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Florestas brasileiras

quinta-feira, 26 março 2009 by Rui Iwersen

Nesta página apresento informações, reflexões e ações sobre a Floresta Amazônica, a Mata Atlântica, o Pantanal, a Caatinga, o Cerrado e o Pampa.


Série de GaiaNet nº 21

1501 – O Brasil depois de Cabral – nº 44

Os Xokleng estão em vias de rápido desaparecimento

A esperança de viver dias melhores já desapareceu para a maioria da população. “A reserva é um desânimo só”, disse-me há alguns dias um regional interessado na situação dos índios.

Em São João dos Pobres, os Xokleng estão em vias de rápido desaparecimento. Vivem sem assistência oficial. São 4 indivíduos apenas. Um homem e  três mulheres. Outrora, em 1920, ano da atração, somavam 50. A terra que ocupam jamais foi regularizada pelos órgãos assistenciais. O precário apoio que recebem é obtido junto aos postos assistenciais dos governos municipais.

O desaparecimento desse grupo, entretanto, está a ocorrer dentro de um quadro muito especial. Trata-se da negativa flagrante dos descendentes mestiços do grupo a assumir a identificação indígena, decorrente dos estereótipos altamente negativos que os regionais mantêm sobre os índios.

Fonte: Silvio Coelho dos Santos, Educação e sociedades tribais, Editora Movimento, 1975, Capítulo I – Grupos tribais sobreviventes no sul do Brasil, Os Xokleng, página 23; foto: Conselho Indigenista Missionário – Cimi.

Rui Iwersen, editor de GaiaNet. 

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Série de GaiaNet nº 20

Saúde do Planeta nº 51

Rios brasileiros correm o risco de perder água

Pesquisadores da USP analisaram 17.972 poços localizados a menos de 1 km de rios de todo o Brasil, e encontraram um sinal preocupante: mais da metade deles (55 %) apresentou nível inferior ao do rio mais próximo – indicando que, a longo prazo, os rios podem perder água. (…)

Isso indica que, se existir uma conexão hidráulica entre o rio e o aquífero, esse rio pode estar perdendo água para o aquífero. É um processo natural. Se o nível do aquífero estiver acima do nível do rio, o rio potencialmente está recebendo água do aquífero. Caso contrário, ele está potencialmente perdendo água para o aquífero.

O bombeamento de água subterrânea pode rebaixar o nível do aquífero, fazendo com que um rio que antes recebia água passe a perdê-la para o aquífero. A longo prazo, dependendo das condições geológicas e climáticas, isso pode reduzir a vazão do rio.

Fonte: Super Interessante, edição 474, abril 2025, página 12; foto: Jota 

Rui Iwersen, editor de GaiaNet


Série de GaiaNet nº 21

1501 – O Brasil depois de Cabral – nº 43

A maioria dos Xokleng hoje sobrevive pela execução de atividades de extração de palmitos em áreas florestais

Orientando o posto indígena desde a pacificação [em 1910] até 1954, Eduardo Hoerhan logrou resguardar a área indígena de Ibirama da exploração dos civilizados regionais. Com a sua destituição, entretanto, esse quadro logo se modificou. Em pouco tempo, os Xokleng passaram a ser utilizados pela sociedade regional em seu potencial de mão de obra e capacidade de consumo, enquanto o potencial florestal da reserva começou a ser sistematicamente explorado.

Sujeitos a situações de trabalho em que predomina a espoliação, a maioria dos Xokleng hoje sobrevive pela execução de atividades de extração de palmitos em áreas florestais localizadas fora do posto indígena. A agricultura é praticada de modo bastante precário, pois não há condição para os índios, isoladamente, dinamizarem tal atividade. A exploração de madeiras que continuamente vem se fazendo na reserva, pela associação da FUNAI com madeireiros regionais, não utiliza em nenhum momento a mão de obra indígena. A prostituição não é desconhecida por muitos dos elementos do sexo feminino. A esperança de viver dias melhores já desapareceu para a maioria da população. “A reserva é um desânimo só”, disse-me há alguns dias um regional interessado na situação dos índios.

Fonte: Silvio Coelho dos Santos, Educação e sociedades tribais, Editora Movimento, 1975, Capítulo I – Grupos tribais sobreviventes no sul do Brasil, página 23; foto: BBC News.

Rui Iwersen, editor de GaiaNet. 

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Série de GaiaNet nº 21

1501 – O Brasil depois de Cabral – nº 42

Epidemias grassaram no grupo, ceifando a maior parte dos índios que haviam sido atraídos

” (…) se pudesse prever que iria vê-los morrer tão miseravelmente, os teria deixado na mata, onde ao menos morriam mais felizes e defendendo-se de armas nas mãos contra os bugreiros que os assaltavam.”

Efetivamente, os Xokleng passaram a enfrentar inimigos mais sutis, mas com maior poder destrutivo. Epidemias grassaram no grupo, ceifando a maior parte dos índios que haviam sido atraídos. Os sobreviventes tiveram de se adaptar à vida sedentária, substituindo suas atividades tradicionais de caça e coleta, pelo cultivo de roças. A dieta alimentar foi bruscamente alterada, contribuindo, hoje se sabe, para a disseminação de doenças. O desequilíbrio demográfico, por sua vez, alterou toda a organização tribal, tornando o grupo definitivamente dependente do organismo oficial de proteção.

Fonte: Silvio Coelho dos Santos, Educação e sociedades tribais, Editora Movimento, 1975, Capítulo I – Grupos tribais sobreviventes no sul do Brasil, página 22; foto: Terra.

Rui Iwersen, editor de GaiaNet. 

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Série de GaiaNet nº 21

1501 – O Brasil depois de Cabral – nº 41

O convívio não fez cessar a violência e a dramaticidade das relações entre índios e não-índios

As pressões exercidas pela frente de expansão sobre o território ocupado pelos Xokleng foi de tal ordem que, em vários episódios onde os índios assaltaram os brancos, evidencia-se claramente que a fome era a razão do ataque.

Assim sendo, compreende-se porque as técnicas de persuasão empregadas pelo novo e vigoroso Serviço de Proteção aos Índios, além da bravura do jovem Eduardo Hoerhan, convenceram a maioria dos Shokleng  sobreviventes ao convívio pacífico. Convívio que entretanto não fez cessar a violência e a dramaticidade das relações entre índios e não-índios. E isto se depreende nitidamente do seguinte depoimento do pacificador:

” (…) se pudesse prever que iria vê-los morrer tão miseravelmente, os teria deixado na mata, onde ao menos morreriam mais felizes e defendendo-se de armas nas mãos contra os bugreiros que os assaltavam.”

Fonte: Silvio Coelho dos Santos, Educação e sociedades tribais, Editora Movimento, 1975, Capítulo I – Grupos tribais sobreviventes no sul do Brasil, página 22; foto: AgroSaber.

Rui Iwersen, editor de GaiaNet. 

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Série de GaiaNet nº 25

Mensagem à COP 30 – nº 6   

Podemos transformar em mata mista milhares de hectares dos milhões de hectares de terras improdutivas

Não será através de um reflorestamento geral de uma paisagem, há muito tempo cultivada, que se poderá fomentar a preservação ou a ampliação de uma paisagem de regeneração.

O que mais importa, nessas tradicionais zonas de cultivo, é realizar florestamento limitado, para conservar, por exemplo, os vales relvados dos maciços centrais e os pastos no alto das serras.

Mesmo assim, ainda fica a possibilidade de se transformar numa mata mista milhares de hectares dos milhões de hectares de terras improdutivas que se encontram à disposição.

Fonte: Hans Liebmann, Terra – um planeta inabitável?, 1973, Biblioteca do Exército, 1979, páginas 174 e 175; foto: Diário do Nordeste.

Rui Iwersen, editor de GaiaNet.


Série de GaiaNet nº 21

1501 – O Brasil depois de Cabral – nº 40

A ordem era de afugentar os índios para lugar onde não mais pudessem incomodar os brancos

Um terceiro grupo [indígena], entretanto, continuou perambulando nas florestas do sul do estado de Santa Catarina. Descendentes desse grupo, segundo tudo indica, ainda vagam nas escassas pontas de floresta que cobrem a serra do Taboleiro.

A resistência indígena foi enfrentada pelos governos locais e pelas companhias interessadas nos negócios de colonização, com a organização e estipêndio de grupos de bugreiros. A ordem era de afugentar os índios para lugar onde não mais pudessem incomodar os brancos. Mas, segundo o objetivo depoimento de um bugreiro, “o negócio era afugentar pela boca da arma”.

As pressões exercidas pela frente de expansão sobre o território ocupado pelos Xokleng foi de tal ordem que, em vários episódios onde os índios assaltaram os brancos, evidencia-se claramente que a fome era a razão do ataque.

Fonte: Silvio Coelho dos Santos, Educação e sociedades tribais, Editora Movimento, 1975, Capítulo I – Grupos tribais sobreviventes no sul do Brasil, páginas 21 e 22; foto: Café História.

Rui Iwersen, editor de GaiaNet. 

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Série de GaiaNet nº 25

Mensagem à COP 30 – nº 5   

É preciso que amplas áreas sejam reservadas à defesa do meio ambiente

Deve-se encarar a paisagem de regeneração como uma nova forma de exploração do solo, que respeita não só a preservação da natureza, mas que também deve servir ao fomento do turismo. Para que seja garantida a preservação ou a regeneração desta paisagem, é preciso que amplas áreas sejam reservadas à defesa do meio ambiente.

Enquanto que nos casos da paisagem da civilização e da de produção agrícola, a ação é dominada pela mentalidade econômica, na paisagem de regeneração é a ecologia que deve ocupar o primeiro plano. É a mentalidade biológica que aqui está a serviço da paisagem considerada globalmente, não importando a rentabilidade que possa ser proporcionada por uma área delimitada. Nos países industrializados, a paisagem de regeneração não mais deve ceder terreno aos outros dois tipos de paisagem.

Fonte: Hans Liebmann, Terra – um planeta inabitável?, 1973, Biblioteca do Exército, 1979, página 174; foto: Cesan.

Rui Iwersen, editor de GaiaNet.


Série de GaiaNet nº 21

1501 – O Brasil depois de Cabral – nº 39

A história do contato entre os Xokleng e componentes da sociedade nacional foi dramática

Os Xokleng estão localizados em Santa Catarina (…) Em Ibirama vivem 270 indivíduos. No núcleo de São João dos Pobres, há 4 sobreviventes Xokleng. Seus descendentes, mestiços, não se identificam como indígenas.

A história do contato entre os Xokleng e componentes da sociedade nacional foi particularmente dramática. A tribo tradicionalmente mantinha suas atividades de subsistência com base nas atividades de caça e coleta. Divididos em grupos de 50 a 200 pessoas, os Xokleng dominavam toda a área de floresta que encobre a área localizada entre o litoral e a encosta do planalto, desde as proximidades de Porto Alegre (RS) até Paranaguá (PR). Esta área somente começou a ser sistematicamente desbravada a partir do momento em que se iniciou a colonização no sul do País, em 1824.

Como o território ocupado pelos Xokleng, à época da colonização, já estava cercada por propriedades civilizadas, os indígenas não tinham para onde fugir. A resistência que opuseram à penetração dos brancos foi contínua e, somente depois da criação do SPI [Serviço de Proteção aos Índios, em 1910], foi possível o contato pacífico com alguns grupos. Assim, Eduardo Hoerhan, em 1914, contatou com um grupo no Alto Vale do Itajaí. Paralelamente, em 1920, João Gomes Pereira travou relações amistosas com o grupo de São João dos Pobres. Um terceiro grupo, entretanto, continuou perambulando nas florestas do sul do estado de Santa Catarina. Descendentes desse grupo, segundo tudo indica, ainda vagam nas escassas pontas de floresta que cobrem a serra do Taboleiro.

Fonte: Silvio Coelho dos Santos, Educação e sociedades tribais, Editora Movimento, 1975, Capítulo I – Grupos tribais sobreviventes no sul do Brasil, página 21; foto: Instituto Socioambiental.

Rui Iwersen, editor de GaiaNet. 

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Área queimada no Brasil cresce 79% em 2024

Território devastado pelo fogo no ano passado é maior que o da Itália; Amazônia foi o bioma mais atingido

A área devastada por queimadas no Brasil cresceu 79% em 2024 com relação a 2023, segundo dados do Monitor do Fogo, do MapBiomas. Foram queimados 30.867.676 hectares no ano passado –uma área maior que todo o território da Itália.  Desses mais de 30 milhões de hectares, 73% foram de vegetação nativa, sendo 25% em formações florestais. Os fogos em áreas de pastagens somaram 21,9% do total de 2024.

“Chama a atenção a área afetada por incêndios florestais em 2024. Normalmente, na Amazônia, a classe de uso da terra mais afetada pelo fogo tem sido historicamente as pastagens. Em 2024, foi a 1ª vez desde que começamos a monitorar a área queimada que essa lógica se inverteu. A floresta úmida passou a representar a maioria absoluta da área queimada, sem dúvida um fato preocupante visto que uma vez queimada, aumenta a vulnerabilidade e a chance dessa floresta queimar novamente”, disse Ane Alencar, diretora de Ciências do Ipam (Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia) e coordenadora do MapBiomas.

A Amazônia foi o bioma com o maior número de área devastada pelo fogo: foram 17,9 milhões de hectares incendiados em 2024. É seguida por Cerrado (9,7 milhões), Pantanal (1,9 milhão), Mata Atlântica (1 milhão), Caatinga (330 mil) e Pampa (3.400).  (…)

Fonte: Poder 360; foto: ANDI – Comunicação e Direitos.

Rui Iwersen, editor de GaiaNet.


Série de GaiaNet nº 21

1501 – O Brasil depois de Cabral nº 38

Os brancos submeteram os indígenas a um contínuo processo de desintegração social, cultural e biológica

Paralelamente às disputas pelo domínio da terra, os brancos submeteram os indígenas a um contínuo processo de desintegração social, cultural e biológica. A utilização do indígena como mão de obra, desarticulou rapidamente o sistema econômico tribal, com reflexos diretos em todos os demais aspectos da sociedade, enquanto entidade autônoma.

O mesmo ocorreu em decorrência da utilização sexual da mulher indígena. A contaminação do grupo com doenças até então desconhecidas, e para as quais os indivíduos não apresentavam qualquer resistência biológica, rebentou definitivamente com as possibilidades de o grupo continuar a viver independente. A submissão foi total.

Fonte: Silvio Coelho dos Santos, Educação e sociedades tribais, Editora Movimento, 1975, Capítulo I – Grupos tribais sobreviventes no sul do Brasil, páginas 18 e 19; foto: Mongabay Brasil.

Rui Iwersen, editor de GaiaNet. 

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Série de GaiaNet nº 25

Mensagem de 1973 à COP 30 – nº 3   

A estrutura agrícola de hoje tem por objetivo maximizar sua produção

O segundo tipo [de estrutura paisagística] é representado pela “paisagem de produção agrícola”, que hoje tem por objetivo maximizar sua produção por meio de ampla mecanização das empresas de produção agrícola. A paisagem de civilização, devido à sua concentração humana, só pode suprir sua demanda alimentar quando está presente a de produção agrícola.

Embora, nesta, os danos causados à paisagem primitiva local não sejam tão elevados como os ocasionados pela da civilização, continuam a predominar, com vistas à economia da natureza, os sinais negativos. Desmatamentos, monoculturas, o perigo das erosões, a regulagem dos cursos de água, a drenagem e o emprego excessivo de fertilizantes caracterizam este tipo de paisagem.

Fonte: Hans Liebmann, Terra – um planeta inabitável?, 1973, Biblioteca do Exército Editora, 1979, página 173; foto: Geo Agri.

Rui Iwersen, editor de GaiaNet.


Série de GaiaNet nº 21

1501 – O Brasil depois de Cabral nº 37

A frente de expansão portuguesa estimulava a expulsão dos campos dos contingentes indígenas

No ano de 1728 abriu-se uma picada ligando o morro dos Conventos, ao sul de Santa Catarina, com os campos de Lages e Curitiba. Esse caminho passou a permitir que tropas, formadas com o gado arrebanhado no Rio Grande, fossem levadas diretamente às feiras de São Paulo. E em função desse comércio, altamente estimulado pelo auge da exploração das minas, surgiu a vila de Lages, em 1771. As fazendas de criação foram se instalando, determinando a busca de novas pastagens.

A disputa se faz ao índio. Em 1838, conquistaram-se os campos de Guarapuava. Em 1848, dominam-se os campos de Palmas. (…) A motivação econômica dessa frente de expansão estimulava a expulsão dos campos dos contingentes indígenas, substituindo-os por cabeças de gado. Nesse objetivo, os componentes da frente de expansão se valeram da experiência que a metrópole portuguesa acumulou durante o rápido período em que se expandiu, dominando e exterminando centenas de povos tribais da África, Ásia e América.

Fonte: Silvio Coelho dos Santos, Educação e sociedades tribais, Editora Movimento, 1975, Capítulo I – Grupos tribais sobreviventes no sul do Brasil, página 18; foto: Viktor Walwell.

Rui Iwersen, editor de GaiaNet. 

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Série de GaiaNet nº 21

1501 – O Brasil depois de Cabral nº 36 – Grupos tribais sobreviventes

Com 6.616 indivíduos, os Kaingang formam uma das maiores tribos que sobrevivem no Brasil presente

Distribuídos pelos estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná e São Paulo, os Kaingang formam uma das maiores tribos que sobrevivem no Brasil presente. Sua população aldeada em postos indígenas atinge 6.616 indivíduos. Um número de indivíduos não conhecido, mas seguramente com certa agressividade, vive disperso nas fazendas e outras  propriedades rurais. (…)

Tudo indica que o território tradicional dos Kaingang era toda a área de campo compreendida entre os rios Uruguai e Iguaçu. Na medida em que os interesses coloniais facilitaram, no século XVII, o aniquilamento das populações Guarani aldeadas pelos jesuítas espanhóis, os Kaingang puderam se expandir para o norte e sul daqueles rios. Conseguiram, assim, temporariamente, o domínio dos campos do planalto, em toda a região sul.

A partir do momento em que os jesuítas e suas reduções foram destruídos, diminuindo os lucros do bandeirantes pela comercialização dos espólios de guerra, especialmente escravos índios, o comércio do gado existente à solta nos campos do sul serviu de motivo para manter o interesse dos paulistas na região. E, aos poucos, o gado tornou-se a razão econômica de contingentes nacionais que logo foram disputar com os Kaingang o domínio dos campos naturais do planalto.

Fonte: Silvio Coelho dos Santos, Educação e sociedades tribais, Editora Movimento, 1975, Capítulo I – Grupos tribais sobreviventes no sul do Brasil, página 17; foto: A GRANJA – Total Agro.

Rui Iwersen, editor de GaiaNet. 

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Série de GaiaNet nº 21

1501 – O Brasil depois de Cabral nº 35

Grupos tribais sobreviventes

Prosseguimos esta Série de GaiaNet com artigos extraídos do livro Educação e sociedades tribais, de Silvio Coelho dos Santos, com especial destaque para o capítulo Grupos tribais sobreviventes no sul do Brasil.

A educação vem sendo usada junto às comunidades indígenas para manter os quadros de dominação exercidos pela sociedade nacional  

A escola existente junto às comunidades indígenas, de uma forma ou de outra, compatua como instrumento destinado a manter tal quadro de relacionamento e submissão entre índios e não-índios.

As funções da educação escolar foram destacadas a partir da idéia de que ela é uma agência formal do processo destinado a socializar os membros jovens da sociedade que a patrocina. Foi assim possível detectar como a educação vem sendo usada junto às comunidades indígenas para manter os quadros de dominação exercidos pela sociedade nacional. Essa utilização fica nítida a partir do momento em que a escola se propõe a alfabetizar os indígenas somente em língua portuguesa. Ou quando todos os pontos de referência da atividade escolar são tomados na sociedade nacional.

Fonte: Silvio Coelho dos Santos, Educação e sociedades tribais, Editora Movimento, 1975, Introdução, páginas 11 e 12; foto: Portal Gov.br. 

Rui Iwersen, editor de GaiaNet. 

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Série de GaiaNet nº 20

Saúde do Planeta nº 45

Acredita-se em contaminação por mercúrio a morte de botos e tucuxis na região amazônica do Médio Solimões

As cenas foram de cortar o coração: ao menos 130 botos e tucuxis apareceram mortos em Tefé, na região amazônica do Médio Solimões. As causas ainda estão sendo investigadas, mas acredita-se em contaminação, possivelmente por mercúrio.

A temperatura da água dos rios, que atingiu mais de 40 graus, certamente também contribuiu para a tragédia. Os picos do termômetro provocaram a mais severa seca da história e alguns trechos do Rio Negro ficaram completamente secos. Para além do triste cenário revelado pela fauna – um barco com piscina abrigava os animais resgatados com vida -, há implicações para as populações ribeirinhas, de circulação restrita, sem acesso a escolas e a alimentos que chegam de barcos.

Fonte: Veja, Editora Abril, edição 2862, ano 56, número 40, 6 de outubro de 2023, Tragédia Amazônica, página 23; foto: Projeto Colabora.

Rui Iwersen, editor de GaiaNet.


Série de GaiaNet nº 23

Biodiversidade nº 19

Biodiversidade da flora amazônica

“Há cerca de 40 mil espécies vegetais na Amazônia.”

Fonte: Canal Gov; foto: Conhecimento científico.

Rui Iwersen, editor de GaiaNet.


Série de GaiaNet

Saúde do Planeta nº 44

53,6% da humanidade não têm acesso a água limpa para beber

4,4 bilhões de pessoas, ou 53,6% da humanidade, não têm acesso a água limpa para beber. Essa é a constatação, alarmante, de um novo estudo publicado por cientistas suíços.

Eles analisaram dados de 135 países em desenvolvimento e descobriram que, em muitos casos, a água que essas populações consomem apresenta níveis inaceitáveis de coliformes fecais.

O número é muito maior que o calculado pela OMS – em 2020, ela estimou que 2 bilhões de pessoas não tinham acesso a água limpa. *

Super Interessante, edição 467, setembro de 2024, Bruno Garattoni, Supernovas, página 13; foto: Águas do Rio. 

* Ver Saúde do Planeta nº 37, de 2/4/2024, onde a OMS nos alertava em 2020: “Agora, se mantivermos nosso padrão de consumo e de devastação do meio ambiente, o quadro irá se agravar muito rapidamente. Em 2025, dois terços da população do planeta (5,5 bilhões de pessoas) poderão ter dificuldade de acesso à água potável.”

Rui Iwersen, editor de GaiaNet.


Séries de GaiaNet

Biodiversidade nº 18

Biodiversidade da fauna brasileira

“Em Santa Catarina há 701 espécies de aves registradas, 35% das aves do Brasil.”

Fonte: NSC, Jornal do Almoço, 17 de julho de 2024; foto: Fauna News.

Rui Iwersen, editor de GaiaNet.

 

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Saúde ambiental

terça-feira, 10 março 2009 by Rui Iwersen

Informações sobre as condições de saúde da Terra, um planeta doente, com humanos e outros animais transtornados, solo contaminado e em desertificação, com rios, lagos, mares e atmosfera poluídos e insalubres.

 


Série de GaiaNet nº 21

1501 – O Brasil depois de Cabral – nº 44

Os Xokleng estão em vias de rápido desaparecimento

A esperança de viver dias melhores já desapareceu para a maioria da população. “A reserva é um desânimo só”, disse-me há alguns dias um regional interessado na situação dos índios.

Em São João dos Pobres, os Xokleng estão em vias de rápido desaparecimento. Vivem sem assistência oficial. São 4 indivíduos apenas. Um homem e  três mulheres. Outrora, em 1920, ano da atração, somavam 50. A terra que ocupam jamais foi regularizada pelos órgãos assistenciais. O precário apoio que recebem é obtido junto aos postos assistenciais dos governos municipais.

O desaparecimento desse grupo, entretanto, está a ocorrer dentro de um quadro muito especial. Trata-se da negativa flagrante dos descendentes mestiços do grupo a assumir a identificação indígena, decorrente dos estereótipos altamente negativos que os regionais mantêm sobre os índios.

Fonte: Silvio Coelho dos Santos, Educação e sociedades tribais, Editora Movimento, 1975, Capítulo I – Grupos tribais sobreviventes no sul do Brasil, Os Xokleng, página 23; foto: Conselho Indigenista Missionário – Cimi.

Rui Iwersen, editor de GaiaNet. 

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Série de GaiaNet nº 20

Saúde do Planeta nº 51

Rios brasileiros correm o risco de perder água

Pesquisadores da USP analisaram 17.972 poços localizados a menos de 1 km de rios de todo o Brasil, e encontraram um sinal preocupante: mais da metade deles (55 %) apresentou nível inferior ao do rio mais próximo – indicando que, a longo prazo, os rios podem perder água. (…)

Isso indica que, se existir uma conexão hidráulica entre o rio e o aquífero, esse rio pode estar perdendo água para o aquífero. É um processo natural. Se o nível do aquífero estiver acima do nível do rio, o rio potencialmente está recebendo água do aquífero. Caso contrário, ele está potencialmente perdendo água para o aquífero.

O bombeamento de água subterrânea pode rebaixar o nível do aquífero, fazendo com que um rio que antes recebia água passe a perdê-la para o aquífero. A longo prazo, dependendo das condições geológicas e climáticas, isso pode reduzir a vazão do rio.

Fonte: Super Interessante, edição 474, abril 2025, página 12; foto: Jota 

Rui Iwersen, editor de GaiaNet


Série de GaiaNet nº 26

A Trajetória Poluidora da Humanidade nº 4

As antigas realizações técnicas tinham relações com a defesa, a obtenção e o armazenamento de água

O acúmulo de dezenas de milhares de pessoas num espaço reduzido, depois mesmo de centenas de milhares de pessoas, levou o homem, já na Antiguidade, a se ver confrontado com problemas de defesa ecológica, tal como os conhecemos também nas nossas metrópoles.

De um lado, as águas produzidas por fontes nas proximidades das grandes cidades tinham de ser captadas, armazenadas e conduzidas às povoações. Vincula-se a isso a eliminação das águas servidas, ou seja, os esgotos. Não devemos pois nos admirar de que as antigas realizações técnicas do homem tivessem de manter restritas relações com o desenvolvimento de instalações destinadas à defesa, à obtenção e ao armazenamento de água. Foi no âmbito da economia dos recursos hídricos que primeiro se obtiveram conhecimentos que continuam a ser proveitosos ainda nos nossos dias.

Fonte: Hans Liebmann, Terra – um planeta inabitável? – Da antiguidade até os nossos dias toda a trajetória poluidora da humanidade, 1973, Biblioteca do Exército Editora, 1979, Capítulo III – O meio ambiente na Antiguidade, página 82 ; foto: Guia do Estudante.

Rui Iwersen, editor de GaiaNet.


Série de GaiaNet nº 22

Colapsos nº 29 – O apocalipse da Idade do Bronze nº 8

Água em abundância faz toda a diferença do mundo para um império agrário

A sorte de ambas essas potências mesopotâmicas [Assíria e Babilônia] é que, para começo de conversa, elas estavam relativamente longe do Mediterrâneo – e, portanto, fora do alcance direto dos navios dos Povos do Mar. O segundo ingrediente da sobrevivência: liderança com a cabeça no lugar. (…)

E há, é claro, um fator ainda mais crucial: água. Água em abundância faz toda a diferença do mundo para um império agrário. “Assírios e babilônios podiam contar com o Tigre e o Eufrates, que continuavam fornecendo água em quantidades adequadas mesmo durante a grande seca”, diz o arqueólogo americano [Eric Cline]. “Os egípcios tinham o Nilo. Já os hititas não contavam com nenhum rio tão resiliente em seu território.”

Super Interessante, edição 466, agosto de 2024, O apocalipse da Idade do Bronze, página 39; foto: Facebook. 

Rui Iwersen, editor de GaiaNet.


Série de GaiaNet nº 24

A dramática história dos índios norte-americanos – nº 11

Para os índios parecia que os europeus odiavam tudo na natureza 

No continente, os wampanoags de Massasoit e do rei Philip haviam desaparecido, junto com os chesapeakes, os chickahominys e os potomacs da grande confederação Powhatan. (Só Pocahontas era lembrada). Dispersos ou reduzidos a sobreviventes: os pequots, montauks, nanticokes, machapungas, catawbas, cheraws, miamis, hurons, eries, mohawks, senecas e mohegans. (Só Uncas era lembrado). Seus nomes, que se celebrizaram na história da sua pátria, permaneceram para sempre fixados na terra americana; mas seus ossos estavam abandonados, esquecidos em mil aldeias queimadas, perdidos em florestas que logo desapareciam diante dos machados de vinte milhões de invasores.

Os rios, de cujas águas límpidas e cristalinas se serviam eșses povos, a maioria com nomes índios, já estavam turvados pelo lodo e pelos detritos dos intrusos; a própria terra estava sendo devastada e dissipada. Para os índios, parecia que os europeus odiavam tudo na natureza – as florestas vivas e seus pássaros e bichos, as extensões de grama, a água, o solo e o próprio ar.

Dee Brown, Enterrem meu coração na curva do rio – A dramática história dos índios norte-americanos, 1970, Coleção L&PM Pocket, 2003; Capítulo I, página 25; foto: Portal dos Mitos. 

Rui Iwersen, editor de GaiaNet.


Série de GaiaNet nº 21

1501 – O Brasil depois de Cabral – nº 43

A maioria dos Xokleng hoje sobrevive pela execução de atividades de extração de palmitos em áreas florestais

Orientando 0 posto indígena desde a pacificação [em 1910] até 1954, Eduardo Hoerhan logrou resguardar a área indígena de Ibirama da exploração dos civilizados regionais. Com a sua destituição, entretanto, esse quadro logo se modificou. Em pouco tempo, os Xokleng passaram a ser utilizados pela sociedade regional em seu potencial de mão de obra e capacidade de consumo, enquanto o potencial florestal da reserva começou a ser sistematicamente explorado.

Sujeitos a situações de trabalho em que predomina a espoliação, a maioria dos Xokleng hoje sobrevive pela execução de atividades de extração de palmitos em áreas florestais localizadas fora do posto indígena. A agricultura é praticada de modo bastante precário, pois não há condição para os índios, isoladamente, dinamizarem tal atividade. A exploração de madeiras que continuamente vem se fazendo na reserva, pela associação da FUNAI com madeireiros regionais, não utiliza em nenhum momento a mão de obra indígena. A prostituição não é desconhecida por muitos dos elementos do sexo feminino. A esperança de viver dias melhores já desapareceu para a maioria da população. “A reserva é um desânimo só”, disse-me há alguns dias um regional interessado na situação dos índios.

Fonte: Silvio Coelho dos Santos, Educação e sociedades tribais, Editora Movimento, 1975, Capítulo I – Grupos tribais sobreviventes no sul do Brasil, página 23; foto: BBC News.

Rui Iwersen, editor de GaiaNet. 

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Série de GaiaNet nº 26

A Trajetória Poluidora da Humanidade nº 3

O que mais o impressionou um pigmeu que vivia ainda na selva foi a água canalizada de nossas cidades

Quando, há algumas décadas, foi trazido para uma metrópole australiana um pigmeu que vivia ainda na selva, num ambiente da Idade da Pedra, perguntaram-lhe, depois de lhe terem mostrado todas as conquistas da civilização, o que lhe tinha causado maior impressão. Ao contrário do que se esperava, ele não respondeu que tinham sido os “arranha-céus”. O que mais o impressionou foi o fato de que, ao se abrir uma simples torneira, escorria “água” da canalização, em grande quantidade.

Com seu instinto seguro, o pigmeu tinha reconhecido que não invejava o homem civilizado por possuir aquelas torres de cimento e tijolos e suas autoestradas. Portanto, só podia causar-lhe admiração, realmente, o fato de que se podia obter, pela canalização, qualquer quantidade de água, a toda hora do dia ou da noite.

Tratando-se do elemento básico, que é sobreviver na luta pela existência no nosso planeta, a água límpida e potável é mais importante do que o mais rápido e maior dos jatos tipo Jumbo que atravessam os oceanos em tempo recorde.

Fonte: Hans Liebmann, Terra – um planeta inabitável? – Da antiguidade até os nossos dias toda a trajetória poluidora da humanidade, 1973, Biblioteca do Exército Editora, 1979, Capítulo III – O meio ambiente na Antiguidade, página 81 ; foto: Inforpress.

Rui Iwersen, editor de GaiaNet.


Série de GaiaNet nº 22

Colapsos nº 28 – O apocalipse da Idade do Bronze nº 7

As potências mesopotâmicas estavam relativamente longe do Mediterrâneo, fora do alcance direto dos navios dos Povos do Mar

Seja como for, o cenário geral da desgraça e suas causas estão ficando razoavelmente claros. O apocalipse da Idade do Bronze está relacionado a guerras e fenômenos climáticos, com suas consequências políticas e econômicas. (…)

Na categoria dos sobreviventes, cada caso é um caso, mas há alguns pontos interessantes em comum. Talvez a situação mais simples de entender seja a da Mesopotâmia (grosso modo, o atual Iraque), onde a Assíria, no norte, e a Babilônia, no sul, mantiveram sua estrutura estatal mais ou menos intacta.

A sorte de ambas essas potências mesopotâmicas é que, para começo de conversa, elas estavam relativamente longe do Mediterrâneo – e, portanto, fora do alcance direto dos navios dos Povos do Mar. O segundo ingrediente da sobrevivência: liderança com a cabeça no lugar. “Eles tiveram os líderes certos na hora certa. Enquanto o Império Hitita, por exemplo, bem no momento em que a grande seca causava seus piores efeitos, acabou dilacerado por uma guerra entre membros da família real.”

Fonte: Super Interessante, edição 466, agosto de 2024, O apocalipse da Idade do Bronze, páginas 36 e 39; foto: Planejativo.

Rui Iwersen, editor de GaiaNet.


Série de GaiaNet nº 24

A dramática história dos índios norte-americanos – nº 10

Os europeus que seguiram Colombo destruíram a vegetação e seus habitantes – homens, animais, pássaros e peixes – da ilha de São Salvador 

Mais de três séculos haviam se passado desde que Cristóvão Colombo desembarcara em São Salvador, mais de dois séculos desde que os colonos ingleses haviam chegado à Virginia e à Nova Inglaterra. Nesse espaço de tempo, os amistosos tainos que receberam Colombo na praia haviam sido completamente dizimados.

Bem antes do último dos tainos morrer, a simplicidade de sua cultura de lavoura e artesanato fora destruída e substituída por plantações de algodão onde trabalhavam escravos. Os colonos brancos abateram as florestas tropicais para aumentar seus campos; os algodoeiros cansaram o solo; sem o escudo das florestas, ventos cobriam os campos de areia.

Quando Colombo viu a ilha pela primeira vez, descreveu-a como “muito grande, muito alta e com árvores muito verdes… o conjunto é tão verde que é um prazer olhá-lo”. Os europeus que o seguiram destruíram sua vegetação e seus habitantes – homens, animais, pássaros e peixes – e, depois de a transformarem num deserto, abandonaram-na.

Fonte: Dee Brown, Enterrem meu coração na curva do rio – A dramática história dos índios norte-americanos, 1970, Coleção L&PM Pocket, 2003; Capítulo I, páginas 24 e 25; foto: Mundo Educação – UOL.

Rui Iwersen, editor de GaiaNet.


Série de GaiaNet nº 21

1501 – O Brasil depois de Cabral – nº 42

Epidemias grassaram no grupo, ceifando a maior parte dos índios que haviam sido atraídos

” (…) se pudesse prever que iria vê-los morrer tão miseravelmente, os teria deixado na mata, onde ao menos morriam mais felizes e defendendo-se de armas nas mãos contra os bugreiros que os assaltavam.”

Efetivamente, os Xokleng passaram a enfrentar inimigos mais sutis, mas com maior poder destrutivo. Epidemias grassaram no grupo, ceifando a maior parte dos índios que haviam sido atraídos. Os sobreviventes tiveram de se adaptar à vida sedentária, substituindo suas atividades tradicionais de caça e coleta, pelo cultivo de roças. A dieta alimentar foi bruscamente alterada, contribuindo, hoje se sabe, para a disseminação de doenças. O desequilíbrio demográfico, por sua vez, alterou toda a organização tribal, tornando o grupo definitivamente dependente do organismo oficial de proteção.

Fonte: Silvio Coelho dos Santos, Educação e sociedades tribais, Editora Movimento, 1975, Capítulo I – Grupos tribais sobreviventes no sul do Brasil, página 22; foto: Terra.

Rui Iwersen, editor de GaiaNet. 

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Série de GaiaNet nº 26

A Trajetória Poluidora da Humanidade nº 2

Nas épocas pré-cristãs das civilizações mediterrâneas existiam metrópoles que já enfrentavam problemas ecológicos

Já há algumas décadas comecei a me conscientizar de que a humanidade se encontra à beira do maior perigo que enfrentou até hoje. Nem a mais devastadora das guerras, nem a destruição de que são capazes as bombas atômicas têm o poder de ameaçar a existência humana na mesma proporção que o fará a catástrofe ecológica que se avizinha. Eis porque surge, óbvia, a indagação: será que os danos ecológicos são um sinal característico da moderna civilização ou também exerceram marcante influência na Antiguidade?

Nas épocas pré-cristãs das civilizações mediterrâneas existiam metrópoles que, certamente, já enfrentavam problemas de defesa ecológica. Como, por essa época, a utilização da técnica ainda não tinha progredido como hoje em dia, podemos excluir a ameaça da poluição atmosférica. Porém, devemos voltar a nossa atenção para os danos ecológicos ocasionados pelo desmatamento, pela erosão do solo, pelos esgotos e pelo lixo doméstico.

Fonte: Hans Liebmann, Terra – um planeta inabitável? – Da antiguidade até os nossos dias toda a trajetória poluidora da humanidade, 1973, Biblioteca do Exército Editora, 1979, Capítulo III – O meio ambiente na Antiguidade, páginas 79 e 80; foto: iStock.

Rui Iwersen, editor de GaiaNet.


Gelo polar deve seguir derretendo até 2300

Mesmo se a humanidade cortar drasticamente as suas emissões de CO2, em quantidade suficiente para alcançar  o estado de “carbono negativo”(situação em que o carbono da atmosfera começa a diminuir), e fizer isso relativamente rápido, já a partir de 2050, o Círculo Polar Ártico deve continuar derretendo por muito tempo, pelo menos até o ano 2300.

Essa é a conclusão pouco animadora de uma simulação feita por cientistas da Coréia do Sul, que analisaram áreas cobertas por permafrost: regiões polares onde o gelo normalmente nunca derrete, mas devido às mudanças climáticas começou a fazer isso [derreter].

Segundo o estudo, os polos vão continuar descongelando porque o aquecimento global já tomou muito impulso – e também porque, ao derreter, o permafrost libera CO2 e metano, que retêm calor na atmosfera e realimentam o processo [e libera também micro-organismos, talvez nocivos à saúde humana ou de outros animais].

Fonte: Bruno Garattoni, Supernovas, Super Interessante, edição 473, março 2025, página 10; foto: Aventuras no Conhecimento.

Rui Iwersen, editor de GaiaNet.


Série de GaiaNet nº 22

Colapsos nº 27 – O apocalipse da Idade do Bronze nº 6

O apocalipse da Idade do Bronze está relacionado a guerras e fenômenos climáticos 

“Dois anos contínuos [de seca] costumam destruir as estratégias de resiliência a longo prazo, fazendo com que, por exemplo, não seja mais possível alimentar animais domésticos nas fazendas. Um terceiro ano consecutivo é muito raro, e muito sério”, afirma Manning [Stuart Manning, da Universidade Cornell (EUA)]. “No mundo pré-moderno, isso acabaria minando a autoridade do rei, tanto pela incapacidade de coletar impostos e alimentar o Exército quanto também do ponto de vista simbólico: claramente os deuses abandonaram e rejeitaram os governantes.” (…)

Por outro lado, as colheitas ruins também podem ter estimulado revoltas internas em vários reinos – até porque, na maioria dos casos, não há indício de que uma população vinda de fora tenha conquistado os domínios palacianos.

Seja como for, o cenário geral da desgraça e suas causas estão ficando razoavelmente claros. O apocalipse da Idade do Bronze está relacionado a guerras e fenômenos climáticos, com suas consequências políticas e econômicas.

Fonte: Super Interessante, edição 466, agosto de 2024, O apocalipse da Idade do Bronze, página 36; foto: Notícias Concursos.

Rui Iwersen, editor de GaiaNet.


Série de GaiaNet nº 26

A Trajetória Poluidora da Humanidade nº 1 

Apresento, a partir de hoje, esta nova Série de GaiaNet com cerca de 60 pequenos artigos extraídos dos capítulos III – O Meio Ambiente na Antiguidade, IV – O Meio Ambiente na Idade Média e V – Como Escapar da Catástrofe Ecológica do livro Terra -Um Planeta Inabitável? do alemão Hans Liebmann, de 1973.

Estamos fazendo que o nosso planeta acabe por se tornar artificialmente inabitável nas próximas décadas 

A alteração do equilíbrio biológico do nosso meio ambiente e os  tantos focos de perigo que nós próprios criamos  através da poluição do nosso espaço vital, quer terrestre, aquático ou atmosférico – todos esses sinais de alarma e suas consequências para cada um de nós em particular são de tal forma graves que não podemos ficar à espera de medidas legais que possam salvar o nosso planeta. Já tão-somente o nosso instinto de conservação deveria ser suficiente para nos livrar dos terríveis acontecimentos que se anunciam.

No entanto, sabemos todos nós muito bem que isso não acontece e que, a passos de gigante, por nos afastarmos sempre mais da vida natural, estamos fazendo que o nosso planeta acabe por se tornar artificialmente inabitável nas próximas décadas.

Fonte: Hans Liebmann, Terra – um planeta inabitável? – Da antiguidade até os nossos dias toda a trajetória poluidora da humanidade, 1973, Biblioteca do Exército Editora, 1979, Capítulo III – O meio ambiente na Antiguidade, página 79; foto: Dreamstime.

Rui Iwersen, editor de GaiaNet.


Série de GaiaNet nº 24

A dramática história dos índios norte-americanos – nº 9

Os holandeses ordenaram o massacre de duas aldeias inteiras enquanto os habitantes dormiam

Quando os holandeses chegaram à ilha de Manhattan, Peter Minuit comprou-a por sessenta florins em anzóis e contas de vidro, mas eles encorajaram os índios a permanecer e continuar trocando suas valiosas peles por tais bugigangas.

Em 1641, Willem Kieft cobrou tributos dos mahicans e enviou soldados à ilha Staten para punir os raritans por ofensas cometidas por colonos brancos, não por eles. Quando os índios revidaram, matando quatro holandeses, Kieft ordenou o massacre de duas aldeias inteiras enquanto os habitantes dormiam. Os holandeses passaram à baioneta homens, mulheres e crianças, cortaram seus corpos em pedaços e arrasaram as aldeias com fogo.

Por mais dois séculos, esses fatos se repetiram, enquanto os colonos europeus deslocavam=se para o interior, através de passagens entre os montes Alleghenies, e para os rios que corriam no rumo oeste, para o Grandes Águas (o Mississippi) e para o Grande Barrento (o Missouri).

Fonte: Dee Brown, Enterrem meu coração na curva do rio – A dramática história dos índios norte-americanos, 1970, Coleção L&PM Pocket, 2003; Capítulo I, página 22; foto: InfoEscola.

Rui Iwersen, editor de GaiaNet.


Série de GaiaNet nº 25

Mensagem à COP 30 – nº 6   

Podemos transformar em mata mista milhares de hectares dos milhões de hectares de terras improdutivas

Não será através de um reflorestamento geral de uma paisagem, há muito tempo cultivada, que se poderá fomentar a preservação ou a ampliação de uma paisagem de regeneração.

O que mais importa, nessas tradicionais zonas de cultivo, é realizar florestamento limitado, para conservar, por exemplo, os vales relvados dos maciços centrais e os pastos no alto das serras.

Mesmo assim, ainda fica a possibilidade de se transformar numa mata mista milhares de hectares dos milhões de hectares de terras improdutivas que se encontram à disposição.

Fonte: Hans Liebmann, Terra – um planeta inabitável?, 1973, Biblioteca do Exército, 1979, páginas 174 e 175; foto: Diário do Nordeste.

Rui Iwersen, editor de GaiaNet.


Série de GaiaNet nº 22

Colapsos nº 26 – O apocalipse da Idade do Bronze nº 5

Um estudo da Universidade Cornell (EUA) mostrou que todo o século anterior ao colapso do Mediterrâneo Oriental foi marcado por secas

Os palácios luxuosos foram incendiados ou abandonados, a população grega pode ter caído pela metade e até a arte da escrita foi completamente esquecida. Mas os Povos do Mar (quem quer que fossem eles) não podem ser responsabilizados sozinhos por tanta desgraça.

Tudo indica que, para que eles conseguissem causar tanto estrago, foi preciso que boa parte do Mediterrâneo Oriental já tivesse sido desestabilizada por outros fatores, e o principal parece ter sido o clima. Num estudo publicado em 2023 no periódico especializado Nature, uma equipe liderada por Stuart Manning, da Universidade Cornell (EUA), mostrou que todo o século anterior ao colapso foi marcado por condições cada vez mais secas na esfera de influência dos hititas, por exemplo. Situações parecidas podem ter afetado as ilhas do mar Egeu, a Grécia e talvez a Itália.

Por fim, pouco depois de 1200 a.C., três anos consecutivos de seca totalmente fora do comum chegaram, coincidindo, ao que parece, com o abandono de Hattusa, a capital hitita.

Fonte: Super Interessante, edição 466, agosto de 2024, O apocalipse da Idade do Bronze, páginas 35 e 36; foto: Escola Kids – UOL.

Rui Iwersen, editor de GaiaNet.


Série de GaiaNet nº 24

A dramática história dos índios norte-americanos – nº 8

O poder de fogo dos colonos praticamente exterminou os wampanoags e narragansetts 

Na época em que Massasoit, grande chefe dos wampanoags, morreu, em 1602, seu povo estava sendo expulso para as florestas. Seu filho Metacom previu que os índios chegariam ao fim, se não se unissem para resistir aos invasores. Embora os habitantes da Nova Inglaterra tentassem agradar Metacom, coroando-o rei Philip de Pokanoket, ele dedicou a maior parte de seu tempo à formação de alianças com os narradansetts e outras tribos da região.

Em 1675, depois de uma série de ações arrogantes por parte dos colonos, o rei Philip [Metacom] levou sua confederação índia a uma guerra destinada a salvar as tribos da extinção. Os índios atacaram 52 acampamentos, destruíram completamente doze, mas, depois de meses de luta, o poder de fogo dos colonos praticamente exterminou os wampanoags e narragansetts.

O rei Philip foi morto e sua cabeça exibida publicamente em Plymouth por vinte anos. Juntamente com outras mulheres e crianças índias capturadas, sua mulher e seu filho foram vendidos como escravos nas Índias Ocidentais.

Fonte: Dee Brown, Enterrem meu coração na curva do rio – A dramática história dos índios norte-americanos, 1970, Coleção L&PM Pocket, 2003; Capítulo I, páginas 21 e 22; foto: eCycle.

Rui Iwersen, editor de GaiaNet.


Série de GaiaNet nº 21

1501 – O Brasil depois de Cabral – nº 40

A ordem era de afugentar os índios para lugar onde não mais pudessem incomodar os brancos

Um terceiro grupo [indígena], entretanto, continuou perambulando nas florestas do sul do estado de Santa Catarina. Descendentes desse grupo, segundo tudo indica, ainda vagam nas escassas pontas de floresta que cobrem a serra do Taboleiro.

A resistência indígena foi enfrentada pelos governos locais e pelas companhias interessadas nos negócios de colonização, com a organização e estipêndio de grupos de bugreiros. A ordem era de afugentar os índios para lugar onde não mais pudessem incomodar os brancos. Mas, segundo o objetivo depoimento de um bugreiro, “o negócio era afugentar pela boca da arma”.

As pressões exercidas pela frente de expansão sobre o território ocupado pelos Xokleng foi de tal ordem que, em vários episódios onde os índios assaltaram os brancos, evidencia-se claramente que a fome era a razão do ataque.

Fonte: Silvio Coelho dos Santos, Educação e sociedades tribais, Editora Movimento, 1975, Capítulo I – Grupos tribais sobreviventes no sul do Brasil, páginas 21 e 22; foto: Café História.

Rui Iwersen, editor de GaiaNet. 

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Série de GaiaNet nº 20

Saúde do Planeta nº 50

Entre 2022 e 2023 mais de 6 mil escolas sofreram ataques e mais de 10 mil estudantes e professores foram feridos.

Há mais de 120 conflitos armados acontecendo no mundo todo. Muitos nem aparecem nos jornais. Mas em cada um deles há muitas crianças que são obrigadas a viver em meio à violência extrema. (…)

Em zonas de guerras, muitas salas de aula são atingidas por balas e bombardeios, enquanto outras transformam-se em abrigos temporários. Até o caminho torna-se perigoso, e milhões de crianças precisam atravessar campos minados e regiões afetadas por ataques constantes para chegar à sala de aula.

Apenas entre 2022 e 2023, mais de 6 mil escolas sofreram ataques e mais de 10 mil estudantes e professores foram feridos. Em regiões como Gaza, Ucrânia e República Democrática do Congo, centenas de escolas foram ameaçadas ou atingidas por tiros e bombardeios.

Fonte: Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV), fevereiro de 2025; foto: Andes – SN

Rui Iwersen, editor de GaiaNet.


Série de GaiaNet nº 25

Mensagem à COP 30 – nº 5   

É preciso que amplas áreas sejam reservadas à defesa do meio ambiente

Deve-se encarar a paisagem de regeneração como uma nova forma de exploração do solo, que respeita não só a preservação da natureza, mas que também deve servir ao fomento do turismo. Para que seja garantida a preservação ou a regeneração desta paisagem, é preciso que amplas áreas sejam reservadas à defesa do meio ambiente.

Enquanto que nos casos da paisagem da civilização e da de produção agrícola, a ação é dominada pela mentalidade econômica, na paisagem de regeneração é a ecologia que deve ocupar o primeiro plano. É a mentalidade biológica que aqui está a serviço da paisagem considerada globalmente, não importando a rentabilidade que possa ser proporcionada por uma área delimitada. Nos países industrializados, a paisagem de regeneração não mais deve ceder terreno aos outros dois tipos de paisagem.

Fonte: Hans Liebmann, Terra – um planeta inabitável?, 1973, Biblioteca do Exército, 1979, página 174; foto: Cesan.

Rui Iwersen, editor de GaiaNet.


Série de GaiaNet nº 22

Colapsos nº 25 – O apocalipse da Idade do Bronze nº 4

Uma onda de destruição se abateu também na Grécia continental

No litoral dos atuais Síria, Líbano, Israel e Palestina, muitas cidades-estado antigas e poderosas viraram fumaça, entre as quais Ugarit, a grande senhora do comércio do Mediterrâneo Oriental na época.

Por fim, uma onda de destruição se abateu também na Grécia continental. Nessa época, no lugar dos políticos e filósofos que fariam a fama da civilização grega bem mais tarde [após 5 séculos], a região era ocupada por vários pequenos reinos que pareciam “Egitos” em miniatura, na chamada civilização micênica. Os micênicos eram governados por reis extremamente poderosos, cercados de luxo, defendidos por guerreiros que lutavam em carros de guerra (ou bigas, como diriam os romanos). (…)

Quando a poeira do colapso baixou, tudo isso tinha deixado de existir. Os palácios luxuosos foram incendiados ou abandonados, a população grega pode ter caído pela metade e até a arte da escrita foi completamente esquecida.

Fonte: Super Interessante, edição 466, agosto de 2024, O apocalipse da Idade do Bronze, página 35; foto: cidade de Micenas; fonte: Apaixonados por História.

Rui Iwersen, editor de GaiaNet.


Série de GaiaNet nº 24

A dramática história dos índios norte-americanos – nº 7

A primeira transferência documentada de terra índia a colonos ingleses

Em Massachusetts, a história começou de modo algo diverso, mas acabou da mesma forma que na Virginia. Depois de os ingleses desembarcarem em Plymouth (1620), a maioria deles teria morrido de fome, não fosse a ajuda que receberam dos nativos amistosos do Novo Mundo. (…)

Por vários anos, esses ingleses e seus vizinhos índios viveram em paz, mas muitas outras levas de homens brancos continuaram a chegar. O barulho dos machados e o estrondo das árvores que caíam ecoavam pelas costas da terra que os homens brancos agora chamavam de Nova Inglaterra. As colônias começaram a se disseminar por toda parte.

Em 1625, alguns dos colonos pediram a Samoset [indígena designado missionário pelos ingleses] mais doze mil acres de terra dos pemaquids. Samoset sabia que a terra vinha do Grande Espírito, era infinita como o céu e não pertencia a homem algum. Para agradar os estrangeiros e seus costumes estranhos, ele participou  de uma cerimônia em que cedeu a terra e colocou sua marca num papel. Era a primeira transferência documentada de terra índia a colonos ingleses.

Fonte: Dee Brown, Enterrem meu coração na curva do rio – A dramática história dos índios norte-americanos, 1970, Coleção L&PM Pocket, 2003; Capítulo I, página 21; foto: Dreamstime.

Rui Iwersen, editor de GaiaNet.


Série de GaiaNet nº 21

1501 – O Brasil depois de Cabral – nº 39

A história do contato entre os Xokleng e componentes da sociedade nacional foi dramática

Os Xokleng estão localizados em Santa Catarina (…) Em Ibirama vivem 270 indivíduos. No núcleo de São João dos Pobres, há 4 sobreviventes Xokleng. Seus descendentes, mestiços, não se identificam como indígenas.

A história do contato entre os Xokleng e componentes da sociedade nacional foi particularmente dramática. A tribo tradicionalmente mantinha suas atividades de subsistência com base nas atividades de caça e coleta. Divididos em grupos de 50 a 200 pessoas, os Xokleng dominavam toda a área de floresta que encobre a área localizada entre o litoral e a encosta do planalto, desde as proximidades de Porto Alegre (RS) até Paranaguá (PR). Esta área somente começou a ser sistematicamente desbravada a partir do momento em que se iniciou a colonização no sul do País, em 1824.

Como o território ocupado pelos Xokleng, à época da colonização, já estava cercada por propriedades civilizadas, os indígenas não tinham para onde fugir. A resistência que opuseram à penetração dos brancos foi contínua e, somente depois da criação do SPI [Serviço de Proteção aos Índios, em 1910], foi possível o contato pacífico com alguns grupos. Assim, Eduardo Hoerhan, em 1914, contatou com um grupo no Alto Vale do Itajaí. Paralelamente, em 1920, João Gomes Pereira travou relações amistosas com o grupo de São João dos Pobres. Um terceiro grupo, entretanto, continuou perambulando nas florestas do sul do estado de Santa Catarina. Descendentes desse grupo, segundo tudo indica, ainda vagam nas escassas pontas de floresta que cobrem a serra do Taboleiro.

Fonte: Silvio Coelho dos Santos, Educação e sociedades tribais, Editora Movimento, 1975, Capítulo I – Grupos tribais sobreviventes no sul do Brasil, página 21; foto: Instituto Socioambiental.

Rui Iwersen, editor de GaiaNet. 

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Série de GaiaNet nº 20

Saúde do Planeta nº 49

Cerca de metade das mortes de crianças menores de 5 anos de idade está relacionada à desnutrição 

Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), cerca de metade das mortes de crianças menores de 5 anos de idade está relacionada à desnutrição, uma doença grave causada pela falta de nutrientes essenciais para a vida saudável.

Estamos diante de uma crise absolutamente assustadora. Só no Sudão, estima-se que quase 5 milhões de crianças e mulheres grávidas ou amamentando estejam com desnutrição grave.

Fonte: Médicos Sem fronteiras, novembro de 2024.

Na República Centro-Africana (RCA), as mulheres são 138 vezes mais propensas a morrer de complicações de gravidez e do parto do que na União Europeia, enquanto uma criança no país tem 25 vezes mais chance de morrer antes do seu primeiro aniversário do que se tivesse nascido na Europa.

Fonte: Médicos Sem Fronteiras, janeiro de 2025.

Foto: Sete Margens.

Rui Iwersen, editor de GaiaNet.


Série de GaiaNet nº 25

Mensagem à COP 30 – nº 4   

É possível criar liames estreitos entre a paisagem de regeneração e os interesses da silvicultura e da defesa ecológica

Se, pois, a paisagem da civilização e a paisagem da produção agrícola quase não concedem possibilidades de regeneração ao solo, elevada significação ganha a terceira forma típica, que é a “paisagem de regeneração”. O que houver de essencial, com relação à defesa ecológica, no sentido de alcançar a regeneração geral de uma paisagem, situa-se, em última análise, neste tipo de paisagem.

Encontra-se a paisagem de regeneração nos lugares em que as grandes concentrações urbanas e industriais não entram em cogitação por motivos geográficos, bem como onde a qualidade do solo não permite uma intensificação das atividades agrícolas. Este tipo de paisagem, que antigamente carregava também o símbolo da presença das chamadas terras improdutivas, transformou-se hoje [1973], sob o signo das ameaças representadas pela poluição ambiental, num sinal positivo.

Uma chance de sobrevivência, só existirá se esse terceiro tipo de paisagem for utilizado conscientemente como centro de regeneração. Dentro desta perspectiva, é possível criar liames bastante estreitos entre a paisagem de regeneração e os interesses da silvicultura e da defesa ecológica.

Fonte: Hans Liebmann, Terra – um planeta inabitável?, 1973, Biblioteca do Exército Editora, 1979, páginas 173 e 174; foto: Diário do Nordeste.

Rui Iwersen, editor de GaiaNet.


Série de GaiaNet nº 22

Colapso nº 24 – O apocalipse da Idade do Bronze nº 3

O Egito nunca mais voltou a ser a potência internacional que havia sido na Idade do Bronze

As inscrições egípcias indicam, com segurança, que os Povos do Mar vinham de regiões periféricas dos grandes impérios da Idade do Bronze, e parecem ter operado como uma mescla de piratas e refugiados armados. Atacavam, pilhavam e incendiavam cidades costeiras (…)

No caso do Egito, deu ruim para os Povos do Mar, conforme Ramsés III conta em seus monumentos. O esforço de guerra, porém, drenou tanto os recursos egípcios, além de arrancar outras regiões da esfera de influência dos faraós, que o reino do Nilo nunca mais voltou a ser a potência internacional que havia sido na Idade do Bronze.

E os egípcios até que saíram no lucro. As invasões “bárbaras” parecem ter sido, por exemplo, um fator importante para o completo desaparecimento do Império Hitita, que tinha unificado quase todo o território da atual Turquia sob seu comando nos séculos anteriores. No litoral dos atuais Síria, Líbano, Israel e Palestina, muitas cidades-estado antigas e poderosas viraram fumaça, entre as quais Ugarit, a grande senhora do comércio do Mediterrâneo Oriental na época.

Fonte: Super Interessante, edição 466, agosto de 2024, O apocalipse da Idade do Bronze, página 35; foto: Escola Kids – UOL.

Rui Iwersen, editor de GaiaNet.


Série de GaiaNet nº 23

Biodiversidade nº 23

O panda se separou mais cedo do ancestral comum do grupo de ursos

Oito espécies de ursos compõem a família Ursidae. Entre todas, a Ailuropoda melanoleuca – o panda – foi a que se separou mais cedo do ancestral comum do grupo, há milhões de anos.

Por isso, os comedores de bambu pretos e brancos são bastante diferentes de seus primos polares, pardos ou negros.

Fonte: Super Interessante, edição 470, setembro de 2024, A geopolítica dos pandas, página 48; foto: UOL.

Rui Iwersen, editor.


Área queimada no Brasil cresce 79% em 2024

Território devastado pelo fogo no ano passado é maior que o da Itália; Amazônia foi o bioma mais atingido

A área devastada por queimadas no Brasil cresceu 79% em 2024 com relação a 2023, segundo dados do Monitor do Fogo, do MapBiomas. Foram queimados 30.867.676 hectares no ano passado –uma área maior que todo o território da Itália.  Desses mais de 30 milhões de hectares, 73% foram de vegetação nativa, sendo 25% em formações florestais. Os fogos em áreas de pastagens somaram 21,9% do total de 2024.

“Chama a atenção a área afetada por incêndios florestais em 2024. Normalmente, na Amazônia, a classe de uso da terra mais afetada pelo fogo tem sido historicamente as pastagens. Em 2024, foi a 1ª vez desde que começamos a monitorar a área queimada que essa lógica se inverteu. A floresta úmida passou a representar a maioria absoluta da área queimada, sem dúvida um fato preocupante visto que uma vez queimada, aumenta a vulnerabilidade e a chance dessa floresta queimar novamente”, disse Ane Alencar, diretora de Ciências do Ipam (Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia) e coordenadora do MapBiomas.

A Amazônia foi o bioma com o maior número de área devastada pelo fogo: foram 17,9 milhões de hectares incendiados em 2024. É seguida por Cerrado (9,7 milhões), Pantanal (1,9 milhão), Mata Atlântica (1 milhão), Caatinga (330 mil) e Pampa (3.400).  (…)

Fonte: Poder 360; foto: ANDI – Comunicação e Direitos.

Rui Iwersen, editor de GaiaNet.


Série de GaiaNet nº 24

A dramática história dos índios norte-americanos – nº 6

Em pouco tempo, os oito mil índios powhatan foram reduzidos a menos de mil

Porém a resistência dos arawak deu origem a que os invasores fizessem uso de armas de fogo e sabres, trucidando centenas de milhares de pessoas e destruindo tribos inteiras, em menos de uma década após Colombo ter pisado na praia de São Salvador, a 12 de outubro de 1492.

Eram lentas, naquela época, as comunicações entre as tribos do Novo Mundo, e raramente as notícias das barbaridades dos europeus ultrapassavam a disseminação rápida de novas conquistas e colonizações. Porém, bem antes dos homens brancos que falavam inglês chegarem à Virginia em 1607, os powhatan haviam ouvido algo sobre as técnicas civilizatórias dos espanhóis. Os ingleses passaram a usar métodos mais sutis.

E para garantir a paz por tempo suficiente, enquanto estabeleciam uma colônia em Jamestown, colocaram uma coroa de ouro na cabeça de Wahunsonacook, chamaram-no rei Powhatan e o convenceram de que deveria  pôr seu povo a trabalhar, fornecendo comida para os colonizadores brancos. (…) Depois da morte de Wahunsonacook, os powhatan insurgiram-se para mandar os ingleses de volta ao mar de onde haviam vindo, mas os índios subestimaram o poder das armas inglesas. Em pouco tempo, os oito mil powhatan foram reduzidos a menos de mil.

Fonte: Dee Brown, Enterrem meu coração na curva do rio – A dramática história dos índios norte-americanos, 1970, Coleção L&PM Pocket, 2003; Capítulo I, páginas 20 e 21; foto: InfoEscola.

Rui Iwersen, editor de GaiaNet.


Série de GaiaNet nº 21

1501 – O Brasil depois de Cabral nº 38

Os brancos submeteram os indígenas a um contínuo processo de desintegração social, cultural e biológica

Paralelamente às disputas pelo domínio da terra, os brancos submeteram os indígenas a um contínuo processo de desintegração social, cultural e biológica. A utilização do indígena como mão de obra, desarticulou rapidamente o sistema econômico tribal, com reflexos diretos em todos os demais aspectos da sociedade, enquanto entidade autônoma.

O mesmo ocorreu em decorrência da utilização sexual da mulher indígena. A contaminação do grupo com doenças até então desconhecidas, e para as quais os indivíduos não apresentavam qualquer resistência biológica, rebentou definitivamente com as possibilidades de o grupo continuar a viver independente. A submissão foi total.

Fonte: Silvio Coelho dos Santos, Educação e sociedades tribais, Editora Movimento, 1975, Capítulo I – Grupos tribais sobreviventes no sul do Brasil, páginas 18 e 19; foto: Mongabay Brasil.

Rui Iwersen, editor de GaiaNet. 

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Série de GaiaNet nº 20

Saúde do Planeta nº 48

99% do território original do pandas foi perdido devido ao desmatamento e à interferência humana

Os pandas são especialmente sensíveis a mudanças ambientais: qualquer diminuição na área de floresta de bambu pode significar morrer de fome.

Há milhares de anos, a espécie se estendia por todo o sudeste asiático; hoje, 99% de seu território original foi perdido devido ao desmatamento e à interferência humana. Agora, pandas existem em apenas seis pequenas regiões montanhosas no interior da china.

Fonte: Super Interessante, edição 470, dezembro de 2024, A geopolítica dos pandas, página 48; foto: G1 – Globo.

Rui Iwersen, editor de GaiaNet.


Série de GaiaNet nº 25

Mensagem à COP 30 – nº 3   

A estrutura agrícola de hoje tem por objetivo maximizar sua produção

O segundo tipo [de estrutura paisagística] é representado pela “paisagem de produção agrícola”, que hoje tem por objetivo maximizar sua produção por meio de ampla mecanização das empresas de produção agrícola. A paisagem de civilização, devido à sua concentração humana, só pode suprir sua demanda alimentar quando está presente a de produção agrícola.

Embora, nesta, os danos causados à paisagem primitiva local não sejam tão elevados como os ocasionados pela da civilização, continuam a predominar, com vistas à economia da natureza, os sinais negativos. Desmatamentos, monoculturas, o perigo das erosões, a regulagem dos cursos de água, a drenagem e o emprego excessivo de fertilizantes caracterizam este tipo de paisagem.

Fonte: Hans Liebmann, Terra – um planeta inabitável?, 1973, Biblioteca do Exército Editora, 1979, página 173; foto: Geo Agri.

Rui Iwersen, editor de GaiaNet.


Série de GaiaNet nº 23

Biodiversidade nº 22

Carnes de laboratório

O cultivo de “carne de laboratório” existe desde 2013. Cientistas coletam células de boi ou de frango e as multiplicam em biorreatores (grandes tanques cheios de aminoácidos e nutrientes) para gerar pedaços de carne sem precisar matar nenhum animal.

Fonte: Super Interessante, edição 453, junho de 2023, Supernovas, página 12; foto: Capital Reset – UOL.

Rui Iwersen, editor.


Série de GaiaNet nº 24

A dramática história dos índios norte-americanos – nº 5

Dez anos após Colombo ter pisado na praia de São Salvador os espanhóis já haviam trucidado centenas de milhares de pessoas e destruído tribos inteiras 

 Como era costume do povo ao receber estrangeiros, os tainos da ilha de São Salvador [ilha de Guanahani, atual Bahamas] presentearam generosamente Colombo e seus homens com dádivas e os trataram com honra. (…) Colombo raptou dez de seus amistosos anfitriões tainos e levou-os à Espanha, onde eles poderiam ser apresentados para se adaptarem aos costumes do homem branco. Um deles morreu logo depois de chegar, mas não antes de ser batizado cristão. Os espanhóis gostaram tanto de possibilitar ao primeiro índio a entrada ao céu que se apressaram em espalhar a boa nova pelas Índias Ocidentais.

Os tainos e outros povos arawak não relutaram em se converter aos costumes religiosos europeus, mas resistiram fortemente quando hordas de estrangeiros barbudos começaram a explorar suas ilhas em busca de ouro e pedras preciosas. Os espanhóis saquearam e queimaram aldeias, raptaram centenas de homens e crianças e os mandaram à Europa para serem vendidos como escravos. Porém a resistência dos arawak deu origem a que os invasores fizessem uso de armas de fogo e sabres, trucidando centenas de milhares de pessoas e destruindo tribos inteiras, em menos de uma década após Colombo ter pisado na praia de São Salvador, a 12 de outubro de 1492.

Fonte: Dee Brown, Enterrem meu coração na curva do rio – A dramática história dos índios norte-americanos, 1970, Coleção L&PM Pocket, 2003; Capítulo I, páginas 19 e 20; foto: Humanidades.com.

Rui Iwersen, editor de GaiaNet.


Série de GaiaNet nº 20

Saúde do Planeta nº 47

A humanidade extraiu 2,1 trilhões de toneladas de água do subsolo e deslocou  o eixo rotacional da Terra  

0,8 m foi quanto a humanidade deslocou  o eixo rotacional da Terra entre 1993 e 2010, segundo um novo estudo publicado por cientistas da Universidade Nacional de Seul (Coréia do Sul). Segundo eles, isso aconteceu por causa da extração de água do subsolo.

Nas duas décadas analisadas, a humanidade extraiu 2,1 trilhões de toneladas de água, e a maior parte dela foi parar nos oceanos – o que redistribuiu a massa do planeta, e empurrou o eixo da Terra 80 cm na direção leste.

Fonte: Super Interessante, edição 453, julho de 2023, Supernovas, página 13; foto: Freepik.

Rui Iwersen, editor de GaiaNet.


Série de GaiaNet nº 25

Mensagem à COP 30 – nº 2  

A paisagem de civilização fomenta a alteração do equilíbrio biológico

A alteração do equilíbrio ecológico (…) receberá um ponto final no dia em que se conseguir manter em sua forma original ou fazer retornar a ela as unidades paisagísticas hoje ameaçadas de extinção. (…) A evolução previsível [das terras improdutivas] conduz, mais ou menos, à formação característica de três tipos diferentes de formas ou estruturas paisagísticas [paisagem de civilização, paisagem de produção agrícola e paisagem de regeneração].

O primeiro tipo, a que se pode dar o nome de “paisagem de civilização”, é assinalado pela concentração de pessoas, povoações e distritos industriais. A paisagem de civilização, por estar peculiarmente condicionada à economia, fomenta a alteração do equilíbrio biológico, representando assim um sinal negativo para a economia da natureza. É por isso que, com respeito a esse tipo de paisagem, deve-se prestar especial atenção ao cultivo de áreas verdes e ao plantio de árvores em geral. Essa paisagem não produz qualquer efeito regenerativo sobre a economia primitiva da natureza local.

Fonte: Hans Liebmann, Terra – um planeta inabitável?, 1973, Biblioteca do Exército Editora, 1979, páginas 172 e 173; foto: Rádio Maringá.

Rui Iwersen, editor de GaiaNet.


Série de GaiaNet nº 22 

Colapso nº 22 – O apocalipse da Idade do Bronze

Essa realidade próspera e tranquila veio abaixo em pouco tempo e arrasou civilizações da Grécia à Síria, passando pelo Egito faraônico

Era o ano 1.177 a.C., e o mundo estava acabando. Ou, pelo menos, o mundo que havia sido construído durante séculos (ou até milênios) por reis, guerreiros e burocratas do Mediterrâneo.

Essa gente tinha se acostumado a uma espécie de globalização em pequena escala, graças à qual era possível navegar, comercializar objetos luxuosos e enviar cartas com propostas de casamento, ameaças ou simples saudações a pessoas do outro lado do mar [Mediterrâneo].

Era uma realidade próspera e relativamente tranquila. Mas veio abaixo em pouco tempo – e nunca se reergueu por completo. Trata-se do “apocalipse da Idade do Bronze” [3.3oo a.C. – 1.200 a.C.], um fenômeno histórico que arrasou civilizações da Grécia à Síria, passando pelo Egito faraônico, no século 12 a.C. – e até hoje não foi plenamente esclarecido.

Fonte: Super Interessante, edição 466, agosto de 2024, O apocalipse da Idade do Bronze, página 33; foto: Candeias Mix.

Rui Iwersen, editor de GaiaNet.


Série de GaiaNet nº 23

Biodiversidade nº 21

Desde a Idade Média os ingleses cruzam raças de cachorros para produzir cães lutadores

Para criar bons cães lutadores, os ingleses cruzaram buldogues com raças mais ágeis de terrier, um tipo de cachorro usado para caça. Nasciam aí os bull terriers, que dariam origem aos pit bulls – um termo guarda-chuva, que abrange várias raças.

O adestramento era cruel. Os cães de rinha precisavam ser agressivos (para atacar outros cães) e, ao mesmo tempo, subservientes (para não atacar seus donos).

Fonte: Super Interessante, edição 464, junho de 2024, Os pit bulls nascem maus ou a sociedade os corrompe?, página 9; foto: Bnews.

Rui Iwersen, editor de GaiaNet.


Série de GaiaNet nº 24

A dramática história dos índios norte-americanos – nº 4

Colombo escreveu ao rei que o povo deveria “ser posto a trabalhar, plantar e fazer tudo que é necessário e adotar nossos costumes”

Tudo começou com Cristóvão Colombo, que deu ao povo o nome de índios. Os europeus, os homens brancos, falavam com dialetos diferentes, e alguns pronunciavam a palavra “indien”, ou “indianer”, ou “indian”. Peaux-rouges, ou “red skins” (peles vermelhas), veio depois. Como era costume do povo ao receber estrangeiros, os tainos da ilha de São Salvador [ilha de Guanahani, atual Bahamas] presentearam generosamente Colombo e seus homens com dádivas e os trataram com honra.

“Tão afáveis, tão pacíficos, são eles”, escreveu Colombo ao rei e à rainha da Espanha, “que juro a Vossas Majestades que não há no mundo uma nação melhor. Amam a seus próximos como a si mesmos, e sua conversação é sempre suave e gentil, e acompanhada de sorrisos; embora seja verdade que andam nus, suas maneiras são decentes e elogiáveis.”

Claro que tudo isso foi tomado como sinal de fraqueza, senão de barbárie, e Colombo, sendo um europeu bem-intencionado, convenceu-se de que o povo deveria “ser posto a trabalhar, plantar e fazer tudo que é necessário e adotar nossos costumes”. Nos quatro séculos seguintes (1492-1890), vários milhões de europeus e seus descendentes tentaram impor seus costumes ao povo do Novo Mundo.

Fonte: Dee Brown, Enterrem meu coração na curva do rio – A dramática história dos índios norte-americanos, 1970, Coleção L&PM Pocket, 2003; Capítulo I, páginas 19 e 20; foto: MeisterDrucke.

Rui Iwersen, editor de GaiaNet.


Série de GaiaNet nº 21

1501 – O Brasil depois de Cabral nº 36 – Grupos tribais sobreviventes

Com 6.616 indivíduos, os Kaingang formam uma das maiores tribos que sobrevivem no Brasil presente

Distribuídos pelos estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná e São Paulo, os Kaingang formam uma das maiores tribos que sobrevivem no Brasil presente. Sua população aldeada em postos indígenas atinge 6.616 indivíduos. Um número de indivíduos não conhecido, mas seguramente com certa agressividade, vive disperso nas fazendas e outras  propriedades rurais. (…)

Tudo indica que o território tradicional dos Kaingang era toda a área de campo compreendida entre os rios Uruguai e Iguaçu. Na medida em que os interesses coloniais facilitaram, no século XVII, o aniquilamento das populações Guarani aldeadas pelos jesuítas espanhóis, os Kaingang puderam se expandir para o norte e sul daqueles rios. Conseguiram, assim, temporariamente, o domínio dos campos do planalto, em toda a região sul.

A partir do momento em que os jesuítas e suas reduções foram destruídos, diminuindo os lucros do bandeirantes pela comercialização dos espólios de guerra, especialmente escravos índios, o comércio do gado existente à solta nos campos do sul serviu de motivo para manter o interesse dos paulistas na região. E, aos poucos, o gado tornou-se a razão econômica de contingentes nacionais que logo foram disputar com os Kaingang o domínio dos campos naturais do planalto.

Fonte: Silvio Coelho dos Santos, Educação e sociedades tribais, Editora Movimento, 1975, Capítulo I – Grupos tribais sobreviventes no sul do Brasil, página 17; foto: A GRANJA – Total Agro.

Rui Iwersen, editor de GaiaNet. 

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Série de GaiaNet nº 20

Saúde do Planeta nº 46

Os desertos surgem do esgotamento lento do solo através de uma exploração crescente de seus recursos

Quando a erosão do solo alcança determinados níveis, a terra se torna estéril. Os efeitos dos desmatamentos podem ser detectados em todo o mundo, nas suas consequências mais devastadoras.

Sobre isso escrevem, por exemplo, Jacks e White: “Os desertos da China Setentrional, Pérsia, Mesopotâmia e da África do Norte contam, todos eles, a mesma história do esgotamento lento do solo através de uma exploração crescente de seus recursos, determinada por uma civilização que foi se expandindo. Ele foi explorado de tal forma que não lhe restou força alguma para se recuperar. Naturalmente, à exaustão do solo seguiu-se – um fato que hoje se pode constatar – a erosão. (…)”

Fonte: Hans Liebmann, Terra – um planeta inabitável?, 1973, Biblioteca do Exército Editora, 1979, página 33; foto: Freepik.

Rui Iwersen, editor de GaiaNet.


Série de GaiaNet nº 25

Mensagem à COP 30 – nº 1  

A sobrevivência de uma humanidade sadia custa dinheiro, muito dinheiro

O problema principal da defesa ecológica é que, em se tratando do nosso meio ambiente, cada indivíduo deve se conscientizar de que tem de modificar, a esse respeito, seus conceitos e sua mentalidade. Quanto a isso, é preciso que se diga claramente que a sobrevivência de uma humanidade sadia custa dinheiro, muito dinheiro.  Cada membro de uma sociedade que se baseia no bem-estar social deverá estar disposto, para que isso se concretize, a grandes sacrifícios.

Muitas das coisas que hoje deixamos de fazer, no sentido de uma estruturação do meio ambiente, não poderão ser recuperadas amanhã, pois terão de ser consideradas como irremediavelmente perdidas.

Pode-se afirmar, com certeza, que o dinheiro que “hoje” se colocar à disposição da preservação do meio ambiente será menor do que o montante que se exigirá dentro de poucos anos. Se não se levar em consideração as exigências atuais da defesa ecológica, a soma a ser despendida crescerá dia a dia.

Fonte: Hans Liebmann, Terra – um planeta inabitável?, 1973, Biblioteca do Exército Editora, 1979, páginas 153 e 154; foto: Portal Gov.br.

Rui Iwersen, editor de GaiaNet.


Série de GaiaNet nº 24

A dramática história dos índios norte-americanos – nº 3

Os que lerem este livro poderão aprender algo sobre sua própria relação com a terra, com um povo que era de conservacionistas verdadeiros 

Este não é um livro alegre, mas a história tem um jeito de se introduzir no presente, e talvez os que o lerem tenham uma compreensão mais clara do que é um índio americano, sabendo o que ele foi. Poderão surpreender-se ao ouvir que palavras gentis e ponderadas saem da boca de índios estereotipados no mito americano como selvagens impiedosos. Poderão aprender algo sobre sua própria relação com a terra, com um povo que era de conservacionistas verdadeiros.

Os índios sabiam que a vida equivale à terra e seus recursos, que a América era um paraíso, e não podiam compreender por que os invasores do Leste estavam decididos a destruir tudo que era índio e a própria América.

E se os leitores deste livro alguma vez puderem ver a pobreza, a desesperança e a miséria de uma reserva índia moderna, acharão possível compreender realmente as razões disso.

Fonte: Dee Brown, Enterrem meu coração na curva do rio – A dramática história dos índios norte-americanos, 1970, Coleção L&PM Pocket, 2003; Introdução, página 17; foto: Toda Matéria.

Rui Iwersen, editor de GaiaNet.


Série de GaiaNet nº 23

Biodiversidade nº 20

Pelo menos nos mamíferos, o comportamento homossexual pode ter surgido por razões sociais

Recentemente, um grupo de biólogos propôs uma terceira hipótese: pelo menos nos mamíferos, o comportamento homossexual pode ter surgido por razões sociais, e não puramente reprodutivas.

Em um artigo de 2023, esses pesquisadores analisaram a prevalência das relações em mais de 260 espécies de mamíferos – e notaram que a homossexualidade era especialmente comum nos que vivem em sociedade, com destaque para os primatas: 51 espécies, de lêmures a gorilas, apresentam o comportamento.

Fonte: Super Interessante, edição 466, agosto de 2024, As origens biológicas da Homossexualidade, página 43; foto: DCM.

Rui Iwersen, editor de GaiaNet.


Série de GaiaNet nº 24

A dramática história dos índios norte-americanos – nº 2

Esta série mostra o Capitalismo maquiavélico dos colonizadores europeus da América do Norte, como ocorreu na América do Sul (como veremos futuramente na Série de GaiaNet nº 21: “1501 – O Brasil depois de Cabral”).

Enterrem meu coração na curva do rio é um livro de advertência sobre o problema das minorias raciais em confronto com uma cultura tecnologicamente adiantada

O livro de Dee Brown chegou à lista de best-sellers e passou mais de um ano sacudindo consciências e revelando uma face triste da formação dos Estados Unidos, reabilitando os pobres subumanos mostrados pelo cinema e pela televisão de massas. Revela outro aspecto importante dessas décadas impiedosas: o papel do homem branco como o agente poluidor da natureza exuberante da região habitada pelos índios. Os brancos introduziram a fumaça dos trens, o uísque, as doenças infecciosas e acabaram com as florestas e a vida selvagem. (…)

[Dee Brown] Foi um pesquisador nato e provou isso em Enterrem meu coração na curva do rio, revelando uma quantidade imensa de material original e desconhecido sobre os índios. (…)

No Brasil, além do interesse natural por uma obra sobre o assunto, Enterrem meu coração na curva do rio é um livro de advertência, profundamente atual, sobre o problema das minorias raciais em confronto com uma cultura tecnologicamente adiantada.

Fonte: Dee Brown, Enterrem meu coração na curva do rio – A dramática história dos índios norte-americanos, Coleção L&PM Pocket, 2003; Geraldo Galvão Ferraz, Apresentação, páginas 6 e 7; foto: Facebook – Buenas ideias.

Rui Iwersen, editor de GaiaNet.


Série de GaiaNet nº 20 

Saúde do Planeta nº 45

Acredita-se em contaminação por mercúrio a morte de botos e tucuxis na região amazônica do Médio Solimões

As cenas foram de cortar o coração: ao menos 130 botos e tucuxis apareceram mortos em Tefé, na região amazônica do Médio Solimões. As causas ainda estão sendo investigadas, mas acredita-se em contaminação, possivelmente por mercúrio.

A temperatura da água dos rios, que atingiu mais de 40 graus, certamente também contribuiu para a tragédia. Os picos do termômetro provocaram a mais severa seca da história e alguns trechos do Rio Negro ficaram completamente secos. Para além do triste cenário revelado pela fauna – um barco com piscina abrigava os animais resgatados com vida -, há implicações para as populações ribeirinhas, de circulação restrita, sem acesso a escolas e a alimentos que chegam de barcos.

Fonte: Veja, Editora Abril, edição 2862, ano 56, número 40, 6 de outubro de 2023, Tragédia Amazônica, página 23; foto: Projeto Colabora.

Rui Iwersen, editor de GaiaNet.


Série de GaiaNet nº 24

Esta nova Série de GaiaNet mostra o Capitalismo maquiavélico dos colonizadores europeus da América do Norte. Esta ideologia foi descrita em 1532 por Nicolau Maquiavel no livro O Príncipe, e é apresentada atualmente na Série de GaiaNet nº21: 1501 – O Brasil depois de Cabral.

A dramática história dos índios norte-americanos – nº 1

Dee Brown conseguiu mostrar a grande tragédia dos índios norte-americanos

Enterrem meu coração na curva do rio

Enterrem meu coração na curva do rio (Bury my Heart at Wounded Knee), o best-seller de Dee Brown, conta o outro lado da história, a história índia do Oeste Americano. (…) A tal gente pintada que berrava é um povo altivo, nobre, com uma cultura própria, que só entra em guerra defendendo o direito de viver nas terras que sempre foram suas. (…)

Os brancos guardam a memória dos massacres Fatterman e de Little Big Horn, onde morreu o general Custer. Ficou relegado aos livros especializados e a documentos de difícil acesso o grande número de massacres de aldeias índias, com morte a sangue frio de velhos, mulheres e crianças. (…)

Dee Brown, nesta sua obra que veio na hora certa, quando a consciência do povo norte-americano estava sendo incomodada pela guerra vietnamita e pela questão racial, conseguiu mostrar, em primeiro lugar, a grande tragédia do índio, uma minoria incômoda para a expressão desenvolvimentista de uma nação em progresso, que precisava de terras para ampliar seu território, para fazer estradas e colonizar o interior.

Fonte: Dee Brown, Enterrem meu coração na curva do rio (A dramática história dos índios norte-americanos), Coleção L&PM Pocket, 2003; Geraldo Galvão Ferraz, Apresentação, páginas 5 e 6; foto: Dois Pontos.

Rui Iwersen, editor de GaiaNet.


Série de GaiaNet nº 23

Biodiversidade nº 19

Biodiversidade da flora amazônica

“Há cerca de 40 mil espécies vegetais na Amazônia.”

Fonte: Canal Gov; foto: Conhecimento científico.

Rui Iwersen, editor de GaiaNet.


Série de GaiaNet nº 20

Saúde do Planeta nº 44

53,6% da humanidade não têm acesso a água limpa para beber

4,4 bilhões de pessoas, ou 53,6% da humanidade, não têm acesso a água limpa para beber. Essa é a constatação, alarmante, de um novo estudo publicado por cientistas suíços.

Eles analisaram dados de 135 países em desenvolvimento e descobriram que, em muitos casos, a água que essas populações consomem apresenta níveis inaceitáveis de coliformes fecais.

O número é muito maior que o calculado pela OMS – em 2020, ela estimou que 2 bilhões de pessoas não tinham acesso a água limpa. *

Super Interessante, edição 467, setembro de 2024, Bruno Garattoni, Supernovas, página 13; foto: Águas do Rio. 

* Ver “Saúde do Planeta nº 37” de 2/4/24 onde a ONU nos alertava na época: “Agora, se mantivermos nosso padrão de consumo e de devastação do meio ambiente, o quadro irá se agravar muito rapidamente. Em 2025, dois terços da população do planeta (5,5 bilhões de pessoas) poderão ter dificuldade de acesso à água potável.”

Rui Iwersen, editor de GaiaNet.


Séries de GaiaNet nº 23

Biodiversidade nº 18

Biodiversidade da fauna brasileira

“Em Santa Catarina há 701 espécies de aves registradas, 35% das aves do Brasil.”

Fonte: NSC, Jornal do Almoço, 17 de julho de 2024; foto: Fauna News.

Rui Iwersen, editor de GaiaNet.


Série de GaiaNet nº20

Saúde do Planeta nº 43

O Brasil registrou 68.635 focos de queimadas em agosto

O Brasil registrou 68.635 focos de queimadas em agosto, de acordo com dados do “Programa Queimadas”, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).

É o pior resultado para o mês desde 2010, quando 90.444 focos ativos foram detectados pelo satélite de referência do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). Considerando os dados históricos coletados pelo Inpe desde 1998, os números do governo federal colocam o período como o quinto pior mês de agosto no total de focos de queimadas para o Brasil.

A taxa também mais que dobrou na comparação com o ano passado, quando o país teve 28.056 focos no mesmo período. A média de queimadas para o mês é de 46.529 focos. Já o mínimo de focos registrado pelo Inpe aconteceu em 2013, quando cerca de 21 mil foram contabilizados em todo o país. Ainda segundo o Inpe, mais de 80% desses focos ocorreram na Amazônia e no Cerrado.

Na Amazônia, a temporada de incêndios geralmente ocorre entre junho e outubro, mas fazendeiros, garimpeiros e grileiros derrubam a floresta e se preparam para queimá-la durante todo o ano. E de acordo com o Programa Queimadas, o bioma registrou 65.667 focos de fogo desde janeiro até agora (1º setembro). O número representa um aumento de 104% quando comparado com o mesmo período do ano passado, quando 32.145 focos foram contados pelo instituto. (…)

Fonte: G1; Foto: Blog Nossa Voz.

Rui Iwersen, editor de GaiaNet.


Séries de GaiaNet nº23

Biodiversidade nº 17

Brasil tem mais gado que gente

“O Brasil tem 240 milhões de cabeças de gado.”

Fonte: Globo News, Prejuízo na Agropecuária [dos incêndios florestais], 7 de maio de 2024; foto: Animal Business Brasil.

Rui Iwersen, editor de GaiaNet.


A desertificação e a seca ameaçam vidas e meios de subsistência em todo o planeta

Mais de 2 bilhões de hectares das terras do mundo estão degradados, afetando mais de 3 bilhões de pessoas.
A desertificação e a seca ameaçam vidas e meios de subsistência em todo o planeta. Ecossistemas vitais e inúmeras espécies estão sob ameaça.
Em face de secas mais severas e prolongadas, tempestades de areia e aumento das temperaturas, é fundamental encontrar maneiras de impedir que a terra seca se transforme em deserto, que as fontes de água doce evaporem e que o solo fértil se transforme em pó.
De empresas e governos a indivíduos, todos podem ajudar a acabar com a degradação da terra, restaurar paisagens destruídas e criar um planeta habitável para as próximas gerações.
Fonte: Programa da ONU para o meio ambiente.

Rui Iwersen, editor de GaiaNet.


Série de GaiaNet nº 20

Saúde do Planeta nº 42

Dia da Sobrecarga da Terra, indicador calculado desde 1971, mostra que em 2023 usamos 75% mais recursos do que o planeta pode suportar

Hoje, o aquecimento global e outros problemas ambientais são temas dominantes – e urgentes. Todo ano, a ong americana Global Footprint Network calcula o chamado Dia da Sobrecarga da Terra, a data em que ultrapassamos a capacidade do planeta de reequilibrar seus sistemas ecológicos e regenerar recursos naturais.

Esse indicador é calculado desde 1971; naquele ano, a humanidade atravessou o limite em dezembro. Já em 2023, isso aconteceu no dia 2 de agosto. Isso significa que, no ano passado, usamos 75% mais recursos do que o planeta pode suportar.

Fonte: Super Interessante, edição 459, janeiro de 2024, O fim da superpopulação, página 22; foto: A Terra é Redonda.

Rui Iwersen, editor de GaiaNet.


Séries de GaiaNet nº 23

Biodiversidade nº 16

Refugiados políticos e refugiados do clima no Planeta  

“Existem 100 milhões de refugiados no mundo”.

Fonte: COI, Abertura dos jogos Olímpicos de Paris; foto: Conexão UFRJ. 

Rui Iwersen, editor de GaiaNet.


Série de GaiaNet nº 20

Saúde do Planeta nº 41

Modelo teórico mostra a dinâmica do colapso ambiental 

Os vínculos intrincados entre algas que vivem nos oceanos, produção de gás enxofre, química atmosférica, física das nuvens e clima vêm, aos poucos, sendo descobertos em dezenas de laboratórios ao redor do mundo. (…)

Quando executamos nosso modelo aumentando gradualmente a entrada de calor do Sol, ou  mantendo o Sol constante mas aumentando a entrada de dióxido de carbono, como estamos fazendo agora no mundo real, o modelo mostrou um bom equilíbrio, com os ecossistemas oceânico e terrestre desempenhando seus papéis. Mas, quando a quantidade de dióxido de carbono se aproximou de 500 ppm, o equilíbrio começou a falhar, e ocorreu um súbito aumento de temperatura. A causa foi o colapso do ecossistema oceânico. Com o aquecimento do mundo, a expansão da superfície morna dos oceanos privou as algas de nutrientes, até que elas se extinguissem. Com a diminuição da área de oceano coberta por algas, seu efeito resfriador diminuiu e a temperatura disparou.

James Lovelock, A Vingança de Gaia, Editora Intrínseca, 2006, páginas 40 e 41; foto: Olhar Digital.

Rui Iwersen, editor de GaiaNet.


Séries de GaiaNet nº 23

Biodiversidade nº 15

Sete em cada dez brasileiros têm animal de estimação 

  • 94% dos brasileiros têm ou já tiveram algum animal de estimação.
  • 72% dos brasileiros têm algum animal de estimação.
  • Brasil é o 3º país do mundo com a maior população de pets, 149 milhões, atrás da China e Estados Unidos.

Fonte: GloboNews, edição das 18h, 2 de julho de 2024; foto: Jornal Imparcial.

Rui Iwersen, editor de GaiaNet.


Colapsos – Série de GaiaNet nº 22

Colapso nº 16 – Apocalipse bíblico

O primeiro céu e a primeira terra passaram, e o mar já não existe 

O próprio Apocalípse de João, apesar de todo o sofrimento que prevê para a parte pecadora não arrependida da humanidade, deixa esperanças no final. O homem, enfim, viverá em comunhão com Deus e todas as dores terão acabado. O ciclo se fecha.

“Vi então um novo céu e uma nova terra”, escreve o profeta. “Pois o primeiro céu e a primeira terra passaram, e o mar já não existe. Vi também a cidade santa, a nova Jerusalém, descendo do céu, de junto de Deus, vestida como noiva enfeitada para o seu esposo. Então, ouvi uma voz forte que saía do trono e dizia: “Esta é a morada de Deus com os homens. Ele vai morar junto deles. Eles serão o seu povo, e o próprio Deus com eles será seu Deus. Ele enxugará toda lágrima dos seus olhos. A morte não existirá mais, e não haverá mais luto, nem grito, nem dor, porque as coisas anteriores passaram.”

Fonte: Super Interessante, Edição Especial, Apocalipse – O fim do mundo, Edição 291-A, maio de 2011, página 13, Apocalipse bíblico; foto: Central da Oração.

Rui Iwersen, editor de GaiaNet.

 

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Músicas ecológicas

terça-feira, 10 março 2009 by Rui Iwersen

Nesta página apresento, com som, letra, imagem e informações sobre a música, o autor e o interprete, músicas consideradas ecológicas por GaiaNet, isto é, músicas com mensagens sobre o meio ambiente natural, social e cultural.

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Alô Alô Marciano

| Rita Lee – 1980 |

Nesta música Rita Lee envia uma mensagem a um possível extra terrestre e fala da Terra e da humanidade: “aqui quem fala é da Terra, pra variar estamos em guerra, você não imagina a loucura, o ser humano tá na maior fissura, porque…”

 

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ALÔ ALÔ MARCIANO

Alô, alô, marciano
Aqui quem fala é da Terra
Pra variar estamos em guerra
Você não imagina a loucura
O ser humano tá na maior fissura porque
Tá cada vez mais down the high society

Down, down, down
The high society
Down, down, down
The high society
Down, down, down
The high society
Down, down, down

Alô, alô, marciano
A crise tá virando zona
Cada um por si todo mundo na lona
E lá se foi a mordomia
Tem muito rei aí pedindo alforria porque
Tá cada vez mais down the high society

Down, down, down
The high society
Down, down, down
The high society
Down, down, down
The high society
Down, down, down

Alô, alô, marciano
A coisa tá ficando ruça
Muita patrulha, muita bagunça
O muro começou a pichar
Tem sempre um aiatolá pra atola, Alá
Tá cada vez mais down the high society

Down, down, down
The high society
Down, down, down
The high society
Down, down, down
The high society
Down, down, down

Alô, alô, marciano
Aqui quem fala é da Terra
Pra variar estamos em guerra
Você não imagina a loucura
O ser humano tá na maior fissura porque
Tá cada vez mais down the high society

Down, down, down
The high society
Down, down, down
The high society

Ui, gente fina é outra coisa, entende?
Down, down, down
High society
Down, down, down, down, down
High society

Hoje não se fazem mais countries como antigamente, não é?
High society, high society, high society, high society
Down, down, down
High society
Down, down, down, down down
High society

Ai que chique é o jazz, meu Deus
Down, down, down
High society
Down, down, down
Ah, Deus

 

 

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Amazônia

| Roberto Carlos – 1989 |

Nesta música Roberto Carlos fala da “Amazônia, insônia do mundo”, descrevendo uma selva de enganos, uma selva ferida, uma incerteza no futuro devido a absurdos contra o destino da vida; tolices fatais.

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AMAZÔNIA

Tanto amor perdido no mundo
Verdadeira selva de enganos
A visão cruel e deserta
De um futuro de poucos ano
sSangue verde derramado
O solo manchado
Feridas na selva
A lei do machado

Avalanches de desatinos
Numa ambição desmedida
Absurdos contra os destinos
De tantas fontes de vida

Quanta falta de juízo
Tolices fatais
Quem desmata, mata
Não sabe o que faz

Como dormir e sonhar
Quando a fumaça no ar
Arde nos olhos
De quem pode ver

Terríveis sinais
De alerta
Desperta
Pra selva viver

Amazônia, insônia do mundo
Amazônia, insônia do mundo

Todos os gigantes tombados
Deram suas folhas ao vento
Folhas são bilhetes deixados
Aos homens do nosso tempo

Quantos anjos queridos
Guerreiros de fato
De morte feridos
Caídos no mato

Como dormir e sonhar
Quando a fumaça no ar
Arde nos olhos
De quem pode ver

Terríveis sinais
De alerta
Desperta
Pra selva viver

Amazônia, insônia do mundo
Amazônia, insônia do mundo

 

 

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A Novidade

| Bi Ribeiro – Gilberto Gil – Herbert Vianna – Joao Barone – 2012 |

Nesta música os autores descrevem um “mundo tão desigual, de um lado este carnaval, do outro a fome total”.

Gilberto Gil
A Novidade
Gilberto GilA Novidade
Gilberto GilA Novidade
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A NOVIDADE

A novidade veio dar à praia
Na qualidade rara de sereia
Metade, o busto de uma deusa maia
Metade, um grande rabo de baleia

A novidade era o máximo
Do paradoxo estendido na areia
Alguns a desejar seus beijos de deusa
Outros a desejar seu rabo pra ceia

Ó, mundo tão desigual
Tudo é tão desigual
Uo-o-o-o-o-o

Ó, de um lado este carnaval
Do outro a fome total
Uo-o-o-o-o-o

E a novidade que seria um sonho
O milagre risonho da sereia
Virava um pesadelo tão medonho
Ali naquela praia, ali na areia

A novidade era a guerra
Entre o feliz poeta e o esfomeado
Estraçalhando uma sereia bonita
Despedaçando o sonho pra cada lado

Ó, mundo tão desigual
Tudo é tão desigual
Uo-o-o-o-o-o

Ó, de um lado esse carnaval
Do outro a fome total
Uo-o-o-o-o-o

 

 

A Novidade A Novidade A Novidade

 

As baleias

| Roberto Carlos & Erasmo Carlos, 1981 |

Os autores se dirigem aos caçadores de baleias, falam da falta que elas farão aos seus netos, espantam-se com a indiferença ao ver o animal se debater no mar, e mostram esperança que o Homem pare essa matança.

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AS BALEIAS

Não é possível que você suporte a barra
De olhar nos olhos do que morre em suas mãos
E ver no mar se debater o sofrimento
E até sentir-se um vencedor neste momento

Não é possível que no fundo do seu peito
Seu coração não tenha lágrimas guardadas
Pra derramar sobre o vermelho derramado
No azul das águas que você deixou manchadas

Seus netos vão te perguntar em poucos anos
Pelas baleias que cruzavam oceanos
Que eles viram em velhos livros
Ou nos filmes dos arquivos
Dos programas vespertinos de televisão

O gosto amargo do silêncio em sua boca
Vai te levar de volta ao mar e à fúria louca
De uma cauda exposta aos ventos
Em seus últimos momentos
Relembrada num troféu em forma de arpão

Como é possível que você tenha coragem
De não deixar nascer a vida que se faz
Em outra vida que sem ter lugar seguro
Te pede a chance de existência no futuro

Mudar seu rumo e procurar seus sentimentos
Vai te fazer um verdadeiro vencedor
Ainda é tempo de ouvir a voz dos ventos
Numa canção que fala muito mais de amor

Seus netos vão te perguntar em poucos anos
Pelas baleias que cruzavam oceanos
Que eles viram em velhos livros
Ou nos filmes dos arquivos
Dos programas vespertinos de televisão

O gosto amargo do silêncio em sua boca
Vai te levar de volta ao mar e à fúria louca
De uma cauda exposta aos ventos
Em seus últimos momentos
Relembrada num troféu em forma de arpão

Não é possível que você suporte a barra

 

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Balada do Louco

| Arnaldo Batista e Rita Lee, 1972 |

Nesta música dizem os autores, dois componentes da extinta banda Os Mutantes, “se eu sou muito louco por eu ser feliz, mais louco é quem me diz e não é feliz”.

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BALADA DO LOUCO

Dizem que sou louco
Por pensar assim
Se sou muito louco
Por eu ser feliz
Mais louco é quem me diz
E não é feliz

Se eles são bonitos
Sou Alain Delon
Se eles são famosos
Sou Napoleão
Mais louco é quem me diz
E não é feliz
Não é feliz

Eu juro que é melhor
Não ser o normal
Se eu posso pensar
Que Deus sou eu

Se eles têm três carros
Eu posso voar
Se eles rezam muito
Eu já estou no céu
Mais louco é quem me diz
E não é feliz
Não é feliz

Eu juro que é melhor
Não ser um normal
Se eu posso pensar
Que Deus sou eu

Sim, sou muito louco
Não vou me curar
Já não sou o único
Que encontrou a paz
Mais louco é quem me diz
E não é feliz
Eu sou feliz

 

 

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Bié bié Brazil

| Luiz Gonzaga Jr (Gonzaguinha) – 1980 |

 Gonzaguinha diz nesta música: “Salve a maravilha eletrônica que já resolveu a fome crônica; mares de antenas de TV pelo país tornam nosso índio mais alegre mais feliz”.

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BIÉ BIÉ BRASIL

Bye bye Brasil, adeus

Tanto faz se eu cantar em português ou inglês

Pois se mudou foi Deus, foi Deus

Salve a maravilha eletrônica

Que já resolveu a fome crônica

Mares de antenas de TV pelo país

Tornam nosso índio mais alegre e mais feliz

E ninguém segura esse milagre

Até Frank Sinatra veio à festa

Pois esse é um país que foi pra frente meu bem

E se ele foi, foi Deus, foi Deus

Pois esse é um país que foi pra frente meu bem

E se ele foi, foi Deus, foi Deus

 

 

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Brasis

| Seu Jorge – 2007 |

Seu Jorge descreve o Brasil, os brasileiros, suas lutas, suas tramoias e seus crimes: “Tem um Brasil que é próspero, outro não muda; um Brasil que investe, outro que suga”.

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BRASIS

Tem um Brasil que é próspero
Outro não muda
Um Brasil que investe
Outro que suga…

Um de sunga
Outro de gravata
Tem um que faz amor
E tem o outro que mata
Brasil do ouro
Brasil da prata
Brasil do balacochê
Da mulata…

Tem um Brasil que é lindo
Outro que fede
O Brasil que dá
É igualzinho ao que pede…

Pede paz, saúde
Trabalho e dinheiro
Pede pelas crianças
Do país inteiro
Lararará!…

Tem um Brasil que soca
Outro que apanha
Um Brasil que saca
Outro que chuta
Perde, ganha
Sobe, desce
Vai à luta bate bola
Porém não vai à escola…

Brasil de cobre
Brasil de lata
É negro, é branco, é nissei
É verde, é índio peladão
É mameluco, é cafuso
É confusão
É negro, é branco, é nissei
É verde, é índio peladão
É mameluco, é cafuso
É confusão…

Oh pindorama eu quero
Seu porto seguro
Suas palmeiras
Suas feiras, seu café
Suas riquezas
Praias, cachoeiras
Quero ver o seu povo
De cabeça em pé…(2x)

(Repetir a letra)

Quero ver o seu povo
De cabeça em pé…(final 2x)

 

 

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Cálice (cale-se)

| Chico Buarque – 1978 |

Durante a ditadura militar Chico Buarque compôs músicas de protesto com letras pouco claras e com metáforas. Nesta música cálice significa cale-se e ele pede: “Pai, afasta de mim esse cálice de vinho tinto de sangue; como é difícil acordar calado, se na calada da noite eu me dano”.

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CÁLICE

Pai, afasta de mim esse cálice
Pai, afasta de mim esse cálice
Pai, afasta de mim esse cálice
De vinho tinto de sangue

Pai, afasta de mim esse cálice
Pai, afasta de mim esse cálice
Pai, afasta de mim esse cálice
De vinho tinto de sangue

Como beber dessa bebida amarga
Tragar a dor, engolir a labuta
Mesmo calada a boca, resta o peito
Silêncio na cidade não se escuta
De que me vale ser filho da santa
Melhor seria ser filho da outra
Outra realidade menos morta
Tanta mentira, tanta força bruta

Pai, afasta de mim esse cálice
Pai, afasta de mim esse cálice
Pai, afasta de mim esse cálice
De vinho tinto de sangue

Como é difícil acordar calado
Se na calada da noite eu me dano
Quero lançar um grito desumano
Que é uma maneira de ser escutado
Esse silêncio todo me atordoa
Atordoado eu permaneço atento
Na arquibancada pra a qualquer momento
Ver emergir o monstro da lagoa

Pai, afasta de mim esse cálice
Pai, afasta de mim esse cálice
Pai, afasta de mim esse cálice
De vinho tinto de sangue

De muito gorda a porca já não anda
De muito usada a faca já não corta
Como é difícil, pai, abrir a porta
Essa palavra presa na garganta
Esse pileque homérico no mundo
De que adianta ter boa vontade
Mesmo calado o peito, resta a cuca
Dos bêbados do centro da cidade

Pai, afasta de mim esse cálice
Pai, afasta de mim esse cálice
Pai, afasta de mim esse cálice
De vinho tinto de sangue

Talvez o mundo não seja pequeno
Nem seja a vida um fato consumado
Quero inventar o meu próprio pecado
Quero morrer do meu próprio veneno
Quero perder de vez tua cabeça
Minha cabeça perder teu juízo
Quero cheirar fumaça de óleo diesel
Me embriagar até que alguém me esqueça

 

 

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Canção do Novo Mundo

| Beto Guedes & Ronaldo Bastos – 1981 |

Nesta canção os autores dizem que “as canções em nossa memória vão ficar, a luz das pessoas me faz crer, eu sinto que vamos juntos; nem o tempo nem a força bruta pode um sonho apagar”.

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CANÇÃO DO NOVO MUNDO 

Quem sonhou
Só vale se já sonhou demais
Vertente de muitas gerações
Gravado em nosso corações
Um nome se escreve fundo
As canções em nossa memória
Vão ficar
Profundas raízes vão crescer
A luz das pessoas
Me faz crer
E eu sinto que vamos juntos

Oh! Nem o tempo amigo
Nem a força bruta
Pode um sonho apagar

Quem perdeu o trem da história por querer
Saiu do juízo sem saber
Foi mais um covarde a se esconder
Diante de um novo mundo

Quem souber dizer a exata explicação
Me diz como pode acontecer
Um simples canalha mata um rei
Em menos de um segundo
Oh! Minha estrela amiga
Porque você não fez a bala parar

Oh! Nem o tempo amigo
Nem a força bruta
Pode um sonho apagar

Quem perdeu o trem da história por querer
Saiu do juízo sem saber
Foi mais um covarde a se esconder
Diante de um novo mundo

 

 

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Chega de Mágoa

| Gilberto Gil – Criação Coletiva – 1985 |

A letra da música, interpretada por vários artistas brasileiros, chama a atenção para o povo nordestino que sofre com o clima: “Terra, olha essa terra, raça valente, gente sofrida.”

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Chega de Mágoa

Nós não vamos nos dispersar
Juntos, é tão bom saber
Que passado o tormento
Será nosso esse chão
Água, dona da vida
Ouve essa prece tão comovida
Chega, brinca na fonte
Desce do monte, vem como amiga
Te quero água de beber
Um copo d’água
Marola mansa da maré
Mulher amada
Te quero orvalho toda manhã
Terra, olha essa terra
Raça valente, gente sofrida
Chama, tem que ter feira
Tem que ter pressa, vamos pra vida
Te quero terra pra plantar, ah
Te quero verde
Te quero casa pra morar, ah
Te quero rede
Depois da chuva o Sol da manhã
Chega de mágoa
Chega de tanto penar
Canto e o nosso canto
Joga no tempo uma semente
Gente, olha essa gente
Olha essa gente, olha essa gente
Te quero água de beber
Um copo d’água
Marola mansa da maré
Mulher amada
Te quero terra pra plantar
Te quero verde, hum
Te quero casa pra morar
Te quero rede
Depois da chuva o Sol da manhã
Canto (eu canto) e o nosso canto (canto)
Joga no tempo (joga no tempo) uma semente (ye ye ye ye
ye)
Gente (quero te ver crescer bonita)
Olha essa gente (quero te ver crescer feliz)
Olha essa gente (olha essa terra, olha essa gente)
Olha essa gente (Gente pra ser feliz, feliz)
Te quero água de beber (me dê um copo)
Um copo d’água
Marola mansa da maré (ye ye ye ye ye)
Mulher amada (mulher amada)
Te quero terra pra plantar (plantar)
Te quero verde (te quer verde)
Te quero casa pra morar
Te quero rede
Depois da chuva o Sol da manhã
Chega de mágoa
Chega de tanto penar
Chega de mágoa
Chega de tanto penar
Ah!

 

 

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Coração de Estudante

| Milton Nascimento & Wagner Tiso – 1983 |

Esta música, que foi um hino na luta pelas Eleições Diretas (o fim da ditadura militar) em 1984, diz que “há que se cuidar da vida, há que se cuidar do mundo, tomar conta da amizade”.

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CORAÇÃO DE ESTUDANTE

Quero falar de uma coisa
Adivinha onde ela anda
Deve estar dentro do peito
Ou caminha pelo ar
Pode estar aqui do lado
Bem mais perto que pensamos
A folha da juventude
É o nome certo desse amor

Já podaram seus momentos
Desviaram seu destino
Seu sorriso de menino
Quantas vezes se escondeu
Mas renova-se a esperança
Nova aurora a cada dia
E há que se cuidar do broto
Pra que a vida nos dê
Flor, flor e fruto

Coração de estudante
Há que se cuidar da vida
Há que se cuidar do mundo
Tomar conta da amizade
Alegria e muito sonho
Espalhados no caminho
Verdes, planta e sentimento
Folhas, coração
Juventude e fé

 

 

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De Toda Cor

| Renato Luciano – 2017 |

Nesta bela música o autor fala das cores e diversidades dos pássaros e dos seres humanos.

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DE TODA COR

Passarinho de toda cor
Gente de toda cor
Amarelo, rosa e azul
Me aceita como eu sou

Passarinho de toda cor
Gente de toda cor
Amarelo, rosa e azul
Me aceita como eu sou

Eu sou amarelo claro
Sou meio errado
Pra lidar com amor
No mundo tem tantas cores
Sao tantos sabores
Me aceita como eu sou

Passarinho de toda cor
Gente de toda cor
Amarelo, rosa e azul
Me aceita como eu sou

Eu sou ciumento, quente, friorento
Mudo de opinião
Você é a rosa certa
Bonita e esperta
Segura na minha mão

Passarinho de toda cor
Gente de toda cor
Amarelo, rosa e azul
Me aceita como eu sou

Que o mundo é sortido
Toda vida soube
Quantas vezes
Quantos versos de mim em minha alma houve
Árvore, tronco, maré, tufão, capim, madrugada, aurora, sol a pino e poente
Tudo carrega seus tons, seu carmim
O vício, o hábito, o monge
O que dentro de nós se esconde
O amor
O amor
A gente é que é pequeno
E a estrelinha é que é grande
Só que ela tá bem longe
Sei quase nada meu Senhor
Só que sou pétala, espinho, flor
Só que sou fogo, cheiro, tato, plateia e ator
Água, terra, calmaria e fervor
Sou homem, mulher
Igual e diferente de fato
Sou mamífero, sortudo, sortido, mutante, colorido, surpreendente, medroso e estupefato
Sou ser humano, sou inexato

Passarinho de toda cor
Gente de toda cor
Amarelo, rosa e azul
Me aceita com eu sou

Eu sou amarelo claro
Sou meio errado pra lhe dar com amor
No mundo tem tantas cores
São tantos sabores
Me aceita como eu sou

Passarinho de toda cor
Gente de toda cor
Amarelo, rosa e azul
Me aceita como eu sou

Eu sou ciumento, quente, friorento, mudo de opinião
Você é a rosa certa, bonita e esperta
Segura na minha mão

Passarinho de toda cor
Gente de toda cor
Amarelo, rosa e azul
Me aceita como eu sou

 

 

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Eternas Ondas

| Zé Ramalho – 1982 |

O autor descreve uma ventania que produz ondas, devasta matagais, devora árvores e arrasta multidões.

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ETERNAS ONDAS

Quanto tempo temos antes de voltarem aquelas ondas
Que vieram como gotas em silêncio tão furioso;

Derrubando homens entre outros animais,
Devastando a sede desses matagais; (bis)

Devorando árvores, pensamentos seguindo
A linha do que foi escrito pelo mesmo lábio tão furioso.

E se teu amigo vento não te procurar
É porque multidões ele foi arrastar. (bis)

 

 

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Fora da Ordem

| Caetano Veloso – 2012 |

Nesta música denuncia Caetano diz: Aqui tudo parece Que era ainda construção E já é ruína Tudo é menino, menina No olho da rua; Alguma coisa está fora da ordem

 

Caetano Veloso
Fora da Ordem
Caetano VelosoFora da Ordem
Caetano VelosoFora da Ordem
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FORA DA ORDEM

Vapor barato
Um mero serviçal
Do narcotráfico
Foi encontrado na ruína
De uma escola em construção

Aqui tudo parece
Que era ainda construção
E já é ruína
Tudo é menino, menina
No olho da rua
O asfalto, a ponte, o viaduto
Ganindo pra lua
Nada continua

E o cano da pistola
Que as crianças mordem
Reflete todas as cores
Da paisagem da cidade
Que é muito mais bonita
E muito mais intensa
Do que no cartão postal

Alguma coisa
Está fora da ordem
Fora da nova ordem
Mundial

Alguma coisa
Está fora da ordem
Fora da nova ordem
Mundial

Alguma coisa
Está fora da ordem
Fora da nova ordem
Mundial

Alguma coisa
Está fora da ordem
Fora da nova ordem
Mundial

Escuras coxas duras
Tuas duas de acrobata mulata
Tua batata da perna moderna
A trupe intrépida em que fluis

Te encontro em Sampa
De onde mal se vê
Quem sobe ou desce a rampa
Alguma coisa em nossa transa
É quase luz forte demais
Parece pôr tudo à prova
Parece fogo, parece
Parece paz, parece paz

Pletora de alegria
Um show de Jorge Benjor
Dentro de nós
É muito, é grande
É total

Alguma coisa
Está fora da ordem
Fora da nova ordem
Mundial

Alguma coisa
Está fora da ordem
Fora da nova ordem
Mundial

Alguma coisa
Está fora da ordem
Fora da nova ordem
Mundial

Alguma coisa
Está fora da ordem
Fora da nova ordem
Mundial

Meu canto esconde-se
Como um bando de Ianomâmis
Na floresta
Na minha testa caem
Vem colocar-se plumas
De um velho cocar

Estou de pé em cima
Do monte de imundo
Lixo baiano
Cuspo chicletes do ódio
No esgoto exposto do Leblon
Mas retribuo a piscadela
Do garoto de frete
Do Trianon
Eu sei o que é bom

Eu não espero pelo dia
Em que todos
Os homens concordem
Apenas sei de diversas
Harmonias bonitas
Possíveis sem juízo final

Alguma coisa
Está fora da ordem
Fora da nova ordem
Mundial

Alguma coisa
Está fora da ordem
Fora da nova ordem
Mundial

Alguma coisa (It’s something)
Está fora da ordem (Out of order)
Out of new order

It’s something
Is going out of order
Out of new order

It’s something
Is going out of order
Out of new order

It’s something
Is going out of order
Fora da nova ordem
Mundial

It’s something
Is going out of order
Fuera de nueva ordem mundial

Algo parece
Estar fuera del ordem
Out of new order

Algo parece
Estar fuera del ordem
Out of new order

Alguma coisa
Está fora da ordem
Out of new order

Algo parece
Estar fuera del ordem
Fora da nova ordem
Mundial

Alguma coisa
Está fora da ordem
Fora da nova ordem
Mundial

Alguma coisa
Está fora da ordem
新世界秩序

It’s something
Is going out of order
新世界秩序

It’s something
Is going out of order
新世界秩序

Alguma coisa
Está fora da ordem
Fora da nova ordem
Mundial…

Alguma coisa
Está fora da ordem
Fora da nova ordem
Mundial…

Alguma coisa
Está fora da ordem
Out of da velha ordem
Mundial…

Alguma coisa
Está fora da ordem
Out of da velha ordem
Mundial…

It’s something
Is going out of order
Out of da velha ordem
Mundial…

It’s something
Is going out of order
Out of new order

Alguma coisa
Está fora da ordem
Fora da nova ordem
Mundial…

Alguma coisa
Está fora da ordem
新世界秩序

Out of da velha ordem mundial

 

 

Fora da Ordem Fora da Ordem Youtube Video

 

Homo sapiens

| Milton Nascimento & Paulo Ricardo – 1987 |

Nesta música os autores nos perguntam: “Que faz você ver só lixo na vida, que faz alguém chorar? Que clima é esse? Chove mas queima, que quase deixa sem ar?

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HOMO SAPIENS
Que faz você ver
Só lixo na vida
Que faz alguém chorar?
Que clima é esse
Chove, mas queima
Que quase me deixa sem ar
Que te pintaram no coração
Porque procuras ser um bicho em extinção
Não quero o rumo das previsões
Quero futuro, como as dimensões do sonho
Olha esse povo
E sente a criança
Não há lugar pra a dor
Somos da aurora
Não tão distante
Chamada ato de amor
Que vale o hoje
Se atrai o fim
Não pra meu filho
O que não pedi pra mim
Honra de homem, enquanto há luz
Ou tudo cai
No mais escuro dos silêncios
Cai toda a história
Some o pensamento
Dar adeus à raça
Pra que agir assim
Cai toda a história
Some o pensamento
Dar adeus à raça
Pra que agir assim
Que vale o hoje
Se atrai o fim
Não pra meu filho
O que não pedi pra mim
Não quero o rumo das previsões
Ou tudo cai
No mais escuro dos silêncios
Silêncio

 

 

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Imagine

| John Lennon & Yoko Ono – 1971|

Nesta música os autores nos dizem para imaginar um mundo de paz. Dizem eles:
“Imagine não existir países/ Não é difícil/ Nada pelo que matar ou morrer/ E nenhuma religião também/ Imagine todas as pessoas/ Vivendo a vida em paz.”

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IMAGINE

Imagine there’s no heaven
It’s easy if you try
No hell below us
Above us only sky
Imagine all the people
Living for today

Imagine there’s no countries
It isn’t hard to do
Nothing to kill or die for
And no religion too
Imagine all the people
Living life in peace

You may say I’m a dreamer
But I’m not the only one
I hope some day you’ll join us
And the world will be as one

Imagine no possessions
I wonder if you can
No need for greed or hunger
A brotherhood of man
Imagine all the people
Sharing all the world

You may say I’m a dreamer
But I’m not the only one
I hope some day you’ll join us
And the world will live as one

 

 

John Lennon - Imagine John Lennon - Imagine - Legendado Imagine - Jack Johnson Roberto Carlos - Imagine YImagine - Emeli Sande Gilberto Gil

 

O dia em que a terra parou

| Raul Seixas – 1977 |

Nesta música de 1977 Raul Seixas nos diz: “maluco que sou eu sonhei com o dia em que a Terra parou, como se fosse combinado em todo o planeta, e acordei no dia em que a Terra parou”, como em 2020, na pandemia do coronavírus. Bem vindo Raul.

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O DIA EM QUE A TERRA PAROU

Essa noite, eu tive um sonho de sonhador
Maluco que sou, eu sonhei
Com o dia em que a Terra parou
Com o dia em que a Terra parou. Foi assim
No dia em que todas as pessoas
Do planeta inteiro
Resolveram que ninguém ia sair de casa
Como que se fosse combinado em todo
O planeta
Naquele dia, ninguém saiu de casa, ninguém. O empregado não saiu pro seu trabalho
Pois sabia que o patrão também não tava lá
Dona de casa não saiu pra comprar pão
Pois sabia que o padeiro também não tava lá
E o guarda não saiu para prender
Pois sabia que o ladrão também não tava lá
E o ladrão não saiu para roubar
Pois sabia que não ia ter onde gastar. No dia em que a Terra parou (êêê)
No dia em que a Terra parou (ôôô)
No dia em que a Terra parou (ôôô)
No dia em que a Terra parou

E nas Igrejas nem um sino a badalar
Pois sabiam que os fiéis também não tavam lá
E os fiéis não saíram pra rezar
Pois sabiam que o padre também não tava lá
E o aluno não saiu para estudar
Pois sabia o professor também não tava lá
E o professor não saiu pra lecionar
Pois sabia que não tinha mais nada pra ensinar

No dia em que a Terra parou (ôôô)
No dia em que a Terra parou (ôôô)
No dia em que a Terra parou (uuu)
No dia em que a Terra parou

O comandante não saiu para o quartel
Pois sabia que o soldado também não tava lá
E o soldado não saiu pra ir pra guerra
Pois sabia que o inimigo também não tava lá
E o paciente não saiu pra se tratar
Pois sabia que o doutor também não tava lá
E o doutor não saiu pra medicar
Pois sabia que não tinha mais doença pra curar

No dia em que a Terra parou (oh, yeah)
No dia em que a Terra parou (foi tudo)
No dia em que a Terra parou (ôôô)
No dia em que a Terra parou

Essa noite, eu tive um sonho de sonhador
Maluco que sou, acordei

No dia em que a Terra parou (oh, yeah)
No dia em que a Terra parou (ôôô)
No dia em que a Terra parou (eu acordei)
No dia em que a Terra parou (acordei)
No dia em que a Terra parou (justamente)
No dia em que a Terra parou (eu não sonhei acordado)
No dia em que a Terra parou (êêê)
No dia em que a Terra parou (no dia em que a terra parou)

 

 

O Dia em que a Terra Parou No Dia em que a Terra parou O Dia em que a Terra Parou

 

O Estrangeiro

| Caetano Veloso – 1989 |

Nesta complexa música Caetano Veloso descreve as belezas e as feiuras da Baia de Guanabara, da natureza, da sociedade, da vida.

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O ESTRANGEIRO

O pintor Paul Gauguin amou a luz na Baía de Guanabara
O compositor Cole Porter adorou as luzes na noite dela
A Baía de Guanabara
O antropólogo Claude Lévi-Strauss detestou a Baía de Guanabara
Pareceu-lhe uma boca banguela
E eu menos a conhecera mais a amara?
Sou cego de tanto vê-la, te tanto tê-la estrela
O que é uma coisa bela?
 
O amor é cego
Ray Charles é cego
Stevie Wonder é cego
E o albino Hermeto não enxerga mesmo muito bem
 
Uma baleia, uma telenovela, um alaúde, um trem?
Uma arara?
Mas era ao mesmo tempo bela e banguela a Guanabara
Em que se passara passa passará o raro pesadelo
Que aqui começo a construir sempre buscando o belo e o amaro
Eu não sonhei que a praia de Botafogo era uma esteira rolante de areia branca e de óleo diesel
Sob meus tênis
E o Pão de Açúcar menos óbvio possível
À minha frente
Um Pão de Açúcar com umas arestas insuspeitadas
À áspera luz laranja contra a quase não luz quase não púrpura
Do branco das areias e das espumas
Que era tudo quanto havia então de aurora
 
Estão às minhas costas um velho com cabelos nas narinas
E uma menina ainda adolescente e muito linda
Não olho pra trás mas sei de tudo
Cego às avessas, como nos sonhos, vejo o que desejo
Mas eu não desejo ver o terno negro do velho
Nem os dentes quase não púrpura da menina
(Pense Seurat e pense impressionista
Essa coisa de luz nos brancos dentes e onda
Mas não pense surrealista que é outra onda)
 
E ouço as vozes
Os dois me dizem
Num duplo som
Como que sampleados num sinclavier
 
É chegada a hora da reeducação de alguém
Do Pai do Filho do Espírito Santo amém
O certo é louco tomar eletrochoque
O certo é saber que o certo é certo
O macho adulto branco sempre no comando
E o resto ao resto, o sexo é o corte, o sexo
Reconhecer o valor necessário do ato hipócrita
Riscar os índios, nada esperar dos pretos)
E eu, menos estrangeiro no lugar que no momento
Sigo mais sozinho caminhando contra o vento
E entendo o centro do que estão dizendo
Aquele cara e aquela
 
É um desmascaro
Singelo grito
O rei está nu
Mas eu desperto porque tudo cala frente ao fato de que o rei é mais bonito nu
 
E eu vou e amo o azul, o púrpura e o amarelo
E entre o meu ir e o do sol, um aro, um elo
(Some may like a soft brazilian singer
But I’ve given up all attempts at perfection)

 

 

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Página 13

| Gonzaguinha – 1973 |

Nesta música Gonzaguinha conta a história de um rapaz educado, comportado, trabalhador, mas que matou a mulher e as crianças e se suicidou.

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PÁGINA 13

Até que ele era um rapaz muito bem educado
Até que ele tinha um bom coração
Até que ele era um rapaz muito bem comportado
Até que ele era um poço de boa intenção

Não creio que ele fosse complexado
Meio calado, talvez esquisito, mas batalhador
Eu creio que ele era muito inteligente
Eficiente, honesto, honrado e trabalhador

Por mais de dez anos foi meu excelente vizinho
Subia comigo às vezes no elevador
Por certo sabia direito do seu cantinho
Do escuro, tranquilo, com jeito de sonhador

Até que hoje à noite pegando e relendo o jornal
A foto no canto da esquerda me despertou
Matou a mulher e as crianças a golpes de pau
Sem um bilhete, sem explicações, se suicidou

Se bem que a patroa falava “esse cara não presta”
“Tem cara de ser mal marido, de não ter valor”
Se bem que a patroa falava “esse cara não presta”
“Tem cara de anjo, mas nunca que ele me enganou”

Até que ele era um rapaz muito bem comportado
Mas, não, eu nem sei o seu nome, ele nunca falou
Um preto sereno com jeito de sonhador
Mas, não, eu nem sei o seu nome, ele nunca falou

 

 

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Palavras

| Gonzaguinha – 1973 |

Nesta música Gonzaguinha diz que podemos cantar tristes ou contentes, em tempo bom e em tempo ruim, como é a vida.

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PALAVRAS

Palavras, palavras, palavras
Eu já não aguento mais

Palavras, palavras, palavras
Você só fala, promete e nada faz

Palavras, palavras, palavras
Desde quando sorrir é ser feliz?

Cantar nunca foi só de alegria
Com tempo ruim
Todo mundo também dá bom dia!

Cantar nunca foi só de alegria
Com tempo ruim
todo mundo também dá bom dia!

 

 

Palavras - Gonzaguinha Palavras - Gonzaguinha v3

 

Passaredo

| Chico Buarque de Holanda – 2005 |

Nesta música o autor alerta os pássaros a tomar cuidado como bicho homem: “bico calado, muito cuidado, que o Homem vem aí”.

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PASSAREDO

Ei, pintassilgo
Oi, pintarroxo
Melro, uirapuru
Ai, chega-e-vira
Engole-vento
Saíra, inhambu
Foge asa-branca
Vai, patativa
Tordo, tuju, tuim
Xô, tié-sangue
Xô, tié-fogo
Xô, rouxinol sem fim
Some, coleiro
Anda, trigueiro
Te esconde colibri
Voa, macuco
Voa, viúva
Utiarití
Bico calado
Toma cuidado
Que o homem vem aí
O homem vem aí
O homem vem aí

Ei, quero-quero
Oi, tico-tico
Anum, pardal, chupim
Xô, cotovia
Xô, ave-fria
Xô, pescador-martim
Some, rolinha
Anda, andorinha
Te esconde, bem-te-vi
Voa, bicudo
Voa, sanhaço
Vai, juriti
Bico calado
Muito cuidado
Que o homem vem aí
O homem vem aí
O homem vem aí

 

 

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Pequena memória para
um tempo sem memória

| Gonzaguinha – 1981 |

Segundo o autor “são tantas lutas inglórias, são histórias que a História qualquer dia contará; memória de um tempo em que lutar por seu direito é um defeito que mata”.

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Pequena Memória Para
Um Tempo Sem Memória

A gente nunca torna ao belo olhar
se abraça e fala da vida que foi por ai
e conta os amigos nas pontas dos dedos
pra ver quantos vivem e quem já morreu
amanhã ou depois

Ê ê ê eu

Quem me dirá onde está
Aquele moço fulano de tal
filho, marido, irmão, namorado
que não voltou mais
insiste um anuncio nos nossos jornais
achados perdidos morridos
saudades demais
mas eu pergunto a resposta
ninguém sabe ninguém nunca viu
só sei quão sumido ele foi
sei é que ele sumiu
e quem souber algo acerca do seu paradeiro, beco
das liberdades estreita e esquecida
uma pequena marginal
dessa imensa avenida Brasil

Memória de um tempo onde lutar
Por seu direito
É um defeito que mata
São tantas lutas inglórias
São histórias que a história
Qualquer dia contará
De obscuros personagens
As passagens, as coragens
São sementes espalhadas nesse chão
De Juvenais e de Raimundos
Tantos Júlios de Santana
Uma crença num enorme coração
Dos humilhados e ofendidos
Explorados e oprimidos

Que tentaram encontrar a solução
São cruzes sem nomes, sem corpos, sem datas
Memória de um tempo onde lutar por seu direito
É um defeito que mata
E tantos são os homens por debaixo das manchetes
São braços esquecidos que fizeram os herois
São forças, são suores que levantam as vedetes
Do teatro de revistas, que é o país de todos nós
São vozes que negaram liberdade concedida
Pois ela é bem mais sangue
Ela é bem mais vida
São vidas que alimentam nosso fogo da esperança
O grito da batalha

Quem espera nunca alcança
Ê ê, quando o Sol nascer
É que eu quero ver quem se lembrará
Ê ê, quando amanhecer
É que eu quero ver quem recordará
Ê ê, não quero esquecer
Essa legião que se entregou por um novo dia
Ê eu quero é cantar essa mão tão calejada
Que nos deu tanta alegria
E vamos à luta.

 

 

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Planeta Água

| Guilherme Arantes – 1981 |

Nesta bela música, Guilherme Arantes fala da beleza e da importância da água para o Planeta e para a vida na Terra.

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Planeta Água

Água que nasce na fonte serena do mundo
E que abre um profundo grotão
Água que faz inocente riacho
E deságua na corrente do ribeirão

Águas escuras dos rios
Que levam a fertilidade ao sertão
Águas que banham aldeias
E matam a sede da população

Águas que caem das pedras
No véu das cascatas, ronco de trovão
E depois dormem tranquilas
No leito dos lagos
No leito dos lagos

Água dos igarapés
Onde Iara, a mãe d’água
É misteriosa canção
Água que o sol evapora
Pro céu vai embora
Virar nuvens de algodão

Gotas de água da chuva
Alegre arco-íris sobre a plantação
Gotas de água da chuva
Tão tristes, são lágrimas na inundação

Águas que movem moinhos
São as mesmas águas que encharcam o chão
E sempre voltam humildes
Pro fundo da terra
Pro fundo da terra

Terra! Planeta Água
Terra! Planeta Água
Terra! Planeta Água

Água que nasce na fonte serena do mundo
E que abre um profundo grotão
Água que faz inocente riacho
E deságua na corrente do ribeirão

Águas escuras dos rios
Que levam a fertilidade ao sertão
Águas que banham aldeias
E matam a sede da população

Águas que movem moinhos
São as mesmas águas que encharcam o chão
E sempre voltam humildes
Pro fundo da terra
Pro fundo da terra

Terra! Planeta Água
Terra! Planeta Água
Terra! Planeta Água

Terra! Planeta Água
Terra! Planeta Água
Terra! Planeta Água

 

 

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Plataforma

| João Bosco & Aldir Blanc – 1977 |

Este samba é um hino à luta contra a ditadura militar brasileira (1964 – 1985) com um bloco que não se conforma e derruba as amarras

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PLATAFORMA

Não põe corda no meu bloco
Nem vem com teu carro-chefe
Não dá ordem ao pessoal
Não traz lema nem divisa
Que a gente não precisa
Que organizem nosso carnaval
Não sou candidato a nada
Meu negócio é madrugada
Mas meu coração não se conforma
O meu peito é do contra
E por isso mete bronca
Neste samba plataforma
Por um bloco
Que derrube esse coreto
Por passistas à vontade
Que não dancem o minueto
Por um bloco
Sem bandeira ou fingimento
Que balance e abagunce
O desfile e o julgamento
Por um bloco que aumente
O movimento
Que sacuda e arrebente

 

 

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Pra Não Dizer que Não Falei das Flores

Caminhando

| Geraldo Vandré – 1968 |

Típica “música de protesto” contra a Ditadura Militar dos anos 1960, gravada ao vivo durante o “3º Festival Internacional da Canção” em 1968. A censura militar proibiu seu lançamento até 1979.

Geraldo Vandré
Caminhando
Geraldo VandréCaminhando
Geraldo VandréCaminhando
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Pra não dizer que não falei das flores

 

Caminhando e cantando e seguindo a canção
Somos todos iguais, braços dados ou não
Nas escolas, nas ruas, campos, construções
Caminhando e cantando e seguindo a canção

 

Vem, vamos embora, que esperar não é saber
Quem sabe faz a hora, não espera acontecer
Vem, vamos embora, que esperar não é saber
Quem sabe faz a hora, não espera acontecer

 

Pelos campos há fome em grandes plantações
Pelas ruas marchando indecisos cordões
Ainda fazem da flor seu mais forte refrão
E acreditam nas flores vencendo o canhão

 

Vem, vamos embora, que esperar não é saber
Quem sabe faz a hora, não espera acontecer
Vem, vamos embora, que esperar não é saber
Quem sabe faz a hora, não espera acontecer

 

Há soldados armados, amados ou não
Quase todos perdidos de armas na mão
Nos quartéis lhes ensinam uma antiga lição
De morrer pela pátria e viver sem razão

 

Vem, vamos embora, que esperar não é saber
Quem sabe faz a hora, não espera acontecer
Vem, vamos embora, que esperar não é saber
Quem sabe faz a hora, não espera acontecer

 

Nas escolas, nas ruas, campos, construções
Somos todos soldados, armados ou não
Caminhando e cantando e seguindo a canção
Somos todos iguais, braços dados ou não

 

Os amores na mente, as flores no chão
A certeza na frente, a história na mão
Caminhando e cantando e seguindo a canção
Aprendendo e ensinando uma nova lição

 

Vem, vamos embora, que esperar não é saber
Quem sabe faz a hora, não espera acontecer
Vem, vamos embora, que esperar não é saber
Quem sabe faz a hora, não espera acontecer
Vem, vamos embora…

 

 

Caminhando - Geraldo Vandré Caminhando - Zé Ramalho Caminhando - Geraldo Vandré

 

 

Sangrando

| Gonzaguinha – 1987 |

Palavra por palavra eis aqui uma pessoa se entregando, sangrando e cantando as lutas dessa nossa vida.

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SANGRANDO

Quando eu soltar a minha voz
Por favor entenda
Que palavra por palavra
Eis aqui uma pessoa se entregando

Coração na boca
Peito aberto
Vou sangrando
São as lutas dessa nossa vida
Que eu estou cantando

Quando eu abrir minha garganta
Essa força tanta
Tudo aquilo que você ouvir
Esteja certa
Que estarei vivendo

Veja o brilho dos meus olhos
E o tremor nas minhas mãos
E o meu corpo tão suado
Transbordando toda a raça e emoção

E se eu chorar
E o sal molhar o meu sorriso
Não se espante, cante
Que o teu canto é a minha força
Pra cantar

Quando eu soltar a minha voz
Por favor, entenda
É apenas o meu jeito de viver
O que é amar

 

 

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Solar

| Milton Nascimento & Fernando Brant – 1987 |

“Sou filho da terra do sol hoje escuro. O meu futuro é luz e calor, de um novo mundo eu sou, e o mundo novo será mais claro. Tudo está por pensar, tudo está por criar”.

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SOLAR

Venho do sol
A vida inteira no sol
Sou filha da terra do sol
Hoje escuro
O meu futuro é luz e calor
De um novo mundo eu sou
E o mundo novo será mais claro
Mas é no velho que eu procuro
O jeito mais sábio de usar
A força que o sol me dá
Canto o que eu quero viver
É o sol
Somos crianças ao sol
A aprender e viver e sonhar
E o sonho é belo
Pois tudo ainda faremos
Nada está no lugar?
Tudo está por pensar
Tudo está por criar
Saí de casa para ver outro mundo, conheci
Fiz mil amigos na cidade de lá
Amigo é o melhor lugar
Mas me lembrei do nosso inverno azul
Eu quero é viver o sol
É triste ter pouco sol
É triste não ter o azul todo o dia
A nos alegrar
Nossa energia solar
Irá nos iluminar
O caminho

 

 

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Verde

| Fagner, Garcia Lorca & José Ortega Heredia – 1981 |

“Verde que te quiero verde; verde viento, verdes ramas. El barco sobre la mar, el caballo en la montaña. Verde, que yo quiero verde”.

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VERDE

Verde que te quiero verde
Verde viento verdes ramas
El barco sobre la mar
El caballo en la montaña
Verde, que yo te quiero ver (te camelo verde)

Com a sombra na cintura
Ela sonha na varanda
Verdes olhos negro pelo
Seu corpo de fria prata
Verde, que eu te quero verde, sim
Ah, que te quero verde

Compadre quiero cambiar
Mi caballo por tu casa
Mi montura por tu espejo
Mi cutilo por tu manta
Verde, que yo te quiero verde

Compadre vengo sangrando
Desde los puertos de cabra
Y se yo fuera mocito
Ese trato lo cerraba
Verde, que yo te quiero verde, verde …

Compadre donde está dime
Donde está esa niña amarga
Cuantas veces yo lo espere
Cuantas veces yo lo esperaba
Verde, que te quiero verde …

Verde que te quiero verde …

 

 

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Conferências ecológicas

terça-feira, 10 março 2009 by Rui Iwersen

Nesta página apresento, desde 2009, informações sobre conferências e estudos científicos relacionados ao meio ambiente, especialmente  as conferências do clima da ONU e IPCC, como as COPs.

Conclusões da 5ªConferência Nacional do Meio Ambiente

Propostas para uma transição ecológica

As propostas estão distribuídas em cinco eixos temáticos: Mitigação, Adaptação e Preparação para Desastres, Justiça Climática, Transformação Ecológica e Governança e Educação Ambiental, sendo 20 propostas para cada um deles.

Entre as propostas, está o fomento à agricultura sustentável e regenerativa em todo o país, priorizando a agricultura familiar e a regularização fundiária, por meio de sistemas agroflorestais, a implementação e ampliação de áreas verdes, bem como a diversificação dos modais de transporte, sobretudo para o transporte de cargas e na mobilidade urbana.

O documento destaca a necessidade de fortalecer em nível nacional o sistema integrado de gestão de resíduos sólidos e a implementação da coleta seletiva inclusiva em todo território nacional, além da destinação adequada para aterros com incentivo de produção de biogás. Também consta entre as propostas, a regulamentação e o fomento à pesquisa e o uso sustentável da cannabis para fins terapêuticos, nutricionais e industriais, promovendo a economia regenerativa e a conservação da agrobiodiversidade.

Em relação às queimadas, o texto defende o combate por meio da conscientização da população, da criação de projetos de queimadas zero e legislação que restrinja o uso do fogo nas práticas agrícolas. E sobre a agricultura, além da defesa de sistemas agroalimentares resilientes às mudanças climáticas, o documento defende a reforma agrária popular, com foco no cooperativismo, soberania alimentar, resiliência climática e geração de renda, reduzindo o desmatamento e uso de agrotóxicos. Ainda sobre esse aspecto, a declaração final propõe a construção de territórios livres de agrotóxicos, com assistência técnica e extensão rural, melhoria da qualidade de vida e o bem viver, reduzindo o êxodo rural e promovendo a diversidade produtiva nas comunidades. O documento final constando todas as proposições está disponível no site do Ministério do Meio ambiente.

Fonte: Agência Brasil; foto: Portal Gov.br 

Rui Iwersen, editor de GaiaNet.


Resultados da 5ª Conferência Nacional de Meio Ambiente

Ministra Marina Silva destacou a importância da participação social no enfrentamento da emergência climática

A 5ª Conferência Nacional do Meio Ambiente (CNMA) foi encerrada nesta sexta-feira (9) em Brasília (DF), com a divulgação das 100 propostas eleitas como prioritárias para o enfrentamento da emergência climática no Brasil. Entre elas, estão a priorização à agricultura familiar e à regularização fundiária e iniciativas de queimadas zero. A atividade reuniu mais de 1.500 delegados de todo o país, eleitos nas conferências estaduais e municipais que ocorreram previamente à etapa nacional.

A ministra Marina Silva participou da atividade de encerramento. “Se a gente quer justiça climática, a gente precisa combater a desigualdade, porque as pessoas mais afetadas pela insegurança climática são as pessoas mais vulnerabilizadas”, disse. “Foi uma conferência bastante intensa, mas dava para ver a felicidade das pessoas, depois de tanto tempo, uma demanda reprimida de 11 anos por participação social, as pessoas vêm com vontade de dizer e, sobretudo, de fazer e que seja feito”, avaliou a ministra.

Marina comentou as recentes pesquisas científicas que alertam para a urgência de medidas para reduzir as emissões de gases do efeito estufa, limitando o aumento da temperatura do planeta a 1,5 º C . “Nós estamos aqui para fazer o dever de casa. Quanto mais grave é o diagnóstico, mais significa que a gente tem que tomar as medidas na quantidade e no tempo certos.”

A ministra acrescentou que a responsabilidade sobre essa meta está nas mãos dos países mais desenvolvidos. “Nós sabemos que 80% das emissões são feitas pelos 20 países do G20. Também, 80% dos recursos financeiros e tecnológicos estão nas mãos desses países. Se esses países tomarem uma decisão de fazerem o dever de casa, a gente consegue um processo de aceleração e reversão. Mas para isso é preciso financiamento climático, e implantar aquilo que já foi decidido.”

A ministra da Cultura, Margareth Menezes, esteve na cerimônia de encerramento e destacou a importância da participação social na formulação de políticas públicas. “Uma das bandeiras do presidente Lula tem sido a retomada do fortalecimento da participação social nos processos de construção e implementação de políticas públicas. Hoje, as conferências nacionais posicionam a sociedade civil no coração pulsante da construção do que queremos para o nosso país”, disse.

Fonte: Agência Brasil

Rui Iwersen, editor de GaiaNet.


Começa nesta terça-feira (6/5) a 5ª Conferência Nacional do Meio Ambiente, em Brasília

A 5ª Conferência Nacional do Meio Ambiente começa nesta terça-feira (6), em Brasília, para debater com a população políticas públicas ambientais e de enfrentamento às mudanças climáticas. O espaço de diálogo social é retomado após quase 12 anos da última edição, realizada em 2013.

Com o tema Emergência Climática e o Desafio da Transformação Ecológica, a conferência foi organizada em cinco eixos: Mitigação; Adaptação e Preparação para Desastres; Justiça Climática; Transformação Ecológica; e Governança e Educação Ambiental. Até o dia 9 de maio, grupos organizados em cada eixo debaterão as propostas resultantes dos encontros preliminares, organizados com o apoio da plataforma Brasil Participativo. As etapas que antecederam a conferência tiveram a participação de 2.570 municípios, em 439 conferências municipais, 179 intermunicipais e 287 conferências livres.

Ao todo, 100 propostas serão usadas como base para políticas públicas como a atualização da Política Nacional sobre Mudança do Clima e a construção do Plano Clima. A abertura oficial será às 19 horas, no Centro Internacional de Convenções do Brasil. Na quarta-feira (7), a programação terá continuidade com uma aula magna que antecederá a abertura da apresentação do caderno de propostas a serem debatidas nos grupos. Na quinta-feira ocorrerão as plenárias por eixo temático no período da manhã e, pela tarde, inicia a plenária geral. A apresentação da priorização das propostas e o encerramento da conferência serão na sexta-feira (9), pela manhã. (...)

Fonte: Agência Gov | Via Brasil Participativo

Rui Iwersen, editor de GaiaNet


21 de abril de 2025

5ª Conferência Nacional do Meio Ambiente

Como enfrentamos a emergência climática?

UEMA | Uema compõe a delegação maranhense na 5ª Conferência Nacional do Meio Ambiente

O ano de 2023 foi o mais quente da história, e o aumento da temperatura do planeta foi percebido de norte a sul do País na forma de ondas de calor, inundações e secas. Eventos extremos cada vez mais intensos e frequentes são manifestações do aquecimento global. Temos pouco tempo para deter o agravamento da crise climática e garantir uma transição rápida e justa para um modelo de desenvolvimento de baixa emissão de gases de efeito estufa e resiliente às mudanças do clima.

A emergência climática e o desafio da transformação ecológica são os temas desta 5ª Conferência Nacional do Meio Ambiente. As rodadas de conversas em todo o País vão até maio de 2025, com um convite ao debate das melhores escolhas num momento tão desafiador da história, tanto para reduzir as emissões como para nos adaptarmos aos efeitos já visíveis do aquecimento global. Essas escolhas envolvem desde hábitos de consumo da população, com menor geração e melhor destinação de resíduos, até o destino das florestas e dos oceanos, que armazenam uma parcela dos gases causadores do efeito estufa e estão sob ameaça crescente.

(...) Cientistas já não têm dúvidas: o aumento da temperatura do planeta decorre da concentração crescente de gás carbônico e dos demais gases de efeito estufa na atmosfera desde meados do século 19. É, portanto, resultado da ação dos seres humanos. Mundialmente, a queima de combustíveis fósseis é responsável pela maior parcela desses gases. Aqui no Brasil, o principal responsável pelo aquecimento global é o desmatamento, seguido por emissões da agricultura e da pecuária, sobretudo pelo processo digestivo do gado, que lança metano na atmosfera, e dos fertilizantes nitrogenados. Em terceiro lugar, aparecem as emissões no setor de energia, pela queima de combustíveis fósseis nos transportes e na indústria. (...)

Diante dos impactos já notáveis das mudanças climáticas, é preciso encontrar as melhores soluções para cada região do País, cada município, para os diferentes setores da economia, levando em conta que os impactos atingirão a população brasileira de forma desigual.

Esta 5ª Conferência Nacional do Meio Ambiente é uma oportunidade de o país discutir a emergência climática e ouvir a população sobre alternativas disponíveis, quando novas políticas estão sendo definidas no Brasil, alinhadas com objetivos globais. Ainda neste ano, o País terá um novo Plano Clima, com estratégias nacionais de mitigação e adaptação e mais de duas dezenas de planos setoriais.

Fonte: Gov.Br; foto: Uema

Rui Iwersen, editor de GaiaNet


Série de GaiaNet nº 25

Mensagem à COP 30 – nº 6   

Podemos transformar em mata mista milhares de hectares dos milhões de hectares de terras improdutivas

Não será através de um reflorestamento geral de uma paisagem, há muito tempo cultivada, que se poderá fomentar a preservação ou a ampliação de uma paisagem de regeneração.

O que mais importa, nessas tradicionais zonas de cultivo, é realizar florestamento limitado, para conservar, por exemplo, os vales relvados dos maciços centrais e os pastos no alto das serras.

Mesmo assim, ainda fica a possibilidade de se transformar numa mata mista milhares de hectares dos milhões de hectares de terras improdutivas que se encontram à disposição.

Fonte: Hans Liebmann, Terra – um planeta inabitável?, 1973, Biblioteca do Exército, 1979, páginas 174 e 175; foto: Diário do Nordeste.

Rui Iwersen, editor de GaiaNet.


Série de GaiaNet nº 25

Mensagem à COP 30 – nº 5   

É preciso que amplas áreas sejam reservadas à defesa do meio ambiente

Deve-se encarar a paisagem de regeneração como uma nova forma de exploração do solo, que respeita não só a preservação da natureza, mas que também deve servir ao fomento do turismo. Para que seja garantida a preservação ou a regeneração desta paisagem, é preciso que amplas áreas sejam reservadas à defesa do meio ambiente.

Enquanto que nos casos da paisagem da civilização e da de produção agrícola, a ação é dominada pela mentalidade econômica, na paisagem de regeneração é a ecologia que deve ocupar o primeiro plano. É a mentalidade biológica que aqui está a serviço da paisagem considerada globalmente, não importando a rentabilidade que possa ser proporcionada por uma área delimitada. Nos países industrializados, a paisagem de regeneração não mais deve ceder terreno aos outros dois tipos de paisagem.

Fonte: Hans Liebmann, Terra – um planeta inabitável?, 1973, Biblioteca do Exército, 1979, página 174; foto: Cesan.

Rui Iwersen, editor de GaiaNet.


Série de GaiaNet nº 25

Mensagem à COP 30 – nº 4   

É possível criar liames estreitos entre a paisagem de regeneração e os interesses da silvicultura e da defesa ecológica

Se, pois, a paisagem da civilização e a paisagem da produção agrícola quase não concedem possibilidades de regeneração ao solo, elevada significação ganha a terceira forma típica, que é a "paisagem de regeneração". O que houver de essencial, com relação à defesa ecológica, no sentido de alcançar a regeneração geral de uma paisagem, situa-se, em última análise, neste tipo de paisagem.

Encontra-se a paisagem de regeneração nos lugares em que as grandes concentrações urbanas e industriais não entram em cogitação por motivos geográficos, bem como onde a qualidade do solo não permite uma intensificação das atividades agrícolas. Este tipo de paisagem, que antigamente carregava também o símbolo da presença das chamadas terras improdutivas, transformou-se hoje [1973], sob o signo das ameaças representadas pela poluição ambiental, num sinal positivo.

Uma chance de sobrevivência, só existirá se esse terceiro tipo de paisagem for utilizado conscientemente como centro de regeneração. Dentro desta perspectiva, é possível criar liames bastante estreitos entre a paisagem de regeneração e os interesses da silvicultura e da defesa ecológica.

Fonte: Hans Liebmann, Terra – um planeta inabitável?, 1973, Biblioteca do Exército Editora, 1979, páginas 173 e 174; foto: Diário do Nordeste.

Rui Iwersen, editor de GaiaNet.


Série de GaiaNet nº 25

Mensagem à COP 30 – nº 3   

A estrutura agrícola de hoje tem por objetivo maximizar sua produção

O segundo tipo [de estrutura paisagística] é representado pela "paisagem de produção agrícola", que hoje tem por objetivo maximizar sua produção por meio de ampla mecanização das empresas de produção agrícola. A paisagem de civilização, devido à sua concentração humana, só pode suprir sua demanda alimentar quando está presente a de produção agrícola.

Embora, nesta, os danos causados à paisagem primitiva local não sejam tão elevados como os ocasionados pela da civilização, continuam a predominar, com vistas à economia da natureza, os sinais negativos. Desmatamentos, monoculturas, o perigo das erosões, a regulagem dos cursos de água, a drenagem e o emprego excessivo de fertilizantes caracterizam este tipo de paisagem.

Fonte: Hans Liebmann, Terra – um planeta inabitável?, 1973, Biblioteca do Exército Editora, 1979, página 173; foto: Geo Agri.

Rui Iwersen, editor de GaiaNet


Série de GaiaNet nº 25

Mensagem à COP 30 - nº 2  

A paisagem de civilização fomenta a alteração do equilíbrio biológico

A alteração do equilíbrio ecológico (...) receberá um ponto final no dia em que se conseguir manter em sua forma original ou fazer retornar a ela as unidades paisagísticas hoje ameaçadas de extinção. (...) A evolução previsível [das terras improdutivas] conduz, mais ou menos, à formação característica de três tipos diferentes de formas ou estruturas paisagísticas [paisagem de civilização, paisagem de produção agrícola e paisagem de regeneração].

O primeiro tipo, a que se pode dar o nome de "paisagem de civilização", é assinalado pela concentração de pessoas, povoações e distritos industriais. A paisagem de civilização, por estar peculiarmente condicionada à economia, fomenta a alteração do equilíbrio biológico, representando assim um sinal negativo para a economia da natureza. É por isso que, com respeito a esse tipo de paisagem, deve-se prestar especial atenção ao cultivo de áreas verdes e ao plantio de árvores em geral. Essa paisagem não produz qualquer efeito regenerativo sobre a economia primitiva da natureza local.

Fonte: Hans Liebmann, Terra - um planeta inabitável?, 1973, Biblioteca do Exército Editora, 1979, páginas 172 e 173; foto: Rádio Maringá.

Rui Iwersen, editor de GaiaNet.


Mensagem à COP 30 - nº 1 

A sobrevivência de uma humanidade sadia custa dinheiro, muito dinheiro

O problema principal da defesa ecológica é que, em se tratando do nosso meio ambiente, cada indivíduo deve se conscientizar de que tem de modificar, a esse respeito, seus conceitos e sua mentalidade. Quanto a isso, é preciso que se diga claramente que a sobrevivência de uma humanidade sadia custa dinheiro, muito dinheiro.  Cada membro de uma sociedade que se baseia no bem-estar social deverá estar disposto, para que isso se concretize, a grandes sacrifícios.

Muitas das coisas que hoje deixamos de fazer, no sentido de uma estruturação do meio ambiente, não poderão ser recuperadas amanhã, pois terão de ser consideradas como irremediavelmente perdidas.

Pode-se afirmar, com certeza, que o dinheiro que "hoje" se colocar à disposição da preservação do meio ambiente será menor do que o montante que se exigirá dentro de poucos anos. Se não se levar em consideração as exigências atuais da defesa ecológica, a soma a ser despendida crescerá dia a dia.

Fonte: Hans Liebmann, Terra - um planeta inabitável?, 1973, Biblioteca do Exército Editora, 1979, páginas 153 e 154; foto: Portal Gov.br.

Rui Iwersen, editor de GaiaNet.


COP29 termina com desacordos sobre o apoio financeiro para os países mais vulneráveis às mudanças climáticas

Um rascunho do acordo da COP29, a conferência climática das Nações Unidas que está sendo realizada em Baku (Azerbaijão), foi divulgado na manhã desta sexta-feira (22). O texto, porém, não agradou os países mais pobres, pois sugeriu um financiamento de US$ 250 bilhões anuais dos países ricos.

A cifra é bem menor do que esperado, pelo menos US$ 1,3 trilhão por ano (aproximadamente R$ 7,55 trilhões, considerando a cotação atual), um dos pontos mais debatidos da cúpula. (...)

Fonte: G1



Consenso inédito na COP29 estabelece bases sobre mercado de carbono global
Mecanismo será administrado pela ONU e prevê a redução do custo de implementação dos planos climáticos nacionais em US$ 250 bilhões ao ano.

Representantes dos países reunidos no primeiro dia da COP29, em Baku, no Azerbaijão, chegaram a consenso sobre algumas das regras gerais que deverão orientar o mercado de carbono global e a criação de créditos de carbono no âmbito do Acordo de Paris (Artigo 6). A Cúpula, que reúne aproximadamente 70 mil delegados, é o principal fórum internacional para negociações climáticas e acontece até 22 de novembro.

A decisão permite que o mecanismo de mercado administrado pela Organização das Nações Unidas possa começar a detalhar os tipos de projetos e atividades que poderão gerar créditos de carbono. Segundo a presidência da COP29, o uso da ferramenta deve reduzir o custo de implementação dos planos climáticos nacionais em US$ 250 bilhões ao ano, ao estimular a cooperação entre países. Isso incentivará maior ação climática ao aumentar a demanda por créditos de carbono e garantir que o mercado internacional opere com integridade sob a supervisão da ONU. (...)

Fonte: Gov.br; foto: Ecoamazônia.

Rui Iwersen, editor de GaiaNet.


COP 29
O documento brasileiro reassume a meta de neutralidade climática até 2050

O Brasil foi o segundo país a apresentar a terceira geração da Contribuição Nacionalmente Determinada (NDC na sigla em inglês), que define a redução de emissões de gases do efeito estufa de 59% até 67%, em 2035. O plano, que já havia sido apresentado no Brasil, foi oficialmente entregue ao secretário-executivo do clima das Nações Unidas, Simon Stiell, na 29ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP29), em Baku, no Azerbaijão.

“O Brasil sai de um modelo negacionista, para a liderança e protagonismo no combate às mudanças climáticas. O presidente Lula tem total compromisso em o Brasil ser o exemplo de grande protagonista”, afirmou o vice-presidente da República, Geraldo Alckmin.

O documento entregue reassume a meta de neutralidade climática até 2050 e traz na sua apresentação “uma visão de um país que reconhece a crise climática, assume a urgência da construção de resiliência e desenha um roteiro para um futuro de baixo carbono para sua sociedade, sua economia e seus ecossistemas”.

Além de reunir um resumo de políticas públicas que se somam para viabilizar as metas propostas na NDC, como o, o Plano de Transformação  Ecológica documento também detalha por setor da economia brasileira, as ações que vêm sendo implementadas no país para que as emissões de gases do efeito estufa sejam mitigadas. (...)

De acordo com o documento, a nova ambição brasileira para emissões considera as diretrizes estabelecidas no Plano Clima, que é resultado de um processo de consulta da sociedade, setor privado, academia, estados e municípios.

Fonte: Agência Brasil.

Rui Iwersen, editor de GaiaNet.


Presidente da COP29 diz que 'mundo está a caminho da ruína'

Conferência do clima da Organização das Nações Unidas (ONU) começou nesta segunda-feira (11).

"Estamos a caminho da ruína. E não se trata de problemas futuros. A mudança climática já está aqui. Precisamos muito mais de todos vocês. A COP29 é um momento da verdade para o Acordo de Paris", disse Babaiev

A grande discussão neste ano é quem vai financiar o combate e a adaptação à crise climática. Em 2009, na COP15 de Copenhague, um acordo estabeleceu que os países industrializados concederiam 100 bilhões de dólares por ano, em ajuda direta ou empréstimos multilaterais. No entanto, o fundo não está funcionando e cientistas dizem que esses bilhões prometidos não são mais suficientes. Especialistas afirmam que é necessária uma quantia pelo menos 10 vezes superior.

O secretário executivo da Convenção-Quadro da ONU sobre Mudanças Climáticas, Simon Stiell, lembrou que o financiamento da luta climática não é "caridade, e sim do interesse de todos, incluindo as nações mais ricas e maiores". Stiell defendeu uma reforma no sistema financeiro global e a transformação da cadeia produtiva com investimento na energia verde.

Havia uma expectativa de que os Estados Unidos pudessem encabeçar esse movimento. Mas agora, com a eleição de Donald Trump, o cenário não é muito animador. O republicano já deixou claro que a agenda climática não é prioridade na gestão dele e que vai investir pesado no petróleo.  No mandato anterior, ele tirou o país do Acordo de Paris e prometeu o mesmo movimento na nova gestão.

Fonte: G1

Rui Iwersen, editor de GaiaNet.


Acordo de proteção à biodiversidade marinha é firmado na COP 16, na Colômbia

Tratado estabelece fundo de R$ 1,15 trilhão à conservação de recursos naturais até 2030

O primeiro grande acordo da COP 16, Conferência da ONU para a Biodiversidade, foi firmado nesta quarta-feira (30), em Cali, na Colômbia. O tratado estabelece um fundo de R$ 1,15 trilhão para a conservação e identificação de áreas marinhas até 2030. As pesquisas serão financiadas pela Alemanha, Bélgica, Canadá, Noruega e Suécia.

Apesar do acordo firmado da COP 16, o tema já estava em discussão há alguns anos. O tratado representa um avanço no que diz respeito à preservação da biodiversidade marinha e é considerado o primeiro passo para atingir as metas do Marco Global Kunming-Montreal, adotado na COP 15. O marco, firmado no Canadá em 2022, determina 23 objetivos para a biodiversidade global.

Com o trato da COP 16, pesquisadores de várias partes do planeta vão determinar as prioridades dentro dos parâmetros da diversidade biológica, garantindo a transparência na escolha das áreas. O grupo também contará com a participação de comunidades indígenas, mulheres e jovens envolvidos em projetos de conservação.
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A COP 16 foi realizada de 21 de outubro a 1º de novembro. O objetivo da reunião, que acontece a cada 2 anos, é debater medidas de preservação ao meio ambiente

Fonte: Náutica; foto: joaquincorbalan / Envato

Rui Iwersen, editor de GaiaNet.


Pacto Global da ONU alerta que crise climática tem impacto maior nas comunidades mais vulneráveis


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Terminou nesta sexta-feira (20), em Nova York, a reunião anual do Pacto Global nas Nações Unidas. A iniciativa tem o apoio da Globo e estimula empresas, governos e sociedade civil a trabalharem pelo desenvolvimento sustentável e inclusivo no planeta.

O ano de 2024 não deixa dúvida: a crise climática impacta o mundo todo. Mas também ficou evidente que as comunidades mais vulneráveis são as mais atingidas. Esse foi um dos temas do Pacto Global, o maior evento de sustentabilidade corporativa do mundo. Em dois dias, ele reuniu centenas de pessoas na sede das Nações Unidas, em Nova York.

O primeiro painel do evento foi sobre as ameaças das mudanças climáticas para a saúde.

“Ela vai impactar a saúde, seja por eventos agudos como a gente teve no Brasil. O deslizamento de terra das chuvas no litoral norte, como foi o Rio Grande do Sul, e ao mesmo tempo passa um mês, nós temos uma onda de calor gigantesca com queimadas que estão cobrindo 60% do território brasileiro, com pessoas inalando partículas dentro da fumaça”, diz Sidney Klajner, presidente da Sociedade Beneficente Albert Einstein.

Há décadas, a ONU estimula os debates para os países reconhecerem os riscos das mudanças climáticas. Mas sustentabilidade vai além da redução de emissões de carbono e do combate ao desmatamento. Temas sociais como igualdade salarial entre homens e mulheres, dignidade no trabalho e igualdade racial também fazem parte desse debate.

“O racismo ambiental, que eu mesmo trabalhando com a luta antirracista há tanto tempo, ainda não tinha mapeado. A gente chama de desigualdade, de falta de acesso a direitos, mas isso muitas vezes se expressa em uma cor. E esses dados estão aí", diz o autor e ator Lázaro Ramos.

As empresas que participam do Pacto Global se comprometem a fazer as mudanças necessárias para cumprir as metas de melhorias nas áreas de direitos humanos, trabalho, meio ambiente e combate à corrupção. Já são 21 mil empresas em 160 países – 2 mil só no Brasil.

Fonte: G1, Jornal Nacional, 20 de setembro de 2024; foto: TRT4 

Rui Iwersen, editor de GaiaNet.


Plano de Transformação Ecológica do Brasil é lançado na COP 28

Ministro Fernando Haddad apresenta projeto de economia verde tendo Brasil como protagonista de uma globalização sustentável e inclusiva

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, divulgou o lançamento do Plano de Transformação Ecológica, na sexta-feira (1º/12), durante a 28ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP), realizada em Dubai, nos Emirados Árabes. De acordo com o ministro, quase uma centena de iniciativas relacionadas ao Plano serão apresentadas até a COP 30, cuja sede será em Belém (PA).

O Plano é um novo instrumento de engajamento diplomático que reposiciona o Brasil no sistema internacional e questiona paradigmas de desenvolvimento ao vislumbrar um novo papel para o Sul Global no mundo contemporâneo. Trata-se de uma proposta que apresenta a região como centro da economia verde ao defender uma globalização ambientalmente sustentável e socialmente inclusiva.

Em seu discurso, proferido no mesmo dia em que o Brasil passa a presidir o G20, Haddad disse que os primeiros estudos da iniciativa privada indicam que a transformação ecológica poderia gerar de 7,5 a 10 milhões de empregos em todos os setores - com enfoque no segmento de bioeconomia, agricultura e infraestrutura -, e oportunidades de geração de renda. (...)

Fonte: agência gov.

Rui Iwersen, editor de GaiaNet.


COP 28: Petroleiras firmam acordo para reduzir emissões de gás

Cinquenta das maiores empresas petrolíferas do mundo anunciaram, neste sábado (2), a adesão a um pacto para a redução das emissões de suas operações, incluindo a Petrobras e gigantes como ExxonMobil, dos Estados Unidos, e Aramco, da Arábia Saudita.

No total, as empresas signatárias são responsáveis por 40% da produção mundial, de acordo com o comunicado oficial da COP28. Dessas companhias, mais da metade são estatais.

A Carta de Descarbonização do Petróleo e do Gás foi celebrada pelo presidente da COP28, Sultan Al Jaber, como “um grande primeiro passo”.  O documento prevê "operações neutras em termos de carbono" até 2050, a acabar com a queima de gás até 2030 e a reduzir as emissões de metano para quase zero.

"Se quisermos acelerar os avanços em toda a agenda climática, temos de reconhecer a responsabilidade de todos pela ação climática. Todos temos de nos concentrar na redução das emissões e aplicar uma visão positiva para impulsionar a ação climática e levar todos a agir”, disse Al Jaber.

O pacto prevê ainda o investimento em energias renováveis, "combustíveis com baixo teor de carbono" e "tecnologias de emissões negativas". (...)

Fonte: Folha de Pernambuco.

Rui Iwersen, editor de GaiaNet.


O que você precisa saber sobre a COP 28

O que é que a COP 28?
É a 28a Conferência das Partes (ou “COP”) da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Alterações Climáticas (UNFCCC), que é o órgão da Organização das Nações Unidas (ONU) responsável pelo clima. Na Conferência também se realizará a 28ª Reunião das Partes do Protocolo de Quioto.

A COP reúne as 198 “partes”, ou seja, os 197 países e a União Europeia que assinaram a Convenção-quadro das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas. Este tratado é uma das três convenções do Rio de Janeiro adotadas na Cúpula da Terra, a Rio-92.

Onde e quando se realizará a COP28?
As reuniões são realizadas anualmente em uma cidade diferente, desde 1995 (exceto a COP26, que foi adiada em um ano devido à pandemia de covid-19). Este ano, a COP28 acontece de 30 de novembro e 12 de dezembro em Dubai, nos Emirados Árabes. A participação de milhares de delegados de todo o mundo também serve para celebrar, simultaneamente, a conferência das partes do Protocolo de Kyoto e a das 195 partes do Acordo de Paris de 2015.

Quem irá participar na conferência?
No final da conferência deverão ter passado por Dubai cerca de 50 mil participantes: delegados em representação dos países, observadores, membros da sociedade civil e jornalistas. 20 mil pessoas terão acreditação que dá acesso à conferência, enquanto que as restantes poderão participar em debates, visitar exposições e visionar filmes numa área dedicada à sociedade civil que será construída perto do centro de conferências.

O Brasil terá neste ano a maior comitiva já enviada a uma Conferência das Partes. Segundo o Ministério das Relações Exteriores, 2,4 mil brasileiros se inscreveram para participar da cúpula em Dubai, dos quais, cerca de 400 são do governo. (...)

O que será discutido?
A COP reúne-se todos os anos para tomar decisões relativas à implementação da Convenção-Quadro e para combater as alterações climáticas. Estarão em debate os impasses a respeito das metas de redução de emissão de gases do efeito estufa e das políticas de compensação aos países mais pobres e atingidos pelas mudanças climáticas. (...)

Fonte: SEMA (Sec. do Meio Ambiente e Mudanças do Clima do Gov. do Estado do Ceará); foto: MundoCoop.

Rui Iwersen, editor de GaiaNet.


As perdas e danos da COP 27

A COP 27, realizada em Sharm El Sheikh, no Egito, entrará para a história por ter finalmente posto na pauta das negociações o tema do financiamento de perdas e danos, um dos mais complexos previstos no Acordo de Paris; mas também pelo alto custo que pagou por esse avanço.

O mecanismo de perdas e danos do Acordo de Paris prevê que países que sofram danos humanos e materiais em decorrência das causas adversas do aquecimento global poderão ser compensados ou indenizados pelos países que causaram a alteração climática.

A complexidade do tema inicia-se na dificuldade de se estabelecer categoricamente o nexo causal entre determinados eventos climáticos extremos ou mudanças climáticas permanentes à emissão de gases de efeito estufa; mas passa também pelo fato de que os países desenvolvidos evitam se submeter a regras por meio das quais possam ser penalizados e condenados a indenizar.

A grande emissão de gases de efeito estufa por países ricos durante a revolução industrial se deu num contexto em que a prosperidade econômica era paga com sangue e enormes impactos ambientais nos países colonizados, em especial na África e na América Latina. Este processo de expropriação de recursos naturais e de queima de combustíveis fósseis, relegou os países que foram colonizados imediatamente ao subdesenvolvimento e tornou-os ainda mais vulneráveis às mudanças climáticas contemporâneas. (...)

Fonte: André Castro Santos, G1


COP-27: Lula diz querer indígenas no governo

O presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou nesta quinta-feira, 17, querer que indígenas tenham cargo no seu governo durante encontro com lideranças dos povos originários durante a Cúpula do Clima das Nações Unidas (COP-27), em Sharm el-Sheik, no Egito. O petista, porém, não revelou quem será o titular do novo Ministério dos Povos Originários, promessa de campanha. "Quero que aproveitem meu mandato para que eu possa contribuir com vocês", afirmou Lula.

"Quero que indígenas participem da governança do País", acrescentou. Segundo Lula, é importante que representantes dos povos originários ocupem cargos de liderança em órgãos como o da saúde indígena (hoje vinculada ao Ministério da Saúde). (...)

Durante a fala, o presidente eleito também disse que os povos nativos são responsáveis pela preservação da maioria das florestas do mundo e voltou a cobrar recursos de países ricos para a conservação da biodiversidade. "Queremos saber quanto vão nos pagar para cuidar do planeta Terra?", disse. No evento, onde havia líderes indígenas brasileiros e estrangeiros, o petista ouviu elogios e cobranças. O chefe Terry Teegee, representante dos povos originários da América do Norte, chegou a chamar Lula de "pop star" (...)

Fonte: UOL; foto: Revista Fórum


‘O Brasil voltou’, diz Lula na COP 27, em defesa da luta ‘indissociável’ contra aquecimento global e pobreza

O presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) discursou nesta quarta-feira (16), no Egito, durante a COP 27, cúpula das Organizações das Nações Unidas (ONU) para discutir os impactos das mudanças climáticas e as ações globais relacionadas à preservação do meio ambiente e à descarbonização.

Lula citou as eleições que ocorreram em outubro no Brasil como “uma das mais decisivas de sua história” e que o pleito foi observado “com atenção inédita pelos demais países”, por “conter o avanço da extrema-direita autoritária e antidemocrática e do negacionismo climático no mundo”, além de estar em jogo a “sobrevivência da Amazônia” e do planeta.

“Estou hoje aqui para dizer que o Brasil está pronto para se juntar novamente aos esforços para a construção de um planeta mais saudável. De um mundo mais justo, capaz de acolher com dignidade a totalidade de seus habitantes – e não apenas uma minoria privilegiada”, disse o presidente eleito. “O Brasil voltou.” (...)

O petista disse ainda que a luta contra o aquecimento global é “indissociável” da luta contra a pobreza. Ele afirmou também que é possível explorar “com responsabilidade a extraordinária biodiversidade da Amazônia, para a produção de medicamentos e cosméticos, entre outros”. “Vamos provar que é possível promover crescimento econômico e inclusão social tendo a natureza como aliada estratégica, e não mais como inimiga a ser abatida a golpes de tratores e motosserras”, disse Lula.

Fonte: InfoMoney



Conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas, no Egito, terá participação de senadores brasileiros

A Conferência da Organização das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP27), que acontece em Sharm el-Sheikh, no Egito, até o dia 18, deverá contar com um grupo de 12 senadores em missão oficial. O requerimento para participação no evento, que começou no dia 6, foi aprovado em Plenário. Além dos 12 parlamentares, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, também avalia uma possível viagem ao Egito para acompanhar as discussões, que reúnem líderes mundiais em torno do lema "Juntos para a implementação".

Os países participantes debatem sobre adaptação climática, mitigação dos gases do efeito estufa,  impacto climático na questão financeira e colaboração para conter o aquecimento global. Também devem definir aspectos centrais para a implementação do Acordo de Paris e dar previsibilidade ao financiamento climático. (...)

Como evento preparatório para a COP27, o Senado realizou sessão temática em setembro, quando debateu os acordos firmados na COP26 e as propostas do Brasil para a COP27. Para o senador Fabiano Contarato (PT-ES), um dos parlamentares que vai à conferência, os países continuam com o desafio de combater o aumento da temperatura global e suas consequências. Ele disse que a gestão ambiental no Brasil tem sofrido um desmonte nos últimos anos, o que fez com que o país regredisse nessa área, deixando de ser uma referência em estratégias de preservação ambiental. Na sessão, Contarato ressaltou como exemplo os efeitos nocivos ao bioma Cerrado. Estudo liderado por pesquisadores da Universidade de Brasília [UnB] aponta que a conversão de áreas nativas do Cerrado para pastagens e agricultura já tornou o clima na região quase 1º C mais quente e 10% mais seco. (...)

Fonte: Rádio Senado; foto: Jornal da USP


Na COP 27, Marina diz que EUA estão 'ávidos por parcerias' e pede apoio com verba para o Fundo Amazônia

A ex-ministra do meio ambiente também citou desejo de sediar uma futura COP do clima no Brasil.

A deputada federal eleita e integrante do governo de transição Marina Silva disse, nesta quinta-feira (10), que sugeriu a um representante dos EUA na COP 27 que o país contribua com verba para o Fundo Amazônia. Paralisado no governo Bolsonaro, o fundo tem R$ 3,2 bilhões para investimento em ações de preservação ambiental.

Após uma conversa com John Kerry, enviado especial do governo americano sobre o Clima, Marina afirmou que "os EUA estão ávidos em ter uma parceria cada vez mais forte na proteção das florestas".

A representante do governo Lula na conferência explicou que sugeriu a participação dos Estados Unidos e não teve uma resposta definitiva, mas ouviu uma boa sinalização do representante de Joe Biden.

"A sinalização de que é importante aprofundar a cooperação, de que os EUA estão ávidos em ter uma parceria cada vez mais forte na proteção das florestas, com um esforço ainda maior, para que a gente busque alternativas que viabilizem o desenvolvimento econômico e social para os mais de 25 milhões de amazônidas." (...)

Fonte: G1; foto: Tribuna da Imprensa
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COP 27 reúne lideranças para garantir cumprimento das metas de redução das emissões de poluentes

A Conferência da Organização das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas acontece de 6 a 18 de novembro, no Egito, para que os países que assinaram o Acordo de Paris mantenham-se comprometidos com a redução da poluição e desmatamento.

Começou nesse domingo, dia 6, e vai até 18 de novembro, no Egito, a vigésima sétima Conferência da Organização das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, a COP 27. O encontro reúne representantes dos 196 países que assinaram o Acordo de Paris, que prevê metas para a redução da emissão de gases do efeito estufa.

A intenção é renovar os compromissos assumidos, mas o secretário-geral da ONU, António Guterres, discursou defendendo a criação do que ele classificou de Pacto de Solidariedade Climática. O novo acordo envolveria um esforço extra para reduzir as emissões ainda nesta década, com países mais ricos e instituições financeiras internacionais fornecendo fundos e auxílio técnico para ajudar as economias emergentes a acelerar a própria transição para energia renovável.

Em reunião da Comissão de Meio Ambiente que aprovou relatório sobre impactos ambientais de ocupações ilegais na Amazônia em 2022, a senadora Eliziane Gama, do Cidadania do Maranhão, ressaltou a importância de o Brasil cumprir as metas assumidas em edições anteriores da conferência (...)

Fonte: Rádio Senado; foto: Carta Capital

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COP27: o desafio de concretizar metas e compromissos

Países se reúnem na Conferência do Clima, no continente africano, com o desafio de dar seguimento aos anúncios do último ano.

Entre 6 e 18 de novembro, representantes de quase 200 países se reunirão para coordenar ações globais para mitigação e adaptação às mudanças climáticas durante a 27ª Conferência das Partes da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP27).

A COP do clima é uma reunião anual de delegados (representantes) de quase todos os países do planeta para negociar metas globais de combate às mudanças climáticas, apresentar os planos de cada país para contribuir com essas metas e relatar seu progresso. A reunião deste ano será realizada na cidade de Sharm al Sheikh, no Egito.

A COP de 2021, em Glasgow, no Reino Unido, resultou em anúncios de peso e novas metas climáticas. Agora, os países devem se dedicar a buscar soluções para atingir os compromissos que estabeleceram –incluindo, sobretudo, como irão financiar a ação climática.

Fonte: The Nature Conservancy; foto: Diário do Comércio


GLOCAL EXPERIENCE – Rio de Janeiro, 9 a 17 de julho

Desafios e oportunidades para a Segurança Hídrica no Brasil

O Instituto Aegea, núcleo de inteligência socioambiental da Aegea, é um dos parceiros da Glocal Experience, evento realizado na Marina da Glória, no Rio de Janeiro, entre 9 e 17 de julho. Na programação da conferência, o painel “Desafios e oportunidades para a Segurança Hídrica no Brasil” contou com a participação do presidente do Instituto Aegea, Edison Carlos, que defendeu uma integração de forças entre agentes da sociedade como forma de garantir a disponibilidade da água no país, assim como a importância do investimento em tecnologia.

Édison apontou que as principais atividades econômicas da pauta de exportações do Brasil, como agropecuária e mineração, são muito dependentes da disponibilidade da água, que então deve ser encarada como um ativo estratégico do país. “As comodities, principais produtos de exportação do Brasil, mas também a energia hidrelétrica, o abastecimento humano, a indústria, tudo tem na água a sua base. O agronegócio, maior fonte de recursos do país, responde por cerca de 60% do uso da água doce presente da natureza, então é fundamental estar presente em qualquer debate sobre recursos hídricos.”, afirmou.

Portanto, por representar um interesse comum, o presidente do Instituto Aegea indicou que todos devem participar dos esforços para garantir a segurança hídrica. “Se não colocarmos todos os agentes da sociedade na mesma mesa para discutir a questão hídrica não há como termos um futuro seguro. Fundamental ter o Governo Federal, em seu papel de fomentar as macros políticas de uso da água no país, estados e municípios monitorando os rios e o saneamento básico, as empresas e a sociedade, todos têm seu papel. As concessionárias de saneamento, que coletam, tratam e distribuem água potável a milhões de pessoas, investem, lógico, na proteção das bacias hidrográficas onde estão, mas as ações precisam ser coordenadas com os demais utilizadores dos recursos hídricos.”, apontou. (...)

Fonte: Aegea Blog; foto: Escola Kids - UOL

Rui Iwersen


GLOCAL EXPERIENCE – Rio de Janeiro, 9 a 17 de julho

Um olhar para os oceanos

Pouco se sabe sobre o mar e o grande desafio a ser enfrentado é engajar a população na proteção dos oceanos. Este foi o ponto principal discutido pelos participantes em “Um olhar para o oceano”, na tarde de quinta, 14 de julho.

Janaína Bumbeer, especialista em conservação da biodiversidade da Fundação Grupo Boticário, apresentou os resultados de uma pesquisa que constatou que 80% das pessoas desconhecem que a maior parte do oxigênio que respiramos vem do mar.

Ana Asti, subsecretária de Recursos Hídricos e Sustentabilidade da Secretaria de Estado do Ambiente e Sustentabilidade, lembrou a estimativa feita pela ONU de que até 2050 o oceano terá a mesma quantidade de peixes e de plástico.

Flavio Andrade, CEO da Ocean Pact, que desenvolve soluções seguras ambientalmente para operações submarinas, reforçou a necessidade de conhecimento e investimento para se cuidar e proteger o oceano. “Precisamos ter em mente que, dos 17 Objetivos do Desenvolvimento Sustentável, o de número 14 – Vida na Água, é o que recebeu menor volume de investimentos globalmente”, disse o CEO da empresa.

O biólogo Ricardo Gomes, diretor do Instituto Mar Urbano e diretor do documentário Baía Urbana, sobre a Baía da Guanabara, associou-se à Flavio Andrade em uma ação de replantio de 30 mil árvores no mangue da baía. “Nós nos preocupamos com bens, mas a grande herança que podemos deixar para nossos filhos é o oceano saudável”, disse Ricardo, que também é mergulhador e chamou a atenção do mundo todo para a Baía de Guanabara. (...)

Fonte: Aegea Blog

Rui Iwersen


GLOCAL EXPERIENCE - Rio de Janeiro, 9 a 17 de julho

Um laboratório de inovação social para reimaginar e reintegrar territórios rumo a 2030

A GLOCAL Experience nasceu em maio de 2022 e permanecerá até o ano de 2030 quando os pactos sobre os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) serão apresentados.

Certamente novas propostas surgirão para os próximos anos. E a GLOCAL Experience quer contar com a sua contribuição na agenda de ações dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável. O evento proporcionará ao público um espaço de interações sociais, debates, workshops, atividades imersivas, oficinas, cinema, área de exposição, gastronomia sustentável e muito mais.

Esta é a sua oportunidade de participar desse laboratório de inovação social para reimaginar e reintegrar territórios rumo a 2030. Não perca a chance de ajudar a traduzir os objetivos globais em transformações locais.

CONFERÊNCIAS - 13 a 16 de julho; 09h às 17h; Marina da Glória, RJ

EXPO - 09 a 17 de julho; 09h às 18h; Marina da Glória, RJ

Arte, cultura, tecnologia e conteúdo

Um espaço aberto, com diversas áreas integradas para atrair pessoas a experimentarem momentos de conhecimento, cultura, reflexão, interatividade e diálogos para a ação!

Durante a EXPO da GLOCAL Experience teremos uma série de atrações para estimular e inspirar as pessoas a refletir sobre o planeta que queremos no futuro.

Fonte: glocalexperience.com.br

Rui Iwersen


Conferência dos Oceanos termina com 700 compromissos

Cerca de 150 países firmaram acordos em busca de um oceano seguro, saudável e produtivo para a segurança alimentar, meios de subsistência, geração energética e mudanças climáticas

(...) Mais de 6 mil pessoas estiveram na Conferência, abordando a necessidade de ações urgentes e concretas para enfrentar a crise oceânica. Do aumento do nível do mar e poluição marinha à acidificação dos oceanos e perda de habitat, o maior reservatório de biodiversidade do planeta está em perigo, ameaçando inviabilizar o progresso do Objetivo de Desenvolvimento Sustentável 14, o principal roteiro para a ação global sobre a vida abaixo da água. Além disso, os impactos humanos cumulativos no oceano se não forem reduzidos, exacerbarão a emergência climática e prejudicarão as aspirações do Acordo de Paris. (...)

Além disso, a Conferência conseguiu traduzir ideias em ação com uma série de novos compromissos assumidos por muitos países e partes interessadas (veja abaixo). Cerca de 700 compromissos foram registrados, somando-se aos compromissos substanciais assumidos na Conferência dos Oceanos da ONU de 2017. Esses compromissos mostram a necessidade crítica de inovação e ciência para revitalizar o oceano. (...)

Fonte: Exame.55 anos

Rui Iwersen


Conferência dos Oceanos das Nações Unidas, Lisboa, Portugal

A Conferência dos Oceanos das Nações Unidas, convocada pelos governos de Portugal e do Quênia, dará o tom para o que precisa ser feito para reverter o declínio na saúde dos oceanos. Definirá as principais áreas de ação oceânica orientada pela ciência e impulsionará os governos e outros gestores e autoridades a fazer mais e cumprir seus compromissos.

A Conferência dos Oceanos de 2017 nos mostrou o perigo em que os oceanos se encontram. Esta conferência trará soluções práticas, realistas, econômicas e replicáveis que podem ser adotadas para garantir a saúde dos oceanos.

A próxima Conferência dos Oceanos levará esses objetivos adiante, promovendo mais compromissos de ação e impulsionando soluções baseadas em evidências tão necessárias para que tenhamos um novo capítulo da ação global oceânica.

O evento acontece em Lisboa, Portugal, de 27 de junho a 01 de julho de 2022.

Fonte: Nações Unidas Brasil; foto: Mafia do Mergulho



COP 26 nº 7

ONU: relatório sobre clima é "alerta vermelho"

O relatório sobre o clima, publicado pelo Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC, na sigla em inglês), é um "alerta vermelho" que deve fazer soar os alarmes sobre as energias fósseis que "destroem o planeta". A afirmação foi feita pelo secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), António Guterres.

O relatório mostra uma avaliação científica dos últimos sete anos e "deve significar o fim do uso do carvão e dos combustíveis fósseis, antes que destruam o planeta", segundo avaliação de Guterres, em comunicado.

O secretário pede que nenhuma central de carvão seja construída depois de 2021. "Os países também devem acabar com novas explorações e produção de combustíveis fósseis, transferindo os recursos desses combustíveis para a energia renovável", acrescentou Guterres.

O relatório estima que o limiar do aquecimento global (de + 1,5° centígrado), em comparação com o da era pré-industrial, vai ser atingido em 2030, dez anos antes do que tinha sido projetado anteriormente, "ameaçando a humanidade com novos desastres sem precedentes".

"Trata-se de um alerta vermelho para a humanidade", disse António Guterres. "Os alarmes são ensurdecedores: as emissões de gases de efeito estufa provocadas por combustíveis fósseis e o desmatamento estão sufocando o nosso planeta", disse o secretário. (...)

De acordo com o documento do IPCC, a temperatura global subirá 2,7 graus em 2100, se se mantiver o atual ritmo de emissões de gases de efeito estufa. No novo relatório, que saiu com atraso de meses devido à pandemia de covid-19, o painel considera vários cenários, dependendo do nível de emissões que se alcance.

Manter a atual situação, em que a temperatura global é, em média, 1,1 grau mais alta que no período pré-industrial (1850-1900), não seria suficiente: os cientistas preveem que, dessa forma, se alcançaria um aumento de 1,5 grau em 2040, de 2 graus em 2060 e de 2,7 em 2100. Esse aumento, que acarretaria mais acontecimentos climáticos extremos, como secas, inundações e ondas de calor, está longe do objetivo de reduzir para menos de 2 graus, fixado no Acordo de Paris (...)

Os peritos reconhecem que a redução de emissões não terá efeitos visíveis na temperatura global até que se passem duas décadas, ainda que os benefícios para a contaminação atmosférica possam ser notados em poucos anos.

Fonte: Agência Brasil / Internacional; foto: DW

Rui Iwersen, médico planetário

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COP 26 nº 6

A humanidade "aqueceu a atmosfera, o oceano e a terra"

Já não se trata de algo mais ou menos provável, mas sim de um fato. O novo grande relatório conjuntural do IPCC, o painel de especialistas vinculados à ONU que há mais de três décadas estabelece as bases científicas sobre a mudança climática, fulmina o negacionismo. O documento considera “inequívoco” que a humanidade tenha "aquecido a atmosfera, o oceano e a terra", o que gerou “mudanças generalizadas e rápidas” no planeta.

A edição anterior deste estudo data de 2013, e desde então os indícios se multiplicaram, assim como os artigos e análises científicas que demonstram as consequências de uma crise que já gerou mudanças climáticas “sem precedentes” nos últimos milênios, e que em alguns casos serão “irreversíveis” durante centenas ou milhares de anos.

Entre as consequências diretas, além da elevação das temperaturas médias, figuram os fenômenos meteorológicos extremos. Trata-se de eventos similares às ondas de calor ou às chuvas torrenciais que estão sendo vistas nas últimas semanas em diversos lugares do globo e que já aumentaram em intensidade e frequência devido ao aquecimento gerado pelo ser humano, conforme confirma o relatório. (...)

Fonte: El País Internacional; foto: UOL Notícias

Rui Iwersen, médico planetário

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COP 26 nº 5

Novos detalhes da COP sobre desmatamento

A grande promessa de acabar com o desmatamento até 2030, anunciada por mais de 100 países, começou a tomar forma mais clara à medida que vários governos anunciaram compromissos concretos.

Vista aérea de região desmatada da Amazônia em Rondônia / ReutersA União Europeia prometeu bilhões para ajudar a proteger as florestas do mundo nos próximos cinco anos, um quarto dos quais serão reservados para o compromisso da Bacia do Congo, fundo criado para proteger a segunda maior floresta tropical do mundo contra as ameaças da exploração madeireira e mineração industrial.

O Reino Unido disse que comprometeria mais de R$ 10 bilhões ao longo de cinco anos para apoiar a promessa, incluindo auxílio para florestas tropicais na Indonésia e a Amazônia. E Biden prometeu mais de R$ 50 bilhões em nome dos Estados Unidos.

“Este plano é o primeiro de seu tipo, adotando uma abordagem de todo o governo e trabalhando com o Congresso para empregar financiamento dos EUA até 2030 para conservar e restaurar nossas florestas e mobilizar mais bilhões de nossos parceiros”, disse ele.

Fonte: CNN Brasil - Internacional

Rui Iwersen, médico planetário

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COP 26 nº 4

Emissão de metano e combate ao desmatamento: destaques da COP26

Rebanho bovino é grande fonte de metano / Adepará via Agência Brasil

Cerca de 100 nações assinaram uma promessa global de reduzir as emissões de metano em 30% até 2030,  anunciou a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen.

O metano, principal componente do gás natural, é um gás de efeito estufa extremamente potente. Invisível e inodoro, tem 80 vezes mais poder de aquecimento a curto prazo do que o dióxido de carbono.

Von der Leyen disse que cortar as emissões de metano “irá desacelerar imediatamente a mudança climática”. Helen Mountford, vice-presidente de clima e economia do Instituto de Recursos Globais, organização de pesquisa ambiental, disse que o plano é essencial para evitar que o planeta aqueça além de 1,5ºC, limiar chave identificado por cientistas.

“Esta promessa estabelece uma forte ambição que precisamos globalmente”, disse Mountford em um comunicado. “Uma ação forte e rápida para reduzir as emissões de metano oferece uma gama de benefícios, desde a limitação do aquecimento a curto prazo e redução da poluição do ar até a melhoria da segurança alimentar e melhor saúde pública”.

O presidente dos EUA, Joe Biden, disse que o esforço é tanto uma oportunidade econômica quanto ambiental. “Isso não é apenas algo para proteger o meio ambiente, nosso futuro”, declarou. “É uma oportunidade enorme para todos nós, todas as nações, de criar empregos e fazer com que as metas climáticas sejam parte essencial de nossa recuperação econômica global”. (...)

Fonte: CNN Brasil - Internacional

Rui Iwersen, médico planetário

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COP-26 nº3

ANIMAL EXTINTO ALERTA ANIMAL EM AUTO-EXTINÇÃO SOBRE A EXTINÇÃO

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COP-26 nº 2

Relatório da ONU sobre o clima responsabiliza a humanidade por aumento de fenômenos extremos

Especialistas do Painel Internacional sobre a Mudança Climática (IPCC) alertam que já ocorreram mudanças que serão “irreversíveis” durante “séculos ou milênios”. Esse grande estudo defende reduções “profundas” e “rápidas” das emissões

Já não se trata de algo mais ou menos provável, mas sim de um fato. O novo grande relatório conjuntural do IPCC, o painel de especialistas vinculados à ONU que há mais de três décadas estabelece as bases científicas sobre a mudança climática, fulmina o negacionismo.

O documento considera “inequívoco” que a humanidade tenha "aquecido a atmosfera, o oceano e a terra", o que gerou “mudanças generalizadas e rápidas” no planeta.

A edição anterior deste estudo data de 2013, e desde então os indícios se multiplicaram, assim como os artigos e análises científicas que demonstram as consequências de uma crise que já gerou mudanças climáticas “sem precedentes” nos últimos milênios, e que em alguns casos serão “irreversíveis” durante centenas ou milhares de anos. Entre as consequências diretas, além da elevação das temperaturas médias, figuram os fenômenos meteorológicos extremos. (...)

Fonte: El País - Internacional; foto: Sociedade Brasileira de Medicina Tropical

Rui Iwersen, médico planetário

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COP 26 nº 1

Ministros da pré-COP reconhecem que é preciso ‘fazer mais’

MILÃO – Após a ativista sueca Greta Thunberg ter chamado os discursos de líderes políticos sobre o clima de “blá-blá-blá”, os ministros participantes da conferência preparatória para a COP26 em Milão concordaram em “fazer mais” para limitar o aquecimento global neste século.

A pré-COP26 foi realizada entre 30 de setembro e este sábado (2) e reuniu ministros do Meio Ambiente de cerca de 50 países para avançar nas discussões e permitir resultados concretos na próxima cúpula climática da ONU, em Glasgow, em novembro. “Chegamos a um consenso de que é preciso fazer mais para manter o aquecimento abaixo de 1,5ºC [em relação aos níveis pré-industriais], aumentar as NDCs [metas climáticas de cada país] e garantir o fundo de US$ 100 bilhões para os países em desenvolvimento”, declarou o presidente da COP26, Alok Sharma.

O encerramento da pré-COP, no entanto, contemplou algumas das principais reivindicações dos jovens que participaram da conferência Youth4Climate, também em Milão, entre 28 e 30 de setembro, como o fechamento da indústria de combustíveis fósseis até 2030 e o incentivo à educação ambiental nas escolas. “A energia dos jovens da Youth4Climate galvanizou os ministros. Devemos nos lembrar do que eles disseram”, acrescentou Sharma.

Em seu discurso na abertura da conferência juvenil, Greta Thunberg havia dito que as promessas dos líderes mundiais eram apenas “blá-blá-blá” e que as emissões de carbono continuam aumentando. “Eles [os líderes mundiais] selecionam jovens como nós, fingindo que nos escutam, mas não é verdade, eles nunca nos escutaram”, disse a ativista sueca na ocasião.

Na coletiva deste sábado, Sharma reconheceu que as projeções para os próximos anos não são boas. “A ciência nos diz que, para manter o aquecimento global abaixo de 1,5ºC em relação aos níveis pré-industriais, precisamos reduzir em 45% até 2030 as emissões de gases do efeito estufa, na comparação com 2010." (...) “A transição implica um certo lapso de tempo em que haverá a coexistência entre fontes renováveis e fósseis, mas o caminho está bem claro”, acrescentou.

Fonte: Isto É Mundo e ANSA; foto: AFP

Rui Iwersen, médico planetário

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Alerta à Humanidade nº 49

Dia da Sobrecarga da Terra chega mais cedo

Em 2021, a humanidade excedeu sua cota anual de recursos regeneráveis em 29 de julho, três semanas antes do que em 2020. Seriam necessárias 1,7 Terras para satisfazer nossas necessidades de consumo.

Hoje, a humanidade consome 74% a mais do que o que os ecossistemas globais podem regenerar

Após um adiamento temporário devido à pandemia em 2020 – quando o Dia da Sobrecarga da Terra foi em 22 de agosto – em 2021 a data em que a humanidade esgotou todos os recursos biológicos que a Terra regenera ao longo de um ano acontece três semanas antes, neste 29 de julho. No Brasil, a cota foi esgotada dois dias antes, em 27 de julho.

"Apesar de nos restar quase meio ano, já esgotamos nossa cota de recursos biológicos para 2021", advertiu Susan Aitken, líder do Conselho Municipal de Glasgow, onde lideranças mundiais se reunirão em novembro para a cúpula climática COP26. "Se precisamos lembrar que estamos sob uma emergência climática e ecológica, o Dia da Sobrecarga da Terra é a ocasião para isso", lembrou.

Como grande parte do mundo estava vivendo sob lockdowns impostos devido ao coronavírus no ano passado, o Dia da Sobrecarga aconteceu quase um mês depois do recorde de 2018, quando foi em 25 de julho. Mas mesmo que as emissões de carbono causadas por viagens aéreas e transporte rodoviário ainda estejam abaixo dos altos índices de 2019, a economia global em ascensão está empurrando as emissões e o consumo de volta para cima. (...)

O Dia da Sobrecarga da Terra existe desde 2006. A Global Footprint Network (GFN), organização de pesquisa que apresenta a data a cada ano junto com o grupo ambiental WWF, compara o cálculo a um extrato bancário que rastreia receitas em relação aos gastos. Ele considera milhares de dados da ONU sobre recursos como florestas biologicamente produtivas, pastagens, terras de cultivo, áreas de pesca e áreas urbanas. Esse cálculo é então medido em relação à demanda desses recursos naturais, entre eles alimentos de origem vegetal, madeira, gado, peixe e a capacidade das florestas de absorver emissões de dióxido de carbono.
Hoje, a humanidade consome 74% a mais do que o que os ecossistemas globais podem regenerar. Para continuar vivendo nos padrões atuais, precisaríamos dos recursos de cerca de 1,7 planetas. E isso não parece mudar tão cedo. (...)

Matéria enviada pelo colaborador de GaiaNet Jorge F. Schneider; fonte: DW - Made for minds

#DesmatamentoNãoReflorestamentoSim


2021 - 2030 - Década da Oceanografia da ONU

(...) Os oceanos, uma gigantesca superfície em variados tons de azul, cobrem cerca de 71% da extensão do planeta. Contudo, a vida debaixo d'água continua a ser uma grande mistério.

(...) Os seres humanos devem sua vida a essa imensidão desconhecida. Quatro em cada dez habitantes do planeta dependem dos mares para se alimentar. A vida marinha produz entre 50 e 70% de nosso oxigênio e 90% das mercadorias globais viajam por rotas marítimas. (...)

E mesmo assim, despejamos nela 8 toneladas de resíduos por ano. No ritmo em que estamos, em 2050 provavelmente haverá mais plástico do que peixes nos oceanos. O aumento dos níveis de CO2 na atmosfera tornou o oceano mais ácido, ameaçando as cadeias alimentares.

Um relatório de 2019 do Painel Intergovernamental da Organização das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas alertou que, sem "profundas transformações econômicas e institucionais", haveria danos irreversíveis aos oceanos e ao gelo marinho. E isso pode afetar, além do modo de vida, a economia global de maneira imediata. O quadro, somado à falta de informações científicas sobre os oceanos, é um dos motivos para que a ONU tenha declarado o período entre 2021 e 2030 como a Década da Oceanografia. (...)

João Sorima Neto e Jennifer Ann Thomas, Escuridão Azul, Revista Época nº 1186 de 12 de abril de 2021, página 48; foto: G1 - Globo

Rui Iwersen, médico planetário, editor de GaiaNet

#DesmatamentoNãoReflorestamentoSIM


Cúpula dos Líderes sobre o Clima

O mês de abril começa já com um importante evento no calendário. Trata-se da Cúpula dos Líderes sobre o Clima, organizada pelo governo dos Estados Unidos de modo virtual nos dias 22 e 23 deste mês.

Ao todo, cerca de quatro dezenas de chefes de Estado devem atender ao convite do americano Joe Biden, incluindo Jair Bolsonaro, que confirmou presença, além de Vladimir Putin, da Rússia, Xi Jinping, da China, e Alberto Fernández, da Argentina.

No final de março, um alto funcionário do Departamento de Estado, em conversa com jornalistas, disse que os Estados Unidos não vão tolerar a destruição de florestas e cobrou um plano claro da parte do Brasil para acabar com o desmatamento ilegal até 2030, já com resultados palpáveis neste ano. A expectativa americana é que Bolsonaro chegue à cúpula com algo concreto para apresentar.

O anfitrião Biden quer usar o encontro para reafirmar seu compromisso com políticas voltadas para a preservação do meio ambiente e para a redução da emissão de gases causadores do efeito estufa. (...)

A pressão para que a administração Bolsonaro passe a ter uma agenda responsável é também interna. (...) No ano passado foi criada a Concentração pela Amazônia, rede de cerca de 250 lideranças empresariais, acadêmicas e ambientalistas. Entre as ideias que unem o grupo, uma está muito clara: é chegada a hora de Bolsonaro aposentar sua política incendiária.

Dos editores, Clima para mudança, Revista Época, nº 1185, 05 de abril de 2021, página 4; foto: Brasil Escola - UOL

Rui Iwersen, médico planetário, editor de GaiaNet

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Cop 25: cúpula do clima chega a acordo em Madrid

A cimeira do clima da Organização das Nações Unidas (ONU) já tem um documento final acerca da ambição climática em 2020 e cumprimento do acordo de Paris que limita os países para impedir a subida da temperatura média do planeta este século acima de 1,5 graus. O acordo, intitulado “Chile-Madrid, hora de agir”, foi alcançado quase dois dias após o dia marcado para encerrar a conferência COP25. [dia 13]

O documento foi aprovado pela presidente da COP25, a chilena Carolina Schmidt, após um tenso debate com o Brasil, que inicialmente não aceitou dois parágrafos incluídos no acordo sobre oceanos e uso da terra. O acordo final da COP25 estabelece que os países terão de apresentar em 2020 compromissos mais ambiciosos para reduzir as emissões (as chamadas Contribuições Nacionais Determinadas) para enfrentar a emergência climática.

Segundo o acordo, o conhecimento científico será “o eixo principal” que deve orientar as decisões climáticas dos países para aumentar a sua ambição, que deve ser constantemente atualizada de acordo com os avanços da ciência. O texto inclui “a imposição” de que a transição para um mundo sem emissões tem de ser justa e promover a criação de emprego.

O acordo também reconhece a ação climática de atores não-governamentais, a quem convida a aumentar e generalizar estratégias compatíveis com o clima. (...)

Fonte: O Jornal Econômico; foto: CNN


COP25: Guterres pede “entendimento comum”

O secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, pediu “a todas as partes a ultrapassarem as suas actuais divisões e a encontrarem um entendimento comum” para lutar contra as alterações climáticas.

Arrancou esta segunda-feira, em Madrid a Conferência das Nações Unidas sobre o Clima, COP25. Os 196 países reunidos na capital espanhola devem tomar decisões para acelerar a luta contra a crise climática, num momento em que os fenómenos meteorológicos extremos se multiplicam.

O secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, pediu “a todas as partes a ultrapassarem as suas actuais divisões e a encontrarem um entendimento comum” para lutar contra as alterações climáticas. (...)

Fonte: RFI


Madrid acolhe durante duas semanas, entre 2 e 13 de dezembro, a Conferência das Nações Unidas sobre as Alterações Climáticas. 

O Parlamento Europeu declarou emergência climática global na semana passada, com o objetivo de aumentar os esforços para combater as alterações climáticas que têm deixado marcas no nosso planeta. Para discutir o que se pode fazer depois deste anúncio, Madrid recebe durante as próximas duas semanas a Conferência das Nações Unidas sobre as Alterações Climáticas (COP25).

A COP25, ou Conferência das Nações Unidas sobre as Alterações Climáticas, é a conferência anual da ONU que pretende discutir a urgência de uma resposta à emergência climática que tem vindo a acelerar. Segundo a Convenção da ONU de 1992, todos os países mundiais estão sujeitos a encontrar formas de reduzir as emissões de gases de efeito estufa, de maneira equitativa. (...)

O foco da discussão durante as duas semanas será o artigo seis do Acordo de Paris, que permite a utilização de um mercado global de carbono para ajudar os países a reduzir as emissões e financiar medidas que reduzam as emissões nos países em desenvolvimento. (...)

Fonte: O Jornal Econômico

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Calendário ecológico

terça-feira, 10 março 2009 by Rui Iwersen

Nesta página apresento as datas comemorativas do meio ambiente, mas também datas de lutas ecológicas e sociais. Em algumas datas apresento informações sobre sua declaração ou sobre seu significado ecológico e ou social.

Datas de Comemorações e de Ações Ecológicas

1. Janeiro


 

Dia Mundial da Paz

 

O Dia Mundial da Paz, inicialmente chamado simplesmente de Dia da Paz, é comemorado em 1 de janeiro, tendo sido criado pelo papa Paulo VI em 1967. (...)

Fonte: Wikipédia, a enciclopédia livre


 

Dia do Controle da Poluição por Agrotóxicos

 


  Dia de Combate à Intolerância Religiosa

Data de luta e de mudança cultural criada em 2007


 

Dia Mundial da Liberdade

 


 

Dia Internacional da Memória do Holocausto

 

Esta data foi criada pela Organização das Nações Unidas (ONU) em 2005 para não esquecermos o assassinato de cerca de 5 milhões de judeus e ciganos europeus pelos nazistas alemães durante a Segunda Guerra Mundial, que durou de 1 de setembro de 1939 a 2 de setembro de 1945.


 

   Dia Nacional de Combate ao  Trabalho Escravo


 

         

Dia de Visibilidade Trans

45% dos trans-sexuais brasileiros já foram vítimas de transfobia em deslocamentos.


2. Fevereiro


 

Dia Mundial das Áreas Úmidas

 


 

Dia Mundial de Combate ao Câncer

 


 

Dia do Agente de Defesa Ambiental

 


   

Dia do Frevo

 

Garanhuns História: 09 de Fevereiro: Dia do Frevo

No dia 9 de fevereiro é comemorado o Dia do Frevo. A data faz referência à primeira vez que a palavra "frevo" foi citada na imprensa, em 1907, após o lançamento de uma música neste ritmo chamada "Eu frevo". Desde dezembro de 2012, o ritmo pernambucano foi considerado Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade pela Unesco.

Fonte: Google e informações próprias; foto: Garanhuns História



Dia de Criação do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente - IBAMA

 


3. Março


 

Dia do Turismo Ecológico

 


 

Dia Nacional de Combate ao Contrabando

 


 

Dia Mundial da Obesidade

 


 

Dia da Mulher

 


 

Dia Internacional da Energia

 


 

Dia Mundial de Atingidos por Barragens

 


 

Dia Mundial dos Direitos do Consumidor

 


.

Dia Nacional da Conscientização sobre as Mudanças Climáticas

 


 

Dia Mundial dos Doentes

 


 

Dia Internacional da Felicidade

 


 

Início do Outono

 


.

Dia Mundial das Florestas

 

Geografia: 3 tópicos sobre as Florestas Tropicais - Notícias Concursos

No dia 21 de março é celebrado o Dia Internacional das Florestas

Para sensibilizar a população sobre a importância das florestas na manutenção dos ecossistemas e no desenvolvimento sustentável, a ONU criou o Dia Internacional das Florestas. (...)

Fonte: Brasil Escola; foto: Notícias Concursos


.

Dia Mundial  de Combate à Discriminação Racial

 


Dia Mundial da Água

 

Água: temos muito o que avançar |

Foto: Investvida - Desenvolvimento Sustentável

O Dia Mundial da Água foi criado pela ONU (Organização das Nações Unidas) no dia 22 de março de 1992. O dia 22 de março, de cada ano, é destinado à discussão sobre os diversos temas relacionadas a este importante bem natural.

(...) E como sabemos, grande parte das fontes desta água (rios, lagos e represas) está sendo contaminada, poluída e degradada pela ação predatória do homem. (...) Pensando nisso, foi instituído o Dia Mundial da Água, cujo objetivo principal é criar um momento de reflexão, análise, conscientização e elaboração de medidas práticas para resolver tal problema.

No dia 22 de março de 1992, a ONU também divulgou um importante documento: a “Declaração Universal dos Direitos da Água”. Este texto apresenta uma série de medidas, sugestões e informações que servem para despertar a consciência ecológica da população e dos governantes para a questão da água. (...)

Fonte: sua pesquisa 


 

Dia do Meteorologista

 


 

Dia Mundial do Estudante

 


 

Dia Mundial da Tuberculose

 


 

Dia Mundial do Teatro

 


 

Dia Nacional do Doador de Sangue

 



Dia Mundial da Juventude


4. Abril


 

Dia Mundial da Saúde

 


 

Dia Nacional de Combate ao Bullying

 


 

Dia Nacional dos Jornalistas

 


 

Dia Mundial da Doença de Chagas

 

Doença de Chagas: transmissão, sintomas, tratamento - Biologia Net

Barbeiro, o transmissor da doença de Chagas; Foto: Biologia Net

Ao contrário do que muita gente pensa, a doença de Chagas ainda existe e afeta milhões de pessoas em todo o mundo, especialmente na América Latina. Se não diagnosticada e tratada, a doença pode causar problemas no coração e no sistema digestivo por anos após a infecção.

Chagas afeta de seis a sete milhões de pessoas em 44 países no mundo, e outras 75 milhões correm o risco de contaminação, segundo a Organização Mundial da Saúde. Na América Latina, a doença de Chagas é endêmica em 21 países, incluindo o Brasil.

Fonte: Médicos Sem Fronteiras - MSF.


 

Dia Nacional da Conservação do Solo

 


 

Dia Nacional da Botânica

 


 

Dia dos Povos Indígenas

 

Criança do povo indígena brasileiro Pataxó sentada com cocar na cabeça e colares típicos de sua cultura.

O Dia dos Povos Indígenas é uma data comemorativa celebrada no Brasil no dia 19 de abril e tem como propósito celebrar a diversidade das histórias e das culturas dos povos indígenas brasileiros; combater preconceitos contra os indígenas; e estabelecer políticas públicas que garantam os direitos dos povos originários.

Essa data comemorativa foi criada, em 1943, durante a ditadura do Estado Novo. Seu surgimento se deu, em boa medida, pela pressão de Marechal Rondon, importante indigenista brasileiro. Ainda, a data foi criada por influência do Congresso Indigenista Interamericano que havia sido realizado no México em abril de 1940.

Fonte: Mundo Educação



Dia da Terra

 

Bandeira do Dia da Terra: O Planeta sobre um fundo azul.

O Dia da Terra foi criado pelo senador norte-americano Gaylord Nelson, no dia 22 de abril de 1970

Tem por finalidade criar uma consciência comum aos problemas da contaminação, conservação da biodiversidade e outras preocupações ambientais para proteger a Terra. (...)

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre. Editada em GaiaNet no dia 22 de abril de 2014


 

22 a 28 de abril - Semana da Educação

 


 

Dia Mundial de Luta Contra a Malária

 


 

Dia da Educação

 


 

Dia da Caatinga

 


5. Maio


 

Dia Internacional do Trabalho

 


 

Dia Internacional do Trabalhador

 


 

Dia Mundial de Liberdade de Imprensa

 


 

Dia do Sol

 


 

Dia do Solo

 


 

Dia do Pau-Brasil

 


 

Dia do Campo

 


 

Dia Mundial das Aves Migratórias

 


 

Dia Nacional da Segurança Social

 


 

 

Dia da Comunicação Social

 


 

Dia Internacional do Enfermeiro

 


 

Dia Internacional do Clima

 


 

Dia Internacional da Família

 


 

Dia Mundial da Reciclagem

 


 

Dia Internacional das Telecomunicações

 


 

Dia Internacional de Combate à Homofobia

 


 

Dia Internacional dos Museus

 


 

Dia Nacional de Combate ao Abuso Sexual de Crianças e Adolescentes 

 


 

Dia Nacional do Advogado

 


 

Dia Mundial de Doação de Leite Materno

 


 

Dia da Autonomia do Poder Local

 


 

Dia Mundial da Biodiversidade

 


 

Dia Mundial da Abelha e Dia do Apicultor

 


 

Dia Mundial do Trabalhador Rural

 


 

Dia Internacional da Biodiversidade

 


 

Dia Nacional da Mata Atlântica

 

A Mata Atlântica é um dos ecossistemas mais ricos em biodiversidade do mundo! São 20 mil espécies vegetais, 849 de aves, 370 de anfíbios, 200 de répteis, 270 de mamíferos e 350 espécies de peixes.

Como a maioria das florestas, esse ecossistema está cada vez mais sofrendo pela ação do homem através do desmatamento e pelas queimadas principalmente.

Assim, por sua importância, dia 27 de maio é comemorado o dia da Mata Atlântica e tem o objetivo de servir como ponto de reflexão sobre a necessidade de preservação e de conscientização a respeito das ações necessárias para mudar essa realidade. (...)

Fonte: Smart Kids


 

Dia do Geógrafo

 


 

Dia Mundial sem Tabaco

 


6. Junho


 

1º a 7 de junho - Semana do Meio Ambiente

 


 

Dia Antinuclear Internacional

 


 

Dia Nacional em Defesa do Rio São Francisco

 


 

Dia Mundial do Meio Ambiente

 

O Dia Mundial do Meio Ambiente é celebrado no dia 5 de junho. Foi criado pela Assembleia Geral das Nações Unidas na resolução (XXVII) de 15 de dezembro de 1972 com a qual foi aberta a Conferência de Estocolmo, na Suécia, cujo tema central foi o Ambiente Humano.

Liderado pelo Programa da ONU para o Meio Ambiente (PNUMA), o Dia Mundial do Meio Ambiente é celebrado anualmente no dia 5 de junho. Este ano, o tema clama por tolerância zero ao comércio ilegal de animais silvestres. (...)

Fonte: Wikipédia, a enciclopédia livre e Nações Unidas


 

Dia da Ecologia

 


 

Dia dos Oceanos

 


 

Dia Nacional da Imunização

 


 

Dia Mundial de Combate ao Trabalho Infantil

 


 

Dia Mundial Contra a Seca

 


 

Dia Mundial de Luta Contra a Desertificação e a Seca

 


 

Dia Mundial do Refugiado

 


 

Início do Inverno

 


 

Dia das Nações Unidas (ONU)

 


 

Dia Mundial do Turismo

 


 

Dia Mundial da Pesca

 


 

Dia Mundial do Diabético

 


 

     Dia do Orgulho LGBT

 


 

Dia do Pescador

 


7. Julho


 

Dia Mundial da Arquitetura

 


 

Dia Internacional do Cooperativismo

 

Inicialmente denominada como “Dia da Cooperação” e, posteriormente, chamada de “Dia do Cooperativismo”, atualmente a data é conhecida como “Dia Internacional do Cooperativismo".

Embora a data oficial tenha sido criada em 1994, a Aliança Cooperativa Internacional (ACI) celebrou pela primeira vez o Dia Internacional em 1923, instituindo a data com o objetivo de comemorar, no primeiro sábado de julho de cada ano, a confraternização de todos os povos ligados ao cooperativismo. (...)

Fonte: Governo de Porto alegre

 

Dia Nacional da Ciência

 


 

Dia do Engenheiro Florestal

 


 

Dia do Engenheiro  Sanitarista

 


 

Dia da Liberdade de Pensamento

 


 

Dia da Proteção das Florestas

 


 

Dia do Amigo

 


 

Dia do Agricultor

 


    Dia Mundial de Proteção dos Manguezais

Os Principais Animais que Vivem no Manguezal - Educação!

O manguezal é considerado um ecossistema costeiro de transição entre os ambientes terrestre e marinho. Característico de regiões tropicais e subtropicais, está sujeito ao regime das marés, dominado por espécies vegetais típicas, às quais se associam a outros componentes vegetais e animais. (...)

A riqueza biológica dos ecossistemas costeiros faz com que essas áreas sejam os grandes "berçários" naturais, tanto para as espécies características desses ambientes, como para peixes e outros animais que migram para as áreas costeiras durante, pelo menos, uma fase do ciclo de sua vida.

Fonte: Departamento. de Ecologia, IB, USP; foto: Rotas de Viagem


 

Dia Mundial da Conservação da Natureza

 

O Dia Mundial da Conservação da Natureza foi criado pela Assembleia Geral das Nações Unidas  e comemora-se a 28 de Julho. Este dia tem como objetivo chamar a atenção para os problemas da conservação da Natureza.

Fonte: Wikipédia, a enciclopédia livre.


8. Agosto

 

   

 Dia Mundial da Amamentação

 


 

Dia Nacional da Saúde

 

O Dia Nacional da Saúde foi oficializado e inserido no calendário oficial brasileiro através do Decreto de Lei nº 5.352, de 8 de novembro 1967, do Ministério da Saúde e da Educação e Cultura.

O dia 5 de agosto foi escolhido para celebrar o Dia Nacional da Saúde por ser a data de nascimento do sanitarista Oswaldo da Cruz, um importante personagem na história do combate e erradicação das epidemias da peste, febre amarela e varíola no Brasil, no começo do século XX.

Oswaldo da Cruz nasceu em 5 de agosto de 1872 e foi responsável pela criação do Instituto Soroterápico Federal (atualmente conhecido como Fundação Oswaldo Cruz - FIOCRUZ) e da fundação da Academia Brasileira de Ciências. (...)

Fonte: Calendarr Brasil


 

Dia da Paz

 

Neste dia, em 1945, foi lançada a bomba atômica sobre a cidade de Hiroshima, no Japão.


 

Dia Internacional dos Povos Indígenas

 

Dia do índio: quais são os principais vestibulares indígenas? | Educa Mais Brasil

Em 9 de agosto é comemorado o Dia Internacional dos Povos Indígenas. A data foi criada pela Organização das Nações Unidas (ONU), em 1994.

O dia é dedicado a homenagear e reconhecer as tradições dos povos indígenas e promover a conscientização sobre a inclusão dos povos originários na sociedade, alertando sobre direitos e reafirmando as garantias previstas na Declaração das Nações Unidas sobre os Direitos dos Povos Indígenas. (...)

Fonte: Radio Senado


 

Dia Internacional de Qualidade do Ar

 


 

Dia do Psiquiatra

 

Desde 1966, a data de 13 de agosto ganhou um significado muito especial para a psiquiatria; foi neste dia que a sua Associação foi criada em uma sala do Instituto Municipal Philippe Pinel.

Em 2016, ano em que a instituição comemorou os seus 50 anos, ficou ainda mais estimado. Graças às solicitações do atual presidente da ABP, Dr. Antônio Geraldo da Silva, no dia 11 de agosto de 2016, foi instituído o dia do psiquiatra!

Fonte: Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP)


               

 

 Dia do Controle da Poluição Ambiental

 


 

Dia do Controle da Poluição Industrial

Dia de Combate à Poluição


 

       

 Dia do Filósofo

 

15.100+ Filósofo fotos de stock, imagens e fotos royalty-free - iStock

Filósofo é a pessoa responsável por estudar a natureza de todas as coisas existentes e as relações que possam existir entre estas coisas. Noções de valores, sentidos, fatos, além da conduta e destino do homem também são temas estudados por este profissional.

Fonte: Enciclopédia Significados; foto: iStock.


 

   

 Dia Nacional de Luta da População em Situação de Rua

 


 

Dia Mundial do Folclore

 


 

Dia da Limpeza Urbana

 


 

Aniversário do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade – ICMBio

 


    Dia Nacional do Voluntariado


 

Dia Nacional de Combate ao Fumo

 


9. Setembro


 

Dia do Biólogo

 


Dia da Mulher Indígena

 

Dia da Amazônia

O Dia da Amazônia é celebrado anualmente em 5 de setembro.

Dia da Amazônia

Esta data foi criada com o intuito de conscientizar as pessoas sobre a importância da maior floresta tropical do mundo e da sua biodiversidade para o planeta.

O dia escolhido faz referência a 5 de setembro de 1850, quando o Príncipe D. Pedro II decretou a criação da Província do Amazonas (atual Estado do Amazonas).

Não há muitos motivos para comemoração e sim para preocupação. A floresta amazônica atualmente está ameaçada pelos constantes desmatamentos ilegais, afetando diretamente a fauna e a flora da região, causando desequilíbrios e crises ambientais a nível global. (...)

Fonte: Calendarr Brasil


 

Dia da Pátria

 

 


 

Dia do Médico Veterinário

 

 


 

Dia Nacional do Cerrado

 

"O berço das águas"

Cerrado: características, onde fica, animais e vegetação típica | Biodiversidade | Um só Planeta

O segundo maior bioma do Brasil é o Cerrado que cobre uma área de 2 milhões de km2, que corresponde a 204 milhões de hectares!  Isso representa quase um quarto de toda a extensão territorial do país. Pra você ter uma ideia, um hectare, que mede 10.000 m2, equivale ao tamanho do gramado de um campo de futebol. Viu como é grande?

O bioma Cerrado é encontrado na parte mais central do País, incluindo os estados de Goiás, Tocantins, Maranhão, Piauí, Bahia, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, São Paulo e Distrito Federal. Mas com esse tamanho todo (mais de 200 milhões de campos de futebol!), ele está presente também em pequenas porções dos estados do Paraná, no sul do Brasil, e de Rondônia, na região Norte.

Lá, onde o bioma Amazônia é predominante, a gente ainda encontra áreas enormes de vegetação típica de Cerrado, nos estados do Amapá, Roraima, Amazonas e Pará. (...)

O Cerrado é a savana tropical mais rica do mundo, pois nele há cerca de 5% de toda a diversidade do planeta. O Cerrado abriga 30% dos diversos seres vivos identificados no nosso país.

Fonte: Portal Embrapa; foto: Um só Planeta - Globo


 

14 a 21 de setembro - Semana da Árvore

 

 


 

Dia Internacional da Democracia

......

Democracia:

  1. Governo do povo; soberania popular; democratismo.
  2. Doutrina ou regime político baseado nos princípios de soberania popular e da distribuição equitativa do poder, ou seja, regime de governo que se caracteriza, em essência, pela liberdade do ato eleitoral, pela divisão dos poderes e pelo controle da autoridade, isto é, dos poderes de decisão e de execução.

 Fonte: Novo Dicionário Aurélio, Editora Nova Fronteira, 1ª edição, 15ª impressão, página 430.


 

Dia Mundial de Limpeza de Rios e Praias

 

Limpeza de Praia: os prós e os contras dessa ação

O Dia Mundial da Limpeza é um movimento cívico que une 191 países e milhões de pessoas em todo o mundo para limpar o planeta. Em um único dia! No dia 17 de setembro de 2022, o Dia Mundial da Limpeza acontecerá pela 5ª vez. Desde 2018, 50 milhões de pessoas saíram e limparam suas cidades, rios e comunidades dos resíduos.

Fonte: LimpaBrasil.org


           Dia Internacional de Preservação da Camada de Ozônio


 

 

Dia Mundial pela Limpeza da Água

 

 


 

Dia Internacional da Limpeza de Praia

 

 


 

Dia da Árvore

 

 


 

Dia Internacional da Paz

 

 

Dia comemorativo e de luta pela Paz estabelecido pela ONU


 

Dia Mundial do Alzheimer

 


 

21 a 27 de setembro - Semana Nacional da Fauna

 


 

Início da Primavera

 


 

Dia da Defesa da Fauna

 


 

Dia da Jornada sem Carro

 


 

Dia Nacional dos Surdos

 


10. Outubro


 

Dia Internacional do Idoso

 


 

Dia Internacional do Habitat

 

O habitat é o lugar onde um organismo vive e encontra o que necessita para sobreviver: refúgio, ar, água, alimento e espaço.

Dada a importância do habitat, o crescimento da população e as condições do meio ambiente, a Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), no dia 3 de outubro de 1985, decidiu estabelecer esta data para celebrar o Dia Mundial do Habitat.

A ONU criou também o Centro de Nações Unidas para os Assentamentos Humanos (CNUAH) uma agência especializada na gestão e no desenvolvimento integral dos assentamentos Humanos. (...)

Fonte: Seu History 


 

Dia Nacional das Abelhas

 


 

Dia dos Animais

 


 

4 a 10 de outubro - Semana de Proteção aos Animais

 


 

Dia das Aves

 


 

Dia da Declaração Universal dos Direitos Humanos

 


 

Dia Mundial da Saúde Mental

 


 

Dia Nacional de Luta Contra a Violência à Mulher

 

O dia 10 de outubro foi escolhido para celebrar esta data porque foi em 10 de outubro de 1980 que um movimento de mulheres se reuniu nas escadarias do Teatro Municipal, em São Paulo, para iniciar um protesto contra o aumento de crimes de gênero no Brasil (hoje conhecidos como feminicídio, quando uma mulher é morta apenas por ser mulher).

Fonte: Calendário Brasil

Para queixas, disque 180


 

Dia do Engenheiro  Agrônomo

 


 

Dia Mundial para a Prevenção de Desastres Naturais

 


 

Dia do Mar

 


 

Dia das Crianças

 


 

Dia do Consumo Consciente

 


 

Dia do Professor

 


 

Dia do Educador Ambiental

 


 

Dia Mundial da Alimentação

 


 

Dia do Médico

 

O dia 18 de outubro foi escolhido em homenagem ao nascimento de São Lucas, o protetor dos médicos.

São Lucas foi um dos seguidores de Jesus, segundo a tradição, escreveu um dos livros dos Evangelhos e o livro de Atos dos Apóstolos. Nestes livros, contou muitas histórias de Cristo, inclusive algumas das muitas curas e milagres que presenciou.

São Lucas estudou medicina em Antioquia (atual Turquia), e foi chamado pelo apóstolo Paulo de "amado médico" na epístola aos Colossenses. É considerado patrono dos médicos desde o século XV. (...)

Fonte: Academia Médica 


 

Dia Mundial das Nações Unidas

 


 

Dia da Informação sobre o Desenvolvimento

 


 

Dia do Livro

 


11. Novembro

 

 

Dia da Favela

 

A data de 4 de novembro foi escolhida como Dia da Favela porque nesta ocasião a expressão “favela” apareceu pela primeira vez em um documento oficial. Foi em 1900, no Rio de Janeiro, ...

Foto: Favela da Rocinha, Rio de Janeiro.


 

Dia da Ciência

 


 

Dia da cultura

 



Dia Mundial do Urbanismo

 

O Dia Mundial do Urbanismo é uma data comemorativa instituída em 1949, e é celebrado anualmente a cada dia 8 de Novembro, e tem como objetivo promover a consciência, a sustentação, a promoção e a integração entre a comunidade e o Urbanismo. 

Fonte: Wikipédia, a enciclopédia livre.


 

Dia Mundial contra o Racismo

 


 

Dia Mundial da Adoção

 


 

Dia Nacional do Pantanal

 


 

Dia Mundial do Diabetes

 


 

Dia da Alfabetização

 


 

Dia Internacional da Tolerância

 


 

Dia Mundial do Não Fumador

 


 

Dia Internacional do Estudante

 


 

Dia Mundial do Ar Puro

 


 

Dia Mundial do Banheiro

 

Uma questão de dignidade, de saúde individual, de saúde pública e de saúde ambiental.


 

Dia Nacional da Consciência Negra

 


 

Dia Internacional dos Direitos da Criança

 


 

Dia do Rio

 


 

Dia Nacional do Doador de Sangue

 


 

Dia Internacional do Combate à Violência contra as Mulheres

 


 

Dia do Estatuto da Terra

 


12. Dezembro


 

Dia Mundial de Luta Contra a AIDS

 

Krankheiten: Aids - Krankheiten - Gesellschaft - Planet Wissen

O Dia Mundial da Luta Contra AIDS é um dia que, cada ano, deve servir para desenvolver e reforçar o esforço mundial da luta contra a AIDS. O objetivo deste dia é estabelecer o entrelaçamento de comunicação, promover troca de informações e experiências, e de criar um espírito de tolerância social.

O Dia Mundial da Luta Contra a AIDS dá a ocasião de se falar da infecção por HIV e da AIDS, de se ocupar das pessoas infectadas pelo HIV e com a AIDS, e de se saber mais sobre esta doença. Este dia internacional de ação coordenada contra a AIDS constitui já um evento anual na maior parte dos países.

Evocando as atividades de luta já em curso e encorajando novas iniciativas, o Dia Mundial de Luta Contra a AIDS contribui para edificar uma ação durável contra a AIDS.

(Tradução e adaptação do "Journée Mondiale SIDA - Information n.º 1" da Organisation Mondiale de la Santé - Programme Mondial de Lutte Contre le SIDA).

Fonte: Giv.org.br; foto: Planet Wissen


 

Dia Internacional dos Deficientes Físicos

 


 

Dia Mundial do Voluntariado

 


 

Dia do Pau-Brasil (Árvore Nacional Brasileira)

 


 

Dia Internacional Contra a Corrupção

 


 

Dia Mundial dos Direitos Humanos

 

Dia da Declaração Universal dos Direitos Humanos


 

Dia Internacional dos Povos Indígenas

 


 

Dia do Engenheiro de Pesca

 


 

Comemoração da Criação do Programa das Nações Unidas para o Ambiente - PNUMA

 


 

Dia Internacional do Migrante.

 


 

Início do Verão

 


     Dia da Consciência Ecológica

Comemorado em 22 de dezembro, o Dia da Consciência Ecológica surgiu como uma homenagem à data de morte do seringueiro e ecologista Francisco Alves Mendes Filho, o Chico Mendes.
Foto: The Applied Ecologist.

 

Dia Mundial da Biodiversidade

 


 

Dia da Esperança

 

 

Fontes: GaiaNet;  Ministério do Meio ambiente; Ser Melhor; Centro de Controle de Zoonoses (CCZ) de Florianópolis; Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina (Epagri); Google; Wikipédia

 

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Saúde mental e meio ambiente

terça-feira, 10 março 2009 by Rui Iwersen

Nesta página refletimos sobre as repercussões psicológicas e psiquiátricas dos fenômenos e desastres naturais e sociais.

Série de GaiaNet nº 21

1501 – O Brasil depois de Cabral - nº 42

Epidemias grassaram no grupo, ceifando a maior parte dos índios que haviam sido atraídos

" (...) se pudesse prever que iria vê-los morrer tão miseravelmente, os teria deixado na mata, onde ao menos morriam mais felizes e defendendo-se de armas nas mãos contra os bugreiros que os assaltavam."

Efetivamente, os Xokleng passaram a enfrentar inimigos mais sutis, mas com maior poder destrutivo. Epidemias grassaram no grupo, ceifando a maior parte dos índios que haviam sido atraídos. Os sobreviventes tiveram de se adaptar à vida sedentária, substituindo suas atividades tradicionais de caça e coleta, pelo cultivo de roças. A dieta alimentar foi bruscamente alterada, contribuindo, hoje se sabe, para a disseminação de doenças. O desequilíbrio demográfico, por sua vez, alterou toda a organização tribal, tornando o grupo definitivamente dependente do organismo oficial de proteção.

Fonte: Silvio Coelho dos Santos, Educação e sociedades tribais, Editora Movimento, 1975, Capítulo I - Grupos tribais sobreviventes no sul do Brasil, página 22; foto: Terra.

Rui Iwersen, editor de GaiaNet. 

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#IndígenasdoBrasil
#PovosOriginários

#GruposTribaisSobreviventes


Série de GaiaNet nº 24

A dramática história dos índios norte-americanos - nº 9

Os holandeses ordenaram o massacre de duas aldeias inteiras enquanto os habitantes dormiam

Quando os holandeses chegaram à ilha de Manhattan, Peter Minuit comprou-a por sessenta florins em anzóis e contas de vidro, mas eles encorajaram os índios a permanecer e continuar trocando suas valiosas peles por tais bugigangas.

Em 1641, Willem Kieft cobrou tributos dos mahicans e enviou soldados à ilha Staten para punir os raritans por ofensas cometidas por colonos brancos, não por eles. Quando os índios revidaram, matando quatro holandeses, Kieft ordenou o massacre de duas aldeias inteiras enquanto os habitantes dormiam. Os holandeses passaram à baioneta homens, mulheres e crianças, cortaram seus corpos em pedaços e arrasaram as aldeias com fogo.

Por mais dois séculos, esses fatos se repetiram, enquanto os colonos europeus deslocavam=se para o interior, através de passagens entre os montes Alleghenies, e para os rios que corriam no rumo oeste, para o Grandes Águas (o Mississippi) e para o Grande Barrento (o Missouri).

Fonte: Dee Brown, Enterrem meu coração na curva do rio - A dramática história dos índios norte-americanos, 1970, Coleção L&PM Pocket, 2003; Capítulo I, página 22; foto: InfoEscola.

Rui Iwersen, editor de GaiaNet.


Série de GaiaNet nº 21

1501 – O Brasil depois de Cabral - nº 41

O convívio não fez cessar a violência e a dramaticidade das relações entre índios e não-índios

As pressões exercidas pela frente de expansão sobre o território ocupado pelos Xokleng foi de tal ordem que, em vários episódios onde os índios assaltaram os brancos, evidencia-se claramente que a fome era a razão do ataque.

Assim sendo, compreende-se porque as técnicas de persuasão empregadas pelo novo e vigoroso Serviço de Proteção aos Índios, além da bravura do jovem Eduardo Hoerhan, convenceram a maioria dos Shokleng  sobreviventes ao convívio pacífico. Convívio que entretanto não fez cessar a violência e a dramaticidade das relações entre índios e não-índios. E isto se depreende nitidamente do seguinte depoimento do pacificador:

" (...) se pudesse prever que iria vê-los morrer tão miseravelmente, os teria deixado na mata, onde ao menos morreriam mais felizes e defendendo-se de armas nas mãos contra os bugreiros que os assaltavam."

Fonte: Silvio Coelho dos Santos, Educação e sociedades tribais, Editora Movimento, 1975, Capítulo I - Grupos tribais sobreviventes no sul do Brasil, página 22; foto: AgroSaber.

Rui Iwersen, editor de GaiaNet. 

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Série de GaiaNet nº 24

A dramática história dos índios norte-americanos - nº 8

O poder de fogo dos colonos praticamente exterminou os wampanoags e narragansetts 

Na época em que Massasoit, grande chefe dos wampanoags, morreu, em 1602, seu povo estava sendo expulso para as florestas. Seu filho Metacom previu que os índios chegariam ao fim, se não se unissem para resistir aos invasores. Embora os habitantes da Nova Inglaterra tentassem agradar Metacom, coroando-o rei Philip de Pokanoket, ele dedicou a maior parte de seu tempo à formação de alianças com os narradansetts e outras tribos da região.

Em 1675, depois de uma série de ações arrogantes por parte dos colonos, o rei Philip [Metacom] levou sua confederação índia a uma guerra destinada a salvar as tribos da extinção. Os índios atacaram 52 acampamentos, destruíram completamente doze, mas, depois de meses de luta, o poder de fogo dos colonos praticamente exterminou os wampanoags e narragansetts.

O rei Philip foi morto e sua cabeça exibida publicamente em Plymouth por vinte anos. Juntamente com outras mulheres e crianças índias capturadas, sua mulher e seu filho foram vendidos como escravos nas Índias Ocidentais.

Fonte: Dee Brown, Enterrem meu coração na curva do rio - A dramática história dos índios norte-americanos, 1970, Coleção L&PM Pocket, 2003; Capítulo I, páginas 21 e 22; foto: eCycle.

Rui Iwersen, editor de GaiaNet.


Série de GaiaNet nº 21

1501 – O Brasil depois de Cabral - nº 40

A ordem era de afugentar os índios para lugar onde não mais pudessem incomodar os brancos

Um terceiro grupo [indígena], entretanto, continuou perambulando nas florestas do sul do estado de Santa Catarina. Descendentes desse grupo, segundo tudo indica, ainda vagam nas escassas pontas de floresta que cobrem a serra do Taboleiro.

A resistência indígena foi enfrentada pelos governos locais e pelas companhias interessadas nos negócios de colonização, com a organização e estipêndio de grupos de bugreiros. A ordem era de afugentar os índios para lugar onde não mais pudessem incomodar os brancos. Mas, segundo o objetivo depoimento de um bugreiro, "o negócio era afugentar pela boca da arma".

As pressões exercidas pela frente de expansão sobre o território ocupado pelos Xokleng foi de tal ordem que, em vários episódios onde os índios assaltaram os brancos, evidencia-se claramente que a fome era a razão do ataque.

Fonte: Silvio Coelho dos Santos, Educação e sociedades tribais, Editora Movimento, 1975, Capítulo I - Grupos tribais sobreviventes no sul do Brasil, páginas 21 e 22; foto: Café História.

Rui Iwersen, editor de GaiaNet. 

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Série de GaiaNet nº 20

Saúde do Planeta nº 50

Entre 2022 e 2023 mais de 6 mil escolas sofreram ataques e mais de 10 mil estudantes e professores foram feridos.

Há mais de 120 conflitos armados acontecendo no mundo todo. Muitos nem aparecem nos jornais. Mas em cada um deles há muitas crianças que são obrigadas a viver em meio à violência extrema. (...)

Em zonas de guerras, muitas salas de aula são atingidas por balas e bombardeios, enquanto outras transformam-se em abrigos temporários. Até o caminho torna-se perigoso, e milhões de crianças precisam atravessar campos minados e regiões afetadas por ataques constantes para chegar à sala de aula.

Apenas entre 2022 e 2023, mais de 6 mil escolas sofreram ataques e mais de 10 mil estudantes e professores foram feridos. Em regiões como Gaza, Ucrânia e República Democrática do Congo, centenas de escolas foram ameaçadas ou atingidas por tiros e bombardeios.

Fonte: Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV), fevereiro de 2025; foto: Andes - SN

Rui Iwersen, editor de GaiaNet.


Série de GaiaNet nº 22

Colapsos nº 25 – O apocalipse da Idade do Bronze nº 4

Uma onda de destruição se abateu também na Grécia continental

No litoral dos atuais Síria, Líbano, Israel e Palestina, muitas cidades-estado antigas e poderosas viraram fumaça, entre as quais Ugarit, a grande senhora do comércio do Mediterrâneo Oriental na época.

Por fim, uma onda de destruição se abateu também na Grécia continental. Nessa época, no lugar dos políticos e filósofos que fariam a fama da civilização grega bem mais tarde [após 5 séculos], a região era ocupada por vários pequenos reinos que pareciam "Egitos" em miniatura, na chamada civilização micênica. Os micênicos eram governados por reis extremamente poderosos, cercados de luxo, defendidos por guerreiros que lutavam em carros de guerra (ou bigas, como diriam os romanos). (...)

Quando a poeira do colapso baixou, tudo isso tinha deixado de existir. Os palácios luxuosos foram incendiados ou abandonados, a população grega pode ter caído pela metade e até a arte da escrita foi completamente esquecida.

Fonte: Super Interessante, edição 466, agosto de 2024, O apocalipse da Idade do Bronze, página 35; foto: cidade de Micenas; fonte: Apaixonados por História.

Rui Iwersen, editor de GaiaNet.


Série de GaiaNet nº 24

A dramática história dos índios norte-americanos - nº 7

A primeira transferência documentada de terra índia a colonos ingleses

Em Massachusetts, a história começou de modo algo diverso, mas acabou da mesma forma que na Virginia. Depois de os ingleses desembarcarem em Plymouth (1620), a maioria deles teria morrido de fome, não fosse a ajuda que receberam dos nativos amistosos do Novo Mundo. (...)

Por vários anos, esses ingleses e seus vizinhos índios viveram em paz, mas muitas outras levas de homens brancos continuaram a chegar. O barulho dos machados e o estrondo das árvores que caíam ecoavam pelas costas da terra que os homens brancos agora chamavam de Nova Inglaterra. As colônias começaram a se disseminar por toda parte.

Em 1625, alguns dos colonos pediram a Samoset [indígena designado missionário pelos ingleses] mais doze mil acres de terra dos pemaquids. Samoset sabia que a terra vinha do Grande Espírito, era infinita como o céu e não pertencia a homem algum. Para agradar os estrangeiros e seus costumes estranhos, ele participou  de uma cerimônia em que cedeu a terra e colocou sua marca num papel. Era a primeira transferência documentada de terra índia a colonos ingleses.

Fonte: Dee Brown, Enterrem meu coração na curva do rio - A dramática história dos índios norte-americanos, 1970, Coleção L&PM Pocket, 2003; Capítulo I, página 21; foto: Dreamstime.

Rui Iwersen, editor de GaiaNet.


Série de GaiaNet nº 21

1501 – O Brasil depois de Cabral - nº 39

A história do contato entre os Xokleng e componentes da sociedade nacional foi dramática

Os Xokleng estão localizados em Santa Catarina (...) Em Ibirama vivem 270 indivíduos. No núcleo de São João dos Pobres, há 4 sobreviventes Xokleng. Seus descendentes, mestiços, não se identificam como indígenas.

A história do contato entre os Xokleng e componentes da sociedade nacional foi particularmente dramática. A tribo tradicionalmente mantinha suas atividades de subsistência com base nas atividades de caça e coleta. Divididos em grupos de 50 a 200 pessoas, os Xokleng dominavam toda a área de floresta que encobre a área localizada entre o litoral e a encosta do planalto, desde as proximidades de Porto Alegre (RS) até Paranaguá (PR). Esta área somente começou a ser sistematicamente desbravada a partir do momento em que se iniciou a colonização no sul do País, em 1824.

Como o território ocupado pelos Xokleng, à época da colonização, já estava cercada por propriedades civilizadas, os indígenas não tinham para onde fugir. A resistência que opuseram à penetração dos brancos foi contínua e, somente depois da criação do SPI [Serviço de Proteção aos Índios, em 1910], foi possível o contato pacífico com alguns grupos. Assim, Eduardo Hoerhan, em 1914, contatou com um grupo no Alto Vale do Itajaí. Paralelamente, em 1920, João Gomes Pereira travou relações amistosas com o grupo de São João dos Pobres. Um terceiro grupo, entretanto, continuou perambulando nas florestas do sul do estado de Santa Catarina. Descendentes desse grupo, segundo tudo indica, ainda vagam nas escassas pontas de floresta que cobrem a serra do Taboleiro.

Fonte: Silvio Coelho dos Santos, Educação e sociedades tribais, Editora Movimento, 1975, Capítulo I - Grupos tribais sobreviventes no sul do Brasil, página 21; foto: Instituto Socioambiental.

Rui Iwersen, editor de GaiaNet. 

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Série de GaiaNet nº 20

Saúde do Planeta nº 49

Cerca de metade das mortes de crianças menores de 5 anos de idade está relacionada à desnutrição 

Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), cerca de metade das mortes de crianças menores de 5 anos de idade está relacionada à desnutrição, uma doença grave causada pela falta de nutrientes essenciais para a vida saudável.

Estamos diante de uma crise absolutamente assustadora. Só no Sudão, estima-se que quase 5 milhões de crianças e mulheres grávidas ou amamentando estejam com desnutrição grave.

Fonte: Médicos Sem fronteiras, novembro de 2024.

Na República Centro-Africana (RCA), as mulheres são 138 vezes mais propensas a morrer de complicações de gravidez e do parto do que na União Europeia, enquanto uma criança no país tem 25 vezes mais chance de morrer antes do seu primeiro aniversário do que se tivesse nascido na Europa.

Fonte: Médicos Sem Fronteiras, janeiro de 2025.

Foto: Sete Margens.

Rui Iwersen, editor de GaiaNet.


Série de GaiaNet nº 22

Colapso nº 24 – O apocalipse da Idade do Bronze nº 3

O Egito nunca mais voltou a ser a potência internacional que havia sido na Idade do Bronze

As inscrições egípcias indicam, com segurança, que os Povos do Mar vinham de regiões periféricas dos grandes impérios da Idade do Bronze, e parecem ter operado como uma mescla de piratas e refugiados armados. Atacavam, pilhavam e incendiavam cidades costeiras (...)

No caso do Egito, deu ruim para os Povos do Mar, conforme Ramsés III conta em seus monumentos. O esforço de guerra, porém, drenou tanto os recursos egípcios, além de arrancar outras regiões da esfera de influência dos faraós, que o reino do Nilo nunca mais voltou a ser a potência internacional que havia sido na Idade do Bronze.

E os egípcios até que saíram no lucro. As invasões "bárbaras" parecem ter sido, por exemplo, um fator importante para o completo desaparecimento do Império Hitita, que tinha unificado quase todo o território da atual Turquia sob seu comando nos séculos anteriores. No litoral dos atuais Síria, Líbano, Israel e Palestina, muitas cidades-estado antigas e poderosas viraram fumaça, entre as quais Ugarit, a grande senhora do comércio do Mediterrâneo Oriental na época.

Fonte: Super Interessante, edição 466, agosto de 2024, O apocalipse da Idade do Bronze, página 35; foto: Escola Kids - UOL.

Rui Iwersen, editor de GaiaNet.


Série de GaiaNet nº 24

A dramática história dos índios norte-americanos - nº 6

Em pouco tempo, os oito mil índios powhatan foram reduzidos a menos de mil

Porém a resistência dos arawak deu origem a que os invasores fizessem uso de armas de fogo e sabres, trucidando centenas de milhares de pessoas e destruindo tribos inteiras, em menos de uma década após Colombo ter pisado na praia de São Salvador, a 12 de outubro de 1492.

Eram lentas, naquela época, as comunicações entre as tribos do Novo Mundo, e raramente as notícias das barbaridades dos europeus ultrapassavam a disseminação rápida de novas conquistas e colonizações. Porém, bem antes dos homens brancos que falavam inglês chegarem à Virginia em 1607, os powhatan haviam ouvido algo sobre as técnicas civilizatórias dos espanhóis. Os ingleses passaram a usar métodos mais sutis.

E para garantir a paz por tempo suficiente, enquanto estabeleciam uma colônia em Jamestown, colocaram uma coroa de ouro na cabeça de Wahunsonacook, chamaram-no rei Powhatan e o convenceram de que deveria  pôr seu povo a trabalhar, fornecendo comida para os colonizadores brancos. (...) Depois da morte de Wahunsonacook, os powhatan insurgiram-se para mandar os ingleses de volta ao mar de onde haviam vindo, mas os índios subestimaram o poder das armas inglesas. Em pouco tempo, os oito mil powhatan foram reduzidos a menos de mil.

Fonte: Dee Brown, Enterrem meu coração na curva do rio - A dramática história dos índios norte-americanos, 1970, Coleção L&PM Pocket, 2003; Capítulo I, páginas 20 e 21; foto: InfoEscola.

Rui Iwersen, editor de GaiaNet.


Série de GaiaNet nº 21

1501 – O Brasil depois de Cabral nº 38

Os brancos submeteram os indígenas a um contínuo processo de desintegração social, cultural e biológica

Paralelamente às disputas pelo domínio da terra, os brancos submeteram os indígenas a um contínuo processo de desintegração social, cultural e biológica. A utilização do indígena como mão de obra, desarticulou rapidamente o sistema econômico tribal, com reflexos diretos em todos os demais aspectos da sociedade, enquanto entidade autônoma.

O mesmo ocorreu em decorrência da utilização sexual da mulher indígena. A contaminação do grupo com doenças até então desconhecidas, e para as quais os indivíduos não apresentavam qualquer resistência biológica, rebentou definitivamente com as possibilidades de o grupo continuar a viver independente. A submissão foi total.

Fonte: Silvio Coelho dos Santos, Educação e sociedades tribais, Editora Movimento, 1975, Capítulo I - Grupos tribais sobreviventes no sul do Brasil, páginas 18 e 19; foto: Mongabay Brasil.

Rui Iwersen, editor de GaiaNet. 

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Série de GaiaNet nº 22

Colapso nº 23 – O apocalipse da Idade do Bronze nº2

Os Povos do Mar parecem ter operado como uma mescla de piratas e refugiados armados

As semelhanças entre a Idade do Bronze tardia e o século 21 não podem ser desprezadas. Ambos são mundos fortemente conectados pelo comércio internacional, pela difusão de tecnologias e por relações diplomáticas e de competição entre civilizações. (...)

A globalização da Idade do Bronze não se esfacelou num único ano cabalístico. O processo foi mais gradual. (...) 1177 a.C. corresponde ao oitavo ano do reinado do faraó Ramsés III, devidamente registrado em monumentos construídos por ordem dele próprio. Foi quando o soberano egípcio enfrentou e derrotou duas vezes uma aliança de misteriosos invasores que, ao que tudo indica, já havia tocado o terror em outras áreas do Oriente Próximo algum tempo antes. Esse grupo de agressores costuma ser chamado coletivamente de "Povos do Mar". (...)

As inscrições egípcias indicam, com segurança, que os Povos do Mar vinham de regiões periféricas dos grandes impérios da Idade do Bronze, e parecem ter operado como uma mescla de piratas e refugiados armados. Atacavam, pilhavam e incendiavam cidades costeiras, mas também levavam consigo suas mulheres, filhos, carroças e animais domésticos, provavelmente com a intenção de se fixar nas terras onde desembarcavam.

Fonte: Super Interessante, edição 466, agosto de 2024, O apocalipse da Idade do Bronze, página 35; foto: Aventuras na História.

Rui Iwersen, editor de GaiaNet.


Série de GaiaNet nº 24

A dramática história dos índios norte-americanos - nº 5

Dez anos após Colombo ter pisado na praia de São Salvador os espanhóis já haviam trucidado centenas de milhares de pessoas e destruído tribos inteiras 

 Como era costume do povo ao receber estrangeiros, os tainos da ilha de São Salvador [ilha de Guanahani, atual Bahamas] presentearam generosamente Colombo e seus homens com dádivas e os trataram com honra. (...) Colombo raptou dez de seus amistosos anfitriões tainos e levou-os à Espanha, onde eles poderiam ser apresentados para se adaptarem aos costumes do homem branco. Um deles morreu logo depois de chegar, mas não antes de ser batizado cristão. Os espanhóis gostaram tanto de possibilitar ao primeiro índio a entrada ao céu que se apressaram em espalhar a boa nova pelas Índias Ocidentais.

Os tainos e outros povos arawak não relutaram em se converter aos costumes religiosos europeus, mas resistiram fortemente quando hordas de estrangeiros barbudos começaram a explorar suas ilhas em busca de ouro e pedras preciosas. Os espanhóis saquearam e queimaram aldeias, raptaram centenas de homens e crianças e os mandaram à Europa para serem vendidos como escravos. Porém a resistência dos arawak deu origem a que os invasores fizessem uso de armas de fogo e sabres, trucidando centenas de milhares de pessoas e destruindo tribos inteiras, em menos de uma década após Colombo ter pisado na praia de São Salvador, a 12 de outubro de 1492.

Fonte: Dee Brown, Enterrem meu coração na curva do rio - A dramática história dos índios norte-americanos, 1970, Coleção L&PM Pocket, 2003; Capítulo I, páginas 19 e 20; foto: Humanidades.com.

Rui Iwersen, editor de GaiaNet.


Série de GaiaNet nº 21

1501 – O Brasil depois de Cabral nº 37

A frente de expansão portuguesa estimulava a expulsão dos campos dos contingentes indígenas

No ano de 1728 abriu-se uma picada ligando o morro dos Conventos, ao sul de Santa Catarina, com os campos de Lages e Curitiba. Esse caminho passou a permitir que tropas, formadas com o gado arrebanhado no Rio Grande, fossem levadas diretamente às feiras de São Paulo. E em função desse comércio, altamente estimulado pelo auge da exploração das minas, surgiu a vila de Lages, em 1771. As fazendas de criação foram se instalando, determinando a busca de novas pastagens.

A disputa se faz ao índio. Em 1838, conquistaram-se os campos de Guarapuava. Em 1848, dominam-se os campos de Palmas. (...) A motivação econômica dessa frente de expansão estimulava a expulsão dos campos dos contingentes indígenas, substituindo-os por cabeças de gado. Nesse objetivo, os componentes da frente de expansão se valeram da experiência que a metrópole portuguesa acumulou durante o rápido período em que se expandiu, dominando e exterminando centenas de povos tribais da África, Ásia e América.

Fonte: Silvio Coelho dos Santos, Educação e sociedades tribais, Editora Movimento, 1975, Capítulo I - Grupos tribais sobreviventes no sul do Brasil, página 18; foto: Viktor Walwell.

Rui Iwersen, editor de GaiaNet. 

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Colapso

terça-feira, 10 março 2009 by Rui Iwersen

Página baseada nos livros Colapso, de Jared Diamond, e A Vingança de Gaia, de James Lovelock, e em informações sobre a crise ecológica e social que está apenas iniciando - o colapso ambiental. 


Série de GaiaNet nº 21

1501 – O Brasil depois de Cabral - nº 44

Os Xokleng estão em vias de rápido desaparecimento

A esperança de viver dias melhores já desapareceu para a maioria da população. "A reserva é um desânimo só", disse-me há alguns dias um regional interessado na situação dos índios.

Em São João dos Pobres, os Xokleng estão em vias de rápido desaparecimento. Vivem sem assistência oficial. São 4 indivíduos apenas. Um homem e  três mulheres. Outrora, em 1920, ano da atração, somavam 50. A terra que ocupam jamais foi regularizada pelos órgãos assistenciais. O precário apoio que recebem é obtido junto aos postos assistenciais dos governos municipais.

O desaparecimento desse grupo, entretanto, está a ocorrer dentro de um quadro muito especial. Trata-se da negativa flagrante dos descendentes mestiços do grupo a assumir a identificação indígena, decorrente dos estereótipos altamente negativos que os regionais mantêm sobre os índios.

Fonte: Silvio Coelho dos Santos, Educação e sociedades tribais, Editora Movimento, 1975, Capítulo I - Grupos tribais sobreviventes no sul do Brasil, Os Xokleng, página 23; foto: Conselho Indigenista Missionário - Cimi.

Rui Iwersen, editor de GaiaNet. 

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Série de GaiaNet nº 20

Saúde do Planeta nº 51

Rios brasileiros correm o risco de perder água

Pesquisadores da USP analisaram 17.972 poços localizados a menos de 1 km de rios de todo o Brasil, e encontraram um sinal preocupante: mais da metade deles (55 %) apresentou nível inferior ao do rio mais próximo - indicando que, a longo prazo, os rios podem perder água. (...)

Isso indica que, se existir uma conexão hidráulica entre o rio e o aquífero, esse rio pode estar perdendo água para o aquífero. É um processo natural. Se o nível do aquífero estiver acima do nível do rio, o rio potencialmente está recebendo água do aquífero. Caso contrário, ele está potencialmente perdendo água para o aquífero.

O bombeamento de água subterrânea pode rebaixar o nível do aquífero, fazendo com que um rio que antes recebia água passe a perdê-la para o aquífero. A longo prazo, dependendo das condições geológicas e climáticas, isso pode reduzir a vazão do rio.

Fonte: Super Interessante, edição 474, abril 2025, página 12; foto: Jota 

Rui Iwersen, editor de GaiaNet


Série de GaiaNet nº 26

A Trajetória Poluidora da Humanidade nº 4

As antigas realizações técnicas tinham relações com a defesa, a obtenção e o armazenamento de água

O acúmulo de dezenas de milhares de pessoas num espaço reduzido, depois mesmo de centenas de milhares de pessoas, levou o homem, já na Antiguidade, a se ver confrontado com problemas de defesa ecológica, tal como os conhecemos também nas nossas metrópoles.

De um lado, as águas produzidas por fontes nas proximidades das grandes cidades tinham de ser captadas, armazenadas e conduzidas às povoações. Vincula-se a isso a eliminação das águas servidas, ou seja, os esgotos. Não devemos pois nos admirar de que as antigas realizações técnicas do homem tivessem de manter restritas relações com o desenvolvimento de instalações destinadas à defesa, à obtenção e ao armazenamento de água. Foi no âmbito da economia dos recursos hídricos que primeiro se obtiveram conhecimentos que continuam a ser proveitosos ainda nos nossos dias.

Fonte: Hans Liebmann, Terra – um planeta inabitável? - Da antiguidade até os nossos dias toda a trajetória poluidora da humanidade, 1973, Biblioteca do Exército Editora, 1979, Capítulo III - O meio ambiente na Antiguidade, página 82 ; foto: Guia do Estudante.

Rui Iwersen, editor de GaiaNet.


Série de GaiaNet nº 22

Colapsos nº 29 – O apocalipse da Idade do Bronze nº 8

Água em abundância faz toda a diferença do mundo para um império agrário

A sorte de ambas essas potências mesopotâmicas [Assíria e Babilônia] é que, para começo de conversa, elas estavam relativamente longe do Mediterrâneo - e, portanto, fora do alcance direto dos navios dos Povos do Mar. O segundo ingrediente da sobrevivência: liderança com a cabeça no lugar. (...)

E há, é claro, um fator ainda mais crucial: água. Água em abundância faz toda a diferença do mundo para um império agrário. "Assírios e babilônios podiam contar com o Tigre e o Eufrates, que continuavam fornecendo água em quantidades adequadas mesmo durante a grande seca", diz o arqueólogo americano [Eric Cline]. "Os egípcios tinham o Nilo. Já os hititas não contavam com nenhum rio tão resiliente em seu território."

Super Interessante, edição 466, agosto de 2024, O apocalipse da Idade do Bronze, página 39; foto: Facebook. 

Rui Iwersen, editor de GaiaNet.


Série de GaiaNet nº 24

A dramática história dos índios norte-americanos - nº 11

Para os índios parecia que os europeus odiavam tudo na natureza 

No continente, os wampanoags de Massasoit e do rei Philip haviam desaparecido, junto com os chesapeakes, os chickahominys e os potomacs da grande confederação Powhatan. (Só Pocahontas era lembrada). Dispersos ou reduzidos a sobreviventes: os pequots, montauks, nanticokes, machapungas, catawbas, cheraws, miamis, hurons, eries, mohawks, senecas e mohegans. (Só Uncas era lembrado). Seus nomes, que se celebrizaram na história da sua pátria, permaneceram para sempre fixados na terra americana; mas seus ossos estavam abandonados, esquecidos em mil aldeias queimadas, perdidos em florestas que logo desapareciam diante dos machados de vinte milhões de invasores.

Os rios, de cujas águas límpidas e cristalinas se serviam eșses povos, a maioria com nomes índios, já estavam turvados pelo lodo e pelos detritos dos intrusos; a própria terra estava sendo devastada e dissipada. Para os índios, parecia que os europeus odiavam tudo na natureza - as florestas vivas e seus pássaros e bichos, as extensões de grama, a água, o solo e o próprio ar.

Dee Brown, Enterrem meu coração na curva do rio - A dramática história dos índios norte-americanos, 1970, Coleção L&PM Pocket, 2003; Capítulo I, página 25; foto: Portal dos Mitos. 

Rui Iwersen, editor de GaiaNet.


Série de GaiaNet nº 21

1501 – O Brasil depois de Cabral - nº 43

A maioria dos Xokleng hoje sobrevive pela execução de atividades de extração de palmitos em áreas florestais

Orientando o posto indígena desde a pacificação [em 1910] até 1954, Eduardo Hoerhan logrou resguardar a área indígena de Ibirama da exploração dos civilizados regionais. Com a sua destituição, entretanto, esse quadro logo se modificou. Em pouco tempo, os Xokleng passaram a ser utilizados pela sociedade regional em seu potencial de mão de obra e capacidade de consumo, enquanto o potencial florestal da reserva começou a ser sistematicamente explorado.

Sujeitos a situações de trabalho em que predomina a espoliação, a maioria dos Xokleng hoje sobrevive pela execução de atividades de extração de palmitos em áreas florestais localizadas fora do posto indígena. A agricultura é praticada de modo bastante precário, pois não há condição para os índios, isoladamente, dinamizarem tal atividade. A exploração de madeiras que continuamente vem se fazendo na reserva, pela associação da FUNAI com madeireiros regionais, não utiliza em nenhum momento a mão de obra indígena. A prostituição não é desconhecida por muitos dos elementos do sexo feminino. A esperança de viver dias melhores já desapareceu para a maioria da população. "A reserva é um desânimo só", disse-me há alguns dias um regional interessado na situação dos índios.

Fonte: Silvio Coelho dos Santos, Educação e sociedades tribais, Editora Movimento, 1975, Capítulo I - Grupos tribais sobreviventes no sul do Brasil, página 23; foto: BBC News.

Rui Iwersen, editor de GaiaNet. 

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Série de GaiaNet nº 26

A Trajetória Poluidora da Humanidade nº 3

O que mais o impressionou um pigmeu que vivia ainda na selva foi a água canalizada de nossas cidades

Quando, há algumas décadas, foi trazido para uma metrópole australiana um pigmeu que vivia ainda na selva, num ambiente da Idade da Pedra, perguntaram-lhe, depois de lhe terem mostrado todas as conquistas da civilização, o que lhe tinha causado maior impressão. Ao contrário do que se esperava, ele não respondeu que tinham sido os "arranha-céus". O que mais o impressionou foi o fato de que, ao se abrir uma simples torneira, escorria "água" da canalização, em grande quantidade.

Com seu instinto seguro, o pigmeu tinha reconhecido que não invejava o homem civilizado por possuir aquelas torres de cimento e tijolos e suas autoestradas. Portanto, só podia causar-lhe admiração, realmente, o fato de que se podia obter, pela canalização, qualquer quantidade de água, a toda hora do dia ou da noite.

Tratando-se do elemento básico, que é sobreviver na luta pela existência no nosso planeta, a água límpida e potável é mais importante do que o mais rápido e maior dos jatos tipo Jumbo que atravessam os oceanos em tempo recorde.

Fonte: Hans Liebmann, Terra – um planeta inabitável? - Da antiguidade até os nossos dias toda a trajetória poluidora da humanidade, 1973, Biblioteca do Exército Editora, 1979, Capítulo III - O meio ambiente na Antiguidade, página 81 ; foto: Inforpress.

Rui Iwersen, editor de GaiaNet.


Série de GaiaNet nº 22

Colapsos nº 28 – O apocalipse da Idade do Bronze nº 7

As potências mesopotâmicas estavam relativamente longe do Mediterrâneo, fora do alcance direto dos navios dos Povos do Mar

Seja como for, o cenário geral da desgraça e suas causas estão ficando razoavelmente claros. O apocalipse da Idade do Bronze está relacionado a guerras e fenômenos climáticos, com suas consequências políticas e econômicas. (...)

Na categoria dos sobreviventes, cada caso é um caso, mas há alguns pontos interessantes em comum. Talvez a situação mais simples de entender seja a da Mesopotâmia (grosso modo, o atual Iraque), onde a Assíria, no norte, e a Babilônia, no sul, mantiveram sua estrutura estatal mais ou menos intacta.

A sorte de ambas essas potências mesopotâmicas é que, para começo de conversa, elas estavam relativamente longe do Mediterrâneo - e, portanto, fora do alcance direto dos navios dos Povos do Mar. O segundo ingrediente da sobrevivência: liderança com a cabeça no lugar. "Eles tiveram os líderes certos na hora certa. Enquanto o Império Hitita, por exemplo, bem no momento em que a grande seca causava seus piores efeitos, acabou dilacerado por uma guerra entre membros da família real."

Fonte: Super Interessante, edição 466, agosto de 2024, O apocalipse da Idade do Bronze, páginas 36 e 39; foto: Planejativo.

Rui Iwersen, editor de GaiaNet.


Série de GaiaNet nº 24

A dramática história dos índios norte-americanos - nº 10

Os europeus que seguiram Colombo destruíram a vegetação e seus habitantes - homens, animais, pássaros e peixes - da ilha de São Salvador 

Mais de três séculos haviam se passado desde que Cristóvão Colombo desembarcara em São Salvador, mais de dois séculos desde que os colonos ingleses haviam chegado à Virginia e à Nova Inglaterra. Nesse espaço de tempo, os amistosos tainos que receberam Colombo na praia haviam sido completamente dizimados.

Bem antes do último dos tainos morrer, a simplicidade de sua cultura de lavoura e artesanato fora destruída e substituída por plantações de algodão onde trabalhavam escravos. Os colonos brancos abateram as florestas tropicais para aumentar seus campos; os algodoeiros cansaram o solo; sem o escudo das florestas, ventos cobriam os campos de areia.

Quando Colombo viu a ilha pela primeira vez, descreveu-a como "muito grande, muito alta e com árvores muito verdes... o conjunto é tão verde que é um prazer olhá-lo". Os europeus que o seguiram destruíram sua vegetação e seus habitantes - homens, animais, pássaros e peixes - e, depois de a transformarem num deserto, abandonaram-na.

Fonte: Dee Brown, Enterrem meu coração na curva do rio - A dramática história dos índios norte-americanos, 1970, Coleção L&PM Pocket, 2003; Capítulo I, páginas 24 e 25; foto: Mundo Educação - UOL.

Rui Iwersen, editor de GaiaNet.


Série de GaiaNet nº 21

1501 – O Brasil depois de Cabral - nº 42

Epidemias grassaram no grupo, ceifando a maior parte dos índios que haviam sido atraídos

" (...) se pudesse prever que iria vê-los morrer tão miseravelmente, os teria deixado na mata, onde ao menos morriam mais felizes e defendendo-se de armas nas mãos contra os bugreiros que os assaltavam."

Efetivamente, os Xokleng passaram a enfrentar inimigos mais sutis, mas com maior poder destrutivo. Epidemias grassaram no grupo, ceifando a maior parte dos índios que haviam sido atraídos. Os sobreviventes tiveram de se adaptar à vida sedentária, substituindo suas atividades tradicionais de caça e coleta, pelo cultivo de roças. A dieta alimentar foi bruscamente alterada, contribuindo, hoje se sabe, para a disseminação de doenças. O desequilíbrio demográfico, por sua vez, alterou toda a organização tribal, tornando o grupo definitivamente dependente do organismo oficial de proteção.

Fonte: Silvio Coelho dos Santos, Educação e sociedades tribais, Editora Movimento, 1975, Capítulo I - Grupos tribais sobreviventes no sul do Brasil, página 22; foto: Terra.

Rui Iwersen, editor de GaiaNet. 

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Série de GaiaNet nº 26

A Trajetória Poluidora da Humanidade nº 2

Nas épocas pré-cristãs das civilizações mediterrâneas existiam metrópoles que já enfrentavam problemas ecológicos

Já há algumas décadas comecei a me conscientizar de que a humanidade se encontra à beira do maior perigo que enfrentou até hoje. Nem a mais devastadora das guerras, nem a destruição de que são capazes as bombas atômicas têm o poder de ameaçar a existência humana na mesma proporção que o fará a catástrofe ecológica que se avizinha. Eis porque surge, óbvia, a indagação: será que os danos ecológicos são um sinal característico da moderna civilização ou também exerceram marcante influência na Antiguidade?

Nas épocas pré-cristãs das civilizações mediterrâneas existiam metrópoles que, certamente, já enfrentavam problemas de defesa ecológica. Como, por essa época, a utilização da técnica ainda não tinha progredido como hoje em dia, podemos excluir a ameaça da poluição atmosférica. Porém, devemos voltar a nossa atenção para os danos ecológicos ocasionados pelo desmatamento, pela erosão do solo, pelos esgotos e pelo lixo doméstico.

Fonte: Hans Liebmann, Terra – um planeta inabitável? - Da antiguidade até os nossos dias toda a trajetória poluidora da humanidade, 1973, Biblioteca do Exército Editora, 1979, Capítulo III - O meio ambiente na Antiguidade, páginas 79 e 80; foto: iStock.

Rui Iwersen, editor de GaiaNet.


Gelo polar deve seguir derretendo até 2300

Mesmo se a humanidade cortar drasticamente as suas emissões de CO2, em quantidade suficiente para alcançar  o estado de "carbono negativo"(situação em que o carbono da atmosfera começa a diminuir), e fizer isso relativamente rápido, já a partir de 2050, o Círculo Polar Ártico deve continuar derretendo por muito tempo, pelo menos até o ano 2300.

Essa é a conclusão pouco animadora de uma simulação feita por cientistas da Coréia do Sul, que analisaram áreas cobertas por permafrost: regiões polares onde o gelo normalmente nunca derrete, mas devido às mudanças climáticas começou a fazer isso [derreter].

Segundo o estudo, os polos vão continuar descongelando porque o aquecimento global já tomou muito impulso - e também porque, ao derreter, o permafrost libera CO2 e metano, que retêm calor na atmosfera e realimentam o processo [e libera também micro-organismos, talvez nocivos à saúde humana ou de outros animais].

Fonte: Bruno Garattoni, Supernovas, Super Interessante, edição 473, março 2025, página 10; foto: Aventuras no Conhecimento.

Rui Iwersen, editor de GaiaNet.


Série de GaiaNet nº 22

Colapsos nº 27 – O apocalipse da Idade do Bronze nº 6

O apocalipse da Idade do Bronze está relacionado a guerras e fenômenos climáticos 

"Dois anos contínuos [de seca] costumam destruir as estratégias de resiliência a longo prazo, fazendo com que, por exemplo, não seja mais possível alimentar animais domésticos nas fazendas. Um terceiro ano consecutivo é muito raro, e muito sério", afirma Manning [Stuart Manning, da Universidade Cornell (EUA)]. "No mundo pré-moderno, isso acabaria minando a autoridade do rei, tanto pela incapacidade de coletar impostos e alimentar o Exército quanto também do ponto de vista simbólico: claramente os deuses abandonaram e rejeitaram os governantes." (...)

Por outro lado, as colheitas ruins também podem ter estimulado revoltas internas em vários reinos - até porque, na maioria dos casos, não há indício de que uma população vinda de fora tenha conquistado os domínios palacianos.

Seja como for, o cenário geral da desgraça e suas causas estão ficando razoavelmente claros. O apocalipse da Idade do Bronze está relacionado a guerras e fenômenos climáticos, com suas consequências políticas e econômicas.

Fonte: Super Interessante, edição 466, agosto de 2024, O apocalipse da Idade do Bronze, página 36; foto: Notícias Concursos.

Rui Iwersen, editor de GaiaNet.


Série de GaiaNet nº 26

A Trajetória Poluidora da Humanidade nº 1 

Apresento, a partir de hoje, esta nova Série de GaiaNet com cerca de 60 pequenos artigos extraídos dos capítulos III - O Meio Ambiente na Antiguidade, IV - O Meio Ambiente na Idade Média e V - Como Escapar da Catástrofe Ecológica do livro Terra -Um Planeta Inabitável? do alemão Hans Liebmann, de 1973.

Estamos fazendo que o nosso planeta acabe por se tornar artificialmente inabitável nas próximas décadas 

A alteração do equilíbrio biológico do nosso meio ambiente e os  tantos focos de perigo que nós próprios criamos  através da poluição do nosso espaço vital, quer terrestre, aquático ou atmosférico - todos esses sinais de alarma e suas consequências para cada um de nós em particular são de tal forma graves que não podemos ficar à espera de medidas legais que possam salvar o nosso planeta. Já tão-somente o nosso instinto de conservação deveria ser suficiente para nos livrar dos terríveis acontecimentos que se anunciam.

No entanto, sabemos todos nós muito bem que isso não acontece e que, a passos de gigante, por nos afastarmos sempre mais da vida natural, estamos fazendo que o nosso planeta acabe por se tornar artificialmente inabitável nas próximas décadas.

Fonte: Hans Liebmann, Terra – um planeta inabitável? - Da antiguidade até os nossos dias toda a trajetória poluidora da humanidade, 1973, Biblioteca do Exército, 1979, Capítulo III - O meio ambiente na Antiguidade, página 79; foto: Dreamstime.

Rui Iwersen, editor de GaiaNet.


Série de GaiaNet nº 24

A dramática história dos índios norte-americanos - nº 9

Os holandeses ordenaram o massacre de duas aldeias inteiras enquanto os habitantes dormiam

Quando os holandeses chegaram à ilha de Manhattan, Peter Minuit comprou-a por sessenta florins em anzóis e contas de vidro, mas eles encorajaram os índios a permanecer e continuar trocando suas valiosas peles por tais bugigangas.

Em 1641, Willem Kieft cobrou tributos dos mahicans e enviou soldados à ilha Staten para punir os raritans por ofensas cometidas por colonos brancos, não por eles. Quando os índios revidaram, matando quatro holandeses, Kieft ordenou o massacre de duas aldeias inteiras enquanto os habitantes dormiam. Os holandeses passaram à baioneta homens, mulheres e crianças, cortaram seus corpos em pedaços e arrasaram as aldeias com fogo.

Por mais dois séculos, esses fatos se repetiram, enquanto os colonos europeus deslocavam=se para o interior, através de passagens entre os montes Alleghenies, e para os rios que corriam no rumo oeste, para o Grandes Águas (o Mississippi) e para o Grande Barrento (o Missouri).

Fonte: Dee Brown, Enterrem meu coração na curva do rio - A dramática história dos índios norte-americanos, 1970, Coleção L&PM Pocket, 2003; Capítulo I, página 22; foto: InfoEscola.

Rui Iwersen, editor de GaiaNet.


Série de GaiaNet nº 21

1501 – O Brasil depois de Cabral - nº 41

O convívio não fez cessar a violência e a dramaticidade das relações entre índios e não-índios

As pressões exercidas pela frente de expansão sobre o território ocupado pelos Xokleng foi de tal ordem que, em vários episódios onde os índios assaltaram os brancos, evidencia-se claramente que a fome era a razão do ataque.

Assim sendo, compreende-se porque as técnicas de persuasão empregadas pelo novo e vigoroso Serviço de Proteção aos Índios, além da bravura do jovem Eduardo Hoerhan, convenceram a maioria dos Shokleng  sobreviventes ao convívio pacífico. Convívio que entretanto não fez cessar a violência e a dramaticidade das relações entre índios e não-índios. E isto se depreende nitidamente do seguinte depoimento do pacificador:

" (...) se pudesse prever que iria vê-los morrer tão miseravelmente, os teria deixado na mata, onde ao menos morreriam mais felizes e defendendo-se de armas nas mãos contra os bugreiros que os assaltavam."

Fonte: Silvio Coelho dos Santos, Educação e sociedades tribais, Editora Movimento, 1975, Capítulo I - Grupos tribais sobreviventes no sul do Brasil, página 22; foto: AgroSaber.

Rui Iwersen, editor de GaiaNet. 

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Série de GaiaNet nº 22

Colapsos nº 26 – O apocalipse da Idade do Bronze nº 5

Um estudo da Universidade Cornell (EUA) mostrou que todo o século anterior ao colapso do Mediterrâneo Oriental foi marcado por secas

Os palácios luxuosos foram incendiados ou abandonados, a população grega pode ter caído pela metade e até a arte da escrita foi completamente esquecida. Mas os Povos do Mar (quem quer que fossem eles) não podem ser responsabilizados sozinhos por tanta desgraça.

Tudo indica que, para que eles conseguissem causar tanto estrago, foi preciso que boa parte do Mediterrâneo Oriental já tivesse sido desestabilizada por outros fatores, e o principal parece ter sido o clima. Num estudo publicado em 2023 no periódico especializado Nature, uma equipe liderada por Stuart Manning, da Universidade Cornell (EUA), mostrou que todo o século anterior ao colapso foi marcado por condições cada vez mais secas na esfera de influência dos hititas, por exemplo. Situações parecidas podem ter afetado as ilhas do mar Egeu, a Grécia e talvez a Itália.

Por fim, pouco depois de 1200 a.C., três anos consecutivos de seca totalmente fora do comum chegaram, coincidindo, ao que parece, com o abandono de Hattusa, a capital hitita.

Fonte: Super Interessante, edição 466, agosto de 2024, O apocalipse da Idade do Bronze, páginas 35 e 36; foto: Escola Kids - UOL.

Rui Iwersen, editor de GaiaNet.


Série de GaiaNet nº 24

A dramática história dos índios norte-americanos - nº 8

O poder de fogo dos colonos praticamente exterminou os wampanoags e narragansetts 

Na época em que Massasoit, grande chefe dos wampanoags, morreu, em 1602, seu povo estava sendo expulso para as florestas. Seu filho Metacom previu que os índios chegariam ao fim, se não se unissem para resistir aos invasores. Embora os habitantes da Nova Inglaterra tentassem agradar Metacom, coroando-o rei Philip de Pokanoket, ele dedicou a maior parte de seu tempo à formação de alianças com os narradansetts e outras tribos da região.

Em 1675, depois de uma série de ações arrogantes por parte dos colonos, o rei Philip [Metacom] levou sua confederação índia a uma guerra destinada a salvar as tribos da extinção. Os índios atacaram 52 acampamentos, destruíram completamente doze, mas, depois de meses de luta, o poder de fogo dos colonos praticamente exterminou os wampanoags e narragansetts.

O rei Philip foi morto e sua cabeça exibida publicamente em Plymouth por vinte anos. Juntamente com outras mulheres e crianças índias capturadas, sua mulher e seu filho foram vendidos como escravos nas Índias Ocidentais.

Fonte: Dee Brown, Enterrem meu coração na curva do rio - A dramática história dos índios norte-americanos, 1970, Coleção L&PM Pocket, 2003; Capítulo I, páginas 21 e 22; foto: eCycle.

Rui Iwersen, editor de GaiaNet.


Série de GaiaNet nº 21

1501 – O Brasil depois de Cabral - nº 40

A ordem era de afugentar os índios para lugar onde não mais pudessem incomodar os brancos

Um terceiro grupo [indígena], entretanto, continuou perambulando nas florestas do sul do estado de Santa Catarina. Descendentes desse grupo, segundo tudo indica, ainda vagam nas escassas pontas de floresta que cobrem a serra do Taboleiro.

A resistência indígena foi enfrentada pelos governos locais e pelas companhias interessadas nos negócios de colonização, com a organização e estipêndio de grupos de bugreiros. A ordem era de afugentar os índios para lugar onde não mais pudessem incomodar os brancos. Mas, segundo o objetivo depoimento de um bugreiro, "o negócio era afugentar pela boca da arma".

As pressões exercidas pela frente de expansão sobre o território ocupado pelos Xokleng foi de tal ordem que, em vários episódios onde os índios assaltaram os brancos, evidencia-se claramente que a fome era a razão do ataque.

Fonte: Silvio Coelho dos Santos, Educação e sociedades tribais, Editora Movimento, 1975, Capítulo I - Grupos tribais sobreviventes no sul do Brasil, páginas 21 e 22; foto: Café História.

Rui Iwersen, editor de GaiaNet. 

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Série de GaiaNet nº 20

Saúde do Planeta nº 50

Entre 2022 e 2023 mais de 6 mil escolas sofreram ataques e mais de 10 mil estudantes e professores foram feridos.

Há mais de 120 conflitos armados acontecendo no mundo todo. Muitos nem aparecem nos jornais. Mas em cada um deles há muitas crianças que são obrigadas a viver em meio à violência extrema. (...)

Em zonas de guerras, muitas salas de aula são atingidas por balas e bombardeios, enquanto outras transformam-se em abrigos temporários. Até o caminho torna-se perigoso, e milhões de crianças precisam atravessar campos minados e regiões afetadas por ataques constantes para chegar à sala de aula.

Apenas entre 2022 e 2023, mais de 6 mil escolas sofreram ataques e mais de 10 mil estudantes e professores foram feridos. Em regiões como Gaza, Ucrânia e República Democrática do Congo, centenas de escolas foram ameaçadas ou atingidas por tiros e bombardeios.

Fonte: Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV), fevereiro de 2025; foto: Andes - SN

Rui Iwersen, editor de GaiaNet.


Série de GaiaNet nº 22

Colapsos nº 25 – O apocalipse da Idade do Bronze nº 4

Uma onda de destruição se abateu também na Grécia continental

No litoral dos atuais Síria, Líbano, Israel e Palestina, muitas cidades-estado antigas e poderosas viraram fumaça, entre as quais Ugarit, a grande senhora do comércio do Mediterrâneo Oriental na época.

Por fim, uma onda de destruição se abateu também na Grécia continental. Nessa época, no lugar dos políticos e filósofos que fariam a fama da civilização grega bem mais tarde [após 5 séculos], a região era ocupada por vários pequenos reinos que pareciam "Egitos" em miniatura, na chamada civilização micênica. Os micênicos eram governados por reis extremamente poderosos, cercados de luxo, defendidos por guerreiros que lutavam em carros de guerra (ou bigas, como diriam os romanos). (...)

Quando a poeira do colapso baixou, tudo isso tinha deixado de existir. Os palácios luxuosos foram incendiados ou abandonados, a população grega pode ter caído pela metade e até a arte da escrita foi completamente esquecida.

Fonte: Super Interessante, edição 466, agosto de 2024, O apocalipse da Idade do Bronze, página 35; foto: cidade de Micenas; fonte: Apaixonados por História.

Rui Iwersen, editor de GaiaNet.


Série de GaiaNet nº 24

A dramática história dos índios norte-americanos - nº 7

A primeira transferência documentada de terra índia a colonos ingleses

Em Massachusetts, a história começou de modo algo diverso, mas acabou da mesma forma que na Virginia. Depois de os ingleses desembarcarem em Plymouth (1620), a maioria deles teria morrido de fome, não fosse a ajuda que receberam dos nativos amistosos do Novo Mundo. (...)

Por vários anos, esses ingleses e seus vizinhos índios viveram em paz, mas muitas outras levas de homens brancos continuaram a chegar. O barulho dos machados e o estrondo das árvores que caíam ecoavam pelas costas da terra que os homens brancos agora chamavam de Nova Inglaterra. As colônias começaram a se disseminar por toda parte.

Em 1625, alguns dos colonos pediram a Samoset [indígena designado missionário pelos ingleses] mais doze mil acres de terra dos pemaquids. Samoset sabia que a terra vinha do Grande Espírito, era infinita como o céu e não pertencia a homem algum. Para agradar os estrangeiros e seus costumes estranhos, ele participou  de uma cerimônia em que cedeu a terra e colocou sua marca num papel. Era a primeira transferência documentada de terra índia a colonos ingleses.

Fonte: Dee Brown, Enterrem meu coração na curva do rio - A dramática história dos índios norte-americanos, 1970, Coleção L&PM Pocket, 2003; Capítulo I, página 21; foto: Dreamstime.

Rui Iwersen, editor de GaiaNet.


Série de GaiaNet nº 21

1501 – O Brasil depois de Cabral - nº 39

A história do contato entre os Xokleng e componentes da sociedade nacional foi dramática

Os Xokleng estão localizados em Santa Catarina (...) Em Ibirama vivem 270 indivíduos. No núcleo de São João dos Pobres, há 4 sobreviventes Xokleng. Seus descendentes, mestiços, não se identificam como indígenas.

A história do contato entre os Xokleng e componentes da sociedade nacional foi particularmente dramática. A tribo tradicionalmente mantinha suas atividades de subsistência com base nas atividades de caça e coleta. Divididos em grupos de 50 a 200 pessoas, os Xokleng dominavam toda a área de floresta que encobre a área localizada entre o litoral e a encosta do planalto, desde as proximidades de Porto Alegre (RS) até Paranaguá (PR). Esta área somente começou a ser sistematicamente desbravada a partir do momento em que se iniciou a colonização no sul do País, em 1824.

Como o território ocupado pelos Xokleng, à época da colonização, já estava cercada por propriedades civilizadas, os indígenas não tinham para onde fugir. A resistência que opuseram à penetração dos brancos foi contínua e, somente depois da criação do SPI [Serviço de Proteção aos Índios, em 1910], foi possível o contato pacífico com alguns grupos. Assim, Eduardo Hoerhan, em 1914, contatou com um grupo no Alto Vale do Itajaí. Paralelamente, em 1920, João Gomes Pereira travou relações amistosas com o grupo de São João dos Pobres. Um terceiro grupo, entretanto, continuou perambulando nas florestas do sul do estado de Santa Catarina. Descendentes desse grupo, segundo tudo indica, ainda vagam nas escassas pontas de floresta que cobrem a serra do Taboleiro.

Fonte: Silvio Coelho dos Santos, Educação e sociedades tribais, Editora Movimento, 1975, Capítulo I - Grupos tribais sobreviventes no sul do Brasil, página 21; foto: Instituto Socioambiental.

Rui Iwersen, editor de GaiaNet. 

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Série de GaiaNet nº 20

Saúde do Planeta nº 49

Cerca de metade das mortes de crianças menores de 5 anos de idade está relacionada à desnutrição 

Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), cerca de metade das mortes de crianças menores de 5 anos de idade está relacionada à desnutrição, uma doença grave causada pela falta de nutrientes essenciais para a vida saudável.

Estamos diante de uma crise absolutamente assustadora. Só no Sudão, estima-se que quase 5 milhões de crianças e mulheres grávidas ou amamentando estejam com desnutrição grave.

Fonte: Médicos Sem fronteiras, novembro de 2024.

Na República Centro-Africana (RCA), as mulheres são 138 vezes mais propensas a morrer de complicações de gravidez e do parto do que na União Europeia, enquanto uma criança no país tem 25 vezes mais chance de morrer antes do seu primeiro aniversário do que se tivesse nascido na Europa.

Fonte: Médicos Sem Fronteiras, janeiro de 2025.

Foto: Sete Margens.

Rui Iwersen, editor de GaiaNet.


Série de GaiaNet nº 22

Colapso nº 24 – O apocalipse da Idade do Bronze nº 3

O Egito nunca mais voltou a ser a potência internacional que havia sido na Idade do Bronze

As inscrições egípcias indicam, com segurança, que os Povos do Mar vinham de regiões periféricas dos grandes impérios da Idade do Bronze, e parecem ter operado como uma mescla de piratas e refugiados armados. Atacavam, pilhavam e incendiavam cidades costeiras (...)

No caso do Egito, deu ruim para os Povos do Mar, conforme Ramsés III conta em seus monumentos. O esforço de guerra, porém, drenou tanto os recursos egípcios, além de arrancar outras regiões da esfera de influência dos faraós, que o reino do Nilo nunca mais voltou a ser a potência internacional que havia sido na Idade do Bronze.

E os egípcios até que saíram no lucro. As invasões "bárbaras" parecem ter sido, por exemplo, um fator importante para o completo desaparecimento do Império Hitita, que tinha unificado quase todo o território da atual Turquia sob seu comando nos séculos anteriores. No litoral dos atuais Síria, Líbano, Israel e Palestina, muitas cidades-estado antigas e poderosas viraram fumaça, entre as quais Ugarit, a grande senhora do comércio do Mediterrâneo Oriental na época.

Fonte: Super Interessante, edição 466, agosto de 2024, O apocalipse da Idade do Bronze, página 35; foto: Escola Kids - UOL.

Rui Iwersen, editor de GaiaNet.


Área queimada no Brasil cresce 79% em 2024

Território devastado pelo fogo no ano passado é maior que o da Itália; Amazônia foi o bioma mais atingido

A área devastada por queimadas no Brasil cresceu 79% em 2024 com relação a 2023, segundo dados do Monitor do Fogo, do MapBiomas. Foram queimados 30.867.676 hectares no ano passado –uma área maior que todo o território da Itália.  Desses mais de 30 milhões de hectares, 73% foram de vegetação nativa, sendo 25% em formações florestais. Os fogos em áreas de pastagens somaram 21,9% do total de 2024.

“Chama a atenção a área afetada por incêndios florestais em 2024. Normalmente, na Amazônia, a classe de uso da terra mais afetada pelo fogo tem sido historicamente as pastagens. Em 2024, foi a 1ª vez desde que começamos a monitorar a área queimada que essa lógica se inverteu. A floresta úmida passou a representar a maioria absoluta da área queimada, sem dúvida um fato preocupante visto que uma vez queimada, aumenta a vulnerabilidade e a chance dessa floresta queimar novamente”, disse Ane Alencar, diretora de Ciências do Ipam (Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia) e coordenadora do MapBiomas.

A Amazônia foi o bioma com o maior número de área devastada pelo fogo: foram 17,9 milhões de hectares incendiados em 2024. É seguida por Cerrado (9,7 milhões), Pantanal (1,9 milhão), Mata Atlântica (1 milhão), Caatinga (330 mil) e Pampa (3.400).  (...)

Fonte: Poder 360; foto: ANDI - Comunicação e Direitos.

Rui Iwersen, editor de GaiaNet.


Reedição pós posse e decretos antiecológicos de Donald Trump

Sínteses do livro  A Vingança de Gaia de James Lovelock

1.  O Estado da Terra - O que está em risco é a civilização 

The revenge of Gaia, o livro do médico planetário James Lovelock, editado no Brasil com o título A Vingança de Gaia, oferece muito material para a compreensão de nosso planeta e de sua dinâmica e, portanto, importantes informações para nossas necessárias reflexões e ações ecológicas. Nesta breve síntese deste importante livro de James Lovelock, apresento algumas informações, advertências e conselhos do autor.

Capítulo 1 – O Estado da Terra

Neste capítulo inicial, James Lovelock apresenta Gaia, o sofrimento da ‘Terra viva’, e os riscos para a humanidade e para a civilização – uma possível ‘nova Idade Média’, ou pior.

Diz ele nas páginas 15 e 23: “O que torna diferente este livro é que eu falo como um médico planetário cujo paciente, a Terra viva, se queixa de febre. Vejo o declínio da saúde da Terra como a nossa preocupação mais importante, nossas próprias vidas dependendo de uma Terra sadia (…) As perspectivas são sombrias, e, ainda que consigamos reagir com sucesso, passaremos por tempos difíceis. (…) O que está em risco é a civilização”.

Matéria editada originalmente em 2009 nesta página e reeditada em dezembro de 2018 e agosto de 2022.

Rui Iwersen, editor de GaiaNet.


Série de GaiaNet nº 25

Mensagem de 1973 à COP 30 – nº 3   

A estrutura agrícola de hoje tem por objetivo maximizar sua produção

O segundo tipo [de estrutura paisagística] é representado pela "paisagem de produção agrícola", que hoje tem por objetivo maximizar sua produção por meio de ampla mecanização das empresas de produção agrícola. A paisagem de civilização, devido à sua concentração humana, só pode suprir sua demanda alimentar quando está presente a de produção agrícola.

Embora, nesta, os danos causados à paisagem primitiva local não sejam tão elevados como os ocasionados pela da civilização, continuam a predominar, com vistas à economia da natureza, os sinais negativos. Desmatamentos, monoculturas, o perigo das erosões, a regulagem dos cursos de água, a drenagem e o emprego excessivo de fertilizantes caracterizam este tipo de paisagem.

Fonte: Hans Liebmann, Terra – um planeta inabitável?, 1973, Biblioteca do Exército Editora, 1979, página 173; foto: Geo Agri.

Rui Iwersen, editor de GaiaNet.


Série de GaiaNet nº 22

Colapso nº 23 – O apocalipse da Idade do Bronze nº 2

Os Povos do Mar parecem ter operado como uma mescla de piratas e refugiados armados

As semelhanças entre a Idade do Bronze tardia e o século 21 não podem ser desprezadas. Ambos são mundos fortemente conectados pelo comércio internacional, pela difusão de tecnologias e por relações diplomáticas e de competição entre civilizações. (...)

A globalização da Idade do Bronze não se esfacelou num único ano cabalístico. O processo foi mais gradual. (...) 1177 a.C. corresponde ao oitavo ano do reinado do faraó Ramsés III, devidamente registrado em monumentos construídos por ordem dele próprio. Foi quando o soberano egípcio enfrentou e derrotou duas vezes uma aliança de misteriosos invasores que, ao que tudo indica, já havia tocado o terror em outras áreas do Oriente Próximo algum tempo antes. Esse grupo de agressores costuma ser chamado coletivamente de "Povos do Mar". (...)

As inscrições egípcias indicam, com segurança, que os Povos do Mar vinham de regiões periféricas dos grandes impérios da Idade do Bronze, e parecem ter operado como uma mescla de piratas e refugiados armados. Atacavam, pilhavam e incendiavam cidades costeiras, mas também levavam consigo suas mulheres, filhos, carroças e animais domésticos, provavelmente com a intenção de se fixar nas terras onde desembarcavam.

Fonte: Super Interessante, edição 466, agosto de 2024, O apocalipse da Idade do Bronze, página 35; foto: Aventuras na História.

Rui Iwersen, editor de GaiaNet.


Série de GaiaNet nº 24

A dramática história dos índios norte-americanos - nº 5

Dez anos após Colombo ter pisado na praia de São Salvador os espanhóis já haviam trucidado centenas de milhares de pessoas e destruído tribos inteiras 

 Como era costume do povo ao receber estrangeiros, os tainos da ilha de São Salvador [ilha de Guanahani, atual Bahamas] presentearam generosamente Colombo e seus homens com dádivas e os trataram com honra. (...) Colombo raptou dez de seus amistosos anfitriões tainos e levou-os à Espanha, onde eles poderiam ser apresentados para se adaptarem aos costumes do homem branco. Um deles morreu logo depois de chegar, mas não antes de ser batizado cristão. Os espanhóis gostaram tanto de possibilitar ao primeiro índio a entrada ao céu que se apressaram em espalhar a boa nova pelas Índias Ocidentais.

Os tainos e outros povos arawak não relutaram em se converter aos costumes religiosos europeus, mas resistiram fortemente quando hordas de estrangeiros barbudos começaram a explorar suas ilhas em busca de ouro e pedras preciosas. Os espanhóis saquearam e queimaram aldeias, raptaram centenas de homens e crianças e os mandaram à Europa para serem vendidos como escravos. Porém a resistência dos arawak deu origem a que os invasores fizessem uso de armas de fogo e sabres, trucidando centenas de milhares de pessoas e destruindo tribos inteiras, em menos de uma década após Colombo ter pisado na praia de São Salvador, a 12 de outubro de 1492.

Fonte: Dee Brown, Enterrem meu coração na curva do rio - A dramática história dos índios norte-americanos, 1970, Coleção L&PM Pocket, 2003; Capítulo I, páginas 19 e 20; foto: Humanidades.com.

Rui Iwersen, editor de GaiaNet.


Série de GaiaNet nº 21

1501 – O Brasil depois de Cabral nº 37

A frente de expansão portuguesa estimulava a expulsão dos campos dos contingentes indígenas

No ano de 1728 abriu-se uma picada ligando o morro dos Conventos, ao sul de Santa Catarina, com os campos de Lages e Curitiba. Esse caminho passou a permitir que tropas, formadas com o gado arrebanhado no Rio Grande, fossem levadas diretamente às feiras de São Paulo. E em função desse comércio, altamente estimulado pelo auge da exploração das minas, surgiu a vila de Lages, em 1771. As fazendas de criação foram se instalando, determinando a busca de novas pastagens.

A disputa se faz ao índio. Em 1838, conquistaram-se os campos de Guarapuava. Em 1848, dominam-se os campos de Palmas. (...) A motivação econômica dessa frente de expansão estimulava a expulsão dos campos dos contingentes indígenas, substituindo-os por cabeças de gado. Nesse objetivo, os componentes da frente de expansão se valeram da experiência que a metrópole portuguesa acumulou durante o rápido período em que se expandiu, dominando e exterminando centenas de povos tribais da África, Ásia e América.

Fonte: Silvio Coelho dos Santos, Educação e sociedades tribais, Editora Movimento, 1975, Capítulo I - Grupos tribais sobreviventes no sul do Brasil, página 18; foto: Viktor Walwell.

Rui Iwersen, editor de GaiaNet. 

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Colapsos – Série de GaiaNet nº 22

Colapso nº 22 – O apocalipse da Idade do Bronze

Essa realidade próspera e tranquila veio abaixo em pouco tempo e arrasou civilizações da Grécia à Síria, passando pelo Egito faraônico

Era o ano 1.177 a.C., e o mundo estava acabando. Ou, pelo menos, o mundo que havia sido construído durante séculos (ou até milênios) por reis, guerreiros e burocratas do Mediterrâneo.

Essa gente tinha se acostumado a uma espécie de globalização em pequena escala, graças à qual era possível navegar, comercializar objetos luxuosos e enviar cartas com propostas de casamento, ameaças ou simples saudações a pessoas do outro lado do mar [Mediterrâneo].

Era uma realidade próspera e relativamente tranquila. Mas veio abaixo em pouco tempo - e nunca se reergueu por completo. Trata-se do "apocalipse da Idade do Bronze" [3.3oo a.C. - 1.200 a.C.], um fenômeno histórico que arrasou civilizações da Grécia à Síria, passando pelo Egito faraônico, no século 12 a.C. - e até hoje não foi plenamente esclarecido.

Fonte: Super Interessante, edição 466, agosto de 2024, O apocalipse da Idade do Bronze, página 33; foto: Candeias Mix.

Rui Iwersen, editor de GaiaNet.


Série de GaiaNet nº 24

A dramática história dos índios norte-americanos - nº 4

Colombo escreveu ao rei que o povo deveria "ser posto a trabalhar, plantar e fazer tudo que é necessário e adotar nossos costumes"

Tudo começou com Cristóvão Colombo, que deu ao povo o nome de índios. Os europeus, os homens brancos, falavam com dialetos diferentes, e alguns pronunciavam a palavra "indien", ou "indianer", ou "indian". Peaux-rouges, ou "red skins" (peles vermelhas), veio depois. Como era costume do povo ao receber estrangeiros, os tainos da ilha de São Salvador [ilha de Guanahani, atual Bahamas] presentearam generosamente Colombo e seus homens com dádivas e os trataram com honra.

"Tão afáveis, tão pacíficos, são eles", escreveu Colombo ao rei e à rainha da Espanha, "que juro a Vossas Majestades que não há no mundo uma nação melhor. Amam a seus próximos como a si mesmos, e sua conversação é sempre suave e gentil, e acompanhada de sorrisos; embora seja verdade que andam nus, suas maneiras são decentes e elogiáveis."

Claro que tudo isso foi tomado como sinal de fraqueza, senão de barbárie, e Colombo, sendo um europeu bem-intencionado, convenceu-se de que o povo deveria "ser posto a trabalhar, plantar e fazer tudo que é necessário e adotar nossos costumes". Nos quatro séculos seguintes (1492-1890), vários milhões de europeus e seus descendentes tentaram impor seus costumes ao povo do Novo Mundo.

Fonte: Dee Brown, Enterrem meu coração na curva do rio - A dramática história dos índios norte-americanos, 1970, Coleção L&PM Pocket, 2003; Capítulo I, páginas 19 e 20; foto: MeisterDrucke.

Rui Iwersen, editor de GaiaNet.


Série de GaiaNet nº 20

Saúde do Planeta nº 46

Os desertos surgem do esgotamento lento do solo através de uma exploração crescente de seus recursos

Quando a erosão do solo alcança determinados níveis, a terra se torna estéril. Os efeitos dos desmatamentos podem ser detectados em todo o mundo, nas suas consequências mais devastadoras.

Sobre isso escrevem, por exemplo, Jacks e White: "Os desertos da China Setentrional, Pérsia, Mesopotâmia e da África do Norte contam, todos eles, a mesma história do esgotamento lento do solo através de uma exploração crescente de seus recursos, determinada por uma civilização que foi se expandindo. Ele foi explorado de tal forma que não lhe restou força alguma para se recuperar. Naturalmente, à exaustão do solo seguiu-se - um fato que hoje se pode constatar - a erosão. (...)"

Fonte: Hans Liebmann, Terra - um planeta inabitável?, 1973, Biblioteca do Exército Editora, 1979, página 33; foto: Freepik.

Rui Iwersen, editor de GaiaNet.


Mensagem de 1973 à COP 30 - nº 1 

A sobrevivência de uma humanidade sadia custa dinheiro, muito dinheiro

O problema principal da defesa ecológica é que, em se tratando do nosso meio ambiente, cada indivíduo deve se conscientizar de que tem de modificar, a esse respeito, seus conceitos e sua mentalidade. Quanto a isso, é preciso que se diga claramente que a sobrevivência de uma humanidade sadia custa dinheiro, muito dinheiro.  Cada membro de uma sociedade que se baseia no bem-estar social deverá estar disposto, para que isso se concretize, a grandes sacrifícios.

Muitas das coisas que hoje deixamos de fazer, no sentido de uma estruturação do meio ambiente, não poderão ser recuperadas amanhã, pois terão de ser consideradas como irremediavelmente perdidas.

Pode-se afirmar, com certeza, que o dinheiro que "hoje" se colocar à disposição da preservação do meio ambiente será menor do que o montante que se exigirá dentro de poucos anos. Se não se levar em consideração as exigências atuais da defesa ecológica, a soma a ser despendida crescerá dia a dia.

Fonte: Hans Liebmann, Terra - um planeta inabitável?, 1973, Biblioteca do Exército Editora, 1979, páginas 153 e 154; foto: Portal Gov.br.

Rui Iwersen, editor de GaiaNet.


Série de GaiaNet nº 24

A dramática história dos índios norte-americanos - nº 3

Os que lerem este livro poderão aprender algo sobre sua própria relação com a terra, com um povo que era de conservacionistas verdadeiros 

Este não é um livro alegre, mas a história tem um jeito de se introduzir no presente, e talvez os que o lerem tenham uma compreensão mais clara do que é um índio americano, sabendo o que ele foi. Poderão surpreender-se ao ouvir que palavras gentis e ponderadas saem da boca de índios estereotipados no mito americano como selvagens impiedosos. Poderão aprender algo sobre sua própria relação com a terra, com um povo que era de conservacionistas verdadeiros.

Os índios sabiam que a vida equivale à terra e seus recursos, que a América era um paraíso, e não podiam compreender por que os invasores do Leste estavam decididos a destruir tudo que era índio e a própria América.

E se os leitores deste livro alguma vez puderem ver a pobreza, a desesperança e a miséria de uma reserva índia moderna, acharão possível compreender realmente as razões disso.

Fonte: Dee Brown, Enterrem meu coração na curva do rio - A dramática história dos índios norte-americanos, 1970, Coleção L&PM Pocket, 2003; Introdução, página 17; foto: Toda Matéria.

Rui Iwersen, editor de GaiaNet.


Colapsos – Série de GaiaNet nº 22

Colapso nº 21 – O apocalipse segundo os Vikings

A Terra e o universo se incendiarão e todos os deuses morrerão, assim como a humanidade

É provável que entre todos os mitos do fim do mundo conhecidos nenhum seja tão violento e devastador quanto o dos vikings, povo que habitava a Escandinávia na Idade Média. Dele, ninguém escapa, nem Odin, o principal deus do panteão nórdico. Trata-se da lenda do Ragnarok, A Morte dos Deuses, narrada nos Eddas, conjunto de relatos míticos escritos por volta do século 13. (...)

O fim dos tempos começa com o Fimbulvetr, um inverno que durará três anos. Loki escapará da prisão e comandará um exército de monstros e criaturas malignas contra as tropas de Odin. (...) Por fim, não sobrará pedra sobre pedra. A Terra e o próprio universo se incendiarão e todos os deuses morrerão, assim como a humanidade.

Mas não é o fim. De algum modo, surgem um novo universo e uma nova Terra, que serão governados por uma nova geração de deuses. Um novo casal de humanos aparece e tudo recomeça.

Fonte: Super Interessante, Edição Especial, Apocalipse – O fim do mundo, Edição 291-A, maio de 2011; página 29, Outros apocalipses; foto: IstoÉ Curioso.

Rui Iwersen, editor de GaiaNet.


Colapsos – Série de GaiaNet nº 22

Colapso nº 20 – O apocalipse segundo o islamismo

A trombeta do anjo Israfil se tornará tão forte e assustadora que destruirá o universo, levando à morte todos os seres vivos

"Tudo quanto existe na terra perecerá. E só subsistirá o Rosto do teu Senhor, o Majestoso, o Honorabilíssimo", diz a 55ª Surata, versículos 26 - 27, do Alcorão. É um anúncio do fim dos tempos para os mulçumanos.

Assim como no cristianismo, no islamismo também há a crença no dia do Juízo Final, quando Deus ressuscitará e julgará os mortos, mandando os justos para o céu e os pecadores que não se arrependerem para o inferno. Não há data para o evento.

Antes disso, haverá a batalha final entre o representante do mal, o "falso profeta" Dajjal, uma espécie de anticristo, e Mahdi, o Bem Guiado, algo como um messias islâmico. Este contará com a ajuda de Issa, o "filho de Mariam", que ninguém mais é do que Jesus. (...)

O combate será anunciado pela trombeta do anjo Israfil. No princípio o som será melodioso, mas se intensificará e se tornará tão forte e assustador que destruirá o universo, levando à morte todos os seres vivos, reduzirá a pó todas as construções e fará as montanhas voarem pelo espaço, como flocos de algodão. As estrelas, o Sol e a Lua perderão sua luz e seu brilho e o céu se partirá. Por ordem de Deus, Israfil tocará a trombeta pela segunda vez. "E a trombeta será soada, e ei-los que sairão de seus sepulcros e se apressarão para o seu Senhor."

Fonte: Super Interessante, Edição Especial, Apocalipse – O fim do mundo, Edição 291-A, maio de 2011; página 28, Outros apocalipses; foto: Jornal Opção.

Rui Iwersen, editor de GaiaNet.


Série de GaiaNet nº 20

Saúde do Planeta nº 44

53,6% da humanidade não têm acesso a água limpa para beber

4,4 bilhões de pessoas, ou 53,6% da humanidade, não têm acesso a água limpa para beber. Essa é a constatação, alarmante, de um novo estudo publicado por cientistas suíços.

Eles analisaram dados de 135 países em desenvolvimento e descobriram que, em muitos casos, a água que essas populações consomem apresenta níveis inaceitáveis de coliformes fecais.

O número é muito maior que o calculado pela OMS - em 2020, ela estimou que 2 bilhões de pessoas não tinham acesso a água limpa. *

Super Interessante, edição 467, setembro de 2024, Bruno Garattoni, Supernovas, página 13; foto: Águas do Rio. 

* Ver "Saúde do Planeta nº 37" de 2/4/24 onde a ONU nos alerta: "Agora, se mantivermos nosso padrão de consumo e de devastação do meio ambiente, o quadro irá se agravar muito rapidamente. Em 2025, dois terços da população do planeta (5,5 bilhões de pessoas) poderão ter dificuldade de acesso à água potável."

Rui Iwersen, editor de GaiaNet.


              

Colapsos – Série de GaiaNet nº 22

Colapso nº 19 – Apocalipse segundo o Judaísmo

Outros eventos assinalarão que esse tempo está próximo, como a derrota de todos os inimigos de Israel

Atualmente Israel está em luta contra a Palestina (Hamas), o Líbano (Hezbollah), a Síria, o Irã e o  Iêmen (Hutis).

Entre os muitos profetas da Bíblia, um dos mais importantes é Daniel, que teria vivido no século 5 a.C.. O livro de Daniel, do Antigo Testamento, foi escrito três séculos depois por autor desconhecido. Mas traz relatos da vida dele e de suas profecias para o fim do mundo. Os sinais de que ele estará próximo incluem o aparecimento de "quatro bestas enormes". (...) Elas precederiam o fim dos tempos.

No judaísmo, o relato desse apocalipse não é muito claro. Muitos acreditam, por analogia, que assim como Deus criou o mundo em seis dias e descansou no sétimo, sua criação durará 6 mil anos de atribulações, trabalho e sofrimento, e no sétimo milênio será inaugurada uma era de harmonia entre os homens e entre eles e Deus.  Antes disso, chegará o Messias para preparar as pessoas para essa era.

Para alguns, outros eventos também assinalarão que esse tempo está próximo, como a derrota de todos os inimigos de Israel, a construção do terceiro Templo de Jerusalém e a ressurreição dos mortos. Para alguns judeus ortodoxos, há até uma data: 2240 do calendário cristão.

Fonte: Super Interessante, Edição Especial, Apocalipse – O fim do mundo, Edição 291-A, maio de 2011; página 27, Outros apocalipses; foto: iPED.

Rui Iwersen, editor de GaiaNet.


Série de GaiaNet nº 20

Saúde do Planeta nº 43

O Brasil registrou 68.635 focos de queimadas em agosto

O Brasil registrou 68.635 focos de queimadas em agosto, de acordo com dados do “Programa Queimadas”, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).

É o pior resultado para o mês desde 2010, quando 90.444 focos ativos foram detectados pelo satélite de referência do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). Considerando os dados históricos coletados pelo Inpe desde 1998, os números do governo federal colocam o período como o quinto pior mês de agosto no total de focos de queimadas para o Brasil.

A taxa também mais que dobrou na comparação com o ano passado, quando o país teve 28.056 focos no mesmo período. A média de queimadas para o mês é de 46.529 focos. Já o mínimo de focos registrado pelo Inpe aconteceu em 2013, quando cerca de 21 mil foram contabilizados em todo o país. Ainda segundo o Inpe, mais de 80% desses focos ocorreram na Amazônia e no Cerrado.

Na Amazônia, a temporada de incêndios geralmente ocorre entre junho e outubro, mas fazendeiros, garimpeiros e grileiros derrubam a floresta e se preparam para queimá-la durante todo o ano. E de acordo com o Programa Queimadas, o bioma registrou 65.667 focos de fogo desde janeiro até agora (1º setembro). O número representa um aumento de 104% quando comparado com o mesmo período do ano passado, quando 32.145 focos foram contados pelo instituto. (...)

Fonte: G1; Foto: Blog Nossa Voz.

Rui Iwersen, editor de GaiaNet.


Séries de GaiaNet nº 23

Biodiversidade nº 17

Brasil tem mais gado que gente

"O Brasil tem 240 milhões de cabeças de gado."

Fonte: Globo News, Prejuízo na Agropecuária [dos incêndios florestais], 7 de maio de 2024; foto: Animal Business Brasil.

Rui Iwersen, editor de GaiaNet.


Colapsos – Série de GaiaNet nº 22

Colapso nº 18 – Mazdaísmo

As montanhas derreterão pelo fogo e o mundo será coberto por um oceano de lava e metal incandescente

[O Mazdaísmo] Foi um dos primeiros cultos monoteístas de que se tem notícia e logo se espalhou pela Pérsia, tendo influenciado posteriormente o desenvolvimento do judaísmo e do cristianismo. (...) Seu deus era Ahura Mazda, que vivia lutando com sua antítese maligna, Arimã, pelo controle do universo.

O fim dessa longa guerra está descrito no Zend Avesta, livro escrito por Zoroastro no século 5 a.C., no qual proclama a nova religião. Num futuro não determinado, Ahura Mazda enviará à Terra seu último profeta, Saoshyans, para realizar o julgamento final dos seres humanos. Para isso, todos serão ressuscitados. As montanhas então derreterão pelo fogo e o mundo será coberto por um oceano de lava e metal incandescente.

Como prova final, os vivos e os mortos ressuscitados terão que atravessá-lo descalços. Apenas os justos conseguirão transpor o oceano de fogo sem se queimar. Os pecadores arderão nas chamas para serem purificados. Arimã será destruído e o mundo ressurgirá das cinzas, agora sem o mal para sempre.

Fonte: Super Interessante, Edição Especial, Apocalipse – O fim do mundo, Edição 291-A, maio de 2011; página 26, Outros apocalipses; foto: Olhar Digital.

Rui Iwersen, editor de GaiaNet.


A desertificação e a seca ameaçam vidas e meios de subsistência em todo o planeta

Mais de 2 bilhões de hectares das terras do mundo estão degradados, afetando mais de 3 bilhões de pessoas.
A desertificação e a seca ameaçam vidas e meios de subsistência em todo o planeta. Ecossistemas vitais e inúmeras espécies estão sob ameaça.
Em face de secas mais severas e prolongadas, tempestades de areia e aumento das temperaturas, é fundamental encontrar maneiras de impedir que a terra seca se transforme em deserto, que as fontes de água doce evaporem e que o solo fértil se transforme em pó.
De empresas e governos a indivíduos, todos podem ajudar a acabar com a degradação da terra, restaurar paisagens destruídas e criar um planeta habitável para as próximas gerações.
Fonte: Programa da ONU para o meio ambiente.

Rui Iwersen, editor de GaiaNet.


Série de GaiaNet nº 20 

Saúde do Planeta nº 42

Dia da Sobrecarga da Terra, indicador calculado desde 1971, mostra que em 2023 usamos 75% mais recursos do que o planeta pode suportar

Hoje, o aquecimento global e outros problemas ambientais são temas dominantes - e urgentes. Todo ano, a ong americana Global Footprint Network calcula o chamado Dia da Sobrecarga da Terra, a data em que ultrapassamos a capacidade do planeta de reequilibrar seus sistemas ecológicos e regenerar recursos naturais.

Esse indicador é calculado desde 1971; naquele ano, a humanidade atravessou o limite em dezembro. Já em 2023, isso aconteceu no dia 2 de agosto. Isso significa que, no ano passado, usamos 75% mais recursos do que o planeta pode suportar.

Fonte: Super Interessante, edição 459, janeiro de 2024, O fim da superpopulação, página 22; foto: A Terra é Redonda.

Rui Iwersen, editor de GaiaNet.


Séries de GaiaNet nº 23

Biodiversidade nº 16

Refugiados políticos e refugiados do clima no Planeta  

"Existem 100 milhões de refugiados no mundo".

Fonte: COI, Abertura dos jogos Olímpicos de Paris; foto: Conexão UFRJ. 

Rui Iwersen, editor de GaiaNet.


Colapsos – Série de GaiaNet nº 22

Colapso nº 17 – Apocalipse Hindu

A Terra será incinerada e destruída, mas ressurgirá das cinzas 

Na cosmologia hindu, cada dia na vida de Brahma equivale a 4 bilhões de anos dos seres humanos. Apesar da enormidade desse tempo, que equivale quase à idade da Terra, que é de 4,5 bilhões de anos, ele representa apenas um ciclo na história do universo, conhecida como kalpa. Esse, por sua vez, é dividido em períodos menores, de 4 milhões de anos, chamados mahayugas. De acordo com os Puranas, um dos livros sagrados do hinduísmo, no fim de cada um dos mahayugas, a humanidade cairá no caos e na degradação moral. Haveria um tempo de perversidade, inveja e conflito.

Sempre que isso ocorre, Vishnu, que mantém a ordem no universo, se manifesta como um avatar que é enviado à Terra. O próximo será Kalki, descrito como "um jovem magnífico cavalgando num grande cavalo branco com uma espada semelhante a um meteoro fazendo chover morte e destruição por todos os lados". A Terra será incinerada e destruída, mas ressurgirá das cinzas. A vinda de Vishnu "restabelecerá a justiça na Terra, e a volta de uma era de pureza e inocência", segundo os livros sagrados. O último avatar foi Buda, que veio ao mundo cerca de 4 séculos antes de Cristo. Kalki, portanto, deve demorar algum tempo para aparecer.

Fonte: Super Interessante, Edição Especial, Apocalipse – O fim do mundo, Edição 291-A, maio de 2011; página 15, Começo e recomeço; foto: Segredos do Mundo.

Rui Iwersen, editor de GaiaNet.

 

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Aquecimento global

terça-feira, 10 março 2009 by Rui Iwersen

Nesta página apresento informações sobre aquecimento global e suas mudanças ambientais, sanitárias e sociais.

Gelo polar deve seguir derretendo até 2300

Mesmo se a humanidade cortar drasticamente as suas emissões de CO2, em quantidade suficiente para alcançar  o estado de "carbono negativo"(situação em que o carbono da atmosfera começa a diminuir), e fizer isso relativamente rápido, já a partir de 2050, o Círculo Polar Ártico deve continuar derretendo por muito tempo, pelo menos até o ano 2300.

Essa é a conclusão pouco animadora de uma simulação feita por cientistas da Coréia do Sul, que analisaram áreas cobertas por permafrost: regiões polares onde o gelo normalmente nunca derrete, mas devido às mudanças climáticas começou a fazer isso [derreter].

Segundo o estudo, os polos vão continuar descongelando porque o aquecimento global já tomou muito impulso - e também porque, ao derreter, o permafrost libera CO2 e metano, que retêm calor na atmosfera e realimentam o processo [e libera também micro-organismos, talvez nocivos à saúde humana ou de outros animais].

Fonte: Bruno Garattoni, Supernovas, Super Interessante, edição 473, março 2025, página 10; foto: Aventuras no Conhecimento.

Rui Iwersen, editor de GaiaNet.


ONU alerta para o aumento do nível do mar com o aquecimento das águas do Pacífico Sul

Relatório das Nações Unidas afirma que, no Rio de Janeiro, o Atlântico pode avançar mais de 20 cm até 2050.

A Organização das Nações Unidas divulgou um alerta mundial com uma previsão sombria: o nível do mar deve subir de forma dramática nas próximas décadas, em consequência do aquecimento global.

O problema é mais urgente no sul do Oceano Pacífico. Lá, o nível do mar subiu 15 cm nos últimos 30 anos. E é um risco à existência de nações inteiras. Os números são de um relatório da ONU, divulgado nesta terça-feira (27) no Fórum Anual das Ilhas do Pacífico, em Tonga – um país ameaçado. O secretário-Geral da ONU, António Guterres, saiu da formalidade para dizer:

"Esta é uma situação maluca. Não existe um barco salva-vidas para nos levar até um local seguro”.

O relatório mostra também que a temperatura da água no sul do Pacífico aumentou três vezes mais rápido do que a média global. Esse calor faz o volume da água se expandir - o oceano, aquecido, ocupa mais espaço e, consequentemente, o nível do mar sobe.

Um leão-marinho ilhado. Esta cena representa outra causa para o avanço dos oceanos: o derretimento do gelo na Antártida e na Groenlândia. Dados divulgados recentemente pela Nasa mostram que, entre 1985 e 2022, a Groenlândia perdeu 1 bilhão de toneladas de gelo. Em 2017, um bloco de gelo gigante se desprendeu da costa e quase colidiu com um pequeno vilarejo. O derretimento das geleiras e o aumento do nível do mar são uma ameaça não só para as ilhas, mas também para cidades costeiras em várias partes do mundo.

Outro relatório divulgado pela ONU afirma que, na cidade de Nova York, o mar pode subir 26 cm até 2050. Por isso, a prefeitura já começou a tomar medidas para evitar futuras inundações. Um gramado, por exemplo, tem uma função importante: drenar o excesso de água.

O relatório cita também o Brasil. Na cidade do Rio de Janeiro e no distrito de Atafona, no município de São João da Barra, o nível do mar aumentou 13 cm entre 1990 e 2020. Até 2050, pode subir mais 21 cm. Pode parecer pouca coisa, mas é o suficiente para colocar bairros e comunidades em risco.

Fonte: G1, Jornal Nacional; foto: Portal Ambiente Legal.

Rui Iwersen, editor de GaiaNet.


Nasa revela aumento 'inesperado' do nível do mar em 2024

A Nasa, a agência espacial norte-americana, revelou nesta quinta-feira (13) que o nível global do mar apresentou uma elevação superior à esperada no ano de 2024, principalmente devido ao aquecimento dos oceanos. De acordo com a análise conduzida pela agência, a taxa de elevação atingiu 0,59 centímetros, valor consideravelmente superior à projeção inicial de 0,43 centímetros anuais.

"Os dados que coletamos em 2024 demonstram um aumento além do que nossos modelos previram", explicou Josh Willis, pesquisador especializado em níveis oceânicos do Laboratório de Propulsão a Jato (JPL) da agência.

"Embora existam variações anuais, a tendência geral é inequívoca: os oceanos continuam subindo, e a velocidade desse processo está se intensificando progressivamente." A pesquisa indica uma importante alteração no padrão de contribuição para a elevação do nível do mar. Tradicionalmente, cerca de dois terços desse aumento eram atribuídos à água proveniente do derretimento de geleiras e camadas de gelo terrestres, enquanto aproximadamente um terço resultava da expansão térmica da água oceânica. Em 2024, contudo, essa proporção inverteu-se, com dois terços da elevação sendo consequência direta da expansão térmica.

"O ano de 2024 registrou as temperaturas mais elevadas já documentadas, e os oceanos do planeta respondem diretamente a esse fenômeno, alcançando seus níveis mais altos em três décadas de monitoramento", afirmou Nadya Vinogradova Shiffer, responsável pelos programas de oceanografia física e pelo Observatório Integrado do Sistema Terrestre na sede da Nasa em Washington.

Fonte: G1

Rui Iwersen, editor de GaiaNet.


Ano mais quente da história, 2024 supera o limite de aquecimento de 1,5°C do Acordo de Paris

Para o diretor do observatório Copernicus, a humanidade não está preparada para o novo e ‘monumental’ desafio climático

O ano de 2024 foi o mais quente da história e o primeiro a romper a barreira de 1,5°C de aumento na temperatura média da Terra, estipulado como limite crítico pelo Acordo de Paris. Os dados mostram um aumento de 1,6°C na temperatura média global, que chegou a 15,10°C, e foram divulgados nesta sexta (10) pelo observatório europeu Copernicus.

O recorde que foi batido em todos os continentes superou o ano de 2023 que, desde que os registros começaram em 1850, tinha também sido o mais quente da história. O dia mais quente de 2024 foi 22 de julho, quando a temperatura média do planeta atingiu 17,16°C. O cenário está diretamente ligado ao aumento dos gases de efeito estufa na atmosfera, consequência de atividades humanas tais como a queima de combustíveis fósseis.

De acordo com o estudo, a aumento da temperatura global no ano passado teve maior responsabilidade humana do que de fenômenos naturais, como o El Niño. Em 2024, o índice de aumento de dióxido de carbono foi o maior já visto. Os resultados do relatório alertam para a distância entre a realidade e as promessas de transição do uso de combustíveis fósseis como petróleo, gás e carvão que foram feitas durante a Conferência Climática da ONU em Dubai, em dezembro de 2023. Segundo o estudo, se seguir como está caminhando, o mundo deve chegar a um aquecimento de 2,7 °C até o fim do século. (...)

Fonte: Brasil de Fato; foto: O Globo. 

Rui Iwersen, editor de GaiaNet.


Mundo registra um dia com temperatura média global 2°C acima da era pré-industrial

Dados do Copernicus (C3S) mostram que recorde foi batido na sexta (17/11): anomalia foi de 2,07°C. Meta do Acordo de Paris é reduzir emissões dos gases de efeito estufa para limitar o aquecimento global a 1,5°C.

Na sexta-feira 17 de novembro, o mundo bateu um marco considerado preocupante no cenário climático: pela 1ª vez, a média global de temperatura ultrapassou os 2°C de anomalia e atingiu exatos 2,07°C acima dos níveis pré-industriais (1850-1900). O valor provisório para o sábado (18) é 2,06°C.

Fonte: G1; foto: Portal iMulher

Rui Iwersen, editor de GaiaNet.


Série de GaiaNet nº 20

Saúde do Planeta nº 46

Os desertos surgem do esgotamento lento do solo através de uma exploração crescente de seus recursos

Quando a erosão do solo alcança determinados níveis, a terra se torna estéril. Os efeitos dos desmatamentos podem ser detectados em todo o mundo, nas suas consequências mais devastadoras.

Sobre isso escrevem, por exemplo, Jacks e White: "Os desertos da China Setentrional, Pérsia, Mesopotâmia e da África do Norte contam, todos eles, a mesma história do esgotamento lento do solo através de uma exploração crescente de seus recursos, determinada por uma civilização que foi se expandindo. Ele foi explorado de tal forma que não lhe restou força alguma para se recuperar. Naturalmente, à exaustão do solo seguiu-se - um fato que hoje se pode constatar - a erosão. (...)"

Fonte: Hans Liebmann, Terra - um planeta inabitável?, 1973, Biblioteca do Exército Editora, 1979, página 33; foto: Freepik.

Rui Iwersen, editor de GaiaNet.


Série de GaiaNet nº 20

Saúde do Planeta nº 45

Acredita-se em contaminação por mercúrio a morte de botos e tucuxis na região amazônica do Médio Solimões

As cenas foram de cortar o coração: ao menos 130 botos e tucuxis apareceram mortos em Tefé, na região amazônica do Médio Solimões. As causas ainda estão sendo investigadas, mas acredita-se em contaminação, possivelmente por mercúrio.

A temperatura da água dos rios, que atingiu mais de 40 graus, certamente também contribuiu para a tragédia. Os picos do termômetro provocaram a mais severa seca da história e alguns trechos do Rio Negro ficaram completamente secos. Para além do triste cenário revelado pela fauna - um barco com piscina abrigava os animais resgatados com vida -, há implicações para as populações ribeirinhas, de circulação restrita, sem acesso a escolas e a alimentos que chegam de barcos.

Fonte: Veja, Editora Abril, edição 2862, ano 56, número 40, 6 de outubro de 2023, Tragédia Amazônica, página 23; foto: Projeto Colabora.

Rui Iwersen, editor de GaiaNet.


Série de GaiaNet nº 20

Saúde do Planeta nº 43

O Brasil registrou 68.635 focos de queimadas em agosto

O Brasil registrou 68.635 focos de queimadas em agosto, de acordo com dados do “Programa Queimadas”, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).

É o pior resultado para o mês desde 2010, quando 90.444 focos ativos foram detectados pelo satélite de referência do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). Considerando os dados históricos coletados pelo Inpe desde 1998, os números do governo federal colocam o período como o quinto pior mês de agosto no total de focos de queimadas para o Brasil.

A taxa também mais que dobrou na comparação com o ano passado, quando o país teve 28.056 focos no mesmo período. A média de queimadas para o mês é de 46.529 focos. Já o mínimo de focos registrado pelo Inpe aconteceu em 2013, quando cerca de 21 mil foram contabilizados em todo o país. Ainda segundo o Inpe, mais de 80% desses focos ocorreram na Amazônia e no Cerrado.

Na Amazônia, a temporada de incêndios geralmente ocorre entre junho e outubro, mas fazendeiros, garimpeiros e grileiros derrubam a floresta e se preparam para queimá-la durante todo o ano. E de acordo com o Programa Queimadas, o bioma registrou 65.667 focos de fogo desde janeiro até agora (1º setembro). O número representa um aumento de 104% quando comparado com o mesmo período do ano passado, quando 32.145 focos foram contados pelo instituto. (...)

Fonte: G1; Foto: Blog Nossa Voz.

Rui Iwersen, editor de GaiaNet.


A desertificação e a seca ameaçam vidas e meios de subsistência em todo o planeta

Mais de 2 bilhões de hectares das terras do mundo estão degradados, afetando mais de 3 bilhões de pessoas.
A desertificação e a seca ameaçam vidas e meios de subsistência em todo o planeta. Ecossistemas vitais e inúmeras espécies estão sob ameaça.
Em face de secas mais severas e prolongadas, tempestades de areia e aumento das temperaturas, é fundamental encontrar maneiras de impedir que a terra seca se transforme em deserto, que as fontes de água doce evaporem e que o solo fértil se transforme em pó.
De empresas e governos a indivíduos, todos podem ajudar a acabar com a degradação da terra, restaurar paisagens destruídas e criar um planeta habitável para as próximas gerações.
Fonte: Programa da ONU para o meio ambiente.

Rui Iwersen, editor de GaiaNet.


Série de GaiaNet nº 20

Saúde do Planeta nº 42

Dia da Sobrecarga da Terra, indicador calculado desde 1971, mostra que em 2023 usamos 75% mais recursos do que o planeta pode suportar

Hoje, o aquecimento global e outros problemas ambientais são temas dominantes - e urgentes. Todo ano, a ong americana Global Footprint Network calcula o chamado Dia da Sobrecarga da Terra, a data em que ultrapassamos a capacidade do planeta de reequilibrar seus sistemas ecológicos e regenerar recursos naturais.

Esse indicador é calculado desde 1971; naquele ano, a humanidade atravessou o limite em dezembro. Já em 2023, isso aconteceu no dia 2 de agosto. Isso significa que, no ano passado, usamos 75% mais recursos do que o planeta pode suportar.

Fonte: Super Interessante, edição 459, janeiro de 2024, O fim da superpopulação, página 22; foto: A Terra é Redonda.

Rui Iwersen, editor de GaiaNet.


Série de GaiaNet nº 20 

Saúde do Planeta nº 41

Modelo teórico mostra a dinâmica do colapso ambiental 

Os vínculos intrincados entre algas que vivem nos oceanos, produção de gás enxofre, química atmosférica, física das nuvens e clima vêm, aos poucos, sendo descobertos em dezenas de laboratórios ao redor do mundo. (...)

Quando executamos nosso modelo aumentando gradualmente a entrada de calor do Sol, ou  mantendo o Sol constante mas aumentando a entrada de dióxido de carbono, como estamos fazendo agora no mundo real, o modelo mostrou um bom equilíbrio, com os ecossistemas oceânico e terrestre desempenhando seus papéis. Mas, quando a quantidade de dióxido de carbono se aproximou de 500 ppm, o equilíbrio começou a falhar, e ocorreu um súbito aumento de temperatura. A causa foi o colapso do ecossistema oceânico. Com o aquecimento do mundo, a expansão da superfície morna dos oceanos privou as algas de nutrientes, até que elas se extinguissem. Com a diminuição da área de oceano coberta por algas, seu efeito resfriador diminuiu e a temperatura disparou.

James Lovelock, A Vingança de Gaia, Editora Intrínseca, 2006, páginas 40 e 41; foto: Olhar Digital.

Rui Iwersen, editor de GaiaNet.


Biodiversidade - Série de GaiaNet nº 23

Biodiversidade nº 13

Efeito das mudanças climáticas sobre os animais silvestres

"50% das espécies animais brasileiras estão mudando de habitat."

Fonte: Globo News, Cidades e Soluções, 2 de junho de 2024; foto: Uninter Notícias.

Rui Iwersen, editor de GaiaNet.


Série de GaiaNet nº 20

Saúde do Planeta nº 38

Ondas de calor estão ficando mais lentas

Elas [as ondas de calor] ficam mais tempo sobre cada lugar, e isso - além de causar verões infernais - pode aumentar o risco de fenômenos climáticos extremos, como ciclones, tornados, secas e inundações.

Essa foi a conclusão de cientistas chineses, que analisaram registros históricos e constataram que a duração média das ondas de calor, em todo o mundo, aumentou de 8 dias (entre 1979 e 1984) para 12 dias (entre 2016 e 2020). Além disso, sua velocidade também caiu: hoje, as ondas de calor se deslocam 10% mais lentamente (andando em média 300 km por dia).

Segundo os pesquisadores, trata-se de um resultado direto das mudanças climáticas provocadas pela ação humana.

Fonte: Super Interessante, edição 462, abril de 2024, Supernovas, página 15; foto: Observatório do Clima.

Rui Iwersen, editor de GaiaNet.


Colapsos - Série de GaiaNet nº 22

Colapso nº 13 - Entrevista com Jared Diamond

A magnitude atual das mudanças climáticas ultrapassa muito qualquer variação natural verificada nos últimos milhões de anos 

Nos últimos anos temos visto um aumento dos ciclos de calor em certas áreas e o declínio em outras. (...) Como você enxerga essa questão?

A essência da mudança climática é que, no final das contas, o mundo está ficando mais quente. Algumas áreas estão ficando mais frias, porém um número maior delas está mais quente. Ou seja: o mundo está ficando mais variável.

Os céticos dizerem que isto é apenas "um ciclo natural da Terra" é o mesmo que dizer que não deveríamos nos preocupar se 500 pessoas forem assassinadas todos os dias em São Paulo ou Los Angeles porque morrer é parte do ciclo natural da vida. A magnitude atual das mudanças climáticas ultrapassa muito qualquer variação natural verificada nos últimos milhões de anos.

Em uma escala de 0  a 10, qual a chance de entrarmos em colapso?

Eu diria que a chance é de 4,99 (o que é um risco grande) se tivermos políticas sérias [para conter os problemas atuais]. Agora, se não mudarmos nosso estilo de vida, a probabilidade é de 9,99 em 10.

Fonte: Super Interessante, Edição Especial, Apocalipse – O fim do mundo, Edição 291-A, maio de 2011, página 68; foto: Waves.

Rui Iwersen, editor de GaiaNet.

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Varal ecológico

terça-feira, 10 março 2009 by Rui Iwersen

Varal Ecológico é uma atividade que divulgo desde 1983 em encontros ou atividades ecológicas. Nesta página apresento, desde 2009, imagens com pequenas sínteses de alguns dos artigos editados em GaiaNet.

Série de GaiaNet nº 26

A Trajetória Poluidora da Humanidade nº 4

As antigas realizações técnicas tinham relações com a defesa, a obtenção e o armazenamento de água

(...) De um lado, as águas produzidas por fontes nas proximidades das grandes cidades tinham de ser captadas, armazenadas e conduzidas às povoações. (...)

Leia mais nas páginas Antropoceno, Colapso, Reflexões ecológicas  e Saúde ambiental.


Série de GaiaNet nº 22

Colapsos nº 29 – O apocalipse da Idade do Bronze nº 8

Água em abundância faz toda a diferença do mundo para um império agrário

(...) E há, é claro, um fator ainda mais crucial: água. Água em abundância faz toda a diferença do mundo para um império agrário. (...)

Leia mais nas páginas Antropoceno, Colapso, Reflexões ecológicas  e Saúde ambiental.


Série de GaiaNet nº 24

A dramática história dos índios norte-americanos - nº 11

Para os índios parecia que os europeus odiavam tudo na natureza 

No continente, os wampanoags de Massasoit e do rei Philip haviam desaparecido, junto com os chesapeakes, os chickahominys e os potomacs da grande confederação Powhatan. (...)

Leia mais nas páginas Antropoceno, Colapso, Reflexões ecológicas  e Saúde ambiental.


Série de GaiaNet nº 26

A Trajetória Poluidora da Humanidade nº 3

O que mais o impressionou um pigmeu que vivia ainda na selva foi a água canalizada de nossas cidades

(...) Com seu instinto seguro, o pigmeu tinha reconhecido que não invejava o homem civilizado por possuir aquelas torres de cimento e tijolos e suas autoestradas. (...)

Leia mais nas páginas Antropoceno, Colapso, Reflexões ecológicas  e Saúde ambiental.


Série de GaiaNet nº 22

Colapsos nº 28 – O apocalipse da Idade do Bronze nº 7

As potências mesopotâmicas estavam relativamente longe do Mediterrâneo, fora do alcance direto dos navios dos Povos do Mar

(...) Na categoria dos sobreviventes, cada caso é um caso, mas há alguns pontos interessantes em comum. Talvez a situação mais simples de entender seja a da Mesopotâmia. (...)

Leia mais nas páginas Antropoceno, Colapso, Reflexões ecológicas  e Saúde ambiental.


Série de GaiaNet nº 26

A Trajetória Poluidora da Humanidade nº 2

Nas épocas pré-cristãs das civilizações mediterrâneas existiam metrópoles que já enfrentavam problemas ecológicos

Já há algumas décadas comecei a me conscientizar de que a humanidade se encontra à beira do maior perigo que enfrentou até hoje. (...)

Leia mais nas páginas Antropoceno, Colapso, Reflexões ecológicas  e Saúde ambiental.


Gelo polar deve seguir derretendo até 2300

(...) Essa é a conclusão pouco animadora de uma simulação feita por cientistas da Coréia do Sul, que analisaram áreas cobertas por permafrost: (...)

Leia mais nas páginas Antropoceno, Aquecimento global, Colapso, Reflexões ecológicas, Saúde ambiental e Teoria de Gaia.


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Série de GaiaNet nº 21

1501 – O Brasil depois de Cabral - nº 41

O convívio não fez cessar a violência e a dramaticidade das relações entre índios e não-índios

" (...) se pudesse prever que iria vê-los morrer tão miseravelmente, os teria deixado na mata, onde ao menos morreriam mais felizes e defendendo-se de armas nas mãos contra os bugreiros que os assaltavam."

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Série de GaiaNet nº 25

Mensagem à COP 30 – nº 6   

Podemos transformar em mata mista milhares de hectares dos milhões de hectares de terras improdutivas

(...) O que mais importa, nessas tradicionais zonas de cultivo, é realizar florestamento limitado, para conservar, por exemplo, os vales relvados dos maciços centrais e os pastos no alto das serras.(...)

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Série de GaiaNet nº 22

Colapsos nº 26 – O apocalipse da Idade do Bronze nº 5

Um estudo da Universidade Cornell (EUA) mostrou que todo o século anterior ao colapso do Mediterrâneo Oriental foi marcado por secas

(...) Por fim, pouco depois de 1200 a.C., três anos consecutivos de seca totalmente fora do comum chegaram, coincidindo, ao que parece, com o abandono de Hattusa, a capital hitita.

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Série de GaiaNet nº 25

Mensagem à COP 30 – nº 5   

É preciso que amplas áreas sejam reservadas à defesa do meio ambiente

Deve-se encarar a paisagem de regeneração como uma nova forma de exploração do solo, que respeita não só a preservação da natureza, mas que também deve servir ao fomento do turismo. (...)

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Série de GaiaNet nº 22

Colapsos nº 25 – O apocalipse da Idade do Bronze nº 4

Uma onda de destruição se abateu também na Grécia continental

(...) Quando a poeira do colapso baixou, tudo isso tinha deixado de existir. Os palácios luxuosos foram incendiados ou abandonados (...)

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Série de GaiaNet nº 24

A dramática história dos índios norte-americanos - nº 7

A primeira transferência documentada de terra índia a colonos ingleses

Depois de os ingleses desembarcarem em Plymouth (1620), a maioria deles teria morrido de fome, não fosse a ajuda que receberam dos nativos amistosos do Novo Mundo. (...)

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Série de GaiaNet nº 20

Saúde do Planeta nº 49

Cerca de metade das mortes de crianças menores de 5 anos de idade está relacionada à desnutrição 

(...) desnutrição, uma doença grave causada pela falta de nutrientes essenciais para a vida saudável. (...)

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Série de GaiaNet nº 22

Colapso nº 24 – O apocalipse da Idade do Bronze nº 3

O Egito nunca mais voltou a ser a potência internacional que havia sido na Idade do Bronze

No caso do Egito, deu ruim para os Povos do Mar, conforme Ramsés III conta em seus monumentos. (...)

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Série de GaiaNet nº 23

Biodiversidade nº 23

O panda se separou mais cedo do ancestral comum do grupo de ursos

Oito espécies de ursos compõem a família Ursidae. Entre todas, a Ailuropoda melanoleuca - o panda - foi a que se separou mais cedo do ancestral comum do grupo, há milhões de anos. (...)

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Área queimada no Brasil cresce 79% em 2024

Território devastado pelo fogo no ano passado é maior que o da Itália; Amazônia foi o bioma mais atingido

A área devastada por queimadas no Brasil cresceu 79% em 2024 com relação a 2023, segundo dados do Monitor do Fogo, do MapBiomas. (...)

Leia mais nas páginas Antropoceno, Colapso, Florestas brasileiros, Reflexões ecológicas e Saúde ambiental.


21 de janeiro de 2025

Série de GaiaNet nº 24

A dramática história dos índios norte-americanos - nº 6

Em pouco tempo, os oito mil índios powhatan foram reduzidos a menos de mil

(...) mas os índios subestimaram o poder das armas inglesas. Em pouco tempo, os oito mil powhatan foram reduzidos a menos de mil.

Leia mais nas páginas Antropoceno, Reflexões ecológicas, Saúde ambiental e Saúde mental.


Série de GaiaNet nº 20

Saúde do Planeta nº 48

99% do território original do pandas foi perdido devido ao desmatamento e à interferência humana

Os pandas são especialmente sensíveis a mudanças ambientais: qualquer diminuição na área de floresta de bambu pode significar morrer de fome. (...)

Leia mais nas páginas Antropoceno, Reflexões ecológicas e Saúde ambiental.


Série de GaiaNet nº 25

Mensagem de 1973 à COP 30 – nº 3   

A estrutura agrícola de hoje tem por objetivo maximizar sua produção

O segundo tipo [de estrutura paisagística] é representado pela "paisagem de produção agrícola", que hoje tem por objetivo maximizar sua produção (...)

Leia mais nas páginas Antropoceno, Colapso, Florestas brasileiros, Reflexões ecológicas e Saúde ambiental.


Série de GaiaNet nº 23

Biodiversidade nº 22

Carnes de laboratório

O cultivo de "carne de laboratório" existe desde 2013. (...)

Leia mais nas páginas Antropooceno, Reflexões ecológicas e Saúde ambiental.


Série de GaiaNet nº 21

1501 – O Brasil depois de Cabral nº 37

A frente de expansão portuguesa estimulava a expulsão dos campos dos contingentes indígenas

No ano de 1728 abriu-se uma picada ligando o morro dos Conventos, ao sul de Santa Catarina, com os campos de Lages e Curitiba. (...)

Leia mais nas páginas Antropoceno, Colapso, Florestas brasileiras, Reflexões ecológicas e Saúde mental.


Série de GaiaNet nº 25

Mensagem de 1973 a nós e à COP 30 - nº 2  

A paisagem de civilização fomenta a alteração do equilíbrio biológico

A alteração do equilíbrio ecológico (...) receberá um ponto final no dia em que se conseguir manter em sua forma original ou fazer retornar a ela as unidades paisagísticas hoje ameaçadas de extinção. (...)

Leia mais nas páginas Antropoceno, Reflexões ecológicas e Saúde ambiental.


Série de GaiaNet nº 22

Colapso nº 22 – O apocalipse da Idade do Bronze

Essa realidade próspera e tranquila veio abaixo em pouco tempo e arrasou civilizações da Grécia à Síria, passando pelo Egito faraônico

Era o ano 1.177 a.C., e o mundo estava acabando. (...)

Leia mais nas páginas Antropoceno, Colapso, Reflexões ecológicas, Saúde ambiental e Saúde mental.


Série de GaiaNet nº 23

Biodiversidade nº 21

Desde a Idade Média os ingleses cruzam raças de cachorros para produzir cães lutadores

Para criar bons cães lutadores, os ingleses cruzaram buldogues com raças mais ágeis de terrier, um tipo de cachorro usado para caça. (...)

Leia mais nas páginas Antropoceno, Reflexões ecológicas, Saúde ambiental e Saúde mental.


Série de GaiaNet nº 20

Saúde do Planeta nº 46

Os desertos surgem do esgotamento lento do solo através de uma exploração crescente de seus recursos

Quando a erosão do solo alcança determinados níveis, a terra se torna estéril. (...)

Leia mais nas páginas Antropoceno, Aquecimento global, Colapso, Conferências ecológicas, Reflexões ecológicas e Saúde ambiental.


Série de GaiaNet nº 25

Mensagem de 1973 a nós e à COP 30 - nº 1  

A sobrevivência de uma humanidade sadia custa dinheiro, muito dinheiro

O problema principal da defesa ecológica é que, em se tratando do nosso meio ambiente, cada indivíduo deve se conscientizar de que tem de modificar, a esse respeito, seus conceitos e sus mentalidade. (...)

Leia mais nas páginas Antropoceno, Colapso, Conferências ecológicas, Reflexões ecológicas e Saúde ambiental.


Série de GaiaNet nº 23

Biodiversidade nº 20

Pelo menos nos mamíferos, o comportamento homossexual pode ter surgido por razões sociais

Recentemente, um grupo de biólogos propôs uma terceira hipótese: pelo menos nos mamíferos, o comportamento homossexual pode ter surgido por raízes sociais, e não puramente reprodutivas. (...)

Leia mais nas páginas Reflexões ecológicas, Saúde ambiental e Saúde mental.


Série de GaiaNet nº 21

1501 – O Brasil depois de Cabral nº 35 - Grupos tribais sobreviventes

A educação vem sendo usada junto às comunidades indígenas para manter os quadros de dominação exercidos pela sociedade nacional  

A escola existente junto às comunidades indígenas, de uma forma ou de outra, compatua como instrumento destinado a manter tal quadro de relacionamento e submissão entre índios e não-índios. (...)

Leia mais nas páginas Antropoceno, Florestas brasileiras, Reflexões ecológicas e Saúde mental.


Série de GaiaNet nº 24

A dramática história dos índios norte-americanos - nº 1

Dee Brown conseguiu mostrar a grande tragédia dos índios norte-americanos

Enterrem meu coração na curva do rio

Enterrem meu coração na curva do rio (Bury my Heart at Wounded Knee), o best-seller de Dee Brown, conta o outro lado da história, a história índia do Oeste Americano. (...)

Leia mais nas páginas Antropoceno, Reflexões ecológicas e Saúde ambiental.


Série de GaiaNet nº 23

Biodiversidade nº 19

Biodiversidade da flora amazônica

"Há cerca de 40 mil espécies vegetais na Amazônia."

Leia mais nas páginas Florestas brasileiras, Reflexões ecológicas e Saúde ambiental.


Série de GaiaNet nº 20

Saúde do Planeta nº 44

53,6% da humanidade não têm acesso a água limpa para beber

4,4 bilhões de pessoas, ou 53,6% da humanidade, não têm acesso a água limpa para beber. (...)

Leia mais nas páginas Antropoceno, Colapso, Florestas brasileiras, Reflexões ecológicas e Saúde ambiental.


Séries de GaiaNet nº 23

Biodiversidade nº 18

Biodiversidade da fauna brasileira

"Em Santa Catarina há 701 espécies de aves registradas, 35% das aves do Brasil."

Leia mais nas páginas Antropoceno, Florestas brasileiras, Reflexões ecológicas e Saúde ambiental.


Séries de GaiaNet nº 20

Saúde do Planeta nº 43

O Brasil registrou 68.635 focos de queimadas em agosto

O Brasil registrou 68.635 focos de queimadas em agosto, de acordo com dados do “Programa Queimadas”, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).

Leia  mais nas páginas Antropoceno, Aquecimento global, Colapso, Florestas brasileiras, Reflexões ecológicas e Saúde ambiental.


Séries de GaiaNet nº 23

Biodiversidade nº 17

Brasil tem mais gado que gente

"O Brasil tem 240 milhões de cabeças de gado."

Leia mais nas páginas Antropoceno, Colapso, Florestas brasileiras, Reflexões ecológicas e Saúde ambiental.


Colapsos – Série de GaiaNet nº 22

Colapso nº 18 – Mazdaísmo

As montanhas derreterão pelo fogo e o mundo será coberto por um oceano de lava e metal incandescente

[O Mazdaísmo] Foi um dos primeiros cultos monoteístas de que se tem notícia e logo se espalhou pela Pérsia, tendo influenciado posteriormente o desenvolvimento do judaísmo e do cristianismo. (...)

Leia mais nas páginas Colapso, Reflexões ecológicas e Saúde mental.


Séries de GaiaNet nº 20

Saúde do Planeta nº 42

Dia da Sobrecarga da Terra, indicador calculado desde 1971, mostra que em 2023 usamos 75% mais recursos do que o planeta pode suportar

Hoje, o aquecimento global e outros problemas ambientais são temas dominantes - e urgentes. Todo ano, a ong americana Global Footprint Network calcula o chamado Dia da Sobrecarga da Terra (...)

Leia mais nas páginas Antropocceno, Aquecimento global, Colapso, Reflexões ecológicas, Saúde ambiental, e Teoria de Gaia.


Colapsos – Série de GaiaNet nº 22

Colapso nº 17 – Apocalipse Hindu

A Terra será incinerada e destruída, mas ressurgirá das cinzas 

Na cosmologia hindu, cada dia na vida de Brahma equivale a 4 bilhões de anos dos seres humanos. (...)

Leia mais nas páginas Colapso, Reflexões ecológicas e Saúde mental.


Séries de GaiaNet nº 23

Biodiversidade nº 15

Sete em cada dez brasileiros têm animal de estimação 

  • 94% dos brasileiros têm ou já tiveram algum animal de estimação. (...)

Leia mais nas páginas Antropoceno, Reflexões ecológicas, Saúde ambiental e Saúde mental.


Série de GaiaNet nº 21
1501 – O Brasil depois de Cabral nº 32

Muitas das sociedades ameríndias do litoral ficavam cada vez mais desarticuladas diante das epidemias e da conversão religiosa 

O governo luso, com sua unidade política e acesso ao comércio marítimo global, sempre conseguia desembarcar a tripulação de mais algumas caravelas em São Vicente, no Rio ou em Salvador...

Editado nas páginas Antropoceno, Colapso, Reflexões ecológicas e Saúde mental.


Séries de GaiaNet nº 23

Biodiversidade nº 13

Efeito das mudanças climáticas sobre os animais silvestres

"50% das espécies animais brasileiras estão mudando de habitat."

Editado nas páginas Antropoceno, Aquecimento global, Colapso, Reflexões ecológicas, Saúde ambiental e Teoria de Gaia.

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Dessalinização de águas

terça-feira, 10 março 2009 by Rui Iwersen

Nesta página de GaiaNet apresento técnicas, ações e instrumentos de dessalinização da água do mar e de águas salobras para a obtenção de água potável e de sais minerais, no Brasil e em outros países.

 

O QUE É A DESSALINIZAÇÃO

A dessalinização é o processo através do qual se eliminam os sais minerais dissolvidos na água. Atualmente, tal processo, aplicado à água do mar, é um dos mais usados para obter água doce para consumo humano ou agrícola.

A dessalinização ocorre de forma natural durante o ciclo da água: a evaporação da água do mar deixa atrás o sal para formar nuvens que geram a chuva. Aristóteles observou que a água do mar evaporada e condensada era doce e Da Vinci compreendeu que era fácil obtê-la usando um alambique.

Durante os séculos posteriores a dessalinização da água do mar foi utilizada sobretudo em embarcações e submarinos para fornecer água doce à tripulação durante longas travessias. No entanto, esse processo não esteve disponível em larga escala até a revolução industrial e, especialmente, até o desenvolvimento das plantas de dessalinização.

Fonte: Iberdrola; foto Ciclo Orgânico.

Rui Iwersen, editor de GaiaNet.


A dessalinização da água do mar: um método para lutar contra a escassez?

Usina de dessalinização de água em Dubai

A água é um dos recursos mais preciosos do planeta e, de acordo com a ONU, sua escassez já afeta mais de 40 % da população mundial. Um dado que disparou todos os alarmes e impulsiona a busca de soluções. Uma delas, e não necessariamente nova, é a dessalinização, que consiste em eliminar os minerais (majoritariamente sal) da água do mar mediante processos físicos e químicos. É fundamental aumentar a capacidade das dessalinizadoras reduzindo simultaneamente seu impacto ambiental nos próximos anos.

A água cobre 70 % de nosso planeta, por isso é fácil pensarmos que é mais do que suficiente. No entanto, a água doce é um recurso cada vez mais escasso no mundo — apenas 3% das águas são doces — e dois terços não estão disponíveis, uma vez que estão em forma de gelo ou são inacessíveis. Cerca de 1,1 bilhão de pessoas em todo o mundo não têm acesso à água doce e 2,7 bilhões sofrem com sua escassez durante pelo menos um mês por ano. Mas, paradoxalmente, em muitas das áreas afetadas pela escassez de água doce, o mar está muito perto; portanto, é aí onde a dessalinização pode ajudar.

Fonte: Iberdrola

Rui Iwersen, editor de GaiaNet.


A anomalia da água útil para dessalinizar a água do mar

A água é menos densa no estado sólido que no líquido, desafia a gravidade e congela mais rápido se está fervendo. Essas são algumas das mais de 70 anomalias da água: um conjunto de características que nenhum outro líquido do Universo tem. (...)

Um dos problemas que a cientista Márcia Barbosa encarou é que a água se move mais rápido - e não mais devagar - quando está contida num espaço apertado. (...) Que tal, então, experimentar água passando por nanotubos - cilindros 80 mil vezes menor que um fio de cabelo? Nessa situação, as moléculas, que estão em grupos de quatro, mudam de estratégia: passam a se organizar em uma fila, fazendo apenas duas ligações: uma com o grupo de H2O que vai na frente, uma com o que vai atrás. (...) O fluxo de água em nanotubos é centenas ou até milhares de vezes maior do que o previsto pelas leis da hidrodinâmica.

Essa pressa toda deu à cientista uma ideia: aplicar os nanotubos na dessalinização de água do mar para consumo humano. O H2O passa e os sais vão ficando para trás. A nanotecnologia poderia reduzir as usinas a um décimo do tamanho atual, e salvar a pele de países em regiões áridas, que vão sofrer com o aquecimento global.

(...) Agora, buscamos na água uma solução para não ficar sem ela.

Água - uma anomalia, Super Interessante, edição 422, dezembro de 2020, páginas 48, 52 e 53; foto: Sustentável 

Rui Iwersen


Dessalinização da água: do mar ao copo

Entenda como é feita a dessalinização, tecnologia que transforma água do mar em água potável e garante o abastecimento de milhões de pessoas no mundo

A dessalinização é um processo físico-químico de tratamento de água que retira o excesso de sais minerais, micro-organismos e outras partículas sólidas presentes na água salgada e na água salobra, com a finalidade de obter água potável para consumo.

A dessalinização da água pode ser realizada por meio de dois métodos convencionais: a destilação térmica ou  a osmose reversa. A destilação térmica procura imitar o ciclo natural da chuva. Através de energia fóssil ou solar, a água em estado líquido é aquecida - o processo de evaporação transforma a água de estado líquido para gasoso e as partículas sólidas ficam retidas, enquanto o vapor d'água é captado pelo sistema de resfriamento. Ao ser submetido a temperaturas mais baixas, o vapor d'água se condensa, retornando ao estado líquido.

Já a osmose reversa procura fazer o processo contrário ao fenômeno natural da osmose. Na natureza, a osmose é o deslocamento de um fluído através de uma membrana semipermeável, no sentido do meio menos concentrado para o mais concentrado, buscando o equilíbrio entre os dois fluidos. A osmose reversa exige um sistema de bombeamento capaz de exercer pressão superior à encontrada na natureza, para vencer o sentido natural do fluxo. Dessa forma, a água salgada ou salobra, que é o meio mais concentrado, se desloca no sentido do menos concentrado. A membrana semipermeável permite somente a passagem de líquidos, retendo partículas sólidas, possibilitando a dessalinização da água do mar.

Aplicabilidade

A Agência Internacional de Energia Renovável (Irena) publicou, em seu relatório sobre dessalinização e energias renováveis, que a dessalinização é a maior fonte de água para saciar a sede humana e irrigação no Oriente Médio, Norte da África e em algumas ilhas do Caribe. Segundo informação disponível no site da International Desalination Assossiation (IDA), mais de 300 milhões de pessoas são abastecidas diariamente por meio da dessalinização no mundo.

Existem pelo menos 150 países que usam o método de dessalinização para seu abastecimento regular, em especial os de regiões desérticas ou com dificuldades de abastecimento, como os do Oriente Médio e do norte da África. Um dos líderes nessa tecnologia é Israel, onde cerca de 80% da água potável consumida pela população é proveniente do mar. (...)

A utilização da energia solar e a recuperação da energia a partir das águas residuais são alternativas indicadas tanto pela ONU quanto pela Irena para diminuir os custos da dessalinização. Outras fontes de energia apropriadas seriam a eólica e a geotérmica. (...)

Fonte:  Equipe eCycle
Matéria enviada pelo colaborador Jorge Fernando Schneider



Métodos de dessalinização

A dessalinização da água pode acontecer através da:

• Osmose Inversa:
É um processo de separação da água e do sal por meio de pressão sobre o líquido.

• Dessalinização Térmica:
É um processo onde primeiramente evapora-se a água para fazer a separação entre esta e o sal e logo após submete-a ao processo de condensação para que retorne ao estado líquido.

• Destilação Simples:
É um processo semelhante à dessalinização térmica, porém mais simples. A água é aquecida a 100ºC para evaporar-se e logo em seguida é encaminhada a um condensador onde retorna ao estado líquido.

A forma mais utilizada nesta transformação é a osmose inversa, pois seu custo é bastante acessível e além de separar o sal da água, também retira dela os possíveis vírus, bactérias e fungos existentes. (...)

Matéria editada originalmente nesta página em 3 de junho de 2008

Rui Iwersen, editor



Rio tem projeto de usina que torna potável água do mar para 1 milhão de pessoas

A instalação de uma usina dessalinizadora para transformar água salgada em potável e que atenderia a 1 milhão de pessoas no estado do Rio de Janeiro está em estudos pelo governo estadual para reforçar o abastecimento na região metropolitana, informou hoje (12) o governador Luiz Fernando Pezão.
O governador disse que se reuniu com técnicos espanhóis envolvidos na instalação de usinas desse tipo em 25 países e pediu um orçamento para o projeto. "Achei muito viável. Os preços são um terço do que eram dez anos atrás", disse o governador.

A intenção é instalar a usina perto dos polos industriais do município de Itaguaí e do bairro de Santa Cruz, na zona oeste da capital, e estabelecer uma parceria público-privada para a operação. No mês passado, o secretário estadual do Ambiente, André Corrêa, chegou a dizer que as indústrias da região teriam o abastecimento afetado, se a situação nos reservatórios não melhorasse.

Além da usina que tornaria potável a água da Baía de Sepetiba, o governo do estado avalia a instalação de uma unidade na Baía de Guanabara ou no município de São Gonçalo, o que ainda depende do custo estimado dos empreendimentos

Segundo o governador, o estado do Rio de Janeiro continuará fazendo campanhas para estimular a redução do consumo de água. Ele anunciou que tomará mais medidas preventivas se a estiagem continuar muito forte.

Fonte: Agência Brasil e  www.istoe.com.br



Programa Água Doce

O Programa Água Doce (PAD) é uma ação do Governo Federal coordenada pelo Ministério do Meio Ambiente, por meio da Secretaria de Recursos Hídricos e Ambiente Urbano, em parceria com instituições federais, estaduais, municipais e sociedade civil. Visa o estabelecimento de uma política pública permanente de acesso à água de boa qualidade para o consumo humano, promovendo e disciplinando a implantação, a recuperação e a gestão de sistemas de dessalinização ambiental e socialmente sustentáveis para atender, prioritariamente, as populações de baixa renda em comunidades difusas do semi-árido.

(...) O PAD está estruturado em seis componentes: gestão, pesquisa, sistemas de dessalinização, sustentabilidade ambiental, mobilização social e sistemas de produção. O componente da gestão é responsável pela formação de recursos humanos, elaboração de diagnósticos técnicos e ambientais, manutenção e operacionalização dos sistemas, além de dar o apoio ao gerenciamento e manutenção dos sistemas. (...)

Com o compromisso de garantir o uso sustentável dos recursos hídricos, promovendo a convivência com o semiárido a partir da sustentabilidade ambiental e social, o PAD beneficia cerca de 100 mil pessoas em 154 localidades do Nordeste, ampliando suas ações para garantir o acesso à água de qualidade nas comunidades difusas do semiárido.

Fonte: Ministério do Meio Ambiente - www.mma.gov.br

O Programa Água Doce está no Portal Brasil. Clique aqui para acessar a página

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Reflexões ecológicas

terça-feira, 10 março 2009 by Rui Iwersen

Pequenas sínteses de pensadores como Darwin, Freud, James Lovelock, Jared Diamond, Richard Dawkins e Yuval Harari, e reflexões sobre o Universo, a Terra, a Natureza, a Vida e o Homem.


Série de GaiaNet nº 21

1501 – O Brasil depois de Cabral - nº 44

Os Xokleng estão em vias de rápido desaparecimento

A esperança de viver dias melhores já desapareceu para a maioria da população. "A reserva é um desânimo só", disse-me há alguns dias um regional interessado na situação dos índios.

Em São João dos Pobres, os Xokleng estão em vias de rápido desaparecimento. Vivem sem assistência oficial. São 4 indivíduos apenas. Um homem e  três mulheres. Outrora, em 1920, ano da atração, somavam 50. A terra que ocupam jamais foi regularizada pelos órgãos assistenciais. O precário apoio que recebem é obtido junto aos postos assistenciais dos governos municipais.

O desaparecimento desse grupo, entretanto, está a ocorrer dentro de um quadro muito especial. Trata-se da negativa flagrante dos descendentes mestiços do grupo a assumir a identificação indígena, decorrente dos estereótipos altamente negativos que os regionais mantêm sobre os índios.

Fonte: Silvio Coelho dos Santos, Educação e sociedades tribais, Editora Movimento, 1975, Capítulo I - Grupos tribais sobreviventes no sul do Brasil, Os Xokleng, página 23; foto: Conselho Indigenista Missionário - Cimi.

Rui Iwersen, editor de GaiaNet. 

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Série de GaiaNet nº 20

Saúde do Planeta nº 51

Rios brasileiros correm o risco de perder água

Pesquisadores da USP analisaram 17.972 poços localizados a menos de 1 km de rios de todo o Brasil, e encontraram um sinal preocupante: mais da metade deles (55 %) apresentou nível inferior ao do rio mais próximo - indicando que, a longo prazo, os rios podem perder água. (...)

Isso indica que, se existir uma conexão hidráulica entre o rio e o aquífero, esse rio pode estar perdendo água para o aquífero. É um processo natural. Se o nível do aquífero estiver acima do nível do rio, o rio potencialmente está recebendo água do aquífero. Caso contrário, ele está potencialmente perdendo água para o aquífero.

O bombeamento de água subterrânea pode rebaixar o nível do aquífero, fazendo com que um rio que antes recebia água passe a perdê-la para o aquífero. A longo prazo, dependendo das condições geológicas e climáticas, isso pode reduzir a vazão do rio.

Fonte: Super Interessante, edição 474, abril 2025, página 12; foto: Jota 

Rui Iwersen, editor de GaiaNet


Série de GaiaNet nº 26

A Trajetória Poluidora da Humanidade nº 4

As antigas realizações técnicas tinham relações com a defesa, a obtenção e o armazenamento de água

O acúmulo de dezenas de milhares de pessoas num espaço reduzido, depois mesmo de centenas de milhares de pessoas, levou o homem, já na Antiguidade, a se ver confrontado com problemas de defesa ecológica, tal como os conhecemos também nas nossas metrópoles.

De um lado, as águas produzidas por fontes nas proximidades das grandes cidades tinham de ser captadas, armazenadas e conduzidas às povoações. Vincula-se a isso a eliminação das águas servidas, ou seja, os esgotos. Não devemos pois nos admirar de que as antigas realizações técnicas do homem tivessem de manter restritas relações com o desenvolvimento de instalações destinadas à defesa, à obtenção e ao armazenamento de água. Foi no âmbito da economia dos recursos hídricos que primeiro se obtiveram conhecimentos que continuam a ser proveitosos ainda nos nossos dias.

Fonte: Hans Liebmann, Terra – um planeta inabitável? - Da antiguidade até os nossos dias toda a trajetória poluidora da humanidade, 1973, Biblioteca do Exército Editora, 1979, Capítulo III - O meio ambiente na Antiguidade, página 82 ; foto: Guia do Estudante.

Rui Iwersen, editor de GaiaNet.


Série de GaiaNet nº 22

Colapsos nº 29 – O apocalipse da Idade do Bronze nº 8

Água em abundância faz toda a diferença do mundo para um império agrário

A sorte de ambas essas potências mesopotâmicas [Assíria e Babilônia] é que, para começo de conversa, elas estavam relativamente longe do Mediterrâneo - e, portanto, fora do alcance direto dos navios dos Povos do Mar. O segundo ingrediente da sobrevivência: liderança com a cabeça no lugar. (...)

E há, é claro, um fator ainda mais crucial: água. Água em abundância faz toda a diferença do mundo para um império agrário. "Assírios e babilônios podiam contar com o Tigre e o Eufrates, que continuavam fornecendo água em quantidades adequadas mesmo durante a grande seca", diz o arqueólogo americano [Eric Cline]. "Os egípcios tinham o Nilo. Já os hititas não contavam com nenhum rio tão resiliente em seu território."

Super Interessante, edição 466, agosto de 2024, O apocalipse da Idade do Bronze, página 39; foto: Facebook. 

Rui Iwersen, editor de GaiaNet.


Série de GaiaNet nº 24

A dramática história dos índios norte-americanos - nº 11

Para os índios parecia que os europeus odiavam tudo na natureza 

No continente, os wampanoags de Massasoit e do rei Philip haviam desaparecido, junto com os chesapeakes, os chickahominys e os potomacs da grande confederação Powhatan. (Só Pocahontas era lembrada). Dispersos ou reduzidos a sobreviventes: os pequots, montauks, nanticokes, machapungas, catawbas, cheraws, miamis, hurons, eries, mohawks, senecas e mohegans. (Só Uncas era lembrado). Seus nomes, que se celebrizaram na história da sua pátria, permaneceram para sempre fixados na terra americana; mas seus ossos estavam abandonados, esquecidos em mil aldeias queimadas, perdidos em florestas que logo desapareciam diante dos machados de vinte milhões de invasores.

Os rios, de cujas águas límpidas e cristalinas se serviam eșses povos, a maioria com nomes índios, já estavam turvados pelo lodo e pelos detritos dos intrusos; a própria terra estava sendo devastada e dissipada. Para os índios, parecia que os europeus odiavam tudo na natureza - as florestas vivas e seus pássaros e bichos, as extensões de grama, a água, o solo e o próprio ar.

Dee Brown, Enterrem meu coração na curva do rio - A dramática história dos índios norte-americanos, 1970, Coleção L&PM Pocket, 2003; Capítulo I, página 25; foto: Portal dos Mitos. 

Rui Iwersen, editor de GaiaNet.


Série de GaiaNet nº 21

1501 – O Brasil depois de Cabral - nº 43

A maioria dos Xokleng hoje sobrevive pela execução de atividades de extração de palmitos em áreas florestais

Orientando o posto indígena desde a pacificação [em 1910] até 1954, Eduardo Hoerhan logrou resguardar a área indígena de Ibirama da exploração dos civilizados regionais. Com a sua destituição, entretanto, esse quadro logo se modificou. Em pouco tempo, os Xokleng passaram a ser utilizados pela sociedade regional em seu potencial de mão de obra e capacidade de consumo, enquanto o potencial florestal da reserva começou a ser sistematicamente explorado.

Sujeitos a situações de trabalho em que predomina a espoliação, a maioria dos Xokleng hoje sobrevive pela execução de atividades de extração de palmitos em áreas florestais localizadas fora do posto indígena. A agricultura é praticada de modo bastante precário, pois não há condição para os índios, isoladamente, dinamizarem tal atividade. A exploração de madeiras que continuamente vem se fazendo na reserva, pela associação da FUNAI com madeireiros regionais, não utiliza em nenhum momento a mão de obra indígena. A prostituição não é desconhecida por muitos dos elementos do sexo feminino. A esperança de viver dias melhores já desapareceu para a maioria da população. "A reserva é um desânimo só", disse-me há alguns dias um regional interessado na situação dos índios.

Fonte: Silvio Coelho dos Santos, Educação e sociedades tribais, Editora Movimento, 1975, Capítulo I - Grupos tribais sobreviventes no sul do Brasil, página 23; foto: BBC News.

Rui Iwersen, editor de GaiaNet. 

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Série de GaiaNet nº 26

A Trajetória Poluidora da Humanidade nº 3

O que mais o impressionou um pigmeu que vivia ainda na selva foi a água canalizada de nossas cidades

Quando, há algumas décadas, foi trazido para uma metrópole australiana um pigmeu que vivia ainda na selva, num ambiente da Idade da Pedra, perguntaram-lhe, depois de lhe terem mostrado todas as conquistas da civilização, o que lhe tinha causado maior impressão. Ao contrário do que se esperava, ele não respondeu que tinham sido os "arranha-céus". O que mais o impressionou foi o fato de que, ao se abrir uma simples torneira, escorria "água" da canalização, em grande quantidade.

Com seu instinto seguro, o pigmeu tinha reconhecido que não invejava o homem civilizado por possuir aquelas torres de cimento e tijolos e suas autoestradas. Portanto, só podia causar-lhe admiração, realmente, o fato de que se podia obter, pela canalização, qualquer quantidade de água, a toda hora do dia ou da noite.

Tratando-se do elemento básico, que é sobreviver na luta pela existência no nosso planeta, a água límpida e potável é mais importante do que o mais rápido e maior dos jatos tipo Jumbo que atravessam os oceanos em tempo recorde.

Fonte: Hans Liebmann, Terra – um planeta inabitável? - Da antiguidade até os nossos dias toda a trajetória poluidora da humanidade, 1973, Biblioteca do Exército Editora, 1979, Capítulo III - O meio ambiente na Antiguidade, página 81 ; foto: Inforpress.

Rui Iwersen, editor de GaiaNet.


Série de GaiaNet nº 22

Colapsos nº 28 – O apocalipse da Idade do Bronze nº 7

As potências mesopotâmicas estavam relativamente longe do Mediterrâneo, fora do alcance direto dos navios dos Povos do Mar

Seja como for, o cenário geral da desgraça e suas causas estão ficando razoavelmente claros. O apocalipse da Idade do Bronze está relacionado a guerras e fenômenos climáticos, com suas consequências políticas e econômicas. (...)

Na categoria dos sobreviventes, cada caso é um caso, mas há alguns pontos interessantes em comum. Talvez a situação mais simples de entender seja a da Mesopotâmia (grosso modo, o atual Iraque), onde a Assíria, no norte, e a Babilônia, no sul, mantiveram sua estrutura estatal mais ou menos intacta.

A sorte de ambas essas potências mesopotâmicas é que, para começo de conversa, elas estavam relativamente longe do Mediterrâneo - e, portanto, fora do alcance direto dos navios dos Povos do Mar. O segundo ingrediente da sobrevivência: liderança com a cabeça no lugar. "Eles tiveram os líderes certos na hora certa. Enquanto o Império Hitita, por exemplo, bem no momento em que a grande seca causava seus piores efeitos, acabou dilacerado por uma guerra entre membros da família real."

Fonte: Super Interessante, edição 466, agosto de 2024, O apocalipse da Idade do Bronze, páginas 36 e 39; foto: Planejativo.

Rui Iwersen, editor de GaiaNet.


Série de GaiaNet nº 24

A dramática história dos índios norte-americanos - nº 10

Os europeus que seguiram Colombo destruíram a vegetação e seus habitantes - homens, animais, pássaros e peixes - da ilha de São Salvador 

Mais de três séculos haviam se passado desde que Cristóvão Colombo desembarcara em São Salvador, mais de dois séculos desde que os colonos ingleses haviam chegado à Virginia e à Nova Inglaterra. Nesse espaço de tempo, os amistosos tainos que receberam Colombo na praia haviam sido completamente dizimados.

Bem antes do último dos tainos morrer, a simplicidade de sua cultura de lavoura e artesanato fora destruída e substituída por plantações de algodão onde trabalhavam escravos. Os colonos brancos abateram as florestas tropicais para aumentar seus campos; os algodoeiros cansaram o solo; sem o escudo das florestas, ventos cobriam os campos de areia.

Quando Colombo viu a ilha pela primeira vez, descreveu-a como "muito grande, muito alta e com árvores muito verdes... o conjunto é tão verde que é um prazer olhá-lo". Os europeus que o seguiram destruíram sua vegetação e seus habitantes - homens, animais, pássaros e peixes - e, depois de a transformarem num deserto, abandonaram-na.

Fonte: Dee Brown, Enterrem meu coração na curva do rio - A dramática história dos índios norte-americanos, 1970, Coleção L&PM Pocket, 2003; Capítulo I, páginas 24 e 25; foto: Mundo Educação - UOL.

Rui Iwersen, editor de GaiaNet.


Série de GaiaNet nº 21

1501 – O Brasil depois de Cabral - nº 42

Epidemias grassaram no grupo, ceifando a maior parte dos índios que haviam sido atraídos

" (...) se pudesse prever que iria vê-los morrer tão miseravelmente, os teria deixado na mata, onde ao menos morriam mais felizes e defendendo-se de armas nas mãos contra os bugreiros que os assaltavam."

Efetivamente, os Xokleng passaram a enfrentar inimigos mais sutis, mas com maior poder destrutivo. Epidemias grassaram no grupo, ceifando a maior parte dos índios que haviam sido atraídos. Os sobreviventes tiveram de se adaptar à vida sedentária, substituindo suas atividades tradicionais de caça e coleta, pelo cultivo de roças. A dieta alimentar foi bruscamente alterada, contribuindo, hoje se sabe, para a disseminação de doenças. O desequilíbrio demográfico, por sua vez, alterou toda a organização tribal, tornando o grupo definitivamente dependente do organismo oficial de proteção.

Fonte: Silvio Coelho dos Santos, Educação e sociedades tribais, Editora Movimento, 1975, Capítulo I - Grupos tribais sobreviventes no sul do Brasil, página 22; foto: Terra.

Rui Iwersen, editor de GaiaNet. 

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Série de GaiaNet nº 26

A Trajetória Poluidora da Humanidade nº 2

Nas épocas pré-cristãs das civilizações mediterrâneas existiam metrópoles que já enfrentavam problemas ecológicos

Já há algumas décadas comecei a me conscientizar de que a humanidade se encontra à beira do maior perigo que enfrentou até hoje. Nem a mais devastadora das guerras, nem a destruição de que são capazes as bombas atômicas têm o poder de ameaçar a existência humana na mesma proporção que o fará a catástrofe ecológica que se avizinha. Eis porque surge, óbvia, a indagação: será que os danos ecológicos são um sinal característico da moderna civilização ou também exerceram marcante influência na Antiguidade?

Nas épocas pré-cristãs das civilizações mediterrâneas existiam metrópoles que, certamente, já enfrentavam problemas de defesa ecológica. Como, por essa época, a utilização da técnica ainda não tinha progredido como hoje em dia, podemos excluir a ameaça da poluição atmosférica. Porém, devemos voltar a nossa atenção para os danos ecológicos ocasionados pelo desmatamento, pela erosão do solo, pelos esgotos e pelo lixo doméstico.

Fonte: Hans Liebmann, Terra – um planeta inabitável? - Da antiguidade até os nossos dias toda a trajetória poluidora da humanidade, 1973, Biblioteca do Exército Editora, 1979, Capítulo III - O meio ambiente na Antiguidade, páginas 79 e 80; foto: iStock.

Rui Iwersen, editor de GaiaNet.


Gelo polar deve seguir derretendo até 2300

Mesmo se a humanidade cortar drasticamente as suas emissões de CO2, em quantidade suficiente para alcançar  o estado de "carbono negativo"(situação em que o carbono da atmosfera começa a diminuir), e fizer isso relativamente rápido, já a partir de 2050, o Círculo Polar Ártico deve continuar derretendo por muito tempo, pelo menos até o ano 2300.

Essa é a conclusão pouco animadora de uma simulação feita por cientistas da Coréia do Sul, que analisaram áreas cobertas por permafrost: regiões polares onde o gelo normalmente nunca derrete, mas devido às mudanças climáticas começou a fazer isso [derreter].

Segundo o estudo, os polos vão continuar descongelando porque o aquecimento global já tomou muito impulso - e também porque, ao derreter, o permafrost libera CO2 e metano, que retêm calor na atmosfera e realimentam o processo [e libera também micro-organismos, talvez nocivos à saúde humana ou de outros animais].

Fonte: Bruno Garattoni, Supernovas, Super Interessante, edição 473, março 2025, página 10; foto: Aventuras no Conhecimento.

Rui Iwersen, editor de GaiaNet.


Série de GaiaNet nº 22

Colapsos nº 27 – O apocalipse da Idade do Bronze nº 6

O apocalipse da Idade do Bronze está relacionado a guerras e fenômenos climáticos 

"Dois anos contínuos [de seca] costumam destruir as estratégias de resiliência a longo prazo, fazendo com que, por exemplo, não seja mais possível alimentar animais domésticos nas fazendas. Um terceiro ano consecutivo é muito raro, e muito sério", afirma Manning [Stuart Manning, da Universidade Cornell (EUA)]. "No mundo pré-moderno, isso acabaria minando a autoridade do rei, tanto pela incapacidade de coletar impostos e alimentar o Exército quanto também do ponto de vista simbólico: claramente os deuses abandonaram e rejeitaram os governantes." (...)

Por outro lado, as colheitas ruins também podem ter estimulado revoltas internas em vários reinos - até porque, na maioria dos casos, não há indício de que uma população vinda de fora tenha conquistado os domínios palacianos.

Seja como for, o cenário geral da desgraça e suas causas estão ficando razoavelmente claros. O apocalipse da Idade do Bronze está relacionado a guerras e fenômenos climáticos, com suas consequências políticas e econômicas.

Fonte: Super Interessante, edição 466, agosto de 2024, O apocalipse da Idade do Bronze, página 36; foto: Notícias Concursos.

Rui Iwersen, editor de GaiaNet.


Série de GaiaNet nº 26

A Trajetória Poluidora da Humanidade nº 1 

Apresento, a partir de hoje, esta nova Série de GaiaNet com cerca de 60 pequenos artigos extraídos dos capítulos III - O Meio Ambiente na Antiguidade, IV - O Meio Ambiente na Idade Média e V - Como Escapar da Catástrofe Ecológica do livro Terra -Um Planeta Inabitável? do alemão Hans Liebmann, de 1973.

Estamos fazendo que o nosso planeta acabe por se tornar artificialmente inabitável nas próximas décadas 

A alteração do equilíbrio biológico do nosso meio ambiente e os  tantos focos de perigo que nós próprios criamos  através da poluição do nosso espaço vital, quer terrestre, aquático ou atmosférico - todos esses sinais de alarma e suas consequências para cada um de nós em particular são de tal forma graves que não podemos ficar à espera de medidas legais que possam salvar o nosso planeta. Já tão-somente o nosso instinto de conservação deveria ser suficiente para nos livrar dos terríveis acontecimentos que se anunciam.

No entanto, sabemos todos nós muito bem que isso não acontece e que, a passos de gigante, por nos afastarmos sempre mais da vida natural, estamos fazendo que o nosso planeta acabe por se tornar artificialmente inabitável nas próximas décadas.

Fonte: Hans Liebmann, Terra – um planeta inabitável? - Da antiguidade até os nossos dias toda a trajetória poluidora da humanidade, 1973, Biblioteca do Exército Editora, 1979, Capítulo III - O meio ambiente na Antiguidade, página 79; foto: Dreamstime.

Rui Iwersen, editor de GaiaNet.


Série de GaiaNet nº 24

A dramática história dos índios norte-americanos - nº 9

Os holandeses ordenaram o massacre de duas aldeias inteiras enquanto os habitantes dormiam

Quando os holandeses chegaram à ilha de Manhattan, Peter Minuit comprou-a por sessenta florins em anzóis e contas de vidro, mas eles encorajaram os índios a permanecer e continuar trocando suas valiosas peles por tais bugigangas.

Em 1641, Willem Kieft cobrou tributos dos mahicans e enviou soldados à ilha Staten para punir os raritans por ofensas cometidas por colonos brancos, não por eles. Quando os índios revidaram, matando quatro holandeses, Kieft ordenou o massacre de duas aldeias inteiras enquanto os habitantes dormiam. Os holandeses passaram à baioneta homens, mulheres e crianças, cortaram seus corpos em pedaços e arrasaram as aldeias com fogo.

Por mais dois séculos, esses fatos se repetiram, enquanto os colonos europeus deslocavam=se para o interior, através de passagens entre os montes Alleghenies, e para os rios que corriam no rumo oeste, para o Grandes Águas (o Mississippi) e para o Grande Barrento (o Missouri).

Fonte: Dee Brown, Enterrem meu coração na curva do rio - A dramática história dos índios norte-americanos, 1970, Coleção L&PM Pocket, 2003; Capítulo I, página 22; foto: InfoEscola.

Rui Iwersen, editor de GaiaNet.


Série de GaiaNet nº 21

1501 – O Brasil depois de Cabral - nº 41

O convívio não fez cessar a violência e a dramaticidade das relações entre índios e não-índios

As pressões exercidas pela frente de expansão sobre o território ocupado pelos Xokleng foi de tal ordem que, em vários episódios onde os índios assaltaram os brancos, evidencia-se claramente que a fome era a razão do ataque.

Assim sendo, compreende-se porque as técnicas de persuasão empregadas pelo novo e vigoroso Serviço de Proteção aos Índios, além da bravura do jovem Eduardo Hoerhan, convenceram a maioria dos Shokleng  sobreviventes ao convívio pacífico. Convívio que entretanto não fez cessar a violência e a dramaticidade das relações entre índios e não-índios. E isto se depreende nitidamente do seguinte depoimento do pacificador:

" (...) se pudesse prever que iria vê-los morrer tão miseravelmente, os teria deixado na mata, onde ao menos morriam mais felizes e defendendo-se de armas nas mãos contra os bugreiros que os assaltavam."

Fonte: Silvio Coelho dos Santos, Educação e sociedades tribais, Editora Movimento, 1975, Capítulo I - Grupos tribais sobreviventes no sul do Brasil, página 22; foto: AgroSaber.

Rui Iwersen, editor de GaiaNet. 

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Série de GaiaNet nº 25

Mensagem à COP 30 – nº 6   

Podemos transformar em mata mista milhares de hectares dos milhões de hectares de terras improdutivas

Não será através de um reflorestamento geral de uma paisagem, há muito tempo cultivada, que se poderá fomentar a preservação ou a ampliação de uma paisagem de regeneração.

O que mais importa, nessas tradicionais zonas de cultivo, é realizar florestamento limitado, para conservar, por exemplo, os vales relvados dos maciços centrais e os pastos no alto das serras.

Mesmo assim, ainda fica a possibilidade de se transformar numa mata mista milhares de hectares dos milhões de hectares de terras improdutivas que se encontram à disposição.

Fonte: Hans Liebmann, Terra – um planeta inabitável?, 1973, Biblioteca do Exército, 1979, páginas 174 e 175; foto: Diário do Nordeste.

Rui Iwersen, editor de GaiaNet.


Série de GaiaNet nº 22

Colapsos nº 26 – O apocalipse da Idade do Bronze nº 5

Um estudo da Universidade Cornell (EUA) mostrou que todo o século anterior ao colapso do Mediterrâneo Oriental foi marcado por secas

Os palácios luxuosos foram incendiados ou abandonados, a população grega pode ter caído pela metade e até a arte da escrita foi completamente esquecida. Mas os Povos do Mar (quem quer que fossem eles) não podem ser responsabilizados sozinhos por tanta desgraça.

Tudo indica que, para que eles conseguissem causar tanto estrago, foi preciso que boa parte do Mediterrâneo Oriental já tivesse sido desestabilizada por outros fatores, e o principal parece ter sido o clima. Num estudo publicado em 2023 no periódico especializado Nature, uma equipe liderada por Stuart Manning, da Universidade Cornell (EUA), mostrou que todo o século anterior ao colapso foi marcado por condições cada vez mais secas na esfera de influência dos hititas, por exemplo. Situações parecidas podem ter afetado as ilhas do mar Egeu, a Grécia e talvez a Itália.

Por fim, pouco depois de 1200 a.C., três anos consecutivos de seca totalmente fora do comum chegaram, coincidindo, ao que parece, com o abandono de Hattusa, a capital hitita.

Fonte: Super Interessante, edição 466, agosto de 2024, O apocalipse da Idade do Bronze, páginas 35 e 36; foto: Escola Kids - UOL.

Rui Iwersen, editor de GaiaNet.


Série de GaiaNet nº 24

A dramática história dos índios norte-americanos - nº 8

O poder de fogo dos colonos praticamente exterminou os wampanoags e narragansetts 

Na época em que Massasoit, grande chefe dos wampanoags, morreu, em 1602, seu povo estava sendo expulso para as florestas. Seu filho Metacom previu que os índios chegariam ao fim, se não se unissem para resistir aos invasores. Embora os habitantes da Nova Inglaterra tentassem agradar Metacom, coroando-o rei Philip de Pokanoket, ele dedicou a maior parte de seu tempo à formação de alianças com os narradansetts e outras tribos da região.

Em 1675, depois de uma série de ações arrogantes por parte dos colonos, o rei Philip [Metacom] levou sua confederação índia a uma guerra destinada a salvar as tribos da extinção. Os índios atacaram 52 acampamentos, destruíram completamente doze, mas, depois de meses de luta, o poder de fogo dos colonos praticamente exterminou os wampanoags e narragansetts.

O rei Philip foi morto e sua cabeça exibida publicamente em Plymouth por vinte anos. Juntamente com outras mulheres e crianças índias capturadas, sua mulher e seu filho foram vendidos como escravos nas Índias Ocidentais.

Fonte: Dee Brown, Enterrem meu coração na curva do rio - A dramática história dos índios norte-americanos, 1970, Coleção L&PM Pocket, 2003; Capítulo I, páginas 21 e 22; foto: eCycle.

Rui Iwersen, editor de GaiaNet.


Série de GaiaNet nº 21

1501 – O Brasil depois de Cabral - nº 40

A ordem era de afugentar os índios para lugar onde não mais pudessem incomodar os brancos

Um terceiro grupo [indígena], entretanto, continuou perambulando nas florestas do sul do estado de Santa Catarina. Descendentes desse grupo, segundo tudo indica, ainda vagam nas escassas pontas de floresta que cobrem a serra do Taboleiro.

A resistência indígena foi enfrentada pelos governos locais e pelas companhias interessadas nos negócios de colonização, com a organização e estipêndio de grupos de bugreiros. A ordem era de afugentar os índios para lugar onde não mais pudessem incomodar os brancos. Mas, segundo o objetivo depoimento de um bugreiro, "o negócio era afugentar pela boca da arma".

As pressões exercidas pela frente de expansão sobre o território ocupado pelos Xokleng foi de tal ordem que, em vários episódios onde os índios assaltaram os brancos, evidencia-se claramente que a fome era a razão do ataque.

Fonte: Silvio Coelho dos Santos, Educação e sociedades tribais, Editora Movimento, 1975, Capítulo I - Grupos tribais sobreviventes no sul do Brasil, páginas 21 e 22; foto: Café História.

Rui Iwersen, editor de GaiaNet. 

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