder, ainda que – para o bem contar e falar – o saiba pior que todos fazer.
Tome Vossa Alteza, porém, minha ignorância por boa vontade, e creia bem por certo que, para aformosear nem afear, não porei aqui mais do que aquilo que vi e me pareceu. (…)
Pero Vaz de Caminha, A Carta, abril de 1500, Editora Vozes, Rio de Janeiro, 2019, página 5 (1ª frase da Carta); foto: BBC
Rui Iwersen, editor de GaiaNet
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Série de GaiaNet nº 21
1501 – O Brasil depois de Cabral
O que os portugueses fizeram para construir o Brasil, como fizeram, a que preço, e por quê deste modo? Vejamos nesta nova Série de GaiaNet!
No livro 1499, o repórter historiador Reinaldo José Lopes mostra como era “o Brasil antes de Cabral”, e como, infelizmente, ficou depois do “achamento” da “nova terra”, que “o capitão pôs o nome de a Terra da Vera Cruz”, como diz Caminha. Neste livro, o autor, estudioso da pré-história, descreve como viveram por cerca de 12 mil anos os povos que habitavam o continente sul americano, e também como viveram, lutaram e morreram nossos indígenas após a colonização europeia, impregnada de valores nacionalistas, dominantes, maquiavélicos.
Em 1500, Pero Vaz de Caminha escreve A Carta a “vossa Alteza”, o rei de Portugal. Nesta carta ele descreveu como eram e como viviam os nativos “pardos, todos nus, sem coisa alguma que lhes cobrisse suas vergonhas”. Ele descreve ao novo proprietário como é a nova terra achada, e como são e como vivem os nativos “desta vossa nova terra”.
No livro O Príncipe, Maquiavel descreve como eram os europeus no século XVI, mostra o nacionalismo nascente e o poder dos governantes sobre os subordinados, e nos ajuda a entender o Epílogo do livro 1499: “Por que o Brasil pré-histórico foi derrotado”, triste capítulo do qual extraí textos para esta Série.
1501, a nova Série de GaiaNet, terá cerca de 20 pequenos artigos extraídos destes 3 livros. Iniciarei dia 30 de dezembro com trechos de A Carta que mostram como eram os indígenas do continente com os quais os portugueses tiveram contato, continuarei com trechos do livro 1499, especialmente do Epílogo deste livro que mostram o que aconteceu na relação dos dominantes sobre os povos dominados, e concluirei com citações de Maquiavel aconselhando os príncipes europeus a manter e expandir seus domínios. Veremos, então, como eram os seres humanos que viviam no continente, como eram os “descobridores” dominantes, o que aconteceu aos povos originários, por quê, e como os povos que restaram estão vivendo ou sobrevivendo hoje.
Esta Série será editada a cada 15 dias na página https://gaianet.com/saude-ambiental/, em outras páginas de GaiaNet – www.gaianet.com – e em suas paginas do Facebook (@gaianet.com) e Instagram (@bloggaianet).
Boa leitura, boas reflexões e boas ações pela possível existência pacífica e saudável dos nossos povos originários, os primeiros brasileiros, os frutos da terra e guardiões de nossas florestas.
Fonte da foto de fundo: Fundação 1º de Maio
Rui Iwersen, editor de GaiaNet
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Série de GaiaNet nº 20
Saúde do Planeta nº 15
A falta de chuva e a seca em regiões da Somália exacerbam a “lacuna da fome”
O aumento das chuvas por causa da mudança climática também causou inundações em algumas regiões do Níger. (…) No outro extremo, a falta de chuva e a seca em regiões da Somália exacerbam a “lacuna da fome”, ou o período de escassez entre as colheitas.
Em Madagascar, o desmatamento agravou uma seca devastadora, impactando severamente a colheita. Nesses locais, nossas equipes também responderam a altos níveis de desnutrição.
Informação Especial, Médicos Sem Fronteiras, Relatório anual 2021, Desnutrição, página 10; foto: G1
Rui Iwersen, médico
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Saúde do Planeta nº 14
A mudança nos padrões de chuva está afetando a produção de alimentos e suscitando a disseminação de doenças infecciosas
O aumento das chuvas por causa da mudança climática também causou inundações em algumas regiões do Níger. Pelo segundo ano consecutivo, vimos um número excepcionalmente alto de pacientes com malária e desnutrição em Niamey, capital do país.
A mudança nos padrões de chuva está afetando a produção de alimentos e suscitando a disseminação de doenças infecciosas, como a malária. E a combinação mortal de malária e desnutrição atinge fortemente as crianças menores de 5 anos de idade.
Informação Especial, Médicos Sem Fronteiras, Relatório anual 2021, Desnutrição, página 10; foto: DW
Rui Iwersen, médico
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Saúde do Planeta nº 13
A desnutrição pode levar a um sistema imunológico enfraquecido
Em 2021, pelo terceiro ano consecutivo, graves inundações atingiram duramente o Sudão do Sul, e a escassez de alimentos nos campos tem se agravado.
Em fevereiro de 2022, milhares de pessoas chegaram após confrontos mortais forçarem-nas a deixar suas casas em Agok. A terrível situação nos levou a fazer algo fora de nossas atividades médicas regulares: fornecemos cerca de 500 toneladas de alimentos. Administramos ainda clínicas móveis em seis locais, onde vemos crianças muito doentes com malária e doenças diarreicas e, mais recentemente, com desnutrição, de maneira crescente.
A desnutrição pode levar a um sistema imunológico enfraquecido, o que significa que as crianças são mais vulneráveis a doenças. Essas doenças podem levar a mais desnutrição, criando, assim, um ciclo vicioso.
Informação Especial, Médicos Sem Fronteiras, Relatório anual 2021, Desnutrição, página 10; foto: Olhar Jornalístico
Rui Iwersen, médico
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Saúde do Planeta nº 12
Médicos Sem Fronteiras trataram cerca de 31 mil crianças com desnutrição aguda grave no noroeste da Nigéria
Desde 2020, o conflito no estado de Katsina, Nigéria, aumentou de intensidade; isso impacta as atividades agrícolas e, portanto, a segurança alimentar da população – muitos abandonam seus campos por medo de serem atacados durante a agricultura.
Em 2021, as equipes de Médicos Sem Fronteiras (MSF) trataram cerca de 31 mil crianças com desnutrição aguda grave no noroeste do país. Já em 2022, somente até julho, tratamos 52.955. No mesmo período, também foram atendidas 24.658 crianças com desnutrição aguda moderada.
Informação Especial, Médicos Sem Fronteiras, Relatório anual 2021, Desnutrição, página 10; foto: Mundo Nipo
Rui Iwersen, médico
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Saúde do Planeta nº 11
Cerca de 828 milhões de pessoas foram afetadas pela fome em 2021
Em 2021, 82 mil crianças com desnutrição grave foram admitidas em programas de nutrição de Médicos Sem Fronteiras (MSF).
Em decorrência de guerras, conflitos e violência, deslocamentos forçados, escassez de água ou inundações, impossibilitando a produção e o cultivo de alimentos e diminuindo os meios de subsistência da população, a insegurança alimentar assola milhões de pessoas no mundo.
Um relatório da Organização das Nações Unidas (ONU) apontou que cerca de 828 milhões de pessoas foram afetadas pela fome em 2021. E, em muitos dos locais onde MSF atua, o contexto é alarmante.
Informação Especial, Médicos Sem Fronteiras, Relatório anual 2021, Desnutrição, página 10; foto: Jornal do Estado do Rio
Rui Iwersen, médico
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Saúde do Planeta nº 10
Médicos Sem Fronteiras tem operações em vários locais de pontos críticos climáticos
As regiões que passam por fortes choques climáticos costumam abrigar comunidades densamente povoadas e empobrecidas. Esses locais de pontos críticos incluem grandes deltas de rios no sul da Ásia, regiões semiáridas da África e do Oriente Médio; geleiras e bacias hidrográficas na Ásia Central; ilhas baixas e regiões costeiras vulneráveis ao aumento do nível do mar; e áreas cada vez mais afetadas por eventos climáticos extremos, incluindo América Central, Caribe e Pacífico.
Médicos Sem Fronteiras (MSF) tem operações de grande escala em vários desses locais de pontos críticos climáticos e responde continuamente ao deslocamento da população causado por tempestades, enchentes e secas, incluindo Haiti, Bangladesh, Nigéria, Somália e Iêmen.
Informação, Médicos Sem Fronteiras, nº 49, janeiro 2022, Saúde do Planeta – A crise climática é uma crise humanitária e de saúde, página 8; foto: CicloVivo
Rui Iwersen, médico
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Saúde do Planeta nº 9
Com a mudança climática, mais lugares se tornam inabitáveis
A mudança climática está influenciando cada vez mais a mobilidade humana, á medida que mais lugares se tornam inabitáveis.
Estima-se que, até 2050, 2 milhões e meio de pessoas sejam acrescentadas aos ambientes urbanos – onde podem enfrentar o desafio de viver em periferias superlotadas e pouco higiênicas -, com 90% desse aumento ocorrendo na Ásia e na África.
Informação, Médicos Sem Fronteiras, nº 49, janeiro 2022, Saúde do Planeta – A crise climática é uma crise humanitária e de saúde, página 8; foto: A Referência; África
Rui Iwersen, médico
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Série de GaiaNet nº 20
Saúde do Planeta nº 8
Doenças transmitidas pela água
Quando eventos climáticos extremos, como ciclones e inundações, ocorrem, eles podem provocar ferimentos, morte e doenças potencialmente letais, como a cólera, que, junto com a hepatite E e a gastroenterite viral, entre outras, pode espalhar-se pela água e pelos alimentos.
A população de Bentiu, ao norte do Sudão do Sul, está enfrentando surtos de doenças infecciosas e transmitidas pela água, aumento de insegurança alimentar e desnutrição em razão de algumas das enchentes mais graves das últimas décadas. Mais de 800 mil pessoas em todo o país foram afetadas pelas inundações.
Informação, Médicos Sem Fronteiras, nº 49, janeiro 2022, Saúde do Planeta – A crise climática é uma crise humanitária e de saúde, página 7; foto: Jornal do Comércio (Quênia)
Rui Iwersen, médico
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Série de GaiaNet nº 20
Saúde do Planeta nº 7
Vemos doenças transmitidas por vetores em ambientes urbanos em uma escala maior
Na América Central, no final de 2020, os furacões Eta e Iota danificaram ou destruíram mais de 120 centros de saúde em Honduras. Dois milhões de pessoas ficaram com o acesso a cuidados limitado ou nulo.
Hospitais lutavam para acomodar pacientes com COVID-19, enquanto um surto de dengue – o pior em 50 anos – provocado por mosquitos resistentes atingia a população. Agora, vemos doenças transmitidas por vetores em ambientes urbanos em uma escala maior.
Informação, Médicos Sem Fronteiras, nº 49, janeiro 2022, Saúde do Planeta – A crise climática é uma crise humanitária e de saúde, página 7; foto: Jornal NH
Rui Iwersen, médico
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Dia Mundial de Limpeza de Rios e Praias
O Dia Mundial da Limpeza é um movimento cívico que une 191 países e milhões de pessoas em todo o mundo para limpar o planeta. Em um único dia!
No dia 17 de setembro de 2022, o Dia Mundial da Limpeza acontecerá pela 5ª vez. Desde 2018, 50 milhões de pessoas saíram e limparam suas cidades, rios e comunidades dos resíduos.
Fonte: LimpaBrasil.org; Calendário ecológico de GaiaNet
Série de GaiaNet nº 20
Saúde do Planeta nº 6
A mudança climática causará aproximadamente 15 milhões de casos adicionais de malária a cada ano
Quando o tempo se torna mais quente e os padrões de chuva mudam, os insetos – como mosquitos que transmitem doenças como malária, dengue e chikungunya – reproduzem-se mais rapidamente e sobrevivem em lugares onde não sobreviviam antes, expondo mais pessoas a essas doenças potencialmente mortais.
Estima-se que a mudança climática causará aproximadamente 15 milhões de casos adicionais de malária a cada ano. Os casos de dengue aumentaram 10 vezes nos últimos 20 anos, e o vírus está agora presente em mais de 100 países.
A mudança do clima também significa que veremos mais carrapatos e as enfermidades que carregam, como a doença de Lyme.
Informação, Médicos Sem Fronteiras, nº 49, janeiro 2022, Saúde do Planeta – A crise climática é uma crise humanitária e de saúde, páginas 6 e 7; foto: Revista Galileu
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Saúde do Planeta nº 5
Instabilidade política e condições climáticas extremas levam a crises humanitárias no mundo
Ao longo de 20 anos de conflito, a instabilidade política e as condições climáticas extremas levaram a uma das crises humanitárias mais prolongadas do mundo na Somália.
Enchentes intensas e frequentes, secas e enxames de gafanhotos diminuíram os meios de subsistência da população e comprometeram a segurança alimentar, atingindo principalmente as crianças.
Em resposta, Médicos Sem Fronteira administra um programa de combate à fome no sul da Somália que visa a prevenir e a tratar a desnutrição aguda durante a estação de escassez por meio de vigilância ativa, triagem e atendimento ambulatorial.
Informação, Médicos Sem Fronteiras, nº 49, janeiro 2022, Saúde do Planeta – A crise climática é uma crise humanitária e de saúde, página 6; foto: Agrosmart
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Saúde do Planeta nº 4
As secas e o excesso de água aumentam a insegurança alimentar e a desnutrição
Quando há pouca água, não é possível cultivar e produzir alimentos. As secas aumentam a insegurança alimentar e a desnutrição. Por outro lado, o excesso de água pode gerar pragas e doenças que prejudicam as colheitas.
O aumento do nível do mar, ao trazer água salgada para as áreas costeiras, torna a agricultura impossível, o que também afeta os sistemas de produção de alimentos.
Em 2021, a Organização das Nações Unidas (ONU) anunciou que Madagascar estava prestes a enfrentar a primeira crise climática de fome no mundo.
Informação, Médicos Sem Fronteiras, nº 49, janeiro 2022, Saúde do Planeta – A crise climática é uma crise humanitária e de saúde, página 6; foto: Escola Kids – UOL
Rui Iwersen, médico
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Dia Mundial da Conservação da Natureza
O Dia Mundial da Conservação da Natureza foi criado pela Assembleia Geral das Nações Unidas e comemora-se a 28 de Julho. Este dia tem como objetivo chamar a atenção para os problemas da conservação da Natureza.
Fonte: Wikipédia, a enciclopédia livre
Editado originalmente na página Calendário Ecológico de GaiaNet
Série de GaiaNet nº 20
Saúde do Planeta nº 3
Madagascar prestes a enfrentar a primeira crise climática de fome no mundo
Em 2021, a Organização das Nações Unidas (ONU) anunciou que Madagascar estava prestes a enfrentar a primeira crise climática de fome no mundo.
Três anos consecutivos de seca afetaram gravemente as colheitas e o acesso aos alimentos em regiões ao sul do país. A seca também exacerbou a “estação de escassez” (período entre plantio e colheita) anual, resultando em uma grave crise alimentar e nutricional.
Em resposta, Médicos Sem Fronteiras (MSF) lançou um programa médico-nutricional, a fim de examinar e tratar comunidades com desnutrição aguda.
Informação, Médicos Sem Fronteiras, nº 49, janeiro 2022, Saúde do Planeta – A crise climática é uma crise humanitária e de saúde, página 6; foto: Notícias
Rui Iwersen, médico
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Saúde do Planeta nº 2
Após anos testemunhando como a mudança climática agravou crises sanitárias e humanitárias, precisamos falar sobre o que vemos
[Isso inclui] o aumento das doenças zoonóticas (transmitidas entre animais e pessoas), em razão de eventos climáticos extremos mais frequentes, como ciclones e furacões; e a desnutrição causada por secas e enchentes.“As equipes de Médicos Sem Fronteira (MSF) são compostas de profissionais médico-humanitários, não de cientistas climáticos, mas, após anos testemunhando diretamente como a mudança climática agravou crises sanitárias e humanitárias em diversos contextos onde atuamos, precisamos falar sobre o que vemos”, afirma Carol Devine, conselheira para assuntos humanitários e líder de inteligência climática de MSF.
Informação, Médicos Sem Fronteiras, nº 49, janeiro 2022, Saúde do Planeta – A crise climática é uma crise humanitária e de saúde, página 6; foto: ONU Brasil
Rui Iwersen, médico
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Série de GaiaNet nº 20
Saúde do Planeta nº 1
As equipes médico-humanitárias de Médicos Sem Fronteiras já estão respondendo a situações relacionadas com as mudanças climáticas
Médicos Sem fronteiras (MSF) atua em alguns dos ambientes mais vulneráveis ao clima no mundo. Em muitos países onde trabalhamos, nossas equipes médico-humanitárias já estão respondendo a situações relacionadas com as mudanças no meio ambiente.
Isso inclui o aumento de doenças infecciosas, como malária, dengue e cólera, resultado de alterações nos padrões de chuva e temperatura; o aumento das doenças zoonóticas (transmitidas entre animais e pessoas), em razão de eventos climáticos extremos mais frequentes, como ciclones e furacões; e a desnutrição causada por secas e enchentes.
Informação, Médicos Sem Fronteiras, nº 49, janeiro 2022, Saúde do Planeta – A crise climática é uma crise humanitária e de saúde, página 6; foto: Agência Brasil – EBC.
Rui Iwersen, médico
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Mais de 300 milhões de toneladas de plástico são produzidas no mundo todo ano
Segundo a “cosméticos veganos Sapé”, mais de 300 milhões de toneladas de plástico são produzidas no mundo todo ano, sendo que metade disso usada na fabricação de embalagens e objetos descartáveis do dia a dia.
E de todo o resíduo plástico produzido até hoje, somente 9% foi reciclado, cerca de 12% foi incinerado e o resto (79%) terminou em aterros sanitários, lixões, rios, florestas e oceanos.
Não custa lembrar que a fabricação de plástico não só consome água e petróleo como lança CO2 na atmosfera, considerado um gás poluente.
Fonte: Revista dos Vegetarianos, número 184, abril de 2022, Shampoos veganos, página 40; foto: UN News – the United Nations
Rui Iwersen
nº 19
O desafio ecológico nº 6
Dispomos de muito pouco tempo para nos desapegar dos combustíveis fósseis
Quando esse ciclo ultrapassar um limiar crítico, ele vai criar um impulso próprio irresistível, e todo o gelo das regiões polares derreterá mesmo que os humanos parem de queimar carvão, petróleo e gás. Por isso não basta que reconheçamos o perigo que enfrentamos. É crucial que façamos algo quanto a isso agora.
Infelizmente, em 2018, em vez de haver uma redução na emissão de gás de efeito estufa, a taxa global de emissão está aumentando. [e já estamos em 2022 e continua igual ou pior]
a humanidade dispõe de muito pouco tempo para se desapegar dos combustíveis fósseis. Temos de começar a desintoxicação hoje. Não no ano que vem ou no mês que vem, mas hoje.
Yuval Noah Hararari, 21 lições para o século 21, Companhia das Letras, 2018, Capítulo 7 – Nacionalismo – Problemas globais exigem respostas globais; O desafio ecológico, páginas 152 e 153. Foto: Climainfo
Rui Iwersen, médico planetário
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nº 19
O desafio ecológico nº 4
A mudança climática é uma realidade presente
Mesmo que a civilização se adapte posteriormente às novas condições, quem sabe quantas vítimas perecerão no processo de adaptação?
Este experimento aterrorizante já foi acionado. Ao contrário de uma guerra nuclear – que é um futuro potencial – , a mudança climática é uma realidade presente. Existe um consenso científico de que as atividades humanas, particularmente a emissão de gases de efeito estufa como o dióxido de carbono, estão fazendo o clima da terra mudar num ritmo assustador.
Ninguém sabe exatamente quanto dióxido de carbono podemos continuar lançando na atmosfera sem desencadear um cataclismo irreversível. Mas nossas melhores estimativas científicas indicam que a menos que cortemos dramaticamente a emissão de gases de efeito estufa nos próximos vinte anos, a temperatura média global se elevará em 2º C, o que resultará na expansão de desertos, no desaparecimento das calotas de gelo, na elevação dos oceanos e em maior recorrência de eventos climáticos extremos, como furacões e tufões.
Essas mudanças, por sua vez, vão desmantelar a produção agrícola, inundar cidades, tornar grande parte do mundo inabitável e despachar centenas de milhões de refugiados em busca de novos lares.
Yuval Noah Hararari, 21 lições para o século 21, Companhia das Letras, 2018, Capítulo 7 – Nacionalismo – Problemas globais exigem respostas globais; O desafio ecológico, página 152. Foto: Sustentável
Rui Iwersen, médico planetário
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Se não cuidarem da caatinga dentro de pouco tempo o sertão vai virar um deserto só
Conselhos do Padre Cícero aos nordestinos
“Não toquem fogo no roçado, nem na caatinga; não cacem mais e deixem os bichos viverem; não criem boi e nem bode soltos; façam cercados e deixem o pasto descansar para se refazer; não plantem em serra acima; nem façam roçado em ladeira muito em pé; deixem o mato protegendo a terra para que a água não a arraste e não se perca a sua riqueza; façam uma cisterna no oitão de suas casas para guardar a água da chuva; represem os riachos de cem em cem metros, ainda que seja com pedra solta; plantem cada dia pelo menos um pé de algaroba, de caju, de sabia ou outra árvore qualquer, até que o sertão todo seja uma mata só; aprendam a tirar proveito das plantas da caatinga, como a maniçoba, a favela e a jurema; elas podem ajudar vocês a viverem com a seca.
Se o sertanejo obedecer a estes preceitos, a seca vai aos poucos se acabando, o gado melhorando e o povo terá sempre o que comer; mas, se não obedecer, dentro de pouco tempo o sertão vai virar um deserto só.”
ᴘᴀᴅʀᴇ ᴄɪᴄᴇʀᴏ ʀᴏᴍᴀᴏ ʙᴀᴘᴛɪsᴛᴀ – 1844/1934
Matéria enviada pela colaboradora de GaiaNet Janine Mara Alves de Florianópolis
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COP 26 nº 5
Novos detalhes da COP sobre desmatamento
A grande promessa de acabar com o desmatamento até 2030, anunciada por mais de 100 países, começou a tomar forma mais clara à medida que vários governos anunciaram compromissos concretos.
O Reino Unido disse que comprometeria mais de R$ 10 bilhões ao longo de cinco anos para apoiar a promessa, incluindo auxílio para florestas tropicais na Indonésia e a Amazônia. E Biden prometeu mais de R$ 50 bilhões em nome dos Estados Unidos.
“Este plano é o primeiro de seu tipo, adotando uma abordagem de todo o governo e trabalhando com o Congresso para empregar financiamento dos EUA até 2030 para conservar e restaurar nossas florestas e mobilizar mais bilhões de nossos parceiros”, disse um porta voz.
Fonte: CNN Brasil – Internacional
Rui Iwersen, médico planetário
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Séries de GaiaNet nº 19
A Vingança de Gaia nº 7
Devemos estar preparados para um período quente tão longo quanto uma era glacial
As superfícies de terra e oceano, durante o período quente do Eoceno [de 55 milhões de anos a 35 milhões de anos], eram áridas, e talvez por isso o dióxido de carbono [CO2] maior tenha permanecido mais tempo no ar. Além disso, a Terra permaneceu quente porque outros mecanismos de resfriamento biológicos que atuam em uma Terra saudável foram desativados durante o período quente do Eoceno.
Se as condições agora equivalerem às das emissões do Eoceno, devemos estar preparados para um período quente tão longo quanto uma era glacial [10 mil anos], ou ainda mais.
Embora as condições iniciais do evento do Eoceno se assemelhem às atuais da Terra, existem duas diferenças importantes: o Sol está agora 0,5 por cento mais quente do que a 55 milhões de anos, o equivalente a cerca de 0,5ºC na temperatura global, e transformamos cerca de metade da superfície de terra do planeta de floresta natural em terra cultivável, cerrado e deserto, reduzindo assim a capacidade da Terra de se autoregular.
Agora, além de dióxido de carbono e metano, vários outros gases de estufa presentes no ar aumentam o aquecimento global, entre estes os CFCs, óxido nitroso e outros produtos da agricultura e indústria.
James Lovelock, A Vingança de Gaia, cap. 4 – Previsões para o Século XXI, 2006, Editora Intrínseca, Rio de Janeiro, 2006, página 65; foto: Blog da Pimenta
Rui Iwersen, médico planetário
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Aplicação de pesticidas agrícolas e a morte de pássaros
Raquel Carson argumentou [em seu livro Silent Spring – Primavera silenciosa – escrito na década de 1960], de forma convincente, que a aplicação desenfreada de pesticidas agrícolas vinha causando a morte generalizada de pássaros.
Ele mostrou como os pássaros, ao comerem insetos envenenados por pesticidas, se intoxicavam, e temia uma mortandade de pássaros tamanha que a primavera ficaria silenciosa.
James Lovelock, A Vingança de Gaia, Cap. 6 – Produtos químicos, alimentos e matérias-primas, 2006, Editora Intrínseca, Rio de Janeiro, 2006, página 107; foto: Escola Kids – UOL
Rui Iwersen, médico planetário
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Séries de GaiaNet nº 19
A Vingança de Gaia nº 6
O que corre mais risco é a civilização
A Terra já se recuperou de febres assim, e não há razão para achar que o que estamos fazendo destruirá Gaia, mas se continuarmos deixando as coisas como estão, nossa espécie poderá nunca mais desfrutar o mundo viçoso e verdejante que tinhamos faz apenas cem anos.
O que corre mais risco é a civilização; os seres humanos são resistentes o suficiente para que casais procriadores sobrevivam, e Gaia é ainda mais resistente. O que estamos fazendo a enfraquece, mas dificilmente a destruirá. Ela sobreviveu a catástrofes enormes em seus 3 bilhões de anos ou mais de vida. (…) Mas, se essas enormes mudanças ocorrerem, provavelmente poucos bilhões de seres humanos que agora proliferam sobreviverão.
Acho necessário repetir que o aumento gradual da temperatura do terceiro relatório do IPCC mostra uma mudança média estimada do clima global, mas o que ele não mostra são extremos imprevistos, incluindo inundações e tempestades fortíssimas. Devemos esperar mudanças climáticas de um tipo nunca antes imaginado, eventos únicos afetando apenas uma região.
James Lovelock, A Vingança de Gaia, cap. 4 – Previsões para o Século XXI, 2006, Editora Intrínseca, Rio de Janeiro, 2006, páginas 65 e 66; foto: WWF Brasil
Rui Iwersen, médico planetário
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Séries de GaiaNet nº 19
A Vingança de Gaia nº 5
Mudanças observáveis e mudanças previsíveis do planeta
As mudanças passíveis de ocorrer serão, à sua maneira diferente, tão grandes quanto ou ainda maiores do que aquela [do fim da última era glacial]. É verdade que o mar não pode subir mais que outros oitenta metros, a quantidade de água extra que seria liberada se o gelo da Groenlândia e Antártida derretesse.
Mas as tórridas condições do mundo reduziriam a produtividade da terra e mar restantes, e a perda de vegetação retardaria o grau de remoção de dióxido de carbono [CO2], sustentando assim a era mais quente por 100 mil anos ou mais.
As maiores mudanças observáveis até agora ocorrem no Ártico, como previsto no primeiro relatório do IPCC em 1990.
James Lovelock, A Vingança de Gaia, cap. 4 – Previsões para o Século XXI, 2006, Editora Intrínseca, Rio de Janeiro, 2006, página 60; foto: Águas do Algarve
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Em Defesa da Ciência nº 26
A história do clima e a composição da atmosfera da Terra
Existe agora uma grande variedade de atividades de monitoramento globais. As temperaturas do ar e do mar são medidas continuamente, bem como os gases da atmosfera, a cobertura de nuvens, o gelo flutuante e as geleiras, e a saúde dos ecossistemas no oceano e em terra. (…) Outra fonte importante de informações sobre a causa da mudança climática é o registro geológico a longo prazo. Aprendemos muito sobre a história do clima e a composição da atmosfera da Terra analisando gelo extraído das profundezas das geleiras da groenlândia e Antártida.
Ao cair sobre as geleiras, a neve carrega ar nos espaços entre os cristais. Cada nova queda de neve soterra a predecessora, de modo que o ar fica preso em pequenas bolhas lacradas compostas de gelo, formando um registro contínuo que retrocede à neve caída há 1 milhão de anos. As bolhas presas no gelo de núcleos perfurados nas geleiras fornecem amostras de atmosferas passadas, e sua análise revela a composição dessas atmosferas passadas.
Esse vasto banco de dados oferece agora um registro não apenas dos gases principais, oxigênio e nitrogênio, mas também de gases residuais, dióxido de carbono e metano. (…) Nesse grande depósito de informações, encontramos indícios que reforçam nossa afirmação de que temperatura e quantidade de dióxido de carbono [CO2] estão extreitamente relacionadas.
James Lovelock, A Vingança de Gaia, capítulo 4 – Previsões para o Século XXI, páginas 63 e 64; foto: Internacional – Estadão
Rui Iwersen, médico planetário
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Séries de GaiaNet nº 19
A Vingança de Gaia nº 3
Nossa presença está incapacitando nosso planeta
Como escreveu James Lovelock em outro livro:
“Crescemos em número a ponto de nossa presença estar perceptivelmente incapacitando nosso planeta, como uma doença. À semelhança das doenças humanas, quatro são os resultados possíveis: destruição dos organismos invasores da doença, infecção crônica, destruição do hospedeiro ou simbiose – um relacionamento duradouro, beneficiando mutuamente hospedeiro e invasor.”
A questão é como alcançar essa simbiose. Estamos longe dela atualmente. Lovelock examina, de forma eloquente, cada um dos problemas principais, a maioria decorrente da revolução industrial, em particular o consumo de combustíveis fósseis e produtos químicos, a agricultura e o espaço vital. Ele também sugere como poderíamos – enfim – começar a enfrentar a questão.
Diz com propriedade que o primeiro requisito é reconhecer a existência dos problemas. O segundo é entendê-lo e extrair as conclusões certas. O terceiro é tomar alguma providência. Atualmente estamos em algum ponto entre os estágios um e dois.
Crispin Tickell, prefácio de A Vingança de Gaia, páginas 12 e 13; foto: Revista globo Rural
Rui Iwersen, médico planetário
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Desmatamento, mudanças ambientais e mudanças climáticas
A nuvem de poeira vista ontem nas cidades de Franca e Ribeirão Preto, no estado de São Paulo, pode retornar quando as chuvas de primavera acabarem, segundo análise de Pedro Cortês, professor do IEE/USP (Instituto de Energia e Ambiente da Universidade de São Paulo). O professor explicou que a nuvem que assustou moradores da região se formou pela combinação de “solo muito ressecado, sem umidade que retenha essa poeira na superfície e, quando vem a chuva, o vento tem poder de levantar essa poeira, porque tem circulação vertical intensa”, disse ao UOL News. (…)
“É difícil prever que isso vá acontecer em determinado dia, mas é possível caracterizar possibilidade caso persista a seca e tenhamos avanço de frente fria”, afirmou. Além disso, o professor ressaltou que os prognósticos climáticos não estão favoráveis para reverter o quadro de seca severa no estado. (…)
Ontem, enquanto a nuvem passava pelas cidades de São Paulo, internautas começaram a especular que o fenômeno estava sendo causado pelas mudanças climáticas, o que foi confirmado por Cortês. “Infelizmente há tendência de enfrentar outra seca extrema no futuro, essa é a terceira estiagem grave em São Paulo só nesse século, ou seja, em 20 anos”, falou o professor. (…)
O professor também chamou atenção para o risco de saúde de inalar partículas presentes naquela nuvem, que podem conter outros contaminantes, como restos das queimadas que ocorrem pelo estado. “Esse material fino tem acesso às vias mais profundas do sistema respiratório”, alertou.
Fonte: UOL News; matéria enviada pelo colaborador de GaiaNet Jorge F. Schneider de Florianópolis; foto: Frisson Online
Síntese e título: Rui Iwersen
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Em Defesa da Ciência nº 25
Monitoramento global do Programa Espacial
Previsões de mudanças climáticas não dependem unicamente de modelos teóricos em forma de simulações computadorizadas da Terra. Existe agora uma grande variedade de atividades de monitoramento globais.
As temperaturas do ar e do mar são medidas continuamente, bem como os gases da atmosfera, a cobertura de nuvens, o gelo flutuante e as geleiras, e a saúde dos ecossistemas no oceano e em terra. A verdade dos modelos é, portanto, constantemente testada em relação às observações do mundo real.
Satélites em órbita ao redor da Terra monitoram seu cenário em constante mudança. Os instrumentos mais sutis a bordo desses veículos espaciais monitoram temperaturas em diferentes níveis no ar e muitos gases atmosféricos diferentes, além de verificarem a saúde dos ecossistemas.
Muitas vezes acho que a grande maravilha não celebrada do programa espacial é o quanto revelou sobre a Terra.
James Lovelock, A Vingança de Gaia, capítulo 4 – Previsões para o Século XXI, página 63; foto: Sputinik Brasil
Rui Iwersen, médico planetário
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Alerta à Humanidade nº 49
Dia da Sobrecarga da Terra chega mais cedo
Em 2021, a humanidade excedeu sua cota anual de recursos regeneráveis em 29 de julho, três semanas antes do que em 2020. Seriam necessárias 1,7 Terras para satisfazer nossas necessidades de consumo.
Hoje, a humanidade consome 74% a mais do que o que os ecossistemas globais podem regenerar
Após um adiamento temporário devido à pandemia em 2020 – quando o Dia da Sobrecarga da Terra foi em 22 de agosto – em 2021 a data em que a humanidade esgotou todos os recursos biológicos que a Terra regenera ao longo de um ano acontece três semanas antes, neste 29 de julho. No Brasil, a cota foi esgotada dois dias antes, em 27 de julho.
“Apesar de nos restar quase meio ano, já esgotamos nossa cota de recursos biológicos para 2021”, advertiu Susan Aitken, líder do Conselho Municipal de Glasgow, onde lideranças mundiais se reunirão em novembro para a cúpula climática COP26. “Se precisamos lembrar que estamos sob uma emergência climática e ecológica, o Dia da Sobrecarga da Terra é a ocasião para isso”, lembrou.
Como grande parte do mundo estava vivendo sob lockdowns impostos devido ao coronavírus no ano passado, o Dia da Sobrecarga aconteceu quase um mês depois do recorde de 2018, quando foi em 25 de julho. Mas mesmo que as emissões de carbono causadas por viagens aéreas e transporte rodoviário ainda estejam abaixo dos altos índices de 2019, a economia global em ascensão está empurrando as emissões e o consumo de volta para cima. (…)
O Dia da Sobrecarga da Terra existe desde 2006. A Global Footprint Network (GFN), organização de pesquisa que apresenta a data a cada ano junto com o grupo ambiental WWF, compara o cálculo a um extrato bancário que rastreia receitas em relação aos gastos. Ele considera milhares de dados da ONU sobre recursos como florestas biologicamente produtivas, pastagens, terras de cultivo, áreas de pesca e áreas urbanas. Esse cálculo é então medido em relação à demanda desses recursos naturais, entre eles alimentos de origem vegetal, madeira, gado, peixe e a capacidade das florestas de absorver emissões de dióxido de carbono.
Hoje, a humanidade consome 74% a mais do que o que os ecossistemas globais podem regenerar. Para continuar vivendo nos padrões atuais, precisaríamos dos recursos de cerca de 1,7 planetas. E isso não parece mudar tão cedo. (…)
Matéria enviada pelo colaborador de GaiaNet Jorge F. Schneider; fonte: DW – Made for minds
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Alerta à Humanidade nº 48
Mudanças climáticas: chuvas torrenciais na Europa e China; secas e incêndios nas Américas do Sul e do Norte
Imensa quantidade de água tem causado inundações gigantescas, alagado cidades e derrubado casas em países da Europa Central. É o maior número de mortos na Alemanha desde 1962. (…) As inundações no rio Elba, que em 2002 foram anunciadas como “inundações que acontecem uma vez por século”, mataram centenas de pessoas no leste da Alemanha e em toda a Europa. As chuvas deste ano têm afetado também a Bélgica, e Holanda, França e Luxemburgo em menor intensidade. (1)
Na China, 12 pessoas morreram em uma linha de metrô que foi inundada em Zhengzhou, que registrou as chuvas mais fortes em mil anos, segundo autoridades meteorológicas. (2)
A onda de calor na América do Norte apareceu em junho de 2021 devido a uma crista excepcionalmente forte centrada sobre a área, cuja força foi um efeito das mudanças climáticas. (…) A onda de calor provocou inúmeros e extensos incêndios florestais atingindo centenas de quilômetros quadrados de área, que levaram a uma grande perturbação em diversas estradas. Um deles destruiu em grande parte a vila de Lytton, Columbia Britânica, local onde foi estabelecido o recorde de temperatura na história do Canadá. (…) (3)
O centro e o sul do Brasil enfrentam no momento a pior seca em quase um século, e imagens recentemente capturadas por satélite da NASA na região do Lago das Brisas, no rio Parnaíba, em Minas Gerais, ilustram a gravidade de tal quadro. (…) Dos 14 reservatórios próximos monitorados pela agência americana, 7 apresentaram os níveis mais baixos medidos desde 1999 na região, e nas proximidades da fronteira do Brasil com o Paraguai o Rio Paraná apresenta níveis em 8,5 metros abaixo da média (…) (4)
Artigo publicado na Nature por pesquisadores brasileiros revela que o leste do bioma amazônico já emite mais carbono do que remove da atmosfera, graças ao desmatamento e mudanças climáticas. A Amazônia desempenha um papel crucial para o planeta, absorvendo e concentrando carbono que poderia estar na atmosfera. Mas essa capacidade está sendo reduzida, em decorrência do desmatamento descontrolado e das mudanças climáticas, sobretudo no leste da Amazônia. O bioma está se transformando em emissor de carbono, em vez de um sumidouro. Pesquisadores brasileiros constataram que a intensificação da estação seca e o crescente desmatamento promovem um distúrbio no ecossistema, a ponto de aumentar a incidência de queimadas e das emissões de gases de efeito estufa. (…) (5)
Fontes: (1) e (2) G1; (3) Wikipédia; (4) Hypeness; (5) National Geographic. foto: MetSul Meteorologia
Rui Iwersen, médico planetário
#DesmatamentoNão
#ReflorestamentoSim
#DesmatamentoNãoReflorestamentoSim
2021 – 2030 – Década da Oceanografia da ONU
(…) Os oceanos, uma gigantesca superfície em variados tons de azul, cobrem cerca de 71% da extensão do planeta. Contudo, a vida debaixo d’água continua a ser uma grande mistério.
(…) Os seres humanos devem sua vida a essa imensidão desconhecida. Quatro em cada dez habitantes do planeta dependem dos mares para se alimentar. A vida marinha produz entre 50 e 70% de nosso oxigênio e 90% das mercadorias globais viajam por rotas marítimas. (…)
E mesmo assim, despejamos nela 8 toneladas de resíduos por ano. No ritmo em que estamos, em 2050 provavelmente haverá mais plástico do que peixes nos oceanos. O aumento dos níveis de CO2 na atmosfera tornou o oceano mais ácido, ameaçando as cadeias alimentares.
Um relatório de 2019 do Painel Intergovernamental da Organização das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas alertou que, sem “profundas transformações econômicas e institucionais”, haveria danos irreversíveis aos oceanos e ao gelo marinho. E isso pode afetar, além do modo de vida, a economia global de maneira imediata. O quadro, somado à falta de informações científicas sobre os oceanos, é um dos motivos para que a ONU tenha declarado o período entre 2021 e 2030 como a Década da Oceanografia. (…)
João Sorima Neto e Jennifer Ann Thomas, Escuridão Azul, Revista Época nº 1186 de 12 de abril de 2021, página 48; foto: G1 – Globo
Rui Iwersen, médico planetário, editor de GaiaNet
#DesmatamentoNãoReflorestamentoSIM
Como a floresta vai para o chão
Ação coordenada (e ilegal) é responsável pela escalada de destruição da Amazônia:
DERRUBADA
Latifundiários e grileiros (que fraudam os títulos de propriedade das terras) contratam madeireiros para extrair as árvores de alto valor econômico da área que pretendem desmatar. Assim, “preparam o terreno” antes da destruição da floresta e ainda lucram com a venda da madeira.
CORRENTÃO
Dois tratores interligados por uma enorme corrente atuam em conjunto para derrubar o que sobrou da mata. Eles literalmente dão uma rasteira na floresta: o processo é tão violento que chega a arrancar algumas árvores pela raiz. É assim que a Amazônia morre.
SOL
Hora de ter um pouco de paciência e deixar a própria natureza fazer sua parte. Restos e tocos de vegetação secam ao sol por alguns meses durante a estação mais seca para que fiquem no ponto de queimar. Por sua alta umidade, a Amazônia não sofre com queimadas naturais.
FOGO
Responsáveis pelo desmatamento ilegal iniciam a queimada, que transforma a vegetação cortada em cinzas, permitindo que se plante soja ou capim naquele terreno que antes abrigava o verde das árvores. O fogo muitas vezes acaba invadindo áreas de conservação.
PECUÁRIA
Por fim, a maior floresta tropical do planeta dá lugar a pastagens para a criação de gado. A pecuária é, de longe, a grande responsável pela destruição da Amazônia: estima-se que esteja por trás de 65% do desmatamento do bioma no Brasil.
A. J. Oliveira e Bruna Scorsatto, Como a floresta vai para o chão?, revista Galileu, Edição 339, outubro de 2019, página 30; foto: BBC
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Rui Iwersen, médico planetário, editor de GaiaNet
Possibilidades futuras da Floresta Amazônica
Mas não é como se tudo isso [o desmatamento da Floresta Amazônica] fosse uma situação nova com a qual o Brasil ainda não soubesse bem como lidar. Pelo contrário, já enfrentamos quadros bem piores na Amazônia e sabemos exatamente o que deve ser feito para reverter a destruição descontrolada da floresta. Prova disso foram os anos 2004 e 2005, que registraram os piores índices da história: em 2005, foram 27,4 mil quilômetros quadrados de floresta desmatada. Nos anos seguintes, entretanto, o governo federal implementou políticas públicas eficientes no combate ao desmatamento ilegal. Até 2014, o desmatamento havia despencado 75%. Estávamos caminhando para zerá-lo, mas a situação voltou a se deteriorar: 2018 foi o ano [até então] de maior desmatamento da década. e agora parece que estamos caminhando para trás. (…)
Nos primeiros meses do governo [de Jair Bolsonaro], o chanceler Ernesto Araújo extinguiu o departamento de mudanças climáticas no Itamaraty – não sem antes declarar publicamente que o aquecimento global é uma conspiração marxista. (…)
“Ou o governo inverte essas tendências ou o Brasil passará – como já está passando – de líder de um movimento que respeita o meio ambiente e os recursos naturais de nossos biomas para um dos párias ambientais do planeta”, afirma Carlos Nobre, um dos mais renomados especialistas brasileiros em estudos sobre o aquecimento global. (…)
[Carlos Nobre] É reconhecido internacionalmente por seus estudos sobre o ecossistema amazônico e seu papel na regulação do clima no Brasil e no mundo. Sua contribuição recente foi ter definido, ao lado do biólogo e ambientalista norte-americano Thomas Lovejoy, o chamado tipping point da Amazônia, espécie de “ponto de não retorno”.Como a floresta produz a própria chuva, se de 20 a 25% de sua área total for desmatada, a diminuição da umidade e o aumento da temperatura causarão uma transição irreversível no bioma. A maior floresta tropical do planeta vai, aos poucos, se transformar em uma savana, não tão diferente do Cerrado. (…)
A. J. Oliveira e Bruna Scorsatto, Uma nova Esperança, revista Galileu, Edição 339, outubro de 2019, página 30; foto: Catraca Livre.
#DesmatamentoNãoReflorestamentoSIM
Rui Iwersen, médico planetário, editor de GaiaNet
Dia Mundial das Florestas
Alerta à Humanidade nº 47
A importância das florestas para a vida e a saúde humanas
Como médico planetário, como se dizia o médico inglês James Lovelock, e como editor desde 2009 do blog ecológico GaiaNet, venho observando que Gaia está doente, e que seu desequilíbrio vem sendo causado por um de seus frutos, o Homo sapiens, a espécie animal que se tornou hegemônica no planeta e que não zela por seu berço e por seu lar.
Para refletirmos sobre nosso papel e nosso futuro no planeta, apresento alguns dados preocupantes sobre a relação Homem/natureza, especialmente sobre a relação humana com as florestas de Gaia e sobre a enorme possibilidade futura de novas viroses ou outras zoonoses.
Com esta preocupação sanitária e humanista, no dia 21 de março é celebrado o Dia Internacional das Florestas. Segundo o site Brasil Escola, citado na página Calendário Ecológico do blog GaiaNet, “para sensibilizar a população sobre a importância das florestas na manutenção dos ecossistemas e no desenvolvimento sustentável, a ONU criou o Dia Internacional das Florestas.”
Mas, com a destruição progressiva das florestas, os homens vem produzindo a desertificação do planeta e as mudanças climáticas, com o temível aquecimento global e as alterações dos ciclos das chuvas, tão importante para a agricultura e para a saúde e o equilíbrio do Planeta.
Este processo não é somente atual e localizado. Segundo artigo publicado pelo site Conexão UFRJ e divulgado na página Florestas Brasileiras de GaiaNet, o início da atividade agrícola, há 10 mil anos, fixou o homem, tornando-o sedentário. Com o passar dos tempos, o sedentarismo aliado ao desenvolvimento tecnológico, sobretudo após a Revolução Industrial, permitiu que a população humana crescesse em ritmo exponencial. Consequentemente, os seres humanos passaram a ocupar, cada vez mais, áreas silvestres, florestas, com o intuito de explorar seus recursos para fins econômicos, especialmente no contexto contemporâneo. Assim, avançaram sobre ecossistemas naturais, transformando-os e destruindo espécies vegetais e animais.
Uma maior exposição humana, as zoonoses, enfermidades naturalmente transmissíveis entre animais e humanos, têm se verificado nesse processo. O vírus SARS-CoV-2, supostamente oriundo de morcegos, é um exemplo do que, hoje, assola o mundo e impressiona por sua velocidade de transmissão, seu potencial de perdas humanas e pelo elevado nível de incertezas que traz consigo. Vale lembrar que muitas florestas também constituem reservatórios de zoonoses e, portanto, os esforços para sua preservação ou uso sustentável devem ser respeitados, sob o risco de favorecer ocorrências futuras de novas pandemias.
Segundo o médico francês Fhillipe Juvin, em entrevista para a revista época de 25 de janeiro de 2021, também citado em GaiaNet, o mundo subestima os perigos. Há provavelmente uma relação direta entre o desmatamento, principalmente na América do Sul, e o fato de que animais que viviam distantes dos humanos estejam, hoje, em contato. Nos próximos anos, devemos prever novas transmissões de vírus de animais para nós. Devemos tirar também uma lição em relação ao meio ambiente nesta crise. Um grande artigo publicado na revista Science explica isso: cientistas estimam entre 631 mil e 827 mil o número de vírus capazes de passar do animal ao homem se não dermos atenção à gestão do meio ambiente. Isso ainda não acabou.
Segundo dados do Greenpeace, entidade defensora do planeta e de suas florestas, mais de mil árvores são derrubadas a cada minuto na Floresta Amazônica. Segundo esta ONG, além da destruição da floresta, a invasão coloca espécies da fauna e flora do Brasil em risco de extinção. Esta não é apenas uma ameaça para a Amazônia e para o povo brasileiro. Este é um golpe fatal na esperança de um futuro possível para toda a humanidade – uma batalha que não podemos perder.
Felizmente, o caminho escolhido pela humanidade é ainda reversível. Há alguns anos os cientistas, ao discutirem sobre colonização do Universo, refletem sobre uma técnica de produção, em outros planetas, de condições ambientais e climáticas semelhantes às de nosso planeta – a Terra Formação. Se esta técnica é possível em outros planetas, começando talvez do zero, pode ser útil para a reconstrução de nosso planeta. Bastaria começarmos por dois simples passos: acabar com o desmatamento e iniciar o reflorestamento das áreas desmatadas e/ou degradadas e sem necessidade imprescindível para a alimentação e para a existência humanas.
A foto deste artigo representa um excelente exemplo de reflorestamento urbano, executado por um grupo de voluntários de Florianópolis, do qual com muita honra participei nos anos 1990, e que hoje é um ambiente bonito e saudável para humanos, pássaros e outros animais – o Parque da Luz.
No Dia Internacional das Florestas, e para o nosso futuro, cabe entre os ecologistas e humanistas a seguinte palavra de ordem:
#DesmatamentoNãoReflorestamentoSIM
Rui Iwersen, médico planetário, editor de GaiaNet
Alerta à Humanidade nº 46
Cientistas estimam entre 631 mil e 827 mil o número de vírus capazes de passar do animal ao homem
- Para o senhor, o mundo não estava preparado para esta epidemia?
- O mundo subestima os perigos. Há provavelmente uma relação direta entre o desmatamento, principalmente na América do Sul, e o fato de que animais que viviam distantes dos humanos estejam, hoje, em contato. Nos próximos anos, devemos prever novas transmissões de vírus de animais para nós. Devemos tirar também uma lição em relação ao meio ambiente nesta crise. Um grande artigo publicado na revista Science explica isso: cientistas estimam entre 631 mil e 827 mil o número de vírus capazes de passar do animal ao homem se não dermos atenção à gestão do meio ambiente. Isso ainda não acabou.
Fhilippe Juvin, médico francês, diretor do Hospital Europeu Georges Pompidou em Paris; revista Época nº 1175, 25 de janeiro de 2021, página 35; foto: Climainfo
Rui Iwersen
O pai do Greenpeace
[Humboldt] O popstar viajante do século 19 escalou vulcões, foi ídolo de Darwin, fundou a ecologia e anteviu o aquecimento global. (…) Conheça o barão workaholic que explicou a natureza aos europeus.
(…) Hamboldt desembarcou aqui em 1799. Ficou deslumbrado com a natureza sul-americana. E preocupado também. No litoral da Venezuela percebeu que o desflorestamento para abrir espaço para a agricultura, acompanhado de drenagem dos córregos para irrigação, fazia o nível da água do lago Valência cair ano após ano.
Nos Llanos, uma savana similar ao cerrado brasileiro, Humboldt perccebeu que palmeiras chamadas buritis são uma espécie-chave para o ecossistema: os frutos comestíveis atraem pássaros, a terra úmida nos troncos protege insetos e minhocas da aridez. Se elas fossem cortadas, tudo entraria em colapso.
Para um europeu do século 18, essas eram ideias radicais. Os contemporâneos de Humboldt pensavam que cortar árvores era essencial para que o ar se tornasse mais fresco e circulasse melhor. Alexis de Tocqueville disse que a ideia de um homem com um machado tornava bela a paisagem do EUA.
O conde de Buffon descrevia florestas como ambientes decrépitos e úmidos, que precisavam ser subjugados por jardins, hortas e pasto. (…)
Humboldt – ilustre desconhecido, Super Interessante, edição 422, dezembro de 2020, páginas 54 e 57; foto: Revista Pesquisa Fapesp
Rui Iwersen
Curiosidades ecológicas nº 3
O lugar mais quente e o mais frio da Terra
É num deserto que a temperatura mais alta foi constatada, nos Estados Unidos. O recorde de calor, de fato, foi estabelecido em Furnace Creek, no célebre Vale da Morte (Califórnia), com 56,7 ºC, dia 10 de julho de 1913.
Em pleno verão, este lugar vê, alias, o mercúrio variar regularmente entre 45 ºC e 50 ºC em pleno dia, e uns trinta graus à noite. (…)
Ao contrário, o lugar mais frio do mundo se situa em Vostok, na Antártica, que abriga uma base de pesquisas russa sobre o continente antártico. O meteorologistas constataram aí uma temperatura recorde de -89,2 ºC, em julho de 1983.
Jornal gratuito Direct Matin, nº 1729, 31 de agosto de 2015, página 2; tradução livre de Rui Iwersen; Foto: Todo Estudo
Queimadas no Pantanal têm pior cenário em 22 anos, diz Inpe
Dados do Inpe mostram que, desde janeiro deste ano, bioma teve maior área queimada e maior quantidade de focos de incêndio.
(…) O cenário é grave, tendo em vista que em 16 de julho o governo federal publicou um decreto que proíbe queimadas no Pantanal e na Amazônia por 120 dias. A ação foi uma tentativa de resposta da União a empresários e investidores do Brasil e do exterior que passaram a cobrar de forma mais enfática uma ação por parte do governo para frear o desmatamento e as queimadas no país, em especial na Amazônia Legal (que engloba nove estados).
Especialistas apontam que a redução do volume de chuvas colaborou com o cenário: sem a cheia tradicional do começo do ano no Pantanal, a vegetação ficou bem mais seca, favorecendo as queimadas. Coordenador técnico do MapBiomas, que trabalha em parceria com a ONG SOS Pantanal, Marcos Rosa pondera que existem ciclos climáticos naturais com secas ou chuvas maiores. “A maior preocupação é que a seca que ocorreu neste ano seja o começo de um novo padrão”, diz. (…)
Para evitar novas queimadas de grandes proporções, há ações em três níveis que podem ser adotadas, segundo ele. A primeira é manter o uso tradicional da pastagem natural. “Ação que conserva tanto a vegetação, quanto a cultura do pantaneiro”, pontua Rosa. A segunda é a preservação das matas dos rios que desaguam no Pantanal. Elas funcionam como um filtro dos sedimentos. Sem elas, os rios do bioma ficam mais rasos, inundando áreas que antes ficavam secas. A terceira é a preservação da Amazônia, pois regula o regime hídrico — incluindo de chuvas — de todo o caminho até o Sudeste. (…)
Fonte: O Estado de Minas Nacional; foto: Campo Grande News
Pesquisadores ligam as queimadas no Pantanal ao desmatamento da Amazônia
É da Floresta Amazônica que vem a maior parte da umidade que alimenta o Pantanal, explicam pesquisadores.
Em Mato Grosso do Sul, pesquisadores identificam o desmatamento na Amazônia como um dos principais fatores nos incêndios no Pantanal.
O helicóptero da Marinha lança mais água sobre as chamas. O incêndio está longe de acabar. Em terra, as equipes reviram o solo para evitar o ressurgimento de focos. O horizonte esfumaçado e o Rio Paraguai com o nível de água muito abaixo do normal para essa época preocupam e muito os pesquisadores.
“Essa baixa quantidade de chuvas fez com que nós tivéssemos, este ano, a menor cheia dos últimos 47 anos. E, segundo as nossas estimativas, é bem provável que nós teremos também a maior seca desse mesmo período”, avalia Carlos Padovani, da Embrapa.
(…) E aí que está o problema: com muito fogo, muita fumaça e muito calor, não acontece a evaporação e não tem aquela umidade que fica no ar para formar as nuvens de chuva. E, por isso, continua cada vez pior a seca extrema.
A explicação dos pesquisadores pode estar também na devastação da Floresta Amazônica, porque é de lá que vem a maior parte da umidade que alimenta o Pantanal. A floresta lança no ar a umidade que é levada pelas correntes até esbarrar na Cordilheira do Andes. Volta, então, distribuindo chuva para toda uma região que vai até o Sul do Brasil. Quando esse maciço verde começa a ser fragmentado, não lança tanta umidade assim e falta chuva no Centro-Oeste. (…)
Fonte: G1, Jornal Nacional; foto: IstoÉ
Mundo trata os sintomas, mas ignora a causa das pandemias, diz ONU
A destruição continua da natureza resultará num fluxo de doenças animais saltando para os humanos, afirma relatório
O mundo está tratando os sintomas clínicos e econômicos da pandemia de coronavírus, mas não sua causa ambiental, segundo os autores de um relatório da ONU. Como resultado, espera-se que um fluxo constante de doenças passe dos animais para os seres humanos nos próximos anos, diz a organização.
O número dessas epidemias zoonóticas está aumentando, da Ebola ao Sars, da Febre do Nilo Ocidental à febre de Vale do Rift, tendo como causa principal a destruição da natureza pelos seres humanos e a crescente demanda por carne, afirma o relatório.
Mesmo antes da Covid-19, cerca de 2 milhões de pessoas morriam de doenças zoonóticas todos os anos, principalmente nos países mais pobres. O surto de Coronavírus era altamente previsível, disseram os especialistas. “Covid-19 pode ser o pior, mas não é o primeiro”, disse a chefe de meio ambiente da ONU, Inger Andersen. (…)
O relatório afirma que é de importância vital uma abordagem de “saúde unificada” que aborde a saúde humana, animal e ambiental, incluindo mais vigilância e pesquisa sobre ameaças de doenças e os sistemas alimentares que as transportam às pessoas. “Houve bastante resposta à Covid-19, mas grande parte a tratou como um desafio médico ou como um choque econômico”, disse a professora Delia Grace, principal autora do relatório do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA) e do Instituto Internacional de Pesquisa Pecuária (Ilri).
“Suas origens estão no meio ambiente, nos sistemas alimentares e na saúde animal. Isto é muito parecido com ter alguém doente e tratar apenas os sintomas e não tratar a causa subjacente, e existem diversas outras doenças zoonóticas com potencial pandémico.” (…)
Fonte: ANDA.JOR.BR; foto: Royalmaquinas
Matéria enviada por Sandra Bittencourt Espíndola via Facebook
Enquanto se pensa, com razão, na Amazônia…
Consequências da devastação das nascentes do Cerrado
O Cerrado é o segundo maior bioma do Brasil: são mais de 2 milhões de quilômetros quadrados espraiados por 12 estados. É também lar de uma imensa diversidade de vida: mais de 13 mil espécies de plantas, 850 de aves e 250 de mamíferos.
Está encarapitado sobre três dos principais aquíferos da América do Sul: o Guarani, o Bambuí e o Urucuia. A água que chove no Cerrado penetra o solo e fica armazenada na rocha porosa. É distribuída para o Brasil inteiro: estima-se que, em diferentes proporções, o Cerrado abasteça oito das 12 regiões hidrográficas do país. A água do subsolo ainda responde por cerca de 90% da vasão dos rios do bioma. (…)
Com frequência cada vez maior, a água que deveria penetrar o solo, para alimentar aquíferos e lençóis freáticos, escorre pela superfície e se evapora. (…) O fenômeno é consequência de um acelerado processo de desmatamento.
Fonte: Revista Época nº 979; 27 de março de 2017; Fronteiras ecológicas; Falta água, sobra pasto; páginas 70 e 71
Matéria editada originalmente em GaiaNet em 22 de setembro de 2017
Rui Iwersen
As possíveis origens do Coronavírus
Morcego Ferradura, provável fonte do Coronavírus
Ainda não há conclusões sobre como o novo coronavírus pulou de animais para seres humanos. Uma das hipóteses é que tenha sido em um mercado de alimentos em Wuhan, na China, o que fez com que muitos defendessem o fechamento de mercados do tipo, com venda de animais vivos e silvestres. Há outras hipóteses correntes.
“Nós estamos negligenciando o cenário maior”, diz à BBC News Brasil o ecologista especializado em doenças Richard Ostfeld, do Cary Institute of Ecosystem Studies, nos Estados Unidos.
“Tivemos alguns exemplos de surgimento de doenças nesses mercados com animais selvagens, como a Sars. E é importante entender que essas atividades humanas de agrupamentos estranhos de espécies que nunca ocorrem juntas na natureza influenciam esses eventos. Mas há outras maneiras pelas quais nossas atividades humanas podem facilitar o surgimento ou transmissão de doenças, como o desmatamento, a abertura de terra para agricultura, entre outros. Isso não pode ser esquecido.”
Da BBC News Brasil em Londres; foto: UOL Notícias
Matéria enviada pela colaboradora Shirley Albuquerque
Do vírus nipah ao coronavírus: destruição da natureza expõe ser humano a doenças do mundo animal
Em 1998, morcegos na Malásia começaram a migrar em busca de alimento. Desmatamento na região para abrir espaço para agricultura e pecuária havia eliminado suas fontes de comida. Estabeleceram-se em uma nova região onde havia produção de mangas ao lado de criações de porcos e passaram a se alimentar das frutas. Parcialmente comidas, elas caíam em cima dos porcos, que as comiam também.
Vírus carregados por morcegos muitas vezes não causam doenças neles. Em outros animais, contudo, esses vírus podem causar patologias graves. E foi assim que um vírus saiu do morcego, pulou para porcos, onde passou por uma mutação que o deixou mais perigoso para seres humanos. Depois, espalhou entre os porcos, vendidos entre fazendeiros, e finalmente pulou para pessoas.
Chamado de “vírus Nipah”, por causa de um vilarejo na Malásia, desde 1998 este vírus já infectou centenas de pessoas na Malásia, Cingapura, Bangladesh e Índia, com alta taxa de letalidade. É um exemplo de como a interferência do ser humano no meio-ambiente dá meia-volta e nos devolve doenças infecciosas, algo que cientistas apontam ser um problema recorrente e cada vez maior. (…)
Da BBC News Brasil em Londres; foto: Bahia
Matéria enviada pela colaboradora Shirley Albuquerque
Quarentena diminui poluição do ar ao redor do mundo
O novo coronavírus puxou o freio de atividades humanas. Quem agradece é o ambiente.
Poucos voos, menos carros circulando, industrias produzindo menos. Com o planeta focado em combater a pandemia de Covid-19, a poluição do ar caiu consideravelmente.
Em Nova York, o tráfego diminuiu 35% desde a chegada do novo coronavírus. Isso cortou as emissões de monóxido de carbono por automóveis pela metade, em comparação a 2019. Na china, epicentro inicial da epidemia, as emissões de CO2 caíram 25% em apenas 2 semanas, o que, segundo estimativas, pode resultar numa redução de 1% em 2020.
O total de NO2 na atmosfera também ficou menor de forma repentina no norte da Itália, um dos países mais afetados pela pandemia. Por lá a diferença foi de 40% – a diferença é tão grande que dá pra ver a mancha de poluição diminuindo em imagens de telescópio. O mesmo aconteceu em países como o Reino Unido, Alemanha e Holanda. O Brasil não ficou de fora: segundo a Cetesb, houve queda de 50% da poluição do ar na cidade de São Paulo uma semana após o início da quarentena.
A má notícia é que as reduções podem ser temporárias. Após o fim da crise financeira de 2008, por exemplo, as emissões subiram 5% repentinamente, como resultado dos estímulos financeiros ao setor de combustíveis. O receio é que os esforços para recuperar a economia joguem os ganhos atuais pelo ralo.
Supernovas – Fatos, Super Interessante, Edição 415, maio de 2020, página 11; foto: O Tempo
Rui Iwersen
50 anos do Dia Mundial da Terra
A poluição do Planeta antes e durante o distanciamento social da epidemia de coronavírus.
Foto: Folha de São Paulo e NASA
Os males ocultos da poluição nº 7
Escapamentos e cigarro liberam monóxido de carbono e muito material particulado
Última edição desta série
(…) O Brasil está longe de ser um dos países mais poluídos do mundo. Esse posto fica com nações asiáticas abarrotadas de indústrias da área química e usinas termelétricas (…) [Mas] Se você mora na maior metrópole do Brasil, você é fumante. Não tem como fugir. Pode ser em maior ou menor escala, mas é.
Uma outra pesquisa feita pelo pessoal do Laboratório da USP avaliou o pulmão de mais de 400 cadáveres de moradores de São Paulo. As conclusões não foram animadoras. “Não dava para diferenciar quem era fumante e quem não era, de tanto material particulado que tinha lá”, disse Matera, que participou do estudo.
É como se todo paulistano fumasse pelo menos quatro cigarros por dia. Tanto os escapamentos como os cilindros de papel [cigarro] liberam monóxido de carbono e muito material particulado. O mecanismo dos dois é o mesmo: a combustão.
A diferença é o que está sendo queimado – combustível ou tabaco. Para os pulmões, dá praticamente na mesma: vira tudo fuligem lá dentro.
Maria Clara Rossini, Os males ocultos da poluição, Super Interessante, edição 412, fevereiro 2020, página 51; foto: ONU
Rui Iwersen
Os males ocultos da poluição nº 6
As consequências da poluição no cérebro humano
(…) Perder os cabelos, de qualquer forma, não é nada perto do que pode acontecer alguns centímetros abaixo do couro cabeludo: no cérebro. Ainda se sabe pouco sobre como a poluição alcança e afeta a massa cinzenta. Uma pesquisa recente do Laboratório de Poluição Atmosférica, porém, traz uma pista.
Os cientistas observaram um acúmulo de poluentes no bulbo olfatório, a área do cérebro responsável por processar os cheiros. Conclusão: em vez de pegar carona pelo sangue, as partículas provavelmente usaram uma via expressa para chegar à massa cinzenta pelo epitélio olfatório. Ele fica no teto da cavidade nasal e tem acesso direto ao cérebro.
Ainda não há indícios de partículas de poluição em outras partes do cérebro, mas talvez ela chegue lá. A poluição já foi relacionada ao aumento de riscos de Alzheimer, depressão e suicídio. (…)
Maria Clara Rossini, Os males ocultos da poluição, Super Interessante, edição 412, fevereiro 2020, página 50; foto: Dreamstime
Rui Iwersen
Os males ocultos da poluição nº 5
As consequências da poluição ao atravessar a pele humana
(…) O material particulado também pode entrar por outras vias, além do sistema respiratório. Da mesma forma que o material particulado consegue driblar as barreiras do pulmão, ele pode atravessar a pele.
A principal consequência do acúmulo de poluentes na derme está, é claro, na aparência: rugas precoces, olheiras, manchas, acne.
A queda de cabelo é um caso à parte. Um estudo de 2019 revelou o mecanismo de atuação do material particulado nas células do couro cabeludo. O PM10 afeta a produção de beta-catenina, uma proteína essencial para o crescimento de cabelo. Não menos pior: a exposição ao ar poluído ainda diminui a concentração de certas proteínas, responsáveis por manter o cabelo bem preso na cabeça (a CK12, a ciclina D1 e a ciclina E). (…)
Maria Clara Rossini, Os males ocultos da poluição, Super Interessante, edição 412, fevereiro 2020, página 50; foto: Conexão Planeta
Rui Iwersen
Os males ocultos da poluição nº 4
O efeito da poluição na reprodução humana
(…) Mesmo que haja fecundação, não significa que a gravidez vá para a frente sem percalços. Altas concentrações de material particulado também estão relacionados ao aumento de abortos espontâneos.
Pois é. Assim que o espermatozoide fecunda o óvulo, ele deve grudar na parede do útero para se desenvolver. Acontece que a poluição também bagunça todo o ciclo menstrual e a preparação da parede uterina. Dependendo do grau de intoxicação, ela não consegue sustentar o feto.
Um estudo feito com mais de mil mulheres na Mongólia examinou a relação entre abortos e a polição sazonal em Ulaanbaatar, a capital do país. Não deu outra. O pico de aborto sempre acontecia nos meses mais frios – os mais poluídos, já que as temperaturas baixas dificultam a dispersão dos gases e das partículas. (…)
Maria Clara Rossini, Os males ocultos da poluição, Super Interessante, edição 412, fevereiro 2020, página 50; foto: Sputinik News
Rui Iwersen
Veja mais…
[…] Aos leitores do JSA sugerimos que acompanhem as “Reflexões ecológicas” do coordenador e dos colaboradores de GaiaNet, começando, talvez, pela leitura da Ação Ecológica 6 sobre Saúde Ambiental”. […]
Acho interessante que haja alguém se preocupando em achar soluções que faça surgir um equilibrio entre o homem e o meio ambiente, porque quando pensamos na natureza e sua preservação, esquecemos o homem.
È necessário que protejamos o meio ambiente, para que no futuro não muito distante se viva em harmonia.