Floresta Amazônica e indígenas em risco nº 1
O desmatamento progressivo de uma reserva indígena
1ª de uma série de 5 matérias, organizadas a partir do artigo Crime na floresta, que editarei a partir de hoje sobre os riscos da Amazônia e de um de seus últimos povos, os Karipuna.
Seriam 12 quilômetros de caminhada Amazônia adentro. Antes dos primeiros passos, Batiti Karipuna pediu silêncio ao grupo. Dali em diante, a comunicação se daria com gestos e assobios. Seguimos. Meia hora depois, surge a primeira “picada”, um corredor na mata que marca o início de um lote a ser vendido, em um escritório longe dali, como terra de ninguém. A cena se repete a cada quilômetro.
Entre setembro de 2015 e maio de 2018, foi desmatada uma área equivalente a 11 mil campos de futebol na Terra Indígena Karipuna, em Rondônia. A invasão da área demarcada escancara a omissão do Estado brasileiro e indica o perigoso avanço do crime ambiental organizado na maior floresta tropical do planeta. (…)
Dos 153.350 hectares que compreendem a Terra Indígena Karipuna, 10.463 estão desmatados. O número é quatro vezes maior do que indicam os dados oficiais, que não são divulgados pelo governo desde 2014.
As informações atualizadas foram obtidas pela equipe de geoprocessamento da ONG Greenpeace, que sobrevoou a região e utilizou imagens de dois satélites. Mais de 80% da área atingida foi degradada entre 2015 e 2018. (…)
João Pedro Soares, Crime na floresta, ÉPOCA, nº 1087, 06.05.19, página 45.
Rui Iwersen
A relação das mudanças climáticas com as crises humanitárias
Os riscos do aquecimento global incluem o aumento da frequência e da intensidade de eventos climáticos extremos, das temperaturas, da poluição do ar, de padrões alterados de doenças infecciosas, bem como da insegurança alimentar e da água, entre outras questões. Os impactos indiretos incluem instabilidade econômica, política e social. A migração pode ser vista como uma resposta adaptativa à mudança climática.
As mais afetadas, em geral, são pessoas de baixo nível socioeconômico e as que vivem em países em desenvolvimento, onde os serviços e a infraestrutura para resistir aos impactos do clima são mais fracos. Crianças, mulheres grávidas, idosos e pessoas que já têm algum tipo de doença são particularmente vulneráveis, por exemplo, a doenças respiratórias e relacionadas com o calor, agravadas pelas alterações climáticas. (…)
Carol Devine, consultora de assuntos humanitários de Médicos Sem Fronteiras, Informação, Médicos Sem Fronteiras, ano 22, nº 44, fevereiro de 2019, página 4
Foto: Nasa e WayCarbon
Rui Iwersen
O Homem e a natureza nº 30
Tragédia com barragem da Vale em Brumadinho pode ser a pior no mundo em 3 décadas
Relatório da Agência de Meio Ambiente das Nações Unidas registrou os maiores rompimentos de barragens ocorridos desde 1985. Só nos últimos 5 anos, ocorreram oito grandes acidentes pelo mundo.
O Brasil, lamentavelmente, tem destaque nessa lista por ser o país com o maior número. Foram três acidentes com perda humana ou grave dano ambiental de 2014 para cá: rompimento de uma barragem da Herculano Mineração, em Itabirito (MG), em 2014, com três mortes; o vazamento na barragem do Fundão, em Mariana (MG), em 2015, com 19 mortes; e, agora, a tragédia com grande perda de vidas, em Brumadinho.
Segundo o relatório da ONU, publicado no ano passado, o evento mais trágico envolvendo barragens de minério nos últimos 34 anos foi em 1985, no norte da Itália. Na hora do almoço, 180 mil metros cúbicos de lama da barragem administrada pela Prealpi Mineraria varreram as cidades de Stava e Tesero, matando 267 pessoas, entre as quais famílias inteiras. (…)
“A tragédia em Brumadinho estará, certamente, no topo dos maiores desastres com rompimento de barragem de minério do mundo. Infelizmente, é possível que ultrapasse Stava, que foi a maior tragédia do tipo nos últimos 34 anos”, afirmou à BBC News Brasil o geólogo Alex Cardoso Bastos, um dos autores do relatório da ONU sobre barragem de minério. (…)
Fonte: https://www.bbc.com/
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[…] Aos leitores do JSA sugerimos que acompanhem as “Reflexões ecológicas” do coordenador e dos colaboradores de GaiaNet, começando, talvez, pela leitura da Ação Ecológica 6 sobre Saúde Ambiental”. […]
Acho interessante que haja alguém se preocupando em achar soluções que faça surgir um equilibrio entre o homem e o meio ambiente, porque quando pensamos na natureza e sua preservação, esquecemos o homem.
È necessário que protejamos o meio ambiente, para que no futuro não muito distante se viva em harmonia.